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História Pathology - Capítulo Único


Escrita por: only_army

Notas do Autor


"Tia Amy escrevendo uma puta duma one shot depressiva? O que aconteceu??"
Oi floquinhos, antes que vocês leiam essa fic da qual é mais um surto, quero explicar o que aconteceu e como sempre, contar como a fanfic nasceu, amo mostrar esse lado à vocês.
Entre as milhares de horas que perco lendo demian, crime e castigo, o morro dos ventos uivantes e pensando em minha vida, tive um pequeno ataque nervoso, sempre que isso acontece( o que não era tão comum ) acabo escrevendo algo, no começo, essa oneshot era somente mais uma aba em minhas notas do celular sobre as patologias que estou estudando, de uma hora para outra ela se transformou na vida de um personagem e no fim, virou esta oneshot.
Decidi postar ela somente para mostrar duas coisas, uma é que pessoas como nós, ficwritters, também temos um leque aberto à vários temas. Também gostaria de mostrar um pouco mais sobre como vejo o mundo e me pego questionando tudo e todos à minha volta.
Boa leitura a todos.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Pathology - Capítulo Único

Existem mais de um milhão de doenças, infecções, tumores, erros cromossômicos, traumas e transtornos no mundo todo, o número exato sempre seria desconhecido desde um simples estudante até o melhor médico do universo, entre esse número infinito existem sete porções.

A primeira porção são as de patologias comuns das quais qualquer ser humano já teve ou está sendo reservatório neste mesmo momento, a segunda e não tão comum mostra que, segundo seu sangue ou até mesmo seu DNA, você está vulnerável.

Em terceiro lugar temos a porção criada da qual você mesmo causa, sim, você pode causar uma doença em si mesmo desde usando remédios aderentes à órgãos ou por outros fatores, o quarto lugar fica com a porção mais triste, a que não podemos evitar, onde você nasce e sabe que será morto por aquela coisa, não é correto tratar a quinta porção como a pior já que você nem estaria aqui se a tivesse, sim, existem patologias que te renegam à vida, doenças que te criam para a morte.

A sexta porção são dadas à patologias desconhecidas da qual ira te matar sem ao menos ser tratada, como a sétima porção, à que acontece sem aviso prévio, lhe dando uma alta celestial em segundos!

Até hoje tratamos esse infinito em sete partes mas é claro para todos dois fatos nesse número sem valor total, existem mais de sete parcelas e toda patologia te levará à uma alta celestial, mesmo aquela tão conhecida virose pode encerrar seu trabalho na terra se não controlada.

Não, isto não é uma propaganda sobre vacinações ou algum programa de prevenção à doenças, isso é somente uma introdução sobre mim.

Onde me encaixo nisso tudo? Bem, não sei dizer, talvez em tudo, talvez em nada.

Não sou médico, nem tenho idade para isso, não passei minha vida toda como Darwin, estudando a origem de tudo que hoje vemos, não sou um expert em doenças, sou a maior cobaia delas.

Diagnósticos? Impossíveis para meu organismo, é como se em um dia comum enquanto estudo minha visão fosse tomada por pequenos instantes, minhas mãos sofressem uma confusão de descargas elétricas, meu corpo mesmo imóvel continuasse vivo a não ser por breves órgãos dos quais eu conseguia sentir a pausa, os dentes se chocavam uns nos outros como em desenhos animados onde o tema é neve, meu corpo pegava fogo de dentro para fora e nenhum músculo se mexia para acalmar as sensações ruins.

Após isso, todo meu SNC* para por instantes como uma CPU após resfriamento, reiniciando todo o processo de forma correta, enquanto as máquinas faziam esse processo em instantes, eu, Kim Seokjin, a máquina de problemas, se reiniciava em horas.

Não sei quando tudo começou mas segundo os médicos, sou incompatível à vida, tudo em meu organismo está com erros, era totalmente impossível viver mas eu vivia, continuava sendo a cobaia mais conhecida do hospital geral.

Talvez por isso minha vida se estendia aos vinte e dois anos, estou aqui para mostrar aos médicos futuras patologias.

Teria eu uma patologia ou milhões? Isso nunca soube responder mas sobre ele, isso tudo eu poderia responder, se Min Yoongi fosse uma prova de pré vestibular, minha nota máxima estaria garantida.

Enquanto meu corpo perdia sangue novamente para mais exames, Yoongi fazia o mesmo à minha frente. 

Min Yoongi, diagnosticado como a salvação do próprio irmão, o sangue escarlate que completava aquela e outras sete bolsas que seriam injetadas no corpo frágil do irmão, passaria por todas as veias e vasos do garoto, indo desde o coração até rins, pulmões e pele, o que o corpo debilitado do jovem não produzidas, Min Yoongi o fazia.

Não tinha mais de vinte anos e cuidava do irmão como se fosse o único membro de sua família,estudamos à anos na mesma escola até que fui obrigado sair da sala carregado para nunca mais voltar, tudo o que sei sobre si por sorte, fora dito pelo mesmo.

Yoongi sorri para mim as vezes, ainda mais enquanto comenta algo sobre as transfusões, segundo o garoto, era como se retirassem toda sua energia, e talvez até fosse, Min Yoongi era expert em dormir durante o processo.

