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História Past Lives - Chapter 3


Escrita por: MafeSweet

Notas do Autor


Heey babys!!
Quero deixar claro que as partes do Jimin nesses primeiros capítulos é pequena, pelo fato que já mencionei antes... Ok? :)
Vamos lá....

Capítulo 3 - Chapter 3


Fanfic / Fanfiction Past Lives - Chapter 3

POV Jeon JungKook:

 

 

Assim que cheguei na sala, me sentei em uma cadeira na fila do meio, na última cadeira. Faltavam alguns minutos para que a aula devidamente começasse, então peguei meus fones – minhas barreiras do mundo –, liguei uma música alta, era calma, uma leve melodia que me guiava pelos caminhos da minha mente. Sempre que escuto uma música gosto de imaginar um universo inteiro dentro da minha cabeça, como um filme para a música, como um verdadeiro vídeo clipe. O meu vídeo clipe pessoal. Enquanto isso, fico observando os jovens presentes na sala... Tão alegres com suas vidas, riem atoa como se não houvesse amanhã – talvez não tenha mesmo –. Garotas e garotos em pé, alguns até ousavam paquerar em meio aquele barulho que eu ainda ouvia, não importava o volume da música. O barulho deles é maior.

 

Não posso culpa-los por me acharem estranho, lógico que a maioria já me acha no primeiro dia de aula. Uma pessoa como eu, que só observa e não fala nada – mais ou menos –, devo no mínimo ganhar esses apelidos sem graça. Sei que no fundo eles preferem me julgar do que se olharem no espelho e apontar os próprios defeitos. Julgar o próximo parece mais acolhedor do que receber tais julgamentos. Humanos... São todos iguais. E eu até posso ter julgado Park Jimin e Hyuna, mas eles mereceram por me perturbarem quando estou quieto. Disse que não sou impulsivo, mas como podem perceber eu penso muito antes de falar alguma coisa. Outro ponto que mudou em mim nesses dois anos. Antes falar era uma coisa impulsiva, não me preocupava com o que iria sair da minha boca, se iria ou não magoar alguém... Mas depois que vi como isso dói, percebi que era hora de refletir mais sobre o que eu diria aos outros.

 

Percebo que o professor chegou na sala quando todos se sentam rapidamente, encarando o homem com um sorrisinho forçado. Essa é uma das ações que não entendo nos estudantes, eles sabem que o professor percebe que todos estavam de pé. E mesmo assim se sentam e ainda por cima dão esse sorriso. O ensinador apenas dá de ombros, e isso me faz pensar que talvez ele goste de tal ato. De receber esse sorrisinho, como se todos presentes estivessem ao seu dispor. Pensamentos e mais pensamentos, mesmo assim ainda não conheço nem um terço da cabeça do ser humano. Não consigo entender nem a minha – talvez seja porquê é uma completa bagunça – imagina a das pessoas a minha volta.

 

Tiro os fones brancos que estavam pendurados em meus ouvidos, os guardo em um compartimento da mochila, e o celular permanece no bolso da calça. A aula começa.

 

– Olá alunos. Para quem ainda não me conheço, sou Maxon, mas podem me chamar de professor Max. Tenho 32 anos, ou seja, sou bem novo. – Diz em um tom convencido, que faz a sala soltar pequenas gargalhadas. – Enfim, sou o professor de filosofia. Então estejam preparados para muitas frases que os levaram a reflexão sem nem mesmo quererem. – Escreve no quadro seu nome, Maxon Rubberman.

 

Devo dizer que uma pontada de interesse pela matéria surgiu em mim. Gosto de filosofia, admiro os pensadores que criaram tantas frases que são usadas até hoje. As frases em si não são usadas apenas para status em fotos, mas também para ajudar nas ações do dia a dia. Mesmo que eu acredite que uma minoria vá seguir os exemplos descritos por eles. Uma pena eu pensar assim... Como queria viver em um mundo que as pessoas são mais justas, ou que pelo menos refletissem seus atos. Ou pensassem melhor antes de agir. Esse pode um dos principais fundamentos para uma sociedade harmoniosa.

