1. Spirit Fanfics >
  2. Peculiar history >
  3. Capitulo 10

História Peculiar history - Capitulo 10


Escrita por: _Starke

Capítulo 16 - Capitulo 10


A sta. Peregrine estava sentada no sofá tricotando, ela estava toda vestida de preto, com os cabelos presos em um coque perfeitamente redondo no topo da cabeça e usando luvas de renda e uma blusa de gola alta bem ajustada no pescoço, tão fastidiosamente limpa e arrumada quanto a própria casa. Assim que Emma fechou as portas atrás de nós ela parou de tricotar, levantou e disse.

— Boa tarde. Você deve ser Jacob e Luana. -- Emma olhou boquiaberta para ela.

— Como sabe o no...

— Eu sou a diretora Peregrine — disse ela, levantando um dedo para silenciar Emma. — Ou se preferir, como não estão atualmente sob a provisão de meus cuidados, srta. Peregrine. É um prazer finalmente conhecê-los.

A srta. Peregrine estendeu a mão enluvada em minha direção, e então, como não a apertei, percebeu a corda que amarrava meus pulsos.

— Senhorita Bloom — exclamou. — O que significa isso? Isso são modos de se tratar nossos hóspedes? Solte-os imediatamente!

— Mas, diretora, eles são bisbilhoteiros e mentirosos, e eu não sei mais o quê! — Emma me lançou um olhar cheio de desconfiança e murmurou algo no ouvido da srta. Peregrine.

— Ora, senhorita Bloom! — disse a srta. Peregrine, soltando uma sonora gargalhada. — Que grande bobagem! Se esse garoto fosse um acólito, você já seria picadinho na panela dele. Se não consegue ver que esses são os netos de Abraham Portman só de olhar em seu rosto, você deve ser cega!

T talvez eu não tivesse de me explicar no fim das contas. Ela estava nos esperando! Será que Enoch que a contou? Emma tentou protestar, mas a srta. Peregrine fez com que se calasse apenas com um olhar sério.

— Ah, está bem — suspirou Emma. — Mas não digam que eu não avisei. — E, com alguns puxões no nó, a corda caiu de minhas mãos.

 — Peço que perdoem a senhorita Bloom — disse a srta. Peregrine enquanto eu esfregava os pulsos doloridos. — Ela adora fazer um drama. — Percebi. Emma fez uma cara feia.

— Se eles são quem dizem ser, então por que eles num sabem nada sobre as fendas de tempo, nem mesmo em que ano eles estão? Vá em frente, pergunte a eles!

— “Por que eles não sabem” — corrigiu a srta. Peregrine. — E a única pessoa que vou submeter a perguntas é você, amanhã à tarde, sobre a correta pronúncia das palavras! -- Emma ficou resmungando. — Agora, se não se importa — disse a srta. Peregrine —, preciso ter uma conversa em particular com o senhor e a senhorita Portman.

Emma sabia que não adiantava discutir e, de cabeça baixa, foi até a porta, mas antes de sair virou-se para me lançar um último olhar sobre o ombro. Havia em seu rosto uma expressão que eu ainda não vira nela antes: preocupação.

— Você também, senhor Nulings — exclamou em voz alta a srta. Peregrine. — Pessoas educadas não ficam ouvindo escondidas a conversa dos outros!

— Eu só esperei para perguntar se gostariam de um pouco de chá — disse

Millard, que desconfiei ser um pouco puxa-saco.

— Não queremos, obrigada — respondeu lacônica a srta. Peregrine. Ouvi os pés descalços de Millard soarem no chão de madeira e se afastarem, e a porta se fechar quando saiu.

— Eu devia lhes pedir que se sentassem — disse a srta. Peregrine, fazendo um gesto para uma poltrona estofada atrás de mim. — Mas vocês parecem estar incrustados de sujeira. — Então ajoelhamos no chão.

— Vocês já estão na ilha faz alguns dias — disse a srta. Peregrine. — Por que demorou tanto para nos fazer uma visita?

-- Vovô Portman nunca disse como era, ou como entrar em uma fenda, e Jake não sabia de nada sobre isso.

 — Não sabia que vocês estavam aqui — Jake disse. — Como sabia que nós estávamos?

