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História Past Lives - Chapter 7


Escrita por: MafeSweet

Notas do Autor


Heey babys!!
Demorei um pouquinho, mas cheguei haha'
Um capítulo só com a perspectiva do nosso ChimChim, espero que gostem ^^
Vamos lá...

Capítulo 7 - Chapter 7


Fanfic / Fanfiction Past Lives - Chapter 7

POV Park Jimin:

 

 

Para começo de conversa, a festa em si não foi uma ideia minha. Sim, Hyuna que planejou tudo assim que soube que meus pais não estariam em casa. Para ser sincero, não pensava que JungKook ousasse vir depois de tudo que me disse. Durante a semana o deixei em paz, no quesito de conversar com ele – ou pelo menos tentar manter um diálogo –, mas eu ainda o observava, eu via que sua forma de agir era peculiar. Não digo que ele é todo estranho, pois sei que no fundo ele é uma pessoa normal, só que usa uma máscara para esconder seus medos. Como todos nós. Em todas as aulas ele ficava quieto, olhando para o seu caderno, as vezes rabiscava algumas coisas, raras vezes o peguei prestando atenção de fato na aula. Nessas horas – sua atenção voltada ao professor – era até legal de se ver a forma que seus olhos brilhavam ao ouvir cada palavra do professor de ética. Seus fios negros caiam sobre o rosto, mesmo que fossem perfeitamente arrumados. Ah, uma coisa estranha sobre ele, são suas roupas. Sempre a mesma combinação de moletom e calça jeans. Será que esse é seu gosto? E por que eu me importo? Que droga!

 

Enfim. No dia que seria a festa, entrei em uma confusão própria, não sabia se ele iria ou não. E não sabia porque estava tão preocupado com isso, quando na verdade, eu deveria estar pouco me lixando para um garoto marrento como ele. Mas no momento que o vi no meio daquela multidão que dançava, me senti... feliz, um pouco feliz. Aquela sensação que te faz abrir um sorriso, nem se for um pequeno. Sem nem pensar duas vezes me aproximei dele. E JungKook estava diferente do habitual, cabelo bagunçado, roupas ousadas, e até sua forma de se comportar em público mudou. Ele estava dançando. Como se deixasse o corpo ser levado por cada batida daquela música. Ok, pode ter sido uma vingança da minha parte desafia-lo para beber, mas essa foi a única forma de o fazer beber. Estava curioso sobre como ele era bêbado. E bem... ele é diferente do normal.

 

Ele dançou e dançou. Brigou com Hyuna, uma novidade – notem a ironia – e sem nem que eu percebesse entrou na biblioteca dos meus pais. E antes que eu conseguisse tira-lo de lá, ele simplesmente caiu desmaiado no chão. Me recordo de pensar o quanto ele era fraco para bebidas, mas sem hesitar fui rapidamente até ele. Chamei seu nome inúmeras vezes em vão, já que ele estava totalmente adormecido. O joguei nos ombros e tive que levar seu corpo até meu quarto no andar de cima. O coloquei na cama e me sentei próximo dele, os primeiros minutos se passaram longos, e eu apenas o observava. Ele parecia navegar em um profundo sonho. Seu aspecto dormindo também era diferente, não era aquela expressão séria, era algo mais sereno e levo... talvez angelical? Acho que sim. Espera, estou assumindo que ele se parece com um anjo? Sem chances, ele está mais para um diabo da língua afiada.

 

Sai para buscar um copo de água e quando voltei ele estava despertando, provavelmente perdido na razão de estar ali. Trocamos algumas palavras, até que comecei a fazer cócegas nele. De primeira ele negou qualquer coisa e tentou me proibir, mas depois... vi seu sorriso e ouvi suas risadas pela primeira nessa semana. E foi quase mágico. Sua gargalhada foi música para meus ouvidos, nos primeiros segundos de riso senti meu coração se acalmar e uma sensação de êxtase dominar meu corpo. O que está acontecendo comigo ultimamente?

 

– Você sorriu e riu pela primeira vez comigo. – Falei meio desacreditado em tal ação da sua parte. – Foi fofo. Muito fofo. – Confessei sem nem prestar atenção nas minhas palavras. Isso que dá ser impulsivo.

