História Peeta e Katniss - Safe and Sound... - Oi mãe...

— Oi mãe. – Digo quando sinto seus braços em volta de mim me abraçando.

Eu e minha mãe havíamos nos aproximado bastante depois do fim da guerra, agora ela me ligava com mais frequência, apesar de nunca ter vindo me visitar, sua presença aqui agora me deixa muito confusa.

— Eu vim assim que soube o que aconteceu com Greasy. – Ela disse assim que fomos para a cozinha preparar um café.

— Eu também não estava aqui quando ela morreu, eu fui para o 7 na festa de aniversário de uma amiga. Assim que voltei fiquei sabendo, quase que perco o funeral. – Digo tristemente.

— Eu sinto muito filha, eu nunca estou do seu lado quando você mais precisa de mim. – Diz minha mãe com lágrimas nos olhos.

— Tudo bem mãe, eu sei que é difícil para você voltar para cá depois de tudo. Para mim também foi, só voltei para cá, porque fui obrigada. Mas também foi difícil para mim, nos primeiros dias. Tudo que eu pensava era em uma forma de me matar. – Digo.

— Eu sei, e sei também que se você está viva, devemos isso ao Haymitch, a Greasy e também ao Peeta. Por falar nele, como vocês estão?

A pergunta de minha mãe ecoa em minha cabeça. Realmente, eu não sei. Eu e ele passamos uma noite maravilhosa juntos, mas e agora? Eu não sei o que será de nós.

— Bem, estamos bem. Ele ainda tem os flashbacks, mas está bem melhor. – Digo sorrindo.

— Isso é incrível. Mas, eu quis dizer. A relação de vocês. – Minha mãe sorri.

Isso me pega de surpresa, eu precisava mesmo desabafar, e quem melhor para isso do que minha mãe? Conto tudo para ela, desde o dia em que eu voltei até a noite passada. Minha mãe arregala os olhos e sorri encantada.

— Vocês passaram a noite juntos! – Ela sorri e depois fica seria. — Espero que agora vocês se resolvam, o que fizeram é algo muito sério.

— E você acha que eu não sei? Acontece mãe, que. Ele estava lá hoje, dando bola para uma cliente! – Digo sentindo a raiva me atingir novamente.

— Katniss, era a inauguração. Ele precisava dar atenção para seus clientes. – Diz minha mãe, e eu sei que ela tem razão.

— E eu mamãe? Ele nem me viu entrar na padaria! – Digo nervosa e ouço batidas na porta.

— Vou atender. – Minha mãe se encaminha para a sala e parece conversar com alguém. Ouço a porta se fechar.

— Quem era mamãe? – Pergunto de costas para a sala passando o café.

— Sou eu. – Diz uma voz que eu conheço muito bem. Peeta me abraça por trás e eu me afasto olhando em seus olhos.

— Por favor não chegue perto. – Digo me sentando na mesa.

— O que aconteceu com você? – Ele pergunta.

— Nada.

— Nada? – Ele repete. — Eu te conheço Katniss. Sei que está chateada.

— Então deve saber o porquê. – Digo, revirando os olhos.

— Na verdade, não. – Ele diz se sentando na minha frente.

— Claro! Você estava tão entretido com suas clientes que nem reparou em mim. – Digo sentindo meu rosto esquentar por causa da raiva.

— Katniss, hoje era a inauguração. Eu precisava ser gentil com todos. – Ele diz e percebo que ele está começando a perder a paciência, o que só me faz ficar com mais raiva.

— Ah claro! Desde quando ser gentil é deixar que suas clientes fiquem beijando sua boca? – Pergunto jogando a xicara de café para cima dele. Por sorte ele se esquiva.

— Você está falado da moça que veio me cumprimentar? – Ele pergunta sorrindo. E sinto uma vontade enorme de esganá-lo.

— Ah! Então você se lembra? – A cada segundo minha raiva aumenta ainda mais.

— Katniss, ela só estava sendo gentil. – Diz Peeta agitando os braços.

Paro um pouco, não quero deixá-lo nervoso, apesar de não ter medo de Peeta. Desencadear um flashback sozinha com ele não me parece uma boa ideia.

Então eu apenas me aproximo e digo:

— Você e eu somos carrinhos de bate-bate. Quanto mais eu tento me aproximar de você..., mas nós nos quebramos. – Digo deixando toda a frustração ficar visível em minha voz.

Peeta olha no fundo dos meus olhos e sobe as escadas. Eu sei exatamente o que vai acontecer agora. Ele vai se trancar dentro de algum cômodo e ficar lá até todo o seu sofrimento passar. De fato, eu só sei machucá-lo. Onde isso pode parar?

Subo as escadas procurando por ele, até que abro a porta do quarto de hóspedes, Peeta está agachado no meio do quarto com as mãos na cabeça. Assim que entro vou até ele e o abraço. Ficamos assim por alguns minutos até ele se levantar.

— Aonde você vai? – Pergunto quando ele caminha em direção a porta.

— Vou em casa, preciso tomar um banho e comer alguma coisa. – Ele diz, percebo que ele evita me olhar.

— Tudo bem... – Digo me levantando. — Você vem dormir aqui hoje?

— Talvez, de qualquer forma. Deixe o quarto de hóspedes arrumado. Se vier, vou dormir lá hoje. – Ele diz saindo pela porta.

Com certeza ele ficou magoado comigo. Desço para a sala e ligo a Tv para assistir ao noticiário noturno. A companhia toca e eu vou atender pensando ser Peeta.

— Oi filha. – Minha mãe sorri. — Eu não vou entrar, só vim lhe avisar que vou dormi na cama de Haymitch e Effie hoje, eu e ela estamos ajudando Annie a preparar sua bolsa, ela já está com oito meses, a partir de agora ela pode dar à luz a qualquer momento.

— Tudo bem mãe. – Digo.

— Conversou com Peeta? – Ela pergunta.

— Sim. Amanhã eu te conto como foi. Boa noite. – Digo, abraçando-a e ela vai embora.

Volto para dentro me sentando novamente no sofá. Logo Peeta chega.

— Eu já vou dormir, estou cansado. Se precisar de algo pode me chamar. – Ele diz, e assim eu o levo até o quarto de hóspedes.