 

– Vamos começar com o conceito de filosofia. – Maxon fala andando de um lado para o outro calmamente, observando cada aluno, como se quisesse guardas as características de cada um em sua mente. Acho que professores de filosofia possuem esse lado mesmo. Assim como eu. – A palavra filosofia advém do grego, e significa ‘’amor por sabedoria’’. A própria palavra indica dois conceitos: amor e sabedoria, ensinando-nos que um grande pensador é aquele que sente paixão pela verdade e amor por ideias. – Explica e de repente a sala ficou completamente silenciosa. A forma que o professor falava parecia levar todos a atenção absoluta. Confesso que fiquei intrigado, até ajeitei as costas na cadeira de madeira, juntando as mãos em cima da mesa – entrelaçando meus próprios dedos – e focando meus olhos na imagem do professor. – A filosofia foi, sem sombra de dúvida, a maior das criações gregas, consistindo no fundamento de todo o pensamento ocidental, influenciando nações inteiras até os dias de hoje. Não acham isso fascinante? – Todos murmuram ‘’acho’’ ou ‘’sim’’. Eu apenas assinto com a cabeça.

 

– Professor Max, qual foi o principal filosofo da época? – Uma aluna pergunta.

 

– Todos tiveram a sua importância e colaboração na época. – Suspira. – Mas posso dizer que Sócrates. – Fica de costas para a mesa, encostando nela e olhando para todos. Como uma águia que procurava a sua caça, parando justamente em mim, posso jurar que ele deu um sorriso de lado e voltou a passar os olhos pelo lugar. Não posso deixar de pensar no motivo do seu sorriso, não consegui decifrar. Agora estou meio que assustado. – Ele foi um filosofo grego cujos ensinamentos formaram a base da filosofia ocidental.  Considerado um dos maiores gênios de todos os tempos, se tornou famoso por ver a filosofia como sendo necessária para todas as pessoas inteligentes. Sócrates permaneceu na história como um exemplo de um homem que viveu de acordo com seus princípios, mesmo que esses o custassem a sua vida. – Outro suspiro, como se parecesse frustrado com alguma coisa. – Não acham que a sociedade atual devia se inspirar nele? Acreditar em seus ideais e mesmo que outra pessoa falasse que estivesse errado... Acreditar até o fim em você mesmo. – Era isso, na verdade ele estava completamente certo. Felizmente achei um professor que pode me inspirar. – Ok crianças, mesmo que não pareça a nossa aula acabou. – Diz depois se espiar o relógio que usava no pulso, todos soltaram múrmuros tristes, insatisfeitos com o fim da aula. – Eu sei que sou um ótimo professor, mas temos duas aulas por semana. Então verei vocês demais, vou até enjoar. – Brinca e todos riem. Sou o único que não vejo a graça? Como já disse... Um corpo sem alma.

 

Maxon escreve na lousa uma frase de Sócrates, ‘’um rosto bonito vale uma passagem para o deleite, uma alma bonita, vale um bilhete para a eternidade’’. Ele tinha razão, todos da sala pararam para refletir, por alguns segundos, pois depois se levantaram e começaram a conversar já que o professor de filosofia tinha saído da sala. Agora pensando na frase solicitada por ele... É a mesma coisa que eu mencionei, uma bela aparência não te serve de nada se sua alma por podre. A minha alma é negra, sinto que ela é tão obscura que nem a morte conseguiria enxergar alguma coisa. Não por eu ser tomado pela maldade, mas pela tristeza estridente que assombra meu coração.

 

– Esse garoto nem levanta da mesa, que estranho. – Ouço uma das garotas murmurar para a outra, acho que tenho uma boa audição. Ouço até o que não precisa, mas como já disse, não me importo com a opinião dos outros. Se eu sou estranho, gosto de ser assim, é meu modo de ser. Ninguém tirará isso de mim.

 

Percebo que os alunos estavam saindo e outros chegando, a troca de aulas tinha que ser feita em poucos minutos para não atrapalhar o tempo das aulas. Lógico que a maioria fazia uma bagunça pelos corredores, eu que já estava neles notava o barulho das risadas e até gritos que alguns soltavam. Apenas prossegui meu caminho, a sala indicava ficava mais ‘’isolada’’, isso pelo fato dela ser a mais longe de todas, e pelo visto ninguém vinha para cá tão cedo – o corredor estava mais vazio nessa parte –. Parei de andar e fechei os olhos, respirando profundamente, como se quisesse recuperar o ar que me tiraram naquele tumulto de estudantes. Sempre é assim, a bagunça me deixa quase sem ar, não é como asma, até diria que é pior. Tenho que me controlar para não sair correndo e respirar assim na frente das pessoas, elas me chamariam de louco por não aguentar ficar no meio de pessoas. Só que elas não sabem que eu já não me considero uma pessoa a um bom tempo.

