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História Pedro&Bia - Amor Clichê - Amor de infância


Escrita por: LadyAlucard19

Notas do Autor


Esse é realmente o primeiro capítulo (palmas, palmas, palmas) mas não fiquei muito sastifeita até então escrever num celular não é bom, mas me esforcei ao máximo. Então espero que gostem.

Capítulo 2 - Amor de infância


Quando tinha cinco anos de idade meus pais ainda me colocavam para dormi, sei que isso é mimar demais seus filhos mas eles adoravam isso e eu por ser uma criança qual motivo tinha de tirar o prazer deles e o meu? Eles liam livros, contavam histórias ou apenas cantavam para mim, era hora que sempre esperava, mesmo que eu tivesse precisando dormi fazia o maior esforço para ficar acordado, apenas para ouvi-los.
Nessas história que meus pais contavam era de um Príncipe triste, que sofria anos após anos pela perda da sua amada que de tanta solidão "dormiu" eternamente. Lembro que a minha reação não foi agradável quem seria louco o bastante de nunca mais "acorda" pois sua amada não estava lá, para uma criança achei que teria coisas melhores como ser Príncipe, ter um castelo, um reino e tudo que ele quisesse ter, mas preferiu apenas sofrer, claro como uma criança fiz tantas perguntas que tinha esquecido qual era o propósito deles de estarem ali: fazer me dormi, mas o tiro tinha saído pela culatra. Toda vez que contavam uma história onde o príncipe ou a princesa meio que se sacrificaram para o amado eu achava algo terrível, sempre que fazia uma pergunta relacionada ao amor meu pai ria e minha mãe ficava seria, dizendo que eu era novo demais para entender, o meu pai ficava quieto esperando o momento certo para responder.
Meus pais tiveram dois filhos homens e uma menina, o filho mais velho, o primogênito, a esperança da família Bertolli, Paulo Henrique Papov Bertolli, eu que era o filho do meio Pedro Bernadi Papov Bertolli que como disse era apenas comum e a fofura da nossa família que se chamava Amélia Maria Papov Bertolli, agora porque vocês perguntam o fato de falar o nome todo? Nossa família temos a tradição de honrar nossa linhagem, tínhamos que honrar a dignidade que o nosso sobrenome tinha, então como fui criado assim até hoje sigo a tradição. Agora voltando para o assunto, o meu irmão ele era seis anos mais velho do que eu e minha irmã dois anos mais nova, mesmo tendo idades bem diferentes nos dávamos muito bem.
Paulo sempre foi bem humorado, sempre respondia qualquer pergunta minha mesmo que estivesse errado acreditava fielmente em sua palavra, nessas perguntas sobre o tal "amor" que meus pais fugiam de me responder, entrei no quarto de Paulo que respondia algumas questões em seu caderno, olhou para mim surpreso mas logo abriu um sorriso sereno.
- Não é para contar para o papai e nem para mamãe - disse nervoso.
Meu irmão olhou para mim novamente e voltou a se focar em seu caderno.
- Tudo bem - disse.
Sentei cama tão nervoso, não sei porque estava tão nervoso atoa não sabia como começa a fazer a pergunta, ficamos alguns minutos assim calados apenas ouvindo o lápis passar deslizando pelo papel, quando colocou o lápis na mesa e virou para mim tinha certeza que não teria como fugir.
- Então? - perguntou.
Como disse antes sempre fui uma pessoa comum ao meu ver, muitas pessoas diziam que eu era estranho, quieto, que encarava demais além de muitas outras coisas que para uma criança de apenas cinco anos de idade não entenderia a metade, mas para mim era apenas uma criança comum, que gostava de jogar bola no quintal, empinar pipa, acorda cedo para assistir desenhos animados na televisão, que qualquer madeira no quintal possa virar uma varinha, espada ou arma, mesmo que tivesse incostaveis brinquedos no quarto de jogos ainda fui uma criança comum. Meu irmão Paulo dizia que eu era peculiar, gostava da palavra mesmo não entendia o sentindo dela, mesmo depois de algum tempo fiquei feliz que ele achou uma palavra que me definia sem ser num termo ruim, mas não aceitava de fato.
- A-amor o que é ele? - disse gaguejando.