— Eu os tenho observado — disse ela. — Você também já me viu, mas talvez não tenha percebido. Eu estava em minha forma alternativa. — Ela levou a mão à cabeça e puxou uma pena grande e cinzenta dos cabelos. — É muito melhor assumir a forma de uma ave para observar humanos — explicou.

— Era a senhora no meu quarto hoje de manhã? O gavião?

— O falcão — corrigiu. — Um peregrino, é claro.

— Então é verdade! — ele disse. — Você é mesmo uma Ave!

— É um apelido que eu tolero, mas não incentivo — respondeu ela. — De qualquer modo, voltemos à minha pergunta — prosseguiu a srta. Peregrine. — O que na face da terra vocês estavam procurando naquela deprimente ruína de casa?

— A senhora — Jake respondeu — Não sabia como encontrá-la. Só descobri ontem que vocês estavam todos... – então parou por ai

-- Eu estava lá para procurar alguma pista sobre a fenda na verdade. -- Ela me lançou um leve sorriso.

— Meu Deus. Seu avô não lhe contou nada sobre os velhos amigos dele Jake?

— Algumas coisas. Mas por muito tempo achei que eram apenas contos de fadas.

— Entendo — retrucou ela.

— Espero que isso não a ofenda.

 — De jeito nenhum. Na verdade, geralmente é assim que preferimos que as pessoas pensem sobre nós, pois isso ajuda a manter afastados os visitantes indesejáveis. Hoje em dia cada vez menos gente acredita nessas coisas, fadas, duendes e toda essa bobagem, por isso as pessoas comuns não fazem mais muita força para nos descobrir. Isso torna nossa vida muito mais fácil. Histórias de fantasmas e casas velhas assustadoras também foram muito úteis para nós, apesar de não, aparentemente, no seu caso. — Ela abriu um sorriso. — Um coração de leão deve ser uma característica de sua família.

— É, acho que sim — disse ele com um riso nervoso

— De qualquer modo, em relação a este lugar — disse ela, fazendo um gesto ao seu redor —, quando era criança, você acreditou que seu avô estava “delirando”, como dizem por aí? Contando a você um monte de mentiras, é isso?

— Não exatamente mentiras, mas...

— Ficções, inverdades, falsidades, seja lá a terminologia que você prefira. Quando percebeu que Abraham estava lhe contando a verdade?

— Bem — disse, encarando o tapete —, para ser honesto, acho que só estou me dando conta disso agora. -- A srta. Peregrine, que estava tão animada, pareceu murchar um pouco.

— Nossa — disse ela. — Entendo. — E depois fechou a cara, como se, no breve silêncio que caiu entre nós, ela houvesse intuído algo terrível que ele tinha falado

— Acho que meu avô queria que nós fossemos criados como crianças normais, o que ele não teve muito sucesso comigo, mas ele queria dizer a Jake na idade certa eu acho — disse eu. — Mas ele esperou demais. Então, em vez disso, ele nos mandou aqui para encontrá-los. — Jake tirou a carta do bolso do casaco e entregou à sta. Peregrine.

— Isto é da senhora. Foi o que me trouxe aqui. – ele disse. Ela a alisou com cuidado sobre o braço de sua poltrona e depois a ergueu para ler, movendo os lábios enquanto o fazia.

— Que tristeza! — disse ela ao terminar. — O modo como eu praticamente imploro a ele por uma resposta. — Ela sacudiu a cabeça, melancólica por um instante. — Sempre estivemos desesperados por notícias de Abe. Certa vez perguntei a ele se queria me matar de preocupação, pelo modo como insistia em viver lá fora, com o mundo daquele jeito. Ele podia ser extremamente teimoso! Ela dobrou a carta e a guardou de volta no envelope. Ficou séria, como se houvesse uma nuvem negra pairando sobre ela. — Ele morreu, não é?

Assenti com a cabeça, hesitante. E Jake contou a ela o que havia acontecido, ou seja, contou a história aceita oficialmente pela polícia e na qual, após muita terapia, também começara a acreditar. Para segurar o choro não disse uma palavra, e não contei que achava que não havia sido cachorro, pois não queria preocupar a senhora.

— Ele não devia estar morando sozinho — explicou. — Mas, como a senhora disse, ele era teimoso. — Temia isso — disse ela. — Eu o avisei para não partir. — Ela apertou as mãos que seguravam as agulhas de tricô em seu colo, como se pensasse em quem iria apunhalar com elas.

