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História Patient Zero - A iminência de um massacre.


Escrita por: dudabraga_b

Notas do Autor


Olá leitores! Bem vindos ao ÚLTIMO capítulo da primeira Era/Parte/Geração, ou como vocês quiserem chamar de Patient Zero! Não! Não é o último capítulo da Fanfic! me deixem explicar!
A PRIMEIRA PARTE da fanfic girou em torno do conhecimento de quem era a Pandora e do enredo da terceira temporada.
A SEGUNDA PARTE vai ser sobre os acontecimentos da quarta temporada da série.
A TERCEIRA PARTE dos acontecimentos de Alexandria.
E assim por diante, vou escrevendo até onde vocês quiserem!

MAIS UM AVISO IMPORTANTE!
O trailer que a LCP1 fez da fanfic foi indisponibilizado pelo youtube, por causa de alguns erros! Mas ela já fez um MAIS LINDO AINDA!!! E eu vou colocar o link dele nas notas finais! OBRIGADA LCP1!

Feliz capítulo pra vocês! Se divirtam, pois o começo é meio que narrado pelo Governador!

Capítulo 19 - A iminência de um massacre.


Fanfic / Fanfiction Patient Zero - A iminência de um massacre.

Arredores da prisão – 2013.

 

O Governador parecia altamente satisfeito consigo mesmo. Havia conseguido dar um jeito em Andrea e em Milton, quando os dois armaram para o derrubar. Havia também, matado Merle, e o deixado se transformar em uma daquelas coisas. E por fim, estava indo agora, em direção à prisão, na intenção de tomar o que era seu. Matar todos, e reivindicar a garota imune para ele.

Observava os walkers pela janela do carro, enquanto mais três veículos lotados de soldados de Woodbury, treinados por ele e Martinez seguiam o carro do líder, sob ordens restritas do Governador. Todos possuíam armas pesadas, e quilos de munição. Estavam prontos para lutar até a morte.

Avistaram ao longe as torres na entrada da prisão. Os campos de grama da entrada ainda estavam totalmente tomados pelos walkers que ele havia mandado para lá. Riu um pouco com a lembrança de ver a cara da garota imune, Pandora e seu líder, Rick Grimes ao verem o caminhão lotado de walkers invadindo seu terreno.

A grama seca de outono estava alta, os walkers se atentaram para a aproximação dos carros barulhentos do exército do Governador. Foi então que Martinez e os outros soldados começaram a atirar. Primeiramente nas torres, nos walkers e então em tudo e qualquer coisa que pudesse aparecer pela frente.

Adentraram ao campo da prisão, e algo estourou os pneus dos caminhões. Continuaram a massacrar os walkers que tomavam conta do local, e apenas desceram dos veículos quanto todos foram brilhantemente aniquilados.

- VAMOS LÁ! – o Governador gritou, ordenando que um dos carros, sem os pneus estourados, arrombasse o portão de arame que dava acesso ao pátio.

O exército do Governador entrou pelo pátio, vasculhando cada milímetro do local, porém o lugar parecia mais do que abandonado. Martinez o olhou de esguelha, e Phillip assentiu, dando a ordem para que eles arrombassem a porta de ferro maciço que guardava a entrada do Bloco de celas C.

Foi Martinez quem entrou primeiro, apontando sua metralhadora para todos os lados, enquanto entrava no refeitório do bloco de celas. Um a um, os soldados iam entrando no local cavernoso e constatando que não havia uma alma viva sequer naquele lugar. A maioria constatava que o grupo de Rick Grimes havia fugido, mas o Governador, não muito convencido precisava explorar mais.

Entrou no bloco de celas, vasculhando cada cela individualmente, até encontrar uma com um berço para um bebê, e outra com um vestido de lantejoulas verdes. Franziu a testa para aquilo, sabia de algum modo à quem pertencia aquela cela, à garota invisível.

Martinez foi quem chegou, e vasculhou o resto, negando com a cabeça para o Governador, como se dissesse que não havia encontrado nem sinal de qualquer um dos moradores anteriores daquele lugar.