 

– Não acha uma baita coincidência termos mais uma aula, juntos? – A voz de Park soa no corredor. Seu tom era como se misturasse a ironia que ele tinha de sobra, com uma mansidão, algo que quase chegava a ser doce, mas não posso esperar nada desse moreno que seja doce. No máximo ácido. Me viro para ele, o encarando, ainda não consegui saber do porquê de eu olhá-lo sem nenhum problema, sinto que poderia ficar aqui por horas que nada mudaria. O brilho seria o mesmo, o mistério mais intrigante, e a cor castanho claro estava recebendo alguns fleches de luz que vinham de uma janela, os tornando mais claros, podia perceber alguns ‘’desenhos’’ em sua íris, como se Deus realmente tivesse tirado tempo para desenhar algo ali. Outra coisa que me intriga em seus olhos. Não é à toa que dizem que o olhar é a janela da alma.

 

Já me peguei perguntando inúmeras vezes como seria o meu olhar, mesmo que eu passe horas em frente a um espelho, não saberia responder. Consigo perceber tudo a minha volta, mas quando se trata de mim... Nasce um bloqueio dentro de mim. Como masmorras gigantescas que me prendem do meu próprio auto entendimento. Oh, isso parece tão entediante ao meu ver. Não posso nem dizer como sou, ou como meu olhar é. Frustrante.

 

– Eu diria que é uma infelicidade. – Digo e ele bufa frustrado, não sei se foi consigo mesmo ou comigo. Cruzei os braços e tombei levemente a cabeça para um lado, entreabri os lábios formulando uma frase na minha cabeça. Percebo que sua visão estava focada em mim, mesmo que ele estivesse irritado, não conseguia parar de me olhar. Eu senti isso. Senti que seus olhos de uma hora para outra ficaram mais penetrantes, como se quisessem ler minha alma, desvendar meus mistérios e descobrir meus pecados mais terríveis. Agora eu que estou frustrado por não conseguir apenas desviar os olhos dos dele. – Pode me ignorar daqui para frente? Conversar e brigar com você é cansativo. – Falo no tom normal, mas parece que ele se irritou de novo. Podemos ver que seu comportamento é explosivo.

 

– Acha que eu quero falar com você todo o tempo?! – Exclama dando um passo para frente – outra tentativa de me fazer recuar –, ficando com as veias do pescoço saltadas. –Se ponha no seu lugar... – Ele não tinha acabado, parecia pensar em alguma palavra, até que deu um sorriso que eu podia classificar como sarcástico. Algo estava rondando aquela mente dele, algo que não era bom para mim pelo visto. – Bebê. – Finaliza e pela primeira vez eu tive vontade de surtar. Eu tive vontade de lançar tapas nele. De acabar com ele só com palavras. ‘’Bebê’’... Esse apelido careta era o que mais minha mãe usava, só de lembrar disso já volto a me sentir triste internamente. Nada de demonstrar sentimentos com expressões que me entregam facilmente.

 

Respirei uma, duas, três, quatro vezes seguidas e apertei meus punhos. Desviei o olhar e ele pareceu satisfeito. Claro que sentiu, conseguiu enfim achar algo que me deixa frágil, que me faz sentir raiva.

 

– Não me chame assim nunca mais. – Digo com um tom que nunca costumo usar. Um tom ameaçador. Volto a olhá-lo e percebo que ele engoliu em seco, mas cruzou os braços para fortalecer sua pose confiante. – Na verdade, não dirija mais palavras a mim. Não quero falar com você. Não quero olhar mais para você. E com certeza, não quero ter que brigar com você. – Falo com o tom normal de sempre, virando as costas e entrando na sala. Me sentei em uma das últimas cadeiras e soltei um suspiro.

 

Essa foi uma das poucas vezes que me senti ameaçado. Só de lembrar da forma que minha mãe me chamava já me sinto triste novamente, a dor parece que nunca sumirá do meu coração. Irei leva-la comigo até o tumulo. Uma dessas vezes que me senti triste ou com raiva, foi no velório dos meus pais, parentes e amigos vinham me dar os pêsames, falavam que tudo ia ficar bem. Eu sabia que era mentira. Todos que perdem alguém ficam com cicatrizes incuráveis no coração, isso é inegável. Outra vez foi em uma das muitas escolas que frequentei, um dos garotos tocou no assunto da morte dos meus pais, disse que eles morreram porque não aguentavam mais um filho como eu. Mesmo sendo uma coisa infantil, surtei. Bati nele e até em seus amigos, isso se deu pelas poucas aulas de luta que frequentei. Quase fui expulso por quebrar as costelas de um deles, nessas horas não meço minha força física e acabo abusando dela. Não me arrependo. Ainda bem que hoje consegui me controlar. Se não juro que teria arrancado a língua desse garoto que ousou me chamar por esse apelido.