Meu irmão me olhou surpreso, não pela pergunta e sim que achava que seria algo mais perigoso, complicado, complexo ou totalmente diferente do que ele já viu, mas a pergunta saiu de uma forma estranha como se aquilo fosse um bicho para mim e na verdade era, porquê ninguém largaria tudo que tinha em mãos se não fosse ameaçado por um monstro, ladrões ou até mesmo um tipo de veneno, o Amor não parecia fácil de lidar pois as vezes era tão sereno, feliz ou gentil que tipo de monstro seria esse tal Amor. Só que ele não riu ou ficou tirando sarro com a minha cara, simplesmente levantou e andou até sua estante de livros que ficava perto da janela onde podia ver todo o quintal dos fundos da casa, ficou olhando por alguns minutos a estante até que se adiantou e tirou um livro da segunda prateleira. Era um livro grosso e parecia um pouco velho, na lateral estava escrito em letras em vermelho dicionário, nunca tinha aberto um a minha estante era cheia de livros onde tudo era colorido, poucas palavras e bastante desenhos, já a estante de livros de Paulo era tão diferente da minha, seus livros eram muitos grossos e pesados, tinha nomes complicados e nenhum desenho, era muito curioso ver ele parado num canto com os seus olhos vidrados em tantas palavras que muitas nunca tinha visto alguém falar, suas feições era o que mais me intrigava em certos momentos esboçava felicidade, tristeza, raiva ou surpresa, tudo era tão interessante que não via a hora de ser "crescido" e poder entender as coisas que ainda não entendia, ele abriu o tal dicionário cuidadosamente e folheou as páginas até em parar em uma específica e deslizou com o dedo na folha como se pudesse sentir cada palavra ali escrita, até que parou e voltou olhar para mim como se tivesse achado o tesouro.
- Sabe o que serve um dicionário Pedro? - disse misterioso.
- Os significados das palavras, foi o que papai falou! - disse.
Paulo sorriu para mim orgulhoso da minha resposta, como se aquela "rocha" ainda podia virar um diamante brilhante.
- Isso mesmo, mas porque quer saber o significado do amor Pedro? - perguntou.
Na verdade ainda não sabia que amor era palavra, como disse acreditava ser um tipo ser-místico.
- Estou apenas curioso - respondi nervoso.
- Amor: Afeição profunda de uma pessoa a outra; conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual; grande amizade; afeição as coisas... Bem tem muita coisa quer escutar o resto?
Neguei com o a cabeça, não tinha entendido nada as palavras parecia furacão na minha cabeça.
- Pode explicar?
Paulo ficou me encarando querendo entender o que eu disse, explicar um texto tão complexo para uma criança de cinco anos, bom, para ele isso seria fascinante.
- Lembra quando tomou café? - perguntou.
Lembrei daquele gosto amargo descendo pela minha garganta mas deixando um leve doce na língua, era quente e aconchegante.
- É amargo, mas fica doce depois - resumi.
- Amor é como café Pedro - olhei confuso para Paulo e ele sorriu e contínuo - Olhe para os nossos pais, as vezes eles não se entendem, ficam "amargos" mas logo ficam "doces", amor é isso um sentimento aconchegante mesmo tendo alguns momentos "amargos" ainda sabem que no fundo terá aquele "doce", é um sentimento quente que nunca se apaga.
Fiquei confuso com toda aquela explicação, café, amargo, quente... Uma comparação esquisita com um líquido escuro feito por sementes com humanos feitos de carne, ossos e órgãos, apenas sai do quarto do meu irmão mais confuso quando tinha entrado mas como dizia os outros eu era uma criança "estranha", uma das coisas "estranhas" que gostava de fazer era observa. Ficava em silêncio observando as pessoas, o seu jeito de mover, de comer, expressão tudo aquilo era fascinante foi desse jeito observando cada pessoa individual sair da minha casa ou até mesmo os meus pais para entender o tal amor, que aliás não era um monstro e sim algo que vivia em nos, de monstro foi passado a ser titulado como "praga", não me leve a mal era melhor se chamado assim do que parasita.
Não só aprendi sobre ele e só que percebi que a tal "praga" só atacava casais, os sintomas eram simples: 1) troca de olhares; 2) sussuros no ouvido; 3) gestos carinhosos; 4) alheio às coisas quando seu par está ao lado, mas não parecia se encaixar era como um quebra-cabeça sem a última peça que ficava no meio da imagem deixando ela totalmente sem vida, tudo mudou quando Bertha melhor amiga de Paulo que parecia em casa para brincar, não entenda mal não estava com a "praga"... mas Paulo estava. Bertha estudava na mesma classe que meu irmão, era gordinha e tinha cabelos castanhos de olhos claros seu sotaque baiano era fortíssimo as vezes não entendia quase nada que falava mas gostava dela, sempre me contava histórias divertidas, trazia doces e revista em quadrinho toda vez que visitava nossa casa, Paulo sempre sai correndo para recebe-la seu sorriso parecia que estava costurado em seu rosto, ele a observava com aquele olhar "doce" mesmo quando ela comia o lanche da tarde, sua risada era constante e sempre achava uma maneira de ficar apenas Bertha e ele, mas sua felicidade durou apenas três meses.
