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História Peculiares - Tempo


Escrita por: BreeBlue

Capítulo 38 - Tempo


Fanfic / Fanfiction Peculiares - Tempo

            Era impossível descrever o que Jungkook sentira naquele momento. Claramente tudo estava confuso, ele não sabia o que pensar. Tudo o que ele pensou saber não passava de achismo e invenções. Ele não tinha nada. Sua mente estava branca.

— Eu não consigo entender... — Falou o mesmo ainda absorvendo toda a informação que fora jogado nele minutos atrás.

— Querido Jungkook, aquela mulher maltratou o Jimin por anos, sexualmente falando. Quando ele não aguentou mais teve que arrumar uma maneira de fugir. E felizmente ele conseguiu. — Disse a ajumma.

— Mas, por que ele não me contou tudo?

— Feridas como essas são difíceis de ser compartilhadas. — Concluiu ajumma, sentando novamente em sua cadeira.

            Aquela larga sala de luz branca passou a tornar-se menor e mais escura. Quando tudo se tornou breu, Jungkook se viu sozinho mais uma vez em um grande corredor. De longe, uma brisa fraca vinha e balançava gentilmente seus cabelos. O garoto foi a passos lentos e delicados até o fim do corredor, agora, sozinho.

            Jungkook voltara para o mesmo jardim que acordou horas atrás. Quer dizer, seriam mesmo apenas horas? Quanto tempo havia passado nesse mundo paralelo?

            O garoto de cabelos negros se aproximou da ajumma e do seu melhor amigo Taehyung, que admiravam juntos as águas cristalinas e os peixes dourados que passeavam pela mesma. Jungkook sentou-se ao lado deles, quieto e reflexivo.

— Como vocês vieram parar aqui tão rápido? — Interrogou Jungkook, quebrando o silencio.

— O espaço aqui é totalmente relativo. Podemos estar em todos os lugares e em nenhum ao mesmo tempo, se quisermos. — Explicou Taehyung.

— A cada minuto que passo nesse lugar, menos eu o entendo. — Resmungou Jungkook, passando a mão em seus cabelos úmidos.

            Eles passaram alguns minutos inertes e calados. Observando a correnteza do rio, ouvindo as árvores, que pareciam falar quando o vento transpassava suas folhas. Jungkook ainda tinha muitos questionamentos, mas ele sentia que nada do que pudesse perguntar, e nada do que eles pudessem responder tornaria tudo mais fácil de entender.

            Subitamente, uma forte luz brilhou o céu daquele local e dela surgiram dois anciões, um casal de idosos, sendo mais especifico. Ambos de aparência celestial e roupas da mais pura e alva ceda. Não demorou muito para que as duas aparições pousassem no chão.

— Jeon Jungkook. — Falou a idosa, sorrindo para o garoto peculiar.

— Sim? — Respondeu ele, levemente acanhado.

— Espero que Kim Taehyung e Seo Kang Ah tenham deixado as coisas mais claras para você. — Continuou a mulher.

— Seo Kang Ah, então esse é o seu nome ajumma? — Perguntou Jungkook sorridente para a ajumma. Que apenas assentiu e sorriu de volta.

— Posso assegurar que sua vida com os vivos não foi algo fácil, principalmente para um garoto da sua idade. Mas, quero deixar claro que ela não mudará se decidir voltar. — Falou o ancião de barbas longas e grisalhas.

— Eu continuarei tendo uma vida difícil... — Suspirou Jungkook, desanimado.

— Jungkook, uma vida fácil, por mais que contraditório, é muito difícil de ser vivida. Uma vida dura é repleta de tropeços, fracassos, dores, perdas e desilusões. Contudo, a perseverança lhe trará esperança, vitórias, curas, ganhos e paixões. Nada disso voce poderia conseguir vivendo uma vida fácil. — Falou a anciã.

— Eu sinto que minha cabeça vai explodir com suas charadas. — Reclamou o garoto peculiar.

— Jeon Jungkook. Apenas decida o que quer. Você pode ajuntar-se a nós e deixar tudo para trás, ou voltar. — Exclamou o ancião, encarando o jovem confuso.

            Jungkook passou alguns minutos em silencio. Aquela era a escolha mais difícil da sua vida, ou melhor, da sua morte, ou melhor, para ambos.