 

Os alunos começaram a lotar a sala, e para o eu azar, Park sentou-se em uma carteira ao meu lado, fazendo questão de me observar a aula inteira. Falando na aula, foi chata como as outras, parece que hoje só filosofia me ganhou. Por fim, todos estavam esperando pelo sinal, pareciam contar os segundos para o final daquela aula. Quando o sino finalmente deu seu tilintar todos presentes jogaram as mochilas sobre os ombros e saíram às pressas pela porta, como estava com a cabeça encostada na janela nem vi se tinha mais pessoas na sala, então quando virei a cabeça para o lado percebi que Park ainda estava ali. Me olhando. Quase bufei, foi realmente um quase, pois ele não valia a pena. Como sempre eu penso nas consequências, então se eu bufasse ele ia pensar que eu me importo com a presença dele. E não me importo. A sala é um lugar que todos os alunos podem frequentar, não faz sentido eu ficar irritado com a sua figura no mesmo lugar que a minha. Apenas abaixei o olhar para a mochila, a colocando adequadamente em um dos ombros, levantando e seguindo meu caminho até a porta.

 

– Vai mesmo ignorar o rei da escola? – A sua voz ecoa na sala vazia. Essa pergunta quase me fez rir, estou muito cheio de ‘’quase’’ hoje. Ele mesmo chamava-se de rei da escola, claro que a maioria acreditava nisso e o idolatrava como um. Uma coisa sem nexo. Sem sentido. Park é uma pessoa comum, que eu já arrumei uma intriga no primeiro dia de aula. Mas prometi a mim mesmo que não falaria mais com ele, então vamos prosseguir com o plano.

 

Voltei a andar sem dar atenção as suas palavras, o corredor já estava mais vazio, de certo meu primo estava do lado de fora paquerando alguma garota qualquer. Nem acredito que somos primos. Tudo poderia estar perfeito no meu percurso de saída do colégio, até que escuto passos rápidos vindos de trás, fingi ignorar, talvez outro aluno estivesse atrasado para sair da escola, ou com uma mera pressa. Às vezes sou tão inocente. Logo sinto uma mão cálida entrar em contato com meu pulso, o agarrando de forma bruta, obrigando-me a virar, dando de cara com o garoto de cabelos negros. Tentei soltar meu pulso da sua mão, mas ele era grandiosamente forte, algo que me deu raiva no momento. Ele não tem esse direito, agarrar o pulso dos outros não é legal. Machuca.

 

– Olha para mim. – Dita como uma ordem. Como se eu fosse obrigado a atender seus pedidos. – Olha para mim... Bebê. – Sinto meu sangue começar a esquentar, odeio quando isso acontece, não gosto de sentir qualquer coisa. Convenhamos, não sentir nada é muito melhor do que sentir e acabar no final se machucando. Eu sei, eu sei.... Esse pensamento é muito obscuro, mas é a realidade que eu vivo. Pelo menos na minha cabeça. Sem querer ouvir esse apelido sair dos seus lábios outra vez, levantei vagarosamente a cabeça e fitei seus olhos como mais cedo. Ele pareceu satisfeito com isso, tanto que deu um sorrisinho de lado. – Parece que achei seu ponto fraco. – Parecia estar se divertindo com a situação. – Isso é para aprender a nunca mais me tratar como tratou hoje. Se coloque no seu lugar. – Aperta fortemente meu pulso, mordo o lábio internamente para não deixar qualquer gemido de dor sair da minha boca. Seria um prazer melhor para ele. O que esse garoto quer de mim? Realmente acho que ele gosta de fazer inimigos. Ou...