A coitada foi morar com os tios bem longe onde morávamos e era impossível ela vim, lembro que Paulo chorou por dias.
Seu "amargo" não ia virar "doce".
                   ¤
Quando completei onze anos de idade meu irmão tinha dezessete não nos falamos todo momento quando éramos crianças, ele não aparecia no meu quarto sorrateiramente para termos aventuras no quintal de madrugada, era ele no canto e eu o no outro, seus amigos não eram mais divertidos como Bertha eram rapazes que só falavam de mulheres, futebol e vestibular, sentia as vezes um forte cheiro em suas roupas logo depois descobri que era cigarro as vezes escondia bebidas alcoólicas em garrafinhas de refrigerante, jurei que não seria como eles que seria diferente não queria ter um "corpo de adulto com mente de criança" como meu pai dizia ao gritos para Paulo, quando conversamos falamos sempre em que livro estava lendo ou que jogo tinha lançando mesmo ele sabendo que não jogava vídeos games, lembra da minha estante de livros? Bem, ela mudou um pouco. Agora tinha alguns clássicos autores como Camões, Machado de Assis, Raul Pompeia, Flaubert e muitos outros, gostava de passar mais tempo no meu quarto sozinho estudando ou lendo, Amélia dizia que eu era estranho pois preferia ler do que brincar com ela.
Ler era um modo que podia fugir da realidade, deis dos meus seis anos de idade meus pais tinha me matriculado em vários cursos, segunda e terça era inglês, quarta e quinta francês e de segunda à sexta piano e outros horários praticava pintura e judô, todos nós tínhamos que seguir as regras mas meu irmão desistiu quando fez 15 anos, Amélia bateu o pé e fez birra sobrando apenas a mim a sofrer por todos, era assombroso ouvir meus pais cochichar sobre o meu futuro então quanto sobrava tempo eu fugia para meu quarto e lia, aumentava a música no último volume fugindo de tudo e todos.
De tanto ler aprendi sobre o amor não o chamava mas de "praga" mas não queria sentir ainda me assustava a ideia de sacrificar (para mim era sarcamos, fingia que era) sua vida para um amante, isso parecia meio impossível de se fazer mas as vezes parecia interessante a ideia de amar o bastante por uma única pessoa.
Um dia estava lendo em meu quarto com o som ligado não no modo habitual que sempre estava (no último volume) meu irmão abriu a porta do meu quarto espantado por tantos livros espalhado pelo cômodo, fazia alguns anos que não entrava no meu quarto como disse antes apenas conversamos as vezes na sala de jantar, na sala de televisão, no quintal, na beira da piscina mas não tínhamos intimidade suficiente para entrar um no quarto do outro e principalmente sem bater, encarei com uma cara feia querendo saber o motivo de entrar sem bater pelo menos na porta.
- Eu sei que não tem campainha, mas lembro que tem mão para bater - disse ríspido.
Ele retribuiu o olhar furioso e fez uma cara que tomou um suco e não gostou.
- Aprendeu a ser mal educado a onde? - perguntou.
- O único mal educado é você que entra no quarto sem bater - respondi.
Soltou um suspiro profundo dando uma trégua a nossa birra frequente, sentou na ponta da cama empurrando alguns livros jogados, pegou um e leu bem baixo quase para não escutar o título "Introduction to Astrology" dito em um péssimo inglês.
- Introduction to astrology - corrige - Meu Deus Paulo, você deveria voltar fazer uma aulinhas.
Continuei a ler meu livro e enquanto ele continuava quieto, sem dizer uma palavras seus olhos percorriam pelo quarto mas não tinha tantos móveis, nem uma televisão, apenas um rádio que ficava na mesa que utilizava para estudar que ficava próximo ao meu pequeno abajur azul-turquesa, minhas roupas ficavam no closet porta ao lado de banheiro, o resto era apenas uma cama de solteiro, várias estantes e livros jogados e alguns pôsteres de alguns cantores, cientistas e post-it de frases ou algumas das anotações que colocava na parede, sim, realmente não parecia um quarto de uma criança normal mas para mim aquilo era normal, portanto vivi uma vida comum do meu jeito. Ele pegou novamente o livro de Labban mas dessa vez abriu e começou a folhear as páginas que para sua surpresa estava em inglês, soltou um suspiro e jogou novamente na cama batendo em outros livros.