O Governador bufou com raiva, e entrou no bloco de celas pertencente à Pandora, pegando o vestido de tecido áspero e o amaçando entre as mãos. Quando pegou a peça de roupa, um pequeno pedaço de papel caiu do interior do vestido. Phillip franziu a testa, se abaixando ao chão e pegando o pequeno papel. Nele, havia um desenho de uma mão, exibindo um dedo do meio, em um gesto obsceno. Virou o papel, arregalando os olhos para o pequeno bilhete escrito no verso.

 

Não foi dessa vez, pirata de araque.

Ass.: Pandora.

 

O Governador rosnou de ódio, se levantando bruscamente e jogando o bilhete e o vestido no chão, saiu da cela, indo para o refeitório do bloco de celas, sendo seguido imediatamente pelos seus soldados, que o olhavam em busca de uma ordem concreta.

O homem olhou para trás e viu a cela que separava o refeitório dos corredores internos da prisão, semiaberta. Olhou para Martinez, que esperava sua ordem, e acenou para ele, agarrando mais ainda sua metralhadora.

- Uma lanterna. – ele disse, acenando com a cabeça em direção ao corredor escuro. – Dividam-se.  Você, divida o grupo e me siga.

O Governador pegou a lanterna e iluminou a entrada do corredor, adentrando ao local, com algumas pessoas de seu grupo na linha de frente, e algumas atrás. Eles começaram a andar pelos corredores mal iluminados e úmidos. O homem sabia que se eles estivessem em algum lugar, seria ali.

Continuou ordenando o grupo à sua frente, enquanto se mantinha um pouco atrás e mais seguro. Foi quando ouviram um barulho distante, de algo sendo arrastado pelo chão, e pararam imediatamente, olhando uns para os outros.

- O que foi isso? – um deles perguntou.

O Governador o calou com um “shh” bem audível, e apontou a arma em direção da curva do corredor.

- Por aqui. – ele indicou.

Ao virar o corredor, não tiveram nem mesmo a chance de pisar muito para a frente. O Governador viu um machado voar em direção a eles e pousar na cabeça de um dos soldados o matando instantaneamente. Isso, somado ao estalo de fogo e fumaça e aos alarmes da prisão que se ligaram repentinamente, provocaram o pânico entre os soldados, que começaram a correr.

- MANTENHAM A POSIÇÃO! – o Governador berrava para seus súditos desesperados.

O homem se desviou de uma pequena lâmina que voava em direção à ele, e olhou para o dono da arma branca. Viu Pandora ali, massacrando alguns de seus soldados, enquanto abria as portas das solitárias e soltava os walkers em cima dos soldados.

- MANTENHAM A POSIÇÃO! – gritou mais uma vez para os soldados, sacando sua arma e atirando em direção à garota. – PEGUEM ELA! TRAGAM-NA PARA MIM!

Pandora arrancou o machado que estava cravado na cabeça de um dos cadáveres e desviou o tiro do Governador com a parte de ferro. Olhou para cima e soltou um grito furioso ao ver o homem ali. Correu em direção a ele, com o machado levantado acima da cabeça e desviando dos tiros às cegas.

Alguns homens se enfiaram na frente do Governador, tentando protege-lo. Pandora arrancou a cabeça de um com o machado, enquanto empurrava um walker para cima de outro. Seu objetivo ali era outro.

A garota sentiu um dos homens a agarrar por trás, pelo pescoço, e a desarmar do machado, enquanto outro tentar a conter pela frente. Deu um impulso para trás, usando o corpo do homem que a agarrava por trás para se dar um impulso para cima, e chutar o rosto do homem à sua frente.

Desceu com os pés no chão novamente, e torceu os braços do homem que a agarrava, fazendo com que ele a soltasse e ela caiu ao chão, rolando rapidamente. Pegou seu machado novamente, ficando de joelhos e cortou as pernas do homem pela metade, o impossibilitando de ficar de pé, e fazendo com que o grito estridente de dor ressoasse pelas paredes.

Acertou o homem que chutara com o machado, e pulou de pé, olhando em direção ao Governador, que agora, corria para fora junto aos seus soldados, que não tinham escolha alguma a não ser baterem em retirada. O homem era covarde, pensou ela, mas não fazia mal. Glenn e Maggie estariam na entrada, os esperando para matar cada um deles e os expulsarem da casa deles.