 

– Sei exatamente como pessoas do seu tipo pensam. – Digo depois de conseguir soltar meu pulso da sua mão, ainda mantendo nossos olhares fixos um no outro. Queria ver qual seria sua reação perante as minhas palavras. – De certo você tem pais que não lhe dão atenção, sempre viveu cercado por empregados que atendem as suas ordens. Teve sempre tudo o que quis, menos a atenção de quem mais queria. – Seu olhar pareceu mudar de satisfeito para irritado. – E acabou que no colégio achou que seria igual, todos aos seus pés, atendendo aos seus mandados, pode ser que a maioria aja assim. Mas acredite, eles agem assim por medo do que você e seus amiguinhos podem fazer. Os jovens de hoje em dia ligam mais para os status, do que para o orgulho próprio. Então se você acha que eu vou fazer o que você desejar, pode parar de achar. Não ligo para os boatos que você espalhar, não ligo para as suas palavras ofensivas, não ligo para o seu jeito carente, a sua forma de chamar atenção das pessoas. E com certeza não ligo para você Park. – Agora eu praticamente cuspia as palavras em cima dele, aproximando mais o rosto para ver se o efeito de cada frase fazia algum impacto nele. Não era para eu ter me exaltado dessa forma, não gosto de machucar as pessoas verbalmente. Mas ele mereceu cada coisa dita.

 

– Devia parar de julgar a vida das pessoas assim. Você não sabe nada da minha vida! – Exclama raivosamente dando um passo para trás, como não me rebaixo a ninguém, fiquei no mesmo lugar e o encarei sem hesitar. – Seu... Seu... Bastardo de merda. – Rosna como um lobo raivoso, seus olhos queimavam em chamas, o efeito que a verdade causa nas pessoas é incrível. – Sabe o que você merece? Uma surra. – Outro passo à frente. Agora eu até conseguia sentir sua respiração, que estava pesada pela raiva, seu rosto avermelhado só me dava mais a impressão que eu tinha pegado em pontos pesados da sua vida. Na verdade, nem eram assim grande coisa. Mas jogados na casa doem no fundo do coração.

 

– Quer me bater? – Digo aproximando mais o rosto do dele, queria ver se ele iria aguentar a pressão. Nunca fui de provocar, mas agora eu quero alcançar seus limites... Até ultrapassa-los se for o caso. – Fique à vontade, isso só comprovará meu pensamento de que você é uma criancinha mimada, louca por atenção, que não consegue ficar longe dos holofotes. – Até senti meu nariz roçar no seu, nem me importei com isso, a vontade de provoca-lo tomou conta de mim. De repente seus olhos começaram a alternar os meus, ele deu um passo para trás. Parecia envergonhado com alguma coisa. Acho que a vontade dele de ir contra mim sumiu em segundos, isso é estranho.

 

– Melhor parar de me chamar de criancinha mimada, bebê. – Sorri convencido se recompondo dos segundos atrás, dessa vez é ele que sai andando, me deixando sem entender nada.

 

Park... Não me chame de bebê.

 

 

POV Park Jimin:

 

 

Deve estar se perguntando o motivo para aquela minha ação sem sentido. Irei explicar. Quando percebi, ele estava perto demais de mim, e acho que me senti pressionado na hora. A sua respiração estava quente, batendo no meu rosto, seu nariz até tinha encostado no meu. Ok, confesso, essa cena foi bastante gay. E nem sei porquê dei para trás, devia ter batido de frente com ele, assim ele veria que não deveria me irritar. Só sei que me senti mal quando ele disse aquelas coisas para mim, podiam até serem verdades, mas eu não precisava saber delas.

 

Já do lado de fora, sou recebido por meus amigos, Hyuna e as colegas dela. Todos pareciam confusos com meu atraso, acontece que todos os dias sou o primeiro a sair da sala. Odeio a escola.

 

– Por que demorou tanto sair? – Hyuna questiona jogando seu cabelo loiro para trás. Acho que isso foi uma tentativa de ser sexy, se eu estivesse bêbado, ou drogado, provavelmente acharia ela sensual. Um triste fato é que ela só serve para transar.

 

– Não te devo satisfações. – Rebato e todos ficaram em silêncio, ela em si pareceu querer me matar, notei isso pelo seu olhar mortal cravado em mim.

 

– Sabe que um dos jogadores de basquete estava me dando moral hoje, ele até pediu para ficar comigo. – Diz em outra tentativa, dessa vez de me fazer ciúmes. Sabe, até que eu queria sentir isso uma vez na vida... Mas não consigo. Não por ela.

 

– Sério? – Ela assente convencida. – Pode ir com ele, até me ajudaria a terminar esse namoro de fachada que eu não aguento mais. – Falo e ela arregala os olhos. Nunca fui de falar as coisas assim na sua cara, principalmente em público. Ela abriu a boca diversas vezes, mas em nenhuma delas disse alguma coisa. Acho que ela ficou meio pasma com o que eu disse. – Meu motorista está me esperando. – Mudo o assunto. – Até mais. – Digo sem muitas cerimonias, indo para o automóvel que me esperava. Entro nele e logo sinto o mesmo se movimentando.