- Você não quer brincar lá fora ou sei lá ser uma criança normal? - disse me encarando.
Levantei meu rosto para poder olhar em seus olhos que me encaravam, seus olhos eram um azul escuro enquanto os meus eram um azul claro diferente dos meus irmãos e da minha mãe, ela dizia que os meus olhos eram idêntico do meu avô que morreu de câncer quando eu tinha três anos de idade então não lembrava seu rosto, meu irmão ele era muito parecido com o meu pai tinha altura mediana cabelos castanhos que ele cortava deixando bem baixo, eu era branco quase palido com cabelos pretos tinha puxado os traços de minha mãe e Amélia tinha cabelos negros com os olhos azul escuro, era uma mistura de ambos. As vezes achava que o meu irmão era um tremendo idiota mas naquele momento eu tinha certeza.
- Defina uma criança normal para mim - disse ainda o encarando.
Ele continuo me encarar por alguns segundos depois desvio o olhar, voltei para o livro tentando prestar atenção máxima nele mas Paulo voltou a falar novamente.
- Brincar lá fora, sair com os amiguinhos ou até mesmo brincar de boneca com Amélia - disse.
Para todos as pessoas que me viam sempre diziam a mesma palavra, brincar, era como se fosse um ritual infantil: brincar. Você não seria uma criança comum se não desejasse brincar, se não chorasse querendo alguma coisa do super-mercado, fazer birra porque queria um Power Rangers ou desejar ter um vídeo game, claro que gostava de Power Rangers mas não achava necessária brincar de ser um, tinha amigos jogávamos futebol no final de semana ou apenas brincávamos de carrinho de rolimã só que meu irmão não parava em casa coisa que meus pais odiavam e achava que eu era uma criança excluída. Como não me via nessas ocasiões que vamos ser sinceros que era difícil acontecer por causa dos horários constante de cursos e cursos achava que vivia preso no quarto, numa bolha, uma criança solitária essa ideia era tão hilária que dá vontade de rir, mas fiquei apenas calado enquanto falava de um modo que não me machucasse que eu era um sozinho.
- Parar de ler e fazer amigos, jogar baralho ou vôlei, aproveitar...
- Paulo eu tenho amigos, você tem que parar com isso de achar que meu passatempo é esquisito - interrompi - Espero que não esteja bebendo escondida as bebidas do papai, por que está falando nada com nada.
Sua surpresa era visível, as pessoas acham que criança é tapada mas enganados são elas que percebem as coisas pois acham que elas não entendem nada.
- Como sabia disso? - perguntou.
Uma coisa que devem aprender: as crianças sabem tudo. Elas descobrem as coisas rapidamente mas tudo aquilo que for extremamente de seu interesse, como por exemplo se disser algum tipo palavrão a criança vai repetir milhares de vezes a fim de decorar essa palavra não para irritar ou ferrar sua vida com seus pais ou sua mulher e sim, pois ela precisa repetir e não esquecer algo novo que aprendeu. Agora tente ensinar uma criança a falar batata, ela vai errar milhares de vezes e esquecer logo em seguida. O que eu quero dizer é: tudo que uma criança vê ou ouvi ela aprende e não esquece, mas tudo que se interessa a ela é claro, então se tiver um irmão menor em sua casa evite de roubar a bebidas do mini bar do seu pai, pois uma hora ou outra ela vai descobrir.
Então decidi responde-lo assim:
- Apenas vi - e só.
Meu irmão olhou desconfiado mas sabia que a melhor forma agora era sair mais rápido do meu quarto e deixar por vencido, mas antes de fechar a porta voltou a me encarar mesmo sabendo que não estava mas prestando atenção em nada em que dizia.
- Vai vim uma amiga aqui em casa, ela é bastante especial sabe - começou olhar para os seus pés num estado nervoso - só não seja esquisito.
E saiu do quarto fechando a porta silenciosamente.
O que me deixava magoado com isso tudo não era que ele achasse que eu era excluído e sim que ele tinha tornado como todos os outros adultos que me achavam esquisito e estranho, gostava como me chamava de peculiar mesmo que era quase a mesma coisa mas mostrava que era especial, só lembro que naquela dia fiquei trancado no quarto chorando baixinho.
