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História Payphone - Capítulo Único - Goodbye


Escrita por: obrienn

Notas do Autor


ENFIM
postei
faz três dias que estou tentando postar isso
e agora to conseguindo postar
palmas para mim
bem, eu tive a ideia dessa oneshot vendo um edit que vai estar nas notas finais
obviamente muito algumas coisas para ficar mais choroso
obrigada por ler
beijos
p.s. leiam ouvindo payphone da

Capítulo 1 - Capítulo Único - Goodbye


Fanfic / Fanfiction Payphone - Capítulo Único - Goodbye

Como começar a contar histórias?

Pergunta tosca essa, mas é a única que me vem à cabeça ao olhar para o pedaço de papel em minha frente.

Na verdade, não é a única.

Outras como “por que não escreve no notebook?” ou “por que realmente estou fazendo uma carta?” estão me perturbando.

Para essas, ao menos eu tenho resposta.

Não escrevo no notebook porque é capaz de minhas amigas verem. Com o papel, eu posso botar em um canto totalmente esquecido aonde elas não têm liberdade para encostar. E sobre a segunda pergunta...

Estou escrevendo essa carta porque cometi o maior erro da minha vida.

Obviamente, eu não pretendo enviar essa carta para a pessoa que eu gostaria de mandar.

Sei muito bem a reação que ele teria ao ler.

Iria rir de escárnio e jogar a porcaria da carta na lareira, logo voltando para a sessão de beijos que estava tendo com sua namorada perfeita.

E vocês devem estar confusos.

Então é melhor contar como tudo começou.

Foi em uma lanchonete.

Tipo daquelas destruídas e podres, sabe? Com decoração dos anos 80, piso xadrez vermelho e branco, mesas de metal engorduradas, bancos estofados, papel de parede com uma cor berrante e discos de vinil pendurados em quadros perto do jukebox.

O balcão era feito de madeira branca com bancos giratórios enfileirados na frente deste e um retângulo fosco atrás, que se tratava da janela da cozinha.

Eu era garçonete e ele? Estudante de música na faculdade de artes.

BaekHyun normalmente ia lá, para fazer trabalhos e coisas do gênero, até eu derrubar suco natural de laranja em três das suas partituras.

Jurei que ia ser morta, afinal, BaekHyun era conhecido por não ser uma pessoa muito paciente.

Já estava até esperando a cadeira vindo em direção a minha cabeça quando me surpreendi ao vê-lo apenas se afastar das folhas manchadas e me olhar, como se pedisse uma explicação por elas estarem laranjas e grudentas.

– Sinto muito. – Foi a única coisa que tive coragem de dizer, antes de pegar um montão de guardanapos para limpar a bagunça feita.

Ele não explodiu. Ele não me agrediu. Ele não falou nada. Absolutamente nada.

Até me senti desconfortável, pois o loiro ficava me observando passar os papéis finos pelo líquido grudento. Minhas mãos tremiam tanto que pensei que estava prestes a ter um ataque epilético.

– Está me devendo três partituras, para amanhã. – Estava quase saindo quando ele se pronunciou pela primeira vez.

– Só sei fazer raps. – Me virei lentamente, a bandeja debaixo do braço e minha boca espremida em uma linha reta.

BaekHyun levantou a sobrancelha.

– Sabe rimar, então. – Bochechas vermelhas. Totalmente vermelhas. E não foram só as bochechas, como orelhas e pescoço.

– Dá para dizer que sim.

– Senta, por favor.

E ficamos conversando, até meu chefe sair de seu confortável escritório para me dar um longo sermão de que não tenho que parar meu árduo trabalho para “namorar”. Assim que o “Sr. Preciso Comer Mais Frango Frito” se distanciou, Baek começou a rir com sua risada contagiosa e foi difícil não rir junto.

Ele me convidou para sair e disse que era para eu o encontrar no dia seguinte, na frente do prédio central da faculdade.

Meses se passaram e o pedido tão esperado foi feito.

Óbvio que eu aceitei! Que doida não aceitaria namorar com ele?

Mas nem tudo que é bom dura muito tempo. Nem tudo fica um mar de rosas até o fim da vida.

Meus trabalhos na minha própria faculdade, que por acaso era de advocacia, começaram a aumentar e aumentar, até eu ter que tomar a decisão de ficar noites em claro para termina-los.

Os encontros que eu marcava com o Baek? Normalmente os perdia, pois dormia em meu horário livre, ou esquecia pois tinha que entregar algo na faculdade.

Infelizmente, isso tornou-se tão frequente que meu namorado acabou por achar que aquilo era proposital. Que eu não o amava mais.

Mas era mentira.