Correu para fora, após matar os soldados abatidos e os walkers que haviam soltado. Foi diretamente para o pátio, aonde os soldados de Woodbury ainda atiravam contra Glenn e Maggie, porém saiam dali o mais rápido possível. Não viu o Governador em lugar algum, não sabia nem mesmo se ele havia escapado com vida.

- Conseguimos? – viu Maggie gritar para Glenn.

O marido lhe deu um sorriso ofegante.

- Conseguimos. – ele disse. – Vamos descer.

Os dois desceram para o pátio e Maggie foi logo em direção à Pandora. As duas se abraçaram gargalhando, e Glenn sorriu para a garota, estendendo o braço para o alto, fazendo com que Pandora batesse em sua mão.

Nesse exato momento, Rick, Daryl, Carol e Michonne surgiram saindo de outra porta. Eles haviam cuidado da outra parte do grupo de Woodbury. Pandora olhou para Daryl, o homem parecia mais sério, e com ódio do Governador, por ele ter matado seu irmão.

Michonne abraçou Pandora imediatamente quando a viu, estava preocupada com a amiga que havia ficado com a sessão da prisão cheia de walkers, e enfrentado tudo sozinha. Pandora apenas riu, e cambaleou em direção à Rick, recebendo um sorriso grato do homem.

- Nós conseguimos. – disse Rick ofegante, enquanto o grupo parava no portão de entrada do pátio. – Nós os expulsamos.

Michonne olhou para Pandora, se comunicando mentalmente com a garota. Na verdade, elas faziam muito isso.

- Devíamos ir atrás deles. – Michonne disse.

- Pôr um fim nisso. – Pandora completou.

Rick olhou para trás, para cada um dos integrantes que haviam lutado ali.

- Já terminou. – Maggie disse, olhando para Michonne. – Não os viu sair correndo daqui?

Michonne negou com a cabeça.

- Eles podem voltar. – rebateu ela.

Glenn concordou com a mulher.

- Não podemos nos arriscar. – ele disse. – Ele não vai parar.

Carol olhou de Rick para Daryl, suspirando por um momento e passando as mãos pelos cabelos curtos.

- Estão certos. – ela disse, concordando com Glenn, Pandora e Michonne. – Não podemos viver assim.

- Vamos atacar Woodbury? – Maggie perguntou. – Mal sobrevivemos da primeira vez.

Daryl negou, andando de um lado para o outro.

- Não me interessa. – ele disse, rudemente.

Pandora olhou para Rick, e o homem a encarou de volta por alguns segundos. O homem assentiu e se virou para dentro da prisão.

- Vamos ver como estão os outros. – ela disse, dando voz aos pensamentos de Rick.

***

Beth foi a primeira a entrar novamente no bloco de celas. Carregava Judith que dormia tranquila em seus braços, e Rick se moveu em direção à bebê depositando um beijo carinhoso em sua testa e depois abraçando fortemente Carl.

Pandora abraçou Beth e Hershel, e pegou Judith no colo, a ninando e inalando o cheiro natural de bebê que provinha dela. Aquilo a acalmava em níveis elevados. Sorriu quando a menininha soltou um gritinho feliz, ao reconhecer os braços da garota, e então se virou, observando a conversa entre Carl, Hershel e Rick.

Aparentemente, Carl havia atirado em um garoto do grupo de Woodbury que havia se rendido e abaixado a arma. De acordo com Hershel, Carl havia o executado a sangue frio, mesmo o garoto tendo se rendido assustado. Pandora simplesmente não tinha opinião quanto à isso. Mesmo se importando com Carl, não podia fazer nada, Rick teria que resolver esse problema, afinal era filho do homem, não dela.

- Carl? – Pandora o chamou, ainda segurando Judith.

O garoto parou olhando para a garota, e sorriu.

- Obedeça seu pai, okay? – ela disse, lentamente, bagunçando os cabelos de Carl. – Vamos lutar em Woodbury, mas nem eu, e muito menos ele gostaríamos de ficar preocupados com você no meio de uma guerra. – ela disse, enquanto Carl a olhava com um pouco de raiva. – Você vai ficar aqui...

- Não! – ele a interrompeu, bruscamente. – Eu tenho que ajudar vocês! Sou bom com armas de fogo! Eu até mesmo derrubei um dos soldados do Governador.