No outro dia estava disposto a ir a escola, fazia um calor tremendo e já estávamos em horário de verão mostrava que o ano letivo já estava acabando, os dias passavam mais rápidos e todos estavam esperando a tão estimadas férias. Para mim férias não era tão esperada, se não tinha aulas meus cursos eram aumentados e não teria tempo para nada apenas quando íamos viajar, que não durava muitos dias mas ficava longe de todo o sufoco, tudo era calculado como se fosse um boneco a maioria do meu tempo era gasto do modo que meus pais queria então a única maneira que tinha era torce que as aulas parassem, todos perguntavam porque não desistir de uma vez aliás ainda podia ter voz, mas era orgulhoso demais para desistir e mostrar que mesmo sendo um criança eu podia fazer, mesmo que meu corpo não aguentasse eu podia fazer... mesmo que eu fosse fraco eu podia fazer.
Entrei em casa as presas torcendo que não encontrasse com o Paulo ainda estava magoado mas se o visse tinha que fingir que estava tudo bem, ao subir as escadas no topo eu a vi, como se tivesse visto um anjo sem asas a minha frente como se o espaço em minha volta não existisse, apenas ela e eu.Bem, meus olhos apenas conseguia vê-la, meus pés ou até mesmo os braços ficaram duros como chumbo não conseguia mover um centrimentro, ela era a coisa mas linda que tinha visto.
Ao me ver seus olhos se arregalaram mas logo abriu um sorriso doce, seus olhos eram verdes escuros como as plantas que a minha mãe cuidava, seus cabelos loiros como trigo e suas bochechas rosadas como um pequena flor tudo nela era perfeito.
- Deve ser o Pedro - desceu os degraus ao meu encontro e esticou a mão para mim - Sou Clara, amiga de Paulo.
Apenas peguei em sua mão e sorri, claro que Clara deu outro sorriso mas podia ver claramente os seus dentes que eram perfeitos como ela.
- Olá - disse.
- Eu vim ontem mas Paulo disse que estava ocupado.
Sua voz era mansa como se as palavras que saía da sua boca fosse mel, apenas acenei com a cabeça concordo que estava falando não conseguia pensar em algo para poder falar com ela ou dizer qualquer coisa que saísse daquele silêncio mortal. Até que Paulo chegou e nos viu parados no meio da escada viramos para podermos encarar ele, sua cara dizia tudo como se tivesse vergonha de mim ao ponto de tirar Clara mas rápido possível longe de mim.
- Parece que conheceu meu irmãozinho - dizia num tom nervoso, tenso com a situação.
Apenas acenei com a cabeça novamente ainda sem nada para dizer.
- Sim, ele é uma graça - disse Clara.
Suas palavras me pegaram de surpresa, meu coração começou a bater rápido de um modo acelerado podia sentir ele bater na minha garganta como se ele quisesse sair para fora, ela não tinha me achado esquisito ou um doido apenas uma "graça" de um modo tão sincero e bondoso.
- Entendo - Paulo voltou a olhar para mim não com a repulsa que me olhava toda vez e sim um olhar mas carinhoso - Vamos dar uma volta de bicicleta quer vim?
Ele esperava uma resposta como um prisioneiro esperava a sua hora de morrer, pela primeira vez de anos via em seus olhos que queria que eu fosse que eu agisse como uma criança normal mas como uma balde de água fria lembrei que tinha as minhas aulas, não conseguia dizer nada e sabia que entendia o que estava passando pela minha cabeça quando me olhou com pena, apenas deu uma batidinha no meu ombro e abriu um sorriso mostrando que estava tudo bem, Clara encarava nos dois sem entender nada então apenas abriu um sorriso doce para mim.
- Bem, vai ter outros dias não é mesmo? - disse Clara.
Apenas abri um sorriso e assenti com a cabeça, ela deu um beijo no meu rosto e piscou para mim, pude ver em seus olhos e percebe que não estava sendo obrigada a estar ali comigo e sim porque queria estar, sentia meu peito preste a explodir e o ar faltar em meus pulmões, meus olhos se arregalaram e minhas mãos comecaram à suar. Fiquei ali parado vendo os dois descer pela escada e saindo pela porta, meu corpo que estava tão estranho em tão poucos segundos logo se acalmou, mas minha mente ainda lembrava do seu rosto.