Nunca amei um garoto do mesmo modo que o amo. Daria minha vida por BaekHyun, sem pensar duas vezes.

Então já podem imaginar o tiro de canhão que foi quando em plenas 3 horas da madrugada recebo uma mensagem com as seguintes palavras:

Isso já não está mais dando certo.

Sinto muito, Ryuk, mas é para o nosso bem que isso termine agora

Não terminei meus trabalhos. Não dormi. Não fui para a aula de manhã, muito menos para a lanchonete de tarde. Fiquei o dia inteiro enfurnada no quarto, debaixo das cobertas, chorando como um bebezinho que perdeu seu brinquedo favorito.

BaekHyun por outro lado, nem demorou para passar para outra.

Um mês foi o bastante para anunciar um relacionamento sério com Kim TaeYeon.

E a pequena Ryuk YoungMin? Continua até hoje um zumbi movido a café e chocolate.

Não sei como minha cara não está virada em espinhas, ou como meu peso não aumentou seu dobro, mas continuo, de certa forma, a mesma YoungMin. Em questões de magreza, sim, sou a mesma.

Mas a verdadeira Ryuk não tem olheiras gigantes debaixo dos olhos, não tem uma cara de quem fez cirurgia para chupar as bochechas e nem resmunga para os quatro cantos que precisa de uma vida nova.

Ok. Talvez eu esteja exagerando, mas é que a saída de BaekHyun na minha vida foi como uma bomba atômica soltada sem alarme.

E até agora, não contei o que realmente queria contar.

Como dito antes, eu queria mandar isso para ele, mas não tenho coragem, porque tenho medo desse babaca me ignorar.

Mas...

Byun, se você estiver lendo isto, eu te amo. Pode não acreditar e achar que isto é só peso no coração, mas não. Eu realmente te amo.

Só queria te dizer isto antes de mudar para Incheon, de volta para minha família.

O que tenho em Seul, afinal, certo?

Meu namorado me largou, fui demitida, minhas notas não chegaram nem na metade e perdi minha bolsa. Como fiquei sem dinheiro, não consegui pagar as contas do aluguel do apartamento.

O que me resta é voltar da estaca zero.

É isso.

Mas, Baek, se você algum dia ler isso...

Desculpe.

Não fui uma boa namorada, mas quero que entenda que nunca, nunca mesmo, eu iria te deixar de propósito. Você foi e ainda é um alguém muito especial para mim. E vai continuar sendo até meu último suspiro

Te amo muito.

Mais do que eu gostaria.

Ryuk

{ I’m at a payphone trying to call home }

O ônibus dava a leve impressão de que poderia derrapar a qualquer momento e isto estava deixando YoungMin em um pequeno estado de pânico.

Ela não gostava de viajar quando chovia, mas se não fosse hoje, não haveria outro dia.

Hoje era o último dia do prazo que lhe tinham dado para sair do apartamento e o deixa-lo livre, mas a garota havia tentado ficar mais tempo, para tentar arranjar coragem e mandar a tal carta para Byun.

Podia ter simplesmente ido no correio, dado o endereço do ex e saído, sem nem deixar seu nome ou qualquer contato.

Tomaria providências até de mudar o nome no cartório quando chegasse em Incheon.

Mas ela não teve coragem e ficou naqueles dias só se fazendo, deixando que aquele dia chuvoso fosse o seu dia de partida.

Apenas YoonGi, seu meu melhor amigo, foi se despedir na rodoviária.

Ela não se surpreendeu. Não esperava mais ninguém senão ele.

O ônibus novamente deu um tranco e Young agarrou o banco de couro rasgado a sua frente.

– Não gosta de viajar de ônibus, certo? – A velhinha de cabelos grisalhos ao seu lado se manifestou, sorrindo bondosamente.

– Não gosto de viajar em dias chuvosos. – Ryuk engoliu em seco ao olhar para a pradaria que se estendia até o horizonte escuro. A chuva praticamente socava seu vidro.

Ela tentou não fitar muito o campo mergulhado em negro, sendo pouco iluminado pelos faróis do transporte.

Perguntou-se se demoraria muito para chegarem em Incheon, quando notou a mão da velhinha estendida em sua direção, segurando uma pequena bala vermelha entre o indicador e o dedão.

– Talvez isto lhe acalme.

Young sorriu sem graça, pegando o doce e o guardando no bolso da jaqueta militar. Seu estômago estava tão embrulhado que ela duvidava que iria aceitar até uma mínima coisa como aquela bala.

Um clarão se foi feito no céu e o barulho se seguiu, deixando Young em choque. A velhinha riu com a reação da jovem sobre o raio e se deu a autorização de acariciar o ombro dela.