 

– Não Park, eu ri pela primeira vez em dois anos. – Disse e eu fiquei sem fala. Então quer dizer que fui praticamente o motivo para ele abrir sua boca para soltar aquelas gargalhadas fofas de serem ouvidas? Ok, confesso que agora me senti importante. Mas parece que logo depois de dizer isso, arrependeu-se fazendo um barulho com a garganta, como se a limpasse para diminuir a tensão que de repente ficou entre nós. – Não fiquei muito tempo dormindo, não é? – Pergunta e eu nego com a cabeça.

 

– Uns trinta minutos. – Respondo e ele coloca os pés no chão e se levanta dando um leve suspiro. Ele já ia caminhando até a porta quando também me levantei.

 

– Onde vai? – Nem sei porque perguntei isso. O que ele fosse fazer era da sua própria conta.

 

– Já fez o suficiente por mim Park. Daqui para frente eu me viro. – Fala voltando ao seu tom normal de todos os dias, logo se virando e saindo do quarto, me deixando com a maior cara de tacho de todos os tempos.

 

Esperei alguns minutos e também sai do quarto, desci as escadas e adentrei novamente o salão que ainda estava lotado de pessoas que dançavam animadamente. Passei meus olhos pelo local, e mesmo que eu tentasse falar para mim mesmo que não estava procurando por ele... eu estava. Agora que descobri o efeito que uma risada dele pode ter sobre mim, me faz querer apenas descobrir mais e mais sobre ele. Jeon JungKook, um garoto que entrou esse ano no meu colégio, um olhar misterioso, segredos que guarda a sete chaves, uma língua afiada que ele usa muito bem em situações de pressão, não age com impulso, não grita, não parece se estressar, não se importa com as pessoas ao seu redor. Quem é você Kookie-ah? Essa pergunta anda rondado minha cabeça a semana inteira.

 

– Amor, vem dançar comigo. – Hyuna chega em mim sussurrando ao meu ouvido. Pelo seu hálito, já devia estar bêbada, sei que no final daquilo transaríamos ou eu a levaria para casa. Ela não raciocina direito bêbada, mas hoje... não estou afim de fazer nenhuma dessas coisas com ela. De repente perdi meu interesse em seu belo corpo.

 

– Ei. – Cutuquei a sua amiga, a mesma se virou com um sorrisinho para mim. Sim, já dormi com ela. Não me culpe, sou homem, e tenho minhas necessidades acima de Hyuna. – Leva ela para casa. – Coloco a loira em seus braços. – Obrigada querida. – Pisquei o olho e ela pareceu realizada. Hyuna nem sabia onde estava mais, e com certeza não viu aquele meu ato de traição. Ainda bem.

 

– Cara, onde você estava? – Namjoon apareceu colocando o braço sobre meus ombros. Outro bêbado.

 

– Não interessa. – Tiro seu braço do meu ombro e o jogo sobre Jin que o pegou meio desajeitado. – Cuida do seu homem, princesa. – Falo e ele me manda o dedo do meio. – Que feio, princesa. – Digo o seu apelido e saio dali rapidamente antes de apanhar.

 

Vaguei outra vez pelo lugar até conseguir ver JungKook, ele estava próximo a outro adolescente que beijava uma garota, ok, ver JungKook de vela é engraçado. Ele olhava para tudo, menos para os dois que pareciam querer se comer. Uma ótima oportunidade para tirar proveito da situação a minha frente.

 

– Gostando de ser a vela? – Pergunto me aproximando dele, o mesmo me olhou e revirou os olhos. Já estou me acostumando a ser tratado assim por ele, e isso me assusta... nunca gostei de ser tratado assim, e se fosse em outra situação ou outra pessoa, provavelmente ficaria puto. Por que com ele não?

 

– Sai daqui Park. – Fala ele e eu me encosto no balcão de bebidas assim como ele.

 

– Bem, a casa é minha, então quem deveria sair é você, e não eu. – Falo para tentar provoca-lo.

 

– Não posso ir embora sozinho. – Fala e eu arqueio a sobrancelha curioso.