Os dias passavam e Clara visitava nossa casa frenquemente, as vezes parecia na semana com os amigos de Paulo, outras aparecia sozinha com algum pretexto que só Paulo sabia ou nos finais de semana com as suas roupas causais, mas sempre que parecia em nossa casa batia em minha porta apenas para trocar saudações ou para bater um papo rápido, numa dessas visitas estava lendo em meu quarto quando ela bateu na porta, ela entrou usando um vestido amarelo que ia até os joelhos seus cabelos estavam soltos e usava sandálias de flores brancas, não pude evitar o sorriso que crescia em meu rosto adorava vê-lá e gostava mais ainda quando parecia mesmo para dizer "oi".
- Carla! - saí correndo para abraça-lá.
Encostei meu rosto na sua barriga e meus braços envolta da sua cintura, pude ver que tinha à assustado pelo meu ataque surpresa mas logo passou os braços por cima dos meus ombros e deu um beijo leve no topo da minha cabeça.
- Olá Pedro, parece que está muito feliz hoje - disse passando a mão em meus cabelos.
Apenas assenti e abracei mais forte.
- O que faz aqui hoje? - disse ainda abraçando ela.
- Vim ver seu irmão, ele está meio chateado sabe!? - disse tristonha.
Uma coisa eu tinha percebido era a drástica mudança de Paulo, minha família esperava que Paulo fosse o herdeiro da família era claro que não tinha como fugir do peso da família Bertolli, mas meus pais viviam cochichando e Paulo quando viam virava uma confusão e sempre acaba com um grande NÃO que ecoava pela casa, uma noite quando não conseguia dormi ouvi meus pais conversarem na sala quando esperava ele chegar de uma da suas festinhas, seus rostos demonstrava cansaço e suas vozes rígidas, como se nada tivesse indo bem. Como eu era apenas uma criança nada era dito perto de mim, não era merecedor de algo ser discutido quando estava no ambiente e caso estivessem conversando e chegasse o assunto era encerrado na mesma hora.
Fiquei preocupado com meu irmão, podia ser que estava doente? Ou estava indo mal na escola? Eu não sabia e ninguém me contava, Carla apenas se agachou para ficar do meu tamanho e viu que me mostrava preocupado, ela abriu um sorriso meigo que só ela conseguia dar e disse com a voz mas calma possível.
- Vai ficar tudo bem, não é nada grave.
Passou a mão novamente no meu cabelo e se levantou indo direção ao quarto de Paulo, apenas ouvi o barulho de sua mão a bater na porta e o resto não conseguia ouvir mais nada, fiquei em meu quarto tentando estudar mas meu irmão não saía da minha cabeça, estava muito preocupado com a situação que não sabia o que estava que estava afetando os meus pais, decide falar diretamente com eles.
Saí do meu quarto rumo ao escritório de meu pai mas não estava lá ou em qualquer cômodo, a governanta Elisabete disse que tinha saindo com a minha mãe então decidi falar com Paulo, por causa de Carla nos começamos se dar bem e sentia que éramos irmãos depois de tanto tempos afastados acreditava fielmente que não mentiria ou negaria qualquer coisa que perguntasse a ele.
Parei em frente da sua porta pensando o dizer para ele, à anos não tinha entrando em seu quarto que não sabia como chamar, até que ouvi voz de Clara soar docemente pelo quarto, era diferente como falava comigo a porta do quarto estava entreaberta e meu instinto dizia para não ver mas algo que era mais forte dizia que precisava espiar e saber. Meus olhos não acreditava no que viam meu coração batia sem parar, senti meu coração ser traído e tudo aquilo que acreditava ser destruído, meu irmão e Clara estavam abraçados e seus lábios estavam colados um no outro, a mão do meu irmão deslizava pela suas costas fazendo dar alguns saltos mas não desgrudava sua boca da dele, Paulo à deitou seu corpo subindo em cima dela mas não parecia que tinha medo, seu sorriso era enorme e transbordava felicidade, não parecia ser real tinha medo de ter certeza do que estava acontecendo até que Clara disse e suas palavras foram facas em minha pele:
- Eu te amo Paulo.
O resto eu não lembro, apenas corri para o meu quarto e me tranquei por horas onde as minha lágrimas foram meu consolo, foi naquele dia que tinha descoberto o amor e foi naquele dia que sofri pela primeira vez. Meu amor de infância não foi belo como mostra em novelas, em nem no doce no final do café, foi apenas amargo e escuro.


Notas Finais


O prólogo e o primeiro capítulo já estavam salvos no meu celular, tem várias partes espalhadas e até algumas salvas no tumblr (estou PERDIDA), mas espero que gostem ou melhor ame o Pedro como eu amo ele.


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