História Pelas suas mãos - Capítulo Único

   A chuva fina ainda caia lá fora. Aquela noite havia sido bem agradável, Bulma cozinhou para seu amado filho Trunks. O jantar ocorreu em meio a conversas, relembraram o passado... uma hora estavam as gargalhadas e em outros momentos ambos com os olhos marejados.

           Ela tinha ido dormir tranquila, em paz... mas no meio da noite acordou assustada, certamente teve um pesadelo, não se recordava de nada, tudo que vinha em sua mente era uma nuvem preta e densa a sua volta. Sentiu um forte aperto em seu peito, levantou-se, vestiu seu hobby e foi para o laboratório.  

              Abriu a última gaveta de sua mesa com um supetão, vasculhou ela até encontrar o que buscava: um maço de cigarros. 

           Em seguida, sentou em sua poltrona, acendeu o fumo, deu uma longa tragada e soltou a fumaça lentamente. Bulma havia parado com esse vicio alguns anos, mas seu corpo sentiu uma enorme necessidade daquelas substâncias. Entre um trago e outro sua mente foi se esvaziando, sabia que devia fazer algo.

          Seu olhar se fixou em um arquivo à sua frente, ele tinha varias portinhas, todas numeradas e ao achar um determinado número teve a certeza do que deveria ser feito: Devia tomar providências.

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          Os primeiros raios de sol começaram a invadir o quarto de Trunks, ele se moveu preguiçosamente. Logo em seguida pulou da cama ao notar que o Ki de sua mãe não estava no quarto e já em alerta foi ao encontro dela.

            - Mamãe, o que faz aqui tão cedo?

            Ela escutou a voz doce de seu filho a chamando, notou um tom de repreensão na curta frase, pousou a caneta sob o caderno de anotações, virou-se para a porta, e não pode conter uma risada sonora ao ver como ele se vestia.

           - Bom dia filho, mas o que é isso? Um novo uniforme Saiyajin?

           O rosto do moreno ficou imediatamente rubro, só agora percebeu que havia descido de shorts e empunhava sua espada na mão direita - Realmente estou ridículo – Ele pensou.

          - Me desculpe pelos trajes, eu fiquei assustado ao ver que a senhora não estava no quarto tão cedo. Pelo que sei você não esta trabalhando em nenhum projeto urgente e como é final de sem....

          Interrompeu a frase ao notar uma nave no fundo do laboratório, ela estava na penumbra, caminhou até lá e Bulma o seguiu.

         - Mas porque você a ativou depois de tantos anos?

      - Eu decidi fazer uma manutenção nela. Sabe depois dessa ameaça recente de Babidi e Dabura, que graças a Kami você conseguiu evitar, percebi que não devo deixar a máquina do tempo abandonada assim.

             - Você esta sabendo de alguma coisa? - Ele questionou com um olhar desconfiado.

             - Claro que não meu filho - Disse com um tom seguro, não queria preocupa-lo a toa.

             - Sendo assim, vou voltar a treinar diariamente.

             - De jeito nenhum!!!  Você vai sair, passear, se divertir.  Ainda espero me apresentar a alguma namoradinha sua. - Ela deu uma piscadela após concluir a frase e Trunks sentiu seu rosto ficar novamente vermelho.

            - Quem sabe um dia mãe – Respondeu sem jeito e tratou de sair rapidamente do laboratório.

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           Uma semana se passou e a manutenção da máquina do tempo estava quase concluída, faltava alguns ajustes e também o combustível especial necessário para viajar no tempo, este estava sendo produzido em um dos galpões da Corporação Cápsula. 

           Bebericou o restante de café que tinha na xícara, não pode evitar uma careta ao sentir que o liquido estava frio. Levantou-se para guardar algumas plantas técnicas e deixou o laboratório em seguida.

            Foi até o jardim, aquela manhã estava gostosa, ensolarada no ponto certo.  Avistou Trunks de pé em um dos laguinhos da mansão. - Esse menino não tem jeito mesmo - Ela pensou - Filho...filho...TRUNKS!!!

            Bulma teve que berrar para conseguiu a atenção dele, estava tão concentrado em seu treinamento mental que não notou a presença sua mãe ali.

               - O que foi mamãe?

               - Que tal irmos no shopping hoje? Está passando um ótimo filme no cinema. - Ela perguntou animada.

              Já Trunks, relutou pra aceitar o convite mas decidiu acompanhá-la - Tudo bem, vamos sair que horas?

             Ela olhou no relógio de pulso - Que tal tomarmos banho e sair? Aproveitamos para almo...

             Parou a frase ao notar no horizonte o céu ficando negro, a expressão no rosto de Trunks ficou fechada, não conseguia sentir o Ki mas sabia que algo de perigoso estava surgindo. Em questão de segundos todo o céu da Capital do Oeste estava negro, era como se Shenlong tivesse sido invocado, mas ambos sabiam que aquilo não podia acontecer.

             - Mãe se proteja em casa, vou verificar o que esta acontecendo - Não esperou a resposta dela, voou rapidamente na direção que viu o primeiro ponto negro surgir.

              Bulma retornou ao seu local de trabalho, escreveu mais algumas palavras no seu inseparável caderno.

           - Eu do passado, estou contando contigo – Disse em voz alta e confiante. Após guardou ele em um compartimento dentro da máquina do tempo. - Volte logo e em segurança Trunks.

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             Sabe quando mais rápido você quer chegar a um determinado lugar, mais longe ele fica?

            Trunks estava sentindo isso. A cada centímetro que cruzava no céu parecia uma eternidade. A visão abaixo de si era terrível. Decidiu pousar e seguir a pé, não devia estar tão longe assim.

           Não queria acreditar naquela cena, em questão de minutos toda a restauração feita após a derrota dos androides foi pro espaço. Tudo era destruição, caos, corpos espalhados pelo chão, um mar de sangue estava se formando.

           Sentiu seu corpo gelar ao sentir a presença de alguém em suas