Pandora suspirou, ajeitou Judith em seu colo e olhou para cima por alguns segundos. Tinha a plena consciência de que Rick e Hershel estavam observando ela e Carl. Pandora não queria dar uma de mãe para o garoto, achando que ou ele ou Rick poderiam se ofender com o ato. Porém, também se importava o suficiente com o garoto para chamar sua atenção.

- E esse é o problema. – ela respondeu. – Seu pai não quer que você seja mais um soldado, uma pessoa sem escrúpulos e sem remorso. – ela disse, captando a atenção do garoto. – Você é um bom atirador, bem melhor do que eu. – ela riu um pouco. – Mas você também ainda é uma criança, e se continuar nesse ritmo... esse mundo vai estragar você. Assim como me estragou, e sua mãe não ia querer isso. – ela continuou. – Você se lembra o que ela disse? “Se parecer fácil, não faça.”

O garoto apenas suspirou, dando as costas para a garota, e saindo pela porta da prisão. Pandora olhou para Rick preocupada, o homem apenas retribuiu o olhar. Não havia nada potencialmente certo que eles pudessem fazer por Carl agora.

***

Pandora sentia o vento balançar seus cabelos enquanto estava na garupa da moto de Daryl. Eles iam em direção à Woodbury, arrancar o Governador de seu covil e acabar com isso de uma vez por todas. Não podiam se dar ao luxo de ter mais ameaças do que os walkers à solta.

Rick conversara mais uma vez com Carl, tentando mostrar ao filho que aquilo que fizera com o garoto era errado. Carl, ao contrário do que se esperava, não ouviu o pai e ainda o respondeu bruscamente, o culpando pela morte tanto de Lori quanto de Merle.

Um pouco à frente na estrada, carros abandonados bloqueavam a passagem. Daryl e Pandora desceram da moto, arregalando os olhos e percebendo de que se tratava dos veículos do Governador. Rick e Michonne pararam a caminhonete um pouco atrás da moto e os quatro começaram a vasculhar a estrada.

Havia sido um massacre. Corpos mortos, de humanos e não de walkers, se espalhavam pelo chão da estrada, enquanto alguns andarilhos devoravam o que restara daquele grupo. Pandora franziu o cenho, matando um walker com o machado, e olhando para Michonne, Rick e Daryl.

- O que diabos aconteceu aqui? – ela perguntou, enquanto via Daryl e Michonne acabarem com quatro andarilhos ali.

Rick se aproximou de um dos carros, pegou um dos walkers que estava debruçado sobre o veículo e o matou com uma facada no cérebro, o jogando para o lado, e voltando seu olhar para os outros três. Parecia tão confuso quanto Pandora ou Michonne.

Foi naquele momento em que algo se bateu contra o vidro da janela do caminhão em que Daryl estava encostado. Os quatro se sobressaltaram com o susto, e olharam na direção do veículo. Uma mulher estava lá dentro, parecia apavorada, porém intacta.

Rick imediatamente apontou a python em direção à mulher, enquanto Pandora abria a porta do caminhão e a puxava para fora. Daryl olhou dentro do veículo, e não encontrando ninguém, constatou que a mulher era uma sobrevivente daquele massacre.

A mulher parou olhando para os quatro com as mãos erguidas para o alto e os olhos arregalados.

- Puta que pariu. – Pandora praguejou, olhando para a mulher. – Acho que você tem muita coisa para contar.

***

Já era noite quando eles chegaram aos portões da frente de Woodbury. A mulher chamada Karen havia os contado o que acontecera. Aparentemente, o Governador surtara pois seu grupo de soldados haviam fugido da prisão sem completar o serviço de aniquilação, e havia matado todos os homens à sangue frio. A mulher apenas pensara rápido e se escondera de baixo de um dos corpos, sendo assim, salva da fúria do psicopata.

Os cinco andaram abaixados ao longo do muro de Woodbury, esperando não serem vistos pelos guardas do portão, porém quanto um tiro quase acertou os pés de Rick, todos eles se esconderam atrás de um carro abandonado, enquanto o tiroteio começava.