– Não há com o que... – A frase foi cortada bruscamente quando o ônibus deu um tranco, girando para fora da estrada.

Ryuk gritou, assim como todas as pessoas dentro do transporte.

Vidros foram quebrados, as luzes apagaram, alguns passageiros voaram sobre os bancos, assim como as malas foram jogadas no bagageiro. Young sentiu uma bancada forte na cabeça.

O ônibus parou no meio da pradaria de cabeça para baixo.

Ryuk sentia que sua testa sangrava e que o mesmo líquido escuro e grudento se encontrava em suas mãos. Ela estava pendurada, graças ao cinto em volta da sua cintura. A velhinha ao seu lado não se mexia.

Young começou a ofegar ao ver a mulher inerte e levou os dedos trêmulos até o cinto, o soltando. Antes que pudesse cair de cabeça, se segurou no banco, dando um jeito para que suas pernas fossem as primeiras a se impactar com o teto do ônibus.

– Está tudo bem aí? – Ela ouviu o motorista gritar no mesmo instante que alcançou a firmeza do “chão”.

Gemidos em concordância foram ouvidos de alguns poucos lugares, mas Ryuk estava mais ocupada com a dor que lhe atravessou a perna esquerda para responder um falho “sim”.

Algumas batidas foram feitas da onde ela achava que se tratava da porta do transporte.

– Todos tentem quebrar alguma janela e sair! A porta emperrou! – O motorista avisou e Young balançou a cabeça, dispersando a tontura e conseguindo se levantar com dificuldade.

Ela pegou uma mala que estava aos seus pés e jogou na janela onde antes era seu lugar. O vidro quebrou e o vento frio entrou com tudo no local.

Chutando os cacos de vidro que sobraram, Ryuk saiu, sendo instantaneamente encharcada pelo forte temporal. Mesmo que tivesse feito com que boa parte dos cacos saísse, ainda havia sobrado um, que se fincou em sua coxa direita.

Outras pessoas seguiam seu exemplo de quebrarem as janelas.

A pradaria estava totalmente escura, sendo iluminada de vez em quando por alguns raios.

Young estava tonta, mal conseguindo distinguir qualquer coisa, apenas a estrada um pouco longe da onde estavam. Foi para aquela direção que ela começou a se arrastar, a perna latejando a cada momento que dava um passo e se apoiava sobre ela. A outra sangrava mais e mais, a deixando dormente.

Estava quase chegando no asfalto quando sentiu suas costas queimarem, mesmo que já estivesse um pouco longe, quando a explosão aconteceu. Young gritou e tapou os ouvidos, que foram agredidos com o som estrondoso.

Um zunido continuou em seu fundo ao voltar a se levantar.

Ela dava a impressão de que iria desmaiar, mas não desistiria até ligar para uma pessoa e dizer o que sentia.

Se ajoelhou na estrada e olhou em volta.

Estava perdida, cansada e machucada.

Não tinha mais nenhum lugar para ir.

Seus olhos que já estavam com a visão negra por causa da tontura, viram ao longe um posto de gasolina.

Com toda a dor que sentia, não sabia se conseguiria chegar lá a tempo, mas mesmo assim se levantou, pressionou o machucado da coxa e começou a mancar até as luzes néon.

Young não sabe o quanto demorou, só sabe que demorou, mas conseguiu chegar.

Ela parou e se apoiou em uma placa, observando a loja de suvenires que havia ali. Assim como esperado, não havia nenhum atendente do lado de fora desta, graças a chuva.

Não tinha muito tempo. Já não conseguia mais se aguentar, por isso foi direto para a cabine telefônica. Sua mão se espalmou contra o vidro, deixando-o ensanguentado.

Com dificuldade, pegou o telefone e discou o único número que sabia.

Só tinha força para dizer três palavras. Únicas três palavras.

Chamou, chamou, chamou e caiu na caixa postal.

Ryuk começou a chorar e sabendo que dali em diante não teria mais chance, apenas deixou a mensagem enquanto escorregava até alcançar o chão da cabine.

– Te amo, Byun.

{ Now I'm paralyzed

Still stuck in that time when we called it love }

BaekHyun estava podre.

A faculdade parecia exigir mais e mais dele a cada dia que se passava e seu trabalho também não estava muito fácil. Achar horários para botar seus encontros com TaeYeon tornava-se uma missão difícil, ainda mais porque ela mesma tinha muitos compromissos.

Naquele momento, ele estava em seu turno na loja de colecionador, escorado no balcão e conversando com seu amigo ChanYeol quando dois policiais entraram na loja.