Sempre o observo dormir mesmo que de longe, não vivo nesse hospital se é o que acham,minha casa é extremamente perto do pronto socorro.

Yoongi passava quase seu mês todo naquele lugar até o dia que perguntei à meus pais se o garoto não poderia passar as noites no quarto de hóspedes.

Uma curiosidade, sou uma peça de teste tão rara no mercado de corpos doentes que os donos desses cromossomos defeituosos a.k.a. meus pais, fazem tudo o que peço.

Infelizmente o mesmo não se aplica à Min Yoongi, travei a terceira guerra mundial para conseguir carregar, não no sentido literal, o garoto para meu lar remédio lar.

Yoongi parecia assustado quando pisou entre meu solo pela primeira vez, era como se ele tivesse saído de uma UTI onde seu irmão estava para ficar num laboratório de farmacologia, quando digo lar remédio lar invés de lar doce lar, não é mera coincidência.

Meu monólogo sobre o quão é interessante Min Yoongi é se inicia com a simples afirmação de que, antes dele, eu me via como uma pessoa normal, meus pais diziam sempre que, mesmo com aquela expectativa de vida mínima, eu era um ser humano normal como todos os outros, após ver e estudar Yoongi, notei que não sou correto mesmo para esse mundo, meu único desejo era ser como ele, ser humano de verdade por um dia.

Existem doenças piores do que as benditas que me invadiram, como por exemplo nascer com ossos de vidro, eu posso andar, raramente correr, é claro que alguma veia pode se eclodir durante o percurso mas, era meio liberado, não reclamo do que sou, talvez agora seja somente a depressão falando por mim, estou vivo mas sou incompatível. 

Incompatibilidade é um sinônimo tão amplo quanto os medicamentos que tomo, você pode ser incompatível entre um emprego, incompatível numa roda de amigos, o fato de ser incompatível ou melhor dizendo, diferente, é que a sociedade como um todo possui um tipo como o seu bom, aquele tal esterótipo, eu, Seokjin, sou incompatível porque minhas células se criam de forma errada? Pelo fato de minha medula não ser a melhor produtora de ferro do mundo? Isso é errado! Taxas são erradas, porque sou incomum? Continuo vivo não é mesmo?

Porque virei o assunto principal outra vez sendo que estou entre meu discurso de amor e ódio por Min Yoongi? 

Yoongi tomou o lugar de um irmão mais novo para meus pais e também para mim, o mesmo viveu um ano conosco e dizer que sua estadia somente me trazia paz era mentir descaradamente!

Tudo que é bom tem um lado ruim, aprendi isso lendo um livro, o que não é novidade já que não posso ir à escola, todo o meio de pesquisa e conhecimento que tenho acesso se chama biblioteca da cidade, não confio em resumos de internet, não quero ler o que o desconhecido viu em tal tema, quero entender o que o autor, mesmo vários já tendo alta celestial, sentiu para criar a obra, tentar entender o significado das coisas é o que mais gosto fora observar Yoongi, passo horas o fazendo.

Voltando à nosso querido personagem principal, Yoongi é a mistura da paz com inferno, há dias em que ele batia em meu quarto, perguntando se estou bem e mostrando interesse na minha última leitura mas, também haviam noites em que me via preocupado só por fitar o relógio de pulso e me recordar que o garoto não estava em casa.

Casa, sim, esta era a casa de Min Yoongi, era seu abrigo e conforto até a data que decidi saciar meus desejos.

Como a citação de meu livro favorito, me manchei e fiz o mesmo com o outro, quando seus lábios finos tocaram os meus e pela primeira vez senti o gosto típico do álcool por minha língua eu o manchei, por sorte minhas patologias eram impossíveis de se transmitir e não estraguei a vida do outro dessa forma, a metáfora de tinta era mais profunda que isso, tudo o que possuía cor poderia se fundir e manchar o próximo, naquela noite ,entre os lençóis do quarto de hóspedes, fui manchado por seu tom amarronzado, aqueles dos quais marcaram meu corpo com cuidado, nunca pude imaginar que algo tão bom iria desencadear um problema tão sério.

Se a viagem no tempo fosse permitida, o meu ódio pelas preocupações que Yoongi me causava seria maior que o amor,transformaria a melhor noite de minha vida num borrão esquecido, nunca teria ido para o CTI com arritmia e espasmos musculares, as cores que manchariam a pele de Yoongi não seriam a de seu precioso sangue escarlate do qual era tão especial, nunca teria sido obrigado a viver longe de si outra vez.

Pensar no amor é uma das coisas que mais faço agora sem saber, esse sentimento era como o descrito tão doce mas tão ruim, como eu poderia pensar que o garoto de minha escola seria o único que sussurraria para mim que sou normal, meus pais me faziam crer em algo que nem os mesmos faziam, sabiam que normal era à última coisa que eu seria, Min Yoongi, aquele pequeno homem fora quem mostrou para mim o que é ser normal.