Pandora apenas ergueu os braços e se sentou atrás do carro, esperando os amigos terminarem de atirar. Olhou para frente e viu que Karen a observava. Deu de ombros.

- Nem me olha, vou ficar quietinha no meu canto. – ela disse. – Não sei atirar mesmo.

A mulher apenas suspirou e se levantou de trás do carro, indo para a linha de fogo.

- Tyresse, sou eu! Não...

Porém Rick a interrompeu, a puxando de volta para o chão.

- Karen! – Tyresse gritou confuso de cima do muro. – Karen, você está bem?

A mulher se soltou de Rick e se levantou mais uma vez, ficando de pé aonde Tyresse e Sasha lá em cima, podiam ver.

- Sim!

- Onde está o Governador? – Tyresse gritou, ainda apontando a arma para frente.

Karen está com as mão para cima, rendida.

Ele atirou em todos, matou todo mundo! – Karen respondeu.

Um silencio invadiu Tyresse e Sasha, que se entreolharam claramente assustados.

- Por que está com eles? – Tyresse gritou.

Karen olhou de esguelha para Rick e os outros três.

- Eles me salvaram! – ela respondeu.

Pandora olhou para Rick, soltou um sorrisinho e pulou de pé com as mãos para o alto.

- Estamos levantando! – ela gritou para Tyresse e Sasha. – Por favor não atirem em mim! Não sou imune à tiros!

Daryl, Rick e Michonne seguiram seu exemplo. Se levantaram de trás do carro e andaram de mãos para cima, ao lado de Karen, até que o portão foi aberto pelos dois irmãos que serviam de vigias. Que agora, porém, estavam muito confusos com toda aquela situação.

- O que estão fazendo aqui? – o homem negro perguntou.

Rick suspirou, abaixando os braços.

- A gente vinha terminar tudo, até que vimos o que o Governador fez. – ele respondeu.

Tyresse, mesmo com todo seu tamanho e força, parecia mais um coelhinho assustado do que um lutador naquele momento.

- Karen nos disse que Andrea fugiu para ir à prisão. – Rick disse. – Ela não chegou lá.

Os sete adentraram Woodbury, caminhando pelas ruas em silêncio, enquanto rumavam para o local sugerido por Pandora: o lugar que o Governador havia prendido primeiramente Glenn e Maggie e também ela.

- Ele prendeu Glenn e Maggie aqui. – Rick explicou à Tyresse e Sasha. – Pandora também.

Tyresse arregalou os olhos com a declaração.

- O Governador prendia gente? – perguntou, um pouco assustado.

Pandora soltou um som estrangulado da garganta, como uma risada seca e irônica.

- Ele fazia muito mais do que isso. – ela disse, se lembrando das mordidas de walkers em seus braços e perna.

Eles chegaram em frente à porta com as armas em punho, prontos para qualquer coisa, talvez um guarda que estivesse guardando a entrada do local. Porém o que encontraram foi apenas a porta de metal, e uma piscina de sangue passando por baixo dela. Rick abriu a porta bruscamente, com a python em punho, apontando para o que quer que tivesse do lado de dentro.

Porém apenas encontraram o corpo do que parecia ser um walker, morto no chão. Pandora franziu o cenho e logo após isso arregalou os olhos, constatando ser o corpo de Milton aquele jogado no chão.

Olharam para o lado e viram Andrea ali, jogada no chão ao lado da porta, segurando um alicate nas mãos e cheia de sangue. A preocupação principal ali era saber se o sangue pertencia à mulher ou ao walker que ela havia matado.

- Andrea! – Michonne exclamou preocupada, correndo até a amiga, e a levantou um pouco, a repousando sobre seu colo.

Andrea olhou de Michonne para Rick, e então para Daryl e Pandora que estavam um pouco mais atrás.

- Eu tentei impedi-lo. – ela disse, em uma voz rouca.

Michonne a tocou na testa, cuidadosamente.

- Você está queimando de febre. – ela disse preocupada.

Andrea levou a mão até a gola do casaco e o afastou um pouco, mostrando a imensa mordida do ombro, fazendo com que Michonne arregalasse os olhos, e Rick fechasse os olhos, desviando o olhar da ferida.

- Judith, Carl, o resto deles... – Andrea começou, preocupada.