 

– Está esperando alguém? – Pergunto.

 

– Não estou aqui à toa. – Diz referindo-se ao casal que se beijava ferozmente ao nosso lado.

 

– Seus parentes? – Pergunto e ele nega com a cabeça.

 

– Ele é meu primo. – Responde e eu assinto entendendo a situação.

 

Como a vida é uma verdadeira pregadora de peças. Enquanto um é mais isolado, na sua, o outro parece ser completamente diferente, um dos poucos nessa festa que conseguiu conquistar uma das líderes de torcida que até hoje apenas os jogadores de basquete conseguiram.

 

– Quer sair daqui? – Pergunto no impulso, tudo bem que sou impulsivo, mas isso só piora perto desse garoto.

 

– E ir aonde? – Rebate.

 

– Garanto que será melhor do que ficar de vela para o seu primo. Deixe ele aproveitar a festa. – Falo e ele parece pensar por alguns segundos rápidos. Como sempre, seus olhos passam a informação de que ele pensou mais de mil coisas nesses poucos segundos. As chances de eu ganhar um belo ‘’não’’ era grande.

 

– Tudo bem. – Disse e eu quase não acreditei, o sorriso no meu rosto se abriu quase por vontade própria. Eu fiquei feliz por causa de um garoto que eu nem se quer conheço direito aceitou fazer alguma coisa comigo. Sou mesmo um idiota nato.

 

– Vem. – Começo a caminhar para fora da casa, ando um pouco pela rua até achar minha moto, fazia um tempo que não andava nela. – Toma. – Estendo um capacete para ele, o mesmo o olha e depois volta o olhar para mim.

 

– Andar de moto com você não me parece uma boa ideia. – Ele parecia hesitante. Não parecia com medo, mas algo tinha ali. E eu não sei se é bom ou ruim.

 

– Sou um bom motorista, posso garantir. Agora coloca esse capacete e sobe, vou fazer essa sua dor de cabeça passar rapidinho. – Falo já subindo na moto, ele pega o capacete bufando e o coloca, faço o mesmo e espero ele montar na moto. – Se segura para não cair. – Aviso e como pensei, ele nem se quer se mexeu para se apoiar em mim, então meio que aproveitei a situação e acelerei a moto, o fazendo laçar seus braços na minha cintura de imediato.

 

Seu toque foi uma surpresa para mim, mesmo que eu estivesse com uma blusa, senti como se suas mãos queimassem na minha cintura. Pensei que ele fosse frio, mas na verdade, ele era extremamente quente. Ele tentou recuar os braços, então acelerei mais ainda para que seus braços continuassem ali. Acho que todos que viram aquela cena, provavelmente pensaram que fossemos um casal, e eu não posso culpa-los por isso. Mas não me importo com as aparências, pelo menos não essa noite. Dirigi por mais alguns quilômetros, a adrenalina presente em minhas veias parecia ser maior que normalmente, talvez por estar com JungKook, ele me faz sentir diferente. Como se com ele eu pudesse ser mais eu, só que ainda tenho receio sobre isso. A minha verdadeira personalidade é frágil, não confiante, tudo que as pessoas não pensam sobre mim. Por isso mantenho essa pose de forte, badboy... no fundo tudo é uma grande mentira.

 

– Me trouxe no Obelisco? – Pergunta ele ao tirar o capacete e descer da moto. Faço o mesmo.

 

– Exato.

 

– Como vamos entrar a essa hora?

 

– Meu pai é alguém importante Kookie-ah, posso entrar facilmente nesse tipo de lugar. – Falo já caminhando para a porta de entrada.

 

Entrei com ele, passamos pelos seguranças, apenas mostrei um crachá que me dava passe livre pelo lugar. Entramos no elevador, e fomos direto para o topo do Obelisco. Assim que chegamos, já senti a pressão da altura. A paisagem ficava deslumbrante vista de cima, algo realmente lindo criado pelo homem.

 

– Por que me trouxe aqui? Queria exibir que tinha passe livre para vir até aqui? – Suas palavras soaram meio grossas para mim, mas apenas suspirei me apoiando ao para peito.