Se estou bem? Por incrível que pareça, não, nem digo isso de minha saúde da qual me iludi por toda a vida achando que duraria como à de outros, não estou bem pois Yoongi fazia falta.

Continuei sendo a peça rara de meus pais e tendo tudo o que peço, o diferencial é que na época, o que realmente queria, não podiam me dar.

O irmão de Yoongi, pelo que soube, desistiu de lutar por si mesmo, estava então num lugar sem sofrimento, era a única forma do garoto pausar sua dor junto da do outro, pode ser a coisa mais incorreta do mundo mas, tenho saudade dos dias que Yoongi me encarava durante transfusões,  sentia falta de suas perguntas sobre minhas patologias, a forma como ele segurava minhas mãos com uma leveza que nunca imaginei vir de si, suas órbitas brilhavam enquanto meus dedos levemente tortos acariciavam seu rosto.

Será que sentes falta de mim? Essa frase me rondou durante meses, se fechar os olhos para uns significa relaxar, para mim não passa de uma tortura.

Crises? Tão comuns que me mudei para o hospital, todas as manhãs, mais de quinze estagiários me rodeavam a maca, faziam milhares de perguntas e saiam,me largando novamente em meu pesadelo.

Pesadelos? Não preciso dormir para obtê los, viver -se isso é vida- para mim, já era um inferno.

Numa manhã qualquer a porta fora aberta, meu costume de visitas médicas era tão previsível que não movi meu corpo, fingindo assim um cochilo, fui bobo e notei isso quando os dedos frios de Min Yoongi tocaram meu rosto.

Seria ridículo dizer que somos como casais típicos de filmes sobre câncer já que nem ele nem eu tínhamos a doença, meu corpo abriga 34 problemas e nenhum se chama tumor maligno.

Ele chorava, eu sabia o porque mas não me importei, sorri para o dono dos meus melhores instantes de vida e segurei forte sua mão, pedindo que parasse com as lágrimas.

Nunca vou esquecer aquela data, muito menos dos quatrocentos e noventa e dois segundos que passamos somente observando um ao outro, como fazíamos escondidos, ah meu Yoongie, se pudesse prever os acontecidos,nunca deixaria meu próprio antecessor marcar sua pele como fora feito, nunca estragaria sua vida como irei fazer daqui dias, se isso é amar, se é necessário sofrer para ter algo desse sentimento, me recuso a te dá-lo.

Escrevi essa carta com um simples objetivo Yoongi, demonstrar o quão importante você foi para mim, creio que me perdi ao meio de tudo mas quando seus dedos doem ao escrever uma letra sequer e você se vê perdido na mesma por meses pensando no que escrever á próxima linha, é impossível usar da concentração.

Existem vários tipos de patologias, fico feliz de ter sido útil para estudo de algumas, não desejo o que tenho à ninguém, não tentem entender o quão vazio é a vida quando se vive entre seu começo e fim, Yoongi, não se lamente sobre sua vida, existem tantas coisas por ai a fora, largue esse relato bobo, os livros de medicina dos quais comprou e me contou em sua visita e foque em sua promessa, você jurou Min Yoongi, jurou que me veria sempre como uma pessoa normal.

Você é incompatível com o mundo, talvez somente eu o veja como um anjo que circula entre o bem e o mal, fico feliz se me prometer que serei o único a fazê lo.

Não há palavras mais em meu vocabulário bobo para agradecer o que você, somente você fez por mim,crie asas Min Yoongi, voe para longe da dor, sozinho,você nunca estará.

Isso nunca fora uma carta, o tal resumo sobre mim se transformou em uma quando descobri que morreria sem antes conseguir me resumir, acredite, falar sobre você foi mais fácil..

Com amor.

Kim Seokjin.

PS: Eu nunca, nunca me arrependi de te amar, me desculpe por nunca dizer isso.

Eu te amo

 

"Yoongie?" Jin sussurrou ao notar o abajur ligado do lado oposto ao seu. "Ei.."

"Desculpa" Respondeu o mais velho ao fechar a carta com cuidado e à colocar dentro do livro tão amado de Seokjin.

"Tudo bem, eu entendo" Sorriu o garoto que não passava de seus dezessete anos. "Boa noite pai" Voltou a apagar seu lado do abajur, sendo seguido por Yoongi, o mais velho nunca saberia dizer o que havia acontecido na manhã em que perdeu Seokjin e enquanto chorava lendo a mesma carta, à perdeu para o vento, sendo somente encontrada no chão de um pequeno orfanato.

Achou estranho ter o papel devolvido por um garotinho de dez anos que sorria ao lhe ver, em seu crachá o nome 'Seokjin' chamou atenção, após aquilo não tinha um dia que Yoongi não visitava Jin, o garoto era a nova razão de seus sorrisos, depois de um ano conseguiu uma guarda provisória da qual hoje era legalizada.

Yoongi se sentia bem ao ter junto de si as duas razões de seu viver, seus queridos Seokjins, enquanto um lhe levava para cima com suas asas, o outro lhe prendia ao chão.

*SNC: sistema nervoso central
 


Notas Finais


Aviso aos leitores de amaranthine: Quinta tem capítulo
Obrigada a todos que chegaram até aqui.


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