- Da gente. – ele disse, pegando a mão da mulher. – O resto da gente.

Andrea mordeu os lábios, respirando fundo, enquanto Michonne acariciava seus cabelos.

- Eles estão vivos? – ela perguntou.

Rick a olhou, assentindo.

- Sim, estão.

Andrea sorriu, olhando para Daryl que parecia estancado no lugar e então para Michonne que estava prestes a desabar.

- Que bom que você os encontrou. – ela disse à Michonne, que assentiu já não segurando as lágrimas. Andrea dirigiu seu olhar a Pandora, e exibiu um sorriso. – Ninguém consegue viver sozinho agora.

Daryl negou com a cabeça.

- Antes também não. – ele disse.

- Só não queria que ninguém morresse. – Andrea se lamentou, olhando para o nada. – Eu cuido disse. – ela disse decidida.

Michonne arregalou os olhos, negando.

- Não!

Porém Andrea não conseguia concordar com a amiga.

- Não, eu preciso. – ela disse, assentindo. – Enquanto eu ainda posso. – Michonne apenas assentiu, voltando a chorar silenciosamente, enquanto Andrea voltava seu olhar para Rick. – Por favor, eu sei como funciona o gatilho agora.

Rick a olhou por um momento, piscando os olhos para afastar as lagrimas. Lambeu os lábios assentindo e abaixou a cabeça, retirando do cinto a python e a entregando nas mãos de Andrea.

- Não vou sair daqui. – Michonne disse, olhando para a mulher.

Andrea assentiu lentamente para a amiga, e então passou os olhos por cada um que estava a olhando naquele cômodo, olhou para baixo, um pouco magoada.

- Eu tentei. – ela disse.

Rick assentiu, engolindo as lagrimas.

- Sim. – ele disse. – Você tentou.

Rick se levantou após apertar uma última vez a mão de Andrea, foi para fora do cômodo, seguido instantes depois por Daryl. Pandora, a última a ficar ali, se ajoelhou de frente às duas mulheres no chão. Apertou a mão de Michonne e se virou para Andrea.

- Obrigada por cuidar dela por mim. – ela disse para Andrea, se referindo à Michonne.

Andrea exibiu um sorriso triste e assentiu. Pandora se inclinou sobre a mulher e lhe deu um beijo na testa, se levantando logo em seguida.

- Eu sinto muito. – ela disse, sinceramente antes de sair da sala e fechar a porta atrás de si.

Pandora, Daryl, Rick e os irmãos se escoraram nas paredes do lado de fora do galpão, esperando por Michonne e Andrea. Ninguém disse nada, apenas ficaram de pé e com as cabeças baixas. E quando o barulho de tiro finalmente soou do lado de dentro, apenas esperaram Michonne sair do cômodo para poderem dar o fora daquele lugar amaldiçoado por Deus.

Andrea, mais um nome para sua lista de culpa extrema, pensou Pandora.

***

Já era de manhã quando retornaram à prisão. Rick havia tomado sua última decisão como líder e levado os habitantes de Woodbury, que se consistiam basicamente em mulheres, crianças e idosos, para morarem com eles na prisão.

Pandora saiu da garupa de Daryl, enquanto Maggie e Glenn fechavam os portões, confusos ao verem o ônibus escolar adentrar ao terreno da prisão. A garota sorriu tristemente, e foi até Maggie, a abraçando por alguns segundos, a chamando para ajudar com os idosos que desciam do ônibus.

Pandora apenas observou Michonne encolhida no banco da frente da caminhonete, porém não se aproximou dela. Entendia que a amiga precisava de seu momento de luto, a sós com sua mente.

Viu Carl, Hershel, Beth e Carol aparecerem pelas portas e olharem curiosos para o ônibus. Rick foi até o filho que olhava para aquela cena dos moradores de Woodbury, um pouco indignado e o tentou explicar o que acontecia.

Pandora caminhou para longe da multidão de recém chegados, ficando ao lado de Daryl, enquanto olhava o sol da manhã pintar o céu com seus tons pastel lindos, e quase aquarelados. Suspirou, fechando os olhos por um segundo, prestando atenção à conversa em volta. À Hershel e Carol que dava boas-vindas aos novatos, enquanto Pandora tentava convencer a si mesma de que ficaria tudo bem.