 

– Você tem uma péssima imagem de mim JungKook. – Falo e ele se escora no para peito como eu. – O que posso fazer, essa é a imagem que passo para as pessoas em geral. – Solto um pequeno riso que chegou a ser triste. Eu não queria ser assim. As vezes dói saber que na verdade, as pessoas só conhecem a pessoa externa que você é, e não a interna que luta para sair, e eu a prendo brutalmente.

 

– Não o vejo tão ruim assim. – Diz com os olhos fixos na paisagem a nossa frente, seus cabelos eram levados pela brisa que batia em nós. – Como falo, você apenas usa essa máscara para se esconder do mundo. Todos usamos essas máscaras. Sei como dói se sentir assim, como se não fosse você realmente, como se... matássemos a nossa verdadeira identidade. – Fala como se soubesse exatamente pelo o que estou passando. Ah JungKook, você é um verdadeiro mistério.

 

– Você também é assim? – Pergunto e ele assente.

 

– Eu não era, mas as coisas mudam. O tempo muda todo mundo. – Fala e foi nesse exato momento que eu vi a tristeza no brilho dos seus olhos, como pensei, ele já passou por coisas tristes, que apenas ele sabe a dor. Mas não irei questiona-lo sobre isso, pelo menos não agora. Não é a hora certa para isso.

 

– Quando eu me sinto triste, ou quero ficar sozinho, venho aqui. A paisagem me acalma, o vento em tranquiliza, e as luzes da cidade parecem conseguir clarear melhor as minhas ideias. Me faz bem vir aqui. – Falo e ele me olha, parecia observar cada traço do meu rosto que agora estava virado para a cidade, mas subi meu olhar para o céu estrelado a cima de nós. – Gosta das estrelas Kookie-ah? – Seu apelido não está saindo tanto como uma forma de provocação, parece que o tal apelido realmente grudou no meu dialeto de agora em diante.

 

– Claro. Elas são únicas. – Responde e eu assinto concordando. – Mas não acho que podemos compara-las com as pessoas. As estrelas possuem um brilho inabalável, e seria quase uma ofensa dizer que as pessoas brilham como elas. – Diz com sua razão de sempre. E era verdade. – Até um tempo atrás, eu acreditava que nada no mundo poderia ter esse brilho... então conheci o seu olhar, e ele me pareceu até mais brilhante que essas estrelas. – Disse ao olhar para mim. Confesso ficar sem palavras para conseguir me expressar no momento. Sua expressão agora era serena, leve e angelical. Fiquei envergonhado ao ouvir suas palavras, então voltei a atenção para o céu escuro, coberto pelos mais belos diamantes.

 

– Outro fato interessante sobre elas, é que as mesmas podem estar mortas, e mesmo assim brilham escandalosamente sobre nós. – Falo e escuto seu breve suspiro de concordância.

 

– Isso só prova que no final de tudo, as estrelas estão no passado, e mesmo que todos estejamos no presente, ainda conseguimos vê-las. Um tanto curioso, não é? – Questiona.

 

– Tem razão. – Concordo.

 

Tem uma conversa profunda assim com as pessoas é algo constrangedor, mas ouvindo JungKook falar coisas desse gênero, é até tranquilizador para meus ouvidos. Outra coisa a confessar, suas conversas podem ser boas ao ponto de me prender por completo em cada palavra que sai da sua boca. Na maioria dos casos, demoro muito para fazer amizades, por exemplo Namjoon, antes eu pensava que ele era um chato, idiota, essas coisas, mas com o tempo vi que na verdade, ele era bem parecido comigo, só muda o fato dele ser mais resolvido com as suas coisas. Ele não usa máscaras como eu. Admiro essa sua habilidade. Talvez Jin, o seu amor, pode ter mudado isso nele. Será uma paixão verdadeira realmente muda as pessoas?

 

– Realmente me enganei em relação a você Park. Você não é uma pessoa ruim. – Diz depois de um período de silêncio.

 

– Por que acha isso? – Arqueio a sobrancelha. Por toda essa semana carreguei o pensamento que ele me odiava por inteiro, e agora ele vem falando que afinal, não sou tão ruim assim. Ok, ele pode ser bipolar ou algo do tipo.