            Após alguns minutos pensando e vasculhando todas as memórias em sua mente. Jungkook ergueu sua cabeça e deixou uma única lágrima escorrer de seu olho esquerdo.

— Eu tenho que voltar.

            A correnteza do rio parou instantaneamente, as águas do mesmo se tornaram mais escuras e por fim, totalmente pretas.

— Jeon Jungkook, o rio se tornou sua passagem para o mundo dos vivos. Nade até sua parte mais funda e mergulhe. Dentro dele você verá uma luz branca, nade para ela e voltará para o seu corpo.

— Obrigado, senhores. — Jungkook curvou-se para os anciões, que sorriram gratos.

            Em seguida, virou-se para Taehyung, que tentava conter as lágrimas.

— Sabe por que você precisa voltar, Jeon Jungkook? — Falou o garoto Tae.

— Por que? — Interrogou Jungkook, que chorava.

— Porque você tem que descobrir a peculiaridade do seu amor.

            Os dois se abraçaram fortemente. Um abraço verdadeiro. Um abraço de amizade verdadeira. Algo que nem o paralelo pode quebrar. Após isso, Jungkook abraçou a Sra. Seo, ou melhor, ajumma.

— Lhe vejo no mundo dos vivos, Sra. Seo?

— Se não me chamar de ajumma lá eu nem volto. — Disse ela sorridente.

            Jungkook entrou no rio e foi até sua parte mais funda, mergulhando e desaparecendo. A correnteza do rio voltou e a sua água cristalina tornou-se.

— Fico feliz que ele tenha feito a escolha certa. Podemos voltar ao nosso descanso agora. — Disse a anciã, sorrindo para o marido.

— Senhores, algo para mim não está claro. — Falou Taehyung, chamando a atenção dos velhos senhores.

— O que seria, jovem Taehyung? — Perguntou o ancião, confuso.

— Jungkook e Jimin são peculiares, mas Jungkook não consegue mais usar seus poderes há anos e Jimin não tem mais visões. Por que isso ocorre?

— Jovem Taehyung. Existem duas extremidades em relação aos peculiares. Alguns nascem com dons, enquanto outros com maldições. Isso é sabido por todos, mas houve algo oculto nessa história durante todos os séculos que até mesmo nós, os anciões, descobrimos a pouco.

— O que seria? — Falou a ajumma, curiosa sobre o assunto desconhecido.

— O amor entre as duas extremidades. Quando um peculiar abençoado se apaixona por um peculiar amaldiçoado. — Falou a anciã.

— O peculiar amaldiçoado, quando ama um abençoado e é reciproco, seu poder se torna neutro. Como se o mesmo adormecesse. Contudo, a neutralização de sua maldição só dura enquanto as duas extremidades estão unidas e partilhando esse mesmo sentimento. — Continuou o ancião.

— Park Jimin só está livre de sua maldição enquanto está ao lado de Jeon Jungkook, seu verdadeiro amor. Jeon Jungkook no entanto, perdeu o controle de seus poderes devido a sua desilusão, então não sabemos como ele pode voltar a ter o controle do mesmo. — Encerrou a anciã.

— Espere... — Disse a ajumma. — Se o corpo de Jungkook estava vazio e sua alma estava conosco, durante esse meio tempo a maldição de Jimin tornou-se acesa novamente?

— Infelizmente sim... — Suspirou a anciã.

— Mas ele passou um dia conosco nesse mundo, que são 24 horas. Com a quebra de tempo entre os mundos paralelos, quanto tempo se passou no mundo dos vivos? — Falou Taehyung.

— Três meses. — Concluiu a ajumma, caindo de joelhos no chão.


Notas Finais


Peculeitores amores do meu coração!

Primeiramente gostaria de me desculpar por não ter postado capítulo esta semana, tive uma terrível queda de internet, traduzindo, nem o cap eu tava conseguindo postar. Então me perdoem por esse atraso.
Então... JUNGKOOK PASSOU 3 MESES EM COMA NO MUNDO DOS VIVOS!
E agora? O que será que aconteceu com nossos outros personagens enquanto Jungkook fazia o papel do belo adormecido? Tretas...

Twitter: @_waegyo

Nada mais a acrescentar,
XOXO, BreeBlue out!


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