Abriu os olhos alguns momentos depois e olhou para trás, percebendo que todos já haviam entrado na prisão, menos Rick que olhava atentamente para a passarela acima da cabeça deles, como se tentasse enxergar algo ali. Lori, Pandora pensou imediatamente.

O homem abaixou a cabeça e seus olhos se encontraram. Pandora deu um leve sorriso para o homem, tentando, como sempre, parecer animada ou prestativa. Rick não retribuiu o sorriso, apenas se aproximou dela à passos lentos.

- Está a vendo? – ela perguntou, suavemente.

Rick olhou para baixo, sorrindo um pouco e negando com a cabeça.

- Acho que devíamos entrar. – Pandora disse. – Temos que ajuda-los a se acomodarem.

Rick olhou para ela, quase que imediatamente. Estava sério, e seus olhos azuis se arregalavam minimamente.

- Preciso te dizer algo. – ele disse.

Pandora acenou, como se dizendo para que ele prosseguisse. O homem coçou a nuca, desconsertado, sem saber por onde começava.

- Eu ainda acho que amo Lori. – ele disse, enquanto Pandora o observava atentamente. – Mas eu não quero mais vê-la.

Pandora franziu a sobrancelha. Por mais que as alucinações de Rick o irritassem e o deixassem para baixo, ela sabia que aquele era o único modo que ele encontrava de se manter lucido e focado na sobrevivência.

- Por que não quer mais vê-la? – ela perguntou, lentamente.

O homem abaixou a cabeça por alguns segundos, porém criou coragem e voltou a olha-la.

- Quando eu olhei para cima, para procura-la. – ele começou. – Eu não a vi, e então baixei a cabeça e vi você olhando para o sol. – ele disse. – Você estava de olhos fechados e um sorriso no rosto... e isso me deixou feliz.

Pandora arregalou os olhos, não conseguindo de parar de olhar para ele. Rick riu um pouco, coçando os cabelos encaracolados.

- Me ocorreu que você é a pessoa mais maluca e irônica que eu já vi na vida. – ele disse com um pequeno sorriso. – Mas isso me deixa feliz e à Carl também. – ele se aproximou mais ainda da garota. – Eu não pretendo me desfazer dessa sensação, não enquanto eu tiver o privilégio de tê-lo.

O homem colou os lábios com os da garota sem aviso prévio. Os dois iniciaram um beijo calmo e lento, que provocava efeitos absurdamente estranhos e intensos sobre os dois. Alguns momentos depois, Pandora se afastou do homem, separando o beijo, porém ainda o olhando nos olhos.

A garota sorriu um pouco, e gargalhou logo em seguida.

- Meu deus. – ela sussurrou contra os lábio dele, com humor na voz. – Você é tão brega.

Rick lançou a cabeça para trás, gargalhando alto, porém logo voltou a olhar para ela, a abraçando pela cintura e a levantando do chão, fazendo com que a garota soltasse um grito surpreso e risse junto a ele.

- Eu sou um pai de mais de trinta anos. – ele disse, depositando Pandora no chão.

Pandora agarrou o rosto do homem, lhe roubando um beijo brusco e apressado.

- E eu sou uma senhora de 70 anos com o rosto e corpinho de 19. – ela brincou, enquanto o sentia a abraçando mais ainda. – Podemos por favor não falar sobre idades?

- Estou totalmente de acordo. – ele disse brincalhão, fazendo com que Pandora gargalhasse mais uma vez.

Rick apenas sorriu, a abraçando pelo ombro, enquanto a guiava em direção à prisão. Teriam muito o que fazer agora, porém eram uma democracia novamente e estariam unidos para o que der e vier.

Eram uma família, e enfrentariam tudo juntos.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado da primeira parte da fanfic! Tentarei postar o próximo capítulo ainda esse fim de semana! E não! Não vou criar outra fanfic para a segunda temporada! Por que como eu disse, não é uma segunda temporada e sim apenas um pulo temporal, um pulo para a segunda parte!
Link do trailer novo: https://www.youtube.com/watch?v=rZQHbHc1Mkk ( OBRIGADA LCP1!)
Comentem e favoritem!
Até o próximo!
- Duda


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