 

– Pessoas ruins não param a porcaria das suas vidas para observar as estrelas. – Diz e eu noto que o que ele disse foi quase um elogio vindo dele, no fim, ele não discutiu comigo, ou me chamou de playboy mimado pelos pais. Acho que isso é bom. Por que é bom? Também não sei.

 

– E você para sua vida para observa-las? – Pergunto.

 

– Sabe como é difícil ver as estrelas em uma cidade grande, elas parecem não se iluminarem tanto como vistas daqui de cima. – Responde com os olhos tomados por aquele brilho contagiante, eu tinha vontade de sorrir só de fitar seus olhos escuros. Outra coisa estranha. - Acho melhor irmos, já faz tempo que estamos aqui. – Diz parecendo ter se arrependido de ter vindo até ali comigo, sua expressão tinha até mudado para uma mais séria, a de sempre. Ele já ia caminhando de volta ao elevador, mas seguro seu pulso, o fazendo parar de andar de imediato.

 

– O que houve? – Pergunto e ele engole em seco, como se não quisesse me responder verdadeiramente, no fundo ele não queria ser sincero comigo. Posso entende-lo, as vezes queremos apenas guardar nossos segredos para nós mesmos... mas a curiosidade estava encarnada em mim naquele instante. – Kookie-ah, o que houve? – Repito a pergunta só que usando seu apelido, na mesma hora ele tirou seu pulso da minha mão de forma brusca, e me olhou com os olhos assustados.

 

– Park, não me chame mais assim. Não gosto desse apelido. – Fala e volta a andar em passos pesados e diretos até o elevador. Bufei e fui atrás dele, descemos pelo elevador até estarmos novamente no térreo do Obelisco.

 

– Toma. – O estendo o capacete da moto.

 

– Acho melhor eu chamar um táxi. – Diz com os olhos fixos no seu celular, para falar a verdade, ele nem estava mexendo em nada, só entrava em aplicativos e saia. Típica coisa que pessoas envergonhadas ou tímidas usam. Mas ele não é tímido, então... ah sim, ele pode estar envergonhado depois daquela conversa que tivemos. Ele não é de se abrir. JungKook pode ter se assustado tanto quanto eu.

 

– Seu primo está lá em casa ainda, não acha melhor ir comigo, e chamar o táxi para vocês dois? – Ele assente meio hesitante, mas já colocando o capacete e subindo na moto antes de eu. Solto um riso soprado com o capacete já na cabeça. Subo na frente e acelero a moto, dessa vez não importou o quanto eu acelerei, ele nem ousou tocar em mim. E isso... me deixou angustiado. Como se depois de sentir seu aperto ao redor da minha cintura, nada fosse capaz de me dar a mesma sensação.

 

O caminho foi o mesmo, e a minha casa ainda possuía algumas pessoas, nem todos tinham ido embora. Estacionei a moto a alguns metros da entrada da minha casa, ninguém podia ver nós dois ali, os boatos voariam rapidamente pela escola. Seria um completo inferno. Desço da moto, recolho ambos capacetes, os guardando no compartimento da própria moto. JungKook não pronunciou nenhuma palavra durante nosso pequeno caminho até a casa, meus amigos estavam reunidos em um pequeno grupo no jardim. Hyuna também estava lá, e eu torci para que não houvesse outra discussão, só falta sair faíscas desses dois quando se trombam.

 

– Anão, onde você estava? Estávamos te procurando. – Taehyung pergunta ao lado do namorado, logo olhando para JungKook que caminhava ao meu lado olhando diretamente para a grama. Não queria ser questionado. Ele definitivamente não conhece meu amigo curioso. – Ah, estava com o JungKook? – Arqueia a sobrancelha e eu abro a boca algumas vezes antes de formular uma mentira que pelo menos parecesse verdade.

 

– Sim, descobri que ele gosta de motos, e como a festa estava chata, fui mostrar a minha a ele. – Disse tentando passar veridicidade.

 

– Então o garoto que gosta de livros obscuros, também curte motos? – A pergunta foi retórica, porém Taehyung olhava para JungKook que levantou a cabeça com aquela expressão normal de sempre, séria.