— E depois fazer o pobre do neto nos trazer essas notícias terríveis.

— Era sua hora de partir. Ele estava com 86 anos. Era solitário. Minha avó morreu há muitos anos. E sua mente não estava mais tão lúcida; ele sempre esquecia coisas, se confundia... foi por isso, para começar, que ele foi até a mata.

A srta. Peregrine assentiu com tristeza. — Ele se deixou envelhecer.

— De certa forma, ele teve sorte. Não demorou muito, nem houve grande sofrimento. Ele não passou meses no hospital ligado a máquinas. — Era ridículo, é claro que eu não achava isso, Jake só dizia isso pois não sabia da verdade. E eu não iria aguentar contar pra pobre senhora o que tinha matado vovô, pois eu achava que era minha culpa tudo isso, eu que não consegui preotege0lo dos monstros.

— As crianças não devem saber disso — disse ela. — Pelo menos não agora. Isso só serviria para deixá-las nervosas.

— Está bem. Como preferir.

-- Bom e senhorita, eu sei que não está aqui só para contar as notícias, eu sei que está só para encontrar um certo alguém, mas antes que eu libere preciso perguntar sobre suas peculiaridades. – Jake me olhou com cara de confuso, mas eu ainda não me sentia à vontade de falar isso para o meu irmão, então apenas disse.

-- Sta. Peregrine, será que podemos falar sobre elas em outo momento por favor? Jake, eu te explico mais tarde, agora eu sei que tem várias perguntas a fazer. – Ela assentiu e Jake disse.

— Só umas mil -- Ela tirou um relógio do bolso e o consultou.

— Temos algum tempo antes da hora do jantar. Espero que seja suficiente para respondê-las.

A srta. Peregrine fez uma pausa e ergueu a cabeça. De repente, foi até a porta da sala de estar e a abriu num átimo para encontrar Emma agachada do outro lado, o rosto vermelho e marcado de lágrimas. Ela tinha ouvido tudo.

— Senhorita Bloom! — disse a diretora. — Estava escutando atrás da porta? -- Emma levantou-se com dificuldade e soltou um soluço. — Gente educada não escuta conversas que não lhe dizem respeito... — Mas Emma já tinha saído correndo dali, e a srta. Peregrine parou na metade do que dizia, com um suspiro de frustração. — Isso foi lastimável — disse ela. — Acho que ela tem sentimentos especiais por seu avô.

— Percebi. Por quê? Eles eram...?

— Quando Abraham foi embora daqui para lutar na guerra, ele nos deixou muito tristes, mas em especial a senhorita. Bloom. Sim, eles se gostavam, eram queridinhos, como namorados.

Comecei a entender por que Emma relutara tanto em acreditar. Isso significava, muito provavelmente, que nós estávamos ali para dar alguma notícia muito ruim sobre Abe. A srta. Peregrine bateu palmas como se quebrasse um feitiço.

— Ora — disse ela —, o que se há de fazer? – então a ela se sentou e começou a explicar tudo a Jake, e bom, eu não prestei atenção em nada, já que eu sabia de tudo aquilo. Por fim, Jake disse.

— Só para ter certeza de que entendi. Se hoje é 3 de setembro de 1940, então amanhã é... também 3 de setembro?

— Bem, por algumas das 24 horas da fenda, é dia 2, mas, simplificando, é dia 3, sim.

— Então o amanhã nunca chega.

— De certa forma, não — respondeu ela. Lá fora houve um barulho surdo, que parecia um trovão, e a janela através da qual o horizonte escurecia estremeceu na esquadria. A srta. Peregrine ergueu os olhos e sacou outra vez seu relógio.

— Infelizmente esse é todo o tempo que tenho neste momento — disse ela —, mas espero que fiquem para o jantar. -- Eu disse que ficaria, pois ainda não tinha encontrado quem eu queria. O fato de que meu pai podia estar se perguntando onde estávamos mal passou pela minha cabeça. Comecei a seguir a srta. Peregrine até a porta, mas uma pergunta me surgiu, algo que havia muito tempo vinha me incomodando.

— Senhorita Peregrine?  -- Ela virou-se e olhou para mim, já fora da sala. — Sim?

— Meu avô estava mesmo fugindo dos nazistas quando veio para cá?