Ele se endireitou rapidamente e notou que ChanYeol também largou a pose desleixada.

– Byun BaekHyun? – O mais alto dos policiais pediu, vendo algo em um envelope sujo de sangue.

– Sou eu. – Byun deu um passo à frente, hesitante. Ele queria ver o que estava escrito no envelope, mas não conseguiu nenhum avanço.

– Conhece Ryuk YoungMin? – O outro policial se pronunciou.

Baek assentiu, sentindo o coração bater mais rapidamente.

– Sabe do acidente que aconteceu ontem? – O primeiro policial parecia até estar o culpando pelo o quer que fosse que tivesse acontecido.

– Não. Não tive tempo de ver o jornal hoje. – Sua voz saiu falha, com medo que poderia vir a seguir.

– Bem, ontem à noite, aconteceu um acidente. E Ryuk YoungMin estava no ônibus que acabou virando para fora da estrada. Ela foi a única passageira que não morreu na explosão. – Uma onda de alívio lhe atingiu da cabeça aos pés. Conseguiu soltar a respiração que nem tinha percebido que havia prendido. – Ela de certa forma conseguiu ir até o posto que havia perto dali, mas em vez de entrar na loja e pedir por ajuda, ela foi até a cabine telefônica. – O coração voltou a apertar com o que poderia vir a seguir.

– Quando chegamos na cena, YoungMin estava sentada na cabine, morta, ainda segurando o telefone. – Continuou o outro policial.

O mundo de BaekHyun desmoronou.

– Ela parecia bem machucada. Tinha um corte na testa, seu tornozelo esquerdo estava torcido e havia um caco de vidro na coxa direita. No bolso interno da jaqueta, estava esta carta, endereçada a você. – O primeiro policial lhe estendeu o envelope manchado. – Sr. Byun, o que você era de Ryuk YoungMin? – Perguntou curioso, ao ver o loiro a sua frente segurando a carta com as mãos trêmulas e olhos marejados.

– Namorado. – Sussurrou com dificuldade.

– Nossos pêsames. – O segundo policial se pronunciou e olhou para seu companheiro, como que para sinalizar que estava na hora de eles irem embora.

Este assentiu e já estava indo para a porta, quando parou e voltou.

– Sr. Byun, tenho razões que me fazem acreditar que a Srta. Ryuk tenha lhe ligado quando foi para a cabine telefônica. Por acaso olhou seu celular hoje?

BaekHyun negou. Seu celular havia ficado a noite inteira na sala de estar, carregando. E naquela manhã, acordou tão tarde que não teve tempo nem de se quer desbloquear o aparelho.

– Nos sentimos na obrigação de falar que o velório vai ser amanhã, em Incheon. – O outro policial disse na porta.

Os dois policiais acenaram com a cabeça e se retiraram.

– BaekHyun... – Chamou ChanYeol, vendo o estado do amigo.

Ele sabia que mesmo depois de tanto tempo, Byun ainda mantinha sentimentos fortes por Ryuk. Ficava com TaeYeon apenas para tentar disfarçar.

– Vou lá atrás ler a carta. – Sussurrou, contornando o balcão e abrindo a porta que dava para o escritório.

Não esperou nenhuma resposta do amigo e fechou a porta, se sentando na mesa de madeira polida.

Suas lágrimas caiam como torrentes enquanto lia a carta, se relembrando dos tempos de namoro que havia tido com Ryuk, de como ficava chateado quando ela não conseguia ir aos encontros pois estava cansada demais, sobrecarregada demais. E ele não havia entendido, nunca.

Agora ela estava morta.

E o pior era que havia tentado falar com ele antes de morrer. Minutos antes de morrer.

BaekHyun pegou seu celular do bolso e o desbloqueou, vendo o número desconhecido. Havia uma mensagem de voz.

– Te amo, Byun. – A voz fraca de Ryuk soou do outro lado da linha, a tempestade sendo bem distinguida ao fundo.

BaekHyun foi ao chão de joelhos, não conseguindo acreditar que aquilo era real.

Ele abraçou a carta contra o peito e tocou a testa no chão frio, deixando que as lágrimas mostrassem tudo o que ele sentia.

E falou, com a esperança de que aonde quer que ela estivesse, pudesse ouvi-lo.

– Eu também te amo, Ryuk.


Notas Finais


¹ eu estou em um telefone público tentando ligar para casa
² agora estou paralisado, ainda no tempo em que o chamávamos de amor

sim
fiz triste de proposital e quase chorei
agora vejam isto: https://youtu.be/_63ZyzUcjOo
essa oneshot foi toda inspirada neste edit, então todos os créditos a garota que fez isso
não tenho muito a dizer
beijos


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