 

– É. – Afirma concretizando a mentira.

 

– Por que foi mostrar a sua moto a esse idiota? – Hyuna segurou no meu braço, fazendo uma cara feia.

 

– E por que você não foi embora ainda? – Rebato e ela bufa.

 

– Você não manda em mim. – Faz birra.

 

– Mas posso muito bem ligar para o seu pai e dizer que a filhinha dele está alcoolizada. Qual seria a reação dele? – Falo e ela parece ficar até branca só de pensar na possibilidade de eu realmente falar isso ao seu pai.

 

– Vocês são patéticos. – JungKook resmunga em um tom audível para todos ali, percebo que Hyuna o olhou no mesmo instante. Que ótimo, vamos a outra discussão entre esses dois esquentadinhos.

 

– O único patético aqui é você, não percebeu que ninguém te quer aqui garoto?! – Hyuna aproxima dele já com um tom mais alto de voz. JungKook a encara com seus olhos ardentes, parecia que a qualquer hora iriam sair chamas de fogo dali. Foi assustador. O que há com ele?

 

– E eles te querem aqui? – Seu tom era suave, o de sempre eu diria, mas ele tinha um pingo de ironia na voz. – Devia observar as coisas ao seu redor Hyuna. Bom, já que adora tanto discutir comigo, vou dizer tudo que você ainda não percebeu. – Avançou um passo e eu percebi a loira se assustar com isso. JungKook parecia estar farto de todas as vezes Hyuna querer brigar com ele, mas... estou com medo do que ele pode dizer a ela, porém não intervi. Ninguém interviu. – Você é a típica patricinha de colégio, e isso eu já te disse. Tem meninas que você acha que te bajulam, mas no fundo elas te odeiam mais que tudo. Todos te acham linda, fotos suas devem circular por vários celulares, e sabe o que eles comentam? Sobre seu corpo, todos acham que você é apenas um objeto sexual, sem cérebro. Os amigos do seu namorado não gostam de você só pelo olhar de cada um, puro desgosto, devem se perguntar o motivo dele estar com uma pessoa tão vazia como você. Não sei como ainda não percebeu todas as garotas que transam com Park, a maioria se dizem suas amigas, e no fim só querem ser a nova namorada dele. Um conselho Hyuna, se não melhorar a sua personalidade, ou parar de bancar a rainha do colégio, logo perderá todos próximos a você. Apenas uma dica. – Fala cada palavra sendo o mais direto possível, e na parte do ‘’transar com as suas amigas’’ eu quase voei em cima dele para que calasse a porra da boca. Mas meu corpo tinha congelado ao ouvir cada palavra sua, e mesmo assim ele parecia ter mais coisas a falar.

 

– Cala a boca! – A loira grita estalando sua mão em uma das partes do rosto de JungKook, que apenas virou o rosto um pouco, seus fios negros cobriram um pouco do seu rosto, e nesse momento ele pareceu um psicopata frio que não se importou, na verdade, parece que o tapa forte em seu rosto não foi nada. Todos ficaram espantados, com o tapa e as palavras rígidas. – Seu idiota! – Grita outra vez na intenção de agredir JungKook, sorte que fui mais rápido ao segurar sua cintura, a impedindo de qualquer coisa. – Me larga! – Gritava enquanto JungKook caminhava para dentro de casa. Ele tem alguma distorção de personalidade? Uma hora sereno, e a outra agressivo e frio.

 

– Olha, eu sei que não devia falar isso, mas... ele disse tudo o que eu queria dizer a anos. – Taehyung comenta após uma amiga de Hyuna a levar a força para sua própria casa. O fuzilei com o olhar. – O que foi? Só tá assim porque ele sabe das suas transas sem futuro. – Revira os olhos e eu bufo. Era verdade, mas se Deus quiser, ela vai esquecer do que ouviu até segunda. Se não eu que me ferro.

 

– Ele realmente é bem sincero. – Namjoon diz após pensar um pouco. – E frio pelo sinal, não fez nada depois de levar um tapa daqueles na cara.