— Estava — respondeu ela. — Muitas crianças chegaram até nós durante aqueles anos terríveis que levaram à guerra. Havia tantas revoltas... — Ela pareceu entristecer-se, como se as memórias ainda estivessem frescas. — Encontrei Abraham em um campo de refugiados no continente. Ele era um pobre menino torturado, mas tão forte.... Percebi no ato que ele pertencia a nós.

— Ele era, meu avô... era como... – disse jake

— Se ele era como nós?

— Isso.

Ela deu um sorriso estranho. — Ele era como vocês, Jacob. — Em seguida, virou-se e foi mancando na direção da escada.

Assim que sai da sala, ia perguntar pra qualquer um se o Enoch estava lá quando senti algo puxando a barra da minha calça, olhei para baixo e tinha uma pequena boneca, da altura de meus tornozelos, carregando, com dificuldade, um girassol. Me agachei e o peguei, (girassóis são as minhas flores preferidas) a boneca queria que eu a seguisse, então assim fiz. Ela me levou à sala de jantar, e quando entrei o vi inquieto ao lado da mesa. Ele estava lindo, usando um terno de risca de giz e seus cabelos ondulados pretos. Assim que me viu foi a meu encontro, seus olhos castanhos profundos me hipnotizavam. Quando nos encontramos ele foi logo dizendo, nervoso e ansioso.
--É um prazer conhecê-la pessoalmente depois de todos esses anos - disse beijando minha mão e dando um enorme sorriso, o mais belo que eu já havia visto.
-- A sua beleza é ainda mais estonteante pessoalmente. -- corei na hora, e respondi.
-- Bom eu poderia estar em melhores condições né, mas eu estou tão feliz de te conhecer finalmente! Eu teria chegado mais arrumada e seria mais rápido se você tivesse me falado onde a fenda era né – dei uma risada nervosa.
-- Mesmo toda suja e descabelada está muito bonita. – disse rindo -- Vamos tomar chá e conversar um pouco – respondeu ele me conduzindo à mesa, ela estava linda, com um buquê de girassóis, um bule de chá com duas xícaras chiques e alguns biscoitos caseiros. Ele puxou a cadeira para que eu sentasse e sentou a meu lado.

Conversamos sobre tudo durante muito tempo, até que ele perguntou se eu queria conhecer a casa. Disse que sim, e ele me mostrou tudo. O último cômodo para conhecer era o porão, que, segundo ele, era o cômodo preferido dele. O porão era quieto e não tão claro, não cheirava ruim igual ao da outra casa. Tinha vários órgãos em estantes e muita argila, ao centro tinha uma mesa de madeira, que era onde ele fazia seus experimentos. Apesar de todos os órgãos tinha até que um certo clima romântico lá.

--Bom, já te mostrei a casa toda, o que achou?

--É uma casa realmente muito bonita – respondi sorrindo

-- Na carta que me mandou disse que tinha algo que queria me falar pessoalmente – ele disse meio cabisbaixo – o que era?

-- Ah, é mesmo – disse sentindo corar – é que a um tempo que eu queria te dizer... bom... você não precisa se sentir obrigado a corresponder, mas sabe... eu gosto muito de você – disse por fim encarando meus sapatos.

-- Era isso que você queria me dizer? Eu também gosto muito de você, você é minha melhor amiga, não é? – disse ele sem entender muito bem o que eu quis dizer.

-- Não, não é isso... é que eu gosto de você como... assim... mais que amigo...

-- Ah... ok, entendi – respondeu com o rosto mais vermelho que o meu – eu... eu achei que fosse só eu, e que você não sentia isso igual á mim – disse ele se aproximando, ficamos tão perto que nossos narizes quase se encostaram.

-- Você fica fofo quando está envergonhado – disse com um sorriso no rosto.

Ele sorriu, quando nós íamos nos beijar, Emma abriu a porta de repente nos fazendo pular de susto.

--Ah, desculpa, eu não sabia que vocês estavam... você sabe... é que a sta. P disse que era pra Luana Tomar um banho antes do jantar, eu só vim avisar isso, e que eu vou emprestar um vestido meu. – disse ela envergonhada.

-- Ah, tudo bem – disse à ela – já estou indo – me virei para o garoto, que estava mais vermelho que um tomate, e sussurrei em seu ouvido – eu já volto, depois do jantar continuamos isso – beijei sua bochecha e segui Emma até o andar de cima.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...