 

Encosto a cabeça no vidro da janela do carro e pela primeira vez me pego navegando em meus pensamentos. A maioria sabe que meu relacionamento com Hyuna é apenas uma relação de fachada, mas nós nunca nos pronunciamos diante a isso. Sempre foi uma questão deixada no ar. E hoje me exaltei. Posso culpar aquele menino irritante, ele que me deixou enfurecido, e acabei descontando em Hyuna. A minha namorada. A garota que eu devia amar... Mas não é bem assim. Apenas sexo, é isso que se baseia nosso namoro. Eu sei, uma tristeza pensar assim.

 

Mesmo que não pareça, antes eu sonhava em um relacionamento amoroso. Que houvesse amor, paixão e o desejo mutuo, agora isso parece tão... Distante para mim. Parece que nunca terei isso na vida. Então tenho que passar a me acostumar com a notícia que nunca amarei alguém, mesmo assim não quero me casar com Hyuna. Já não suporto a mesma no colégio, imagina na mesma casa que eu. Sem dúvidas piraria em uma semana tendo que ouvir suas reclamações bobas de meninas na escola. Ela só sabe falar em como as outras garotas são feias, e ela é a única perfeita. A loira é tão malvada que conseguiu a expulsão de uma amiga dela, que a tinha de certa forma traído ela. Só porquê ela tinha conversado com a inimiga dela, uma coisa completamente fútil, mas quando ela põe uma coisa na cabeça, não tira por nada nesse mundo. Hyuna é o diabo em forma de gente.

 

A figura da minha casa ia ficando mais visível, até que o carro estaciona em frente a ela. Desço com a mochila nos ombros, caminho até a porta, a mesma já estava aberta, então apenas a empurro, entrando e jogando a mochila em um canto qualquer do salão principal. Depois alguém a guardaria. O cheiro da comida entrava pelas minhas narinas, levando-me imediatamente para a sala de jantar, meus pais estavam ali milagrosamente – eles sempre ficam fora, o dia todo – me sento e até coloco um sorriso no rosto por ter minha família reunida.

 

– Jimin, precisamos ter uma conversa. – A voz do meu pai se faz no ambiente que antes era silencioso.

 

– Diga.

 

– Como você sabe, a nossa empresa e a do pai de Hyuna está sempre fazendo negócios. E por isso vocês namoram, mas isso não está sendo mais tão eficaz como antes. – Junta as mãos em cima da mesa, me olhando. – Vocês precisam se casar. – Fala e eu quase me engasgo com o ar.

 

– O que? – Exclamo. – Você só pode estar louco. Não vou me casar com ela hoje e nem nunca. Já disse milhares de vezes isso, então é melhor tirar essa coisa da sua cabeça. Não sou um objeto para ser usado na hora que você quer, só para o seu benefício próprio. – Digo e ele parecia estar com raiva pela minha reação.

 

– Pare de ser uma criança Park Jimin. – Sua voz ficou mais grave. – É melhor se acostumar com o fato que Hyuna é o seu destino. E por que você não quer se casar com ela? Hyuna é uma ótima garota, além de ser linda e amável. O que te impede? O amor? Me poupe, o amor não levou ninguém a lugar nenhum. Cresça Jimin! – Exclamou a última frase fazendo meu corpo estremecer. Ele nunca disse coisas assim... Isso doeu mais do que quando JungKook disse aquelas palavras para mim.

 

– Licença. – Saio da mesa controlando as lágrimas que queriam sair dos meus olhos. Corro pelas escadas até chegar no meu quarto, tranco a porta atrás e já sinto meu rosto molhado pelas lágrimas que começaram a cair constantemente. O escuro do quarto fazia esse momento ainda mais solitário para mim, como se eu realmente estivesse sozinho agora e talvez para sempre. Não tenho nem a chance de escolher com quem quero casar, ou sobre o que quero fazer da vida.

 

Tudo culpa dos meus pais gananciosos que priorizam o dinheiro ao filho. Encostado a porta, abraçando os joelhos, era assim que eu me encontrava, enquanto soluçava pelo choro, e passava a mão pelo cabelo. Como fui chegar a esse ponto? Como pude deixar meus pais controlarem tudo assim? Eles não podem fazer da minha vida esse inferno para sempre.... Eles não possuem esse direito.

 

Eu odeio eles... Eu odeio muito eles.

 

 

Continua...


Notas Finais


Até mais!! <333


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