 

– Ele faria o que? Bateria nela? – Jin parecia irônico.

 

– Pelo menos se afastaria, ou seguraria a mão dela. Se ela lembrar disso tudo, com certeza não vai deixar JungKook em paz. – Namjoon fala e eu assinto concordando.

 

– Sabiam que ele tem um primo? Um tal de Yoongi. – Falo e todos pareciam estar com a boca aberta.

 

– Mentira! – Taehyung exclama não acreditando. – Parece que a família tem o lado claro e o lado escuro. E já sabemos qual deles pertencem a cada uma dessas categorias. Pelo o que eu ouvi, esse Yoongi é um galinha nato, já passou o rodo em um monte de meninas, principalmente nessa festa. – Conta o que sabe e eu fico pensativo. Se JungKook convive com seu primo, deveria pelo menos ter uma personalidade mais leve, menos séria e até riria mais. Agora sinto como se precisasse do seu sorriso, e da sua risada para sentir meu coração mais sereno. Ok, vamos parar por aqui, o efeito daquelas bebidas, devem estar afetando meu raciocínio.

 

– Não quer dizer que só porque são da mesma família, que ambos, tem que ser iguais. – Falo e todos me olham. – O que?

 

– Nada, só acho que você está obcecado por esse garoto. – Jin fala e eu o fuzilo com o olhar. – É verdade, Jimin, você nunca foi o tipo de pessoa que se preocupou com os outros, no máximo seus amigos. E de repente você tira tempo para discutir com JungKook, e até mostrar a sua moto a ele. O que está havendo? – Ele ia falando e eu engolia em seco. Qual o meu problema? Estou deixando na cara que... que o que? Que estou querendo me aproximar de um menino marrento que pode ter acabado com meu relacionamento. E isso não seria ruim, mas eu estou completamente confuso. Isso sim é um problema.

 

– Nada. – Digo rígido.

 

Realmente espero que não seja nada.

 

 

(...)

 

 

Outro sonho cercava minha cabeça. Meus olhos viam a minha figura e a de JungKook, ambos deitados na grama, parecia ser em um campo aberto no meio de um bosque. Um lugar escondido. Eles observavam as estrelas, e isso de certa forma me lembrou mais cedo. E parecia muito uma lembrança que minha cabeça queria que eu lembrasse. Estranho.

 

– Olha aquela estrela, a mais brilhante... parece você. – A minha figura apontou para uma delas, realmente a mais brilhante de todas. JungKook sorriu.

 

– Aquela ali parece com você. – JungKook também ergueu a mão. – Pequena e mesmo assim possui um brilho incrível. – Fala e a minha figura faz biquinho. Espera, eu não faço biquinho. De fato, o Jimin desses sonhos é um homem demasiado inocente, e sensível.

 

– Não me chama de pequeno. – Faz birra.

 

– Ué, mas você é pequeno. Meu pequeno. – JungKook rouba um selinho da minha figura. – Eu te amo. – Enche o rosto da minha pessoa de beijos, enquanto o outro ri com as mãos no cabelo de JungKook. Estou envergonhado de ver essa cena fofa que de forma alguma se repetiria na vida real. Claro, sou hétero afinal.

 

– Você já disse isso... muitas vezes. – Minha figura brinca.

 

– E vou dizer mais outras vezes. Acostume-se. – Fala e volta a se deitar ao lado da minha pessoa, com um sorriso sincero no rosto. Aquele mesmo sorriso que mais cedo tive a sorte de ver, e agora aquela imagem não vai sair da minha cabeça tão cedo. E eu não sei porque isso está acontecendo.

 

– Também te amo Kookie-ah. – Ele diz e no mesmo minha visão se escurece, e quando menos imagino, acordo assustado na minha cama, sentando e passando as mãos pelo rosto. A realidade parece se misturar a esses sonhos ilusionistas.

 

– O que está acontecendo comigo? – Pergunto em sussurros para mim mesmo. – Por que sonho esses sonhos com ele? – Outra pergunta. Para uma resposta que eu já sei qual é faz tempo.

 

Eu não sei.

 

 

 

Continua....


Notas Finais


Até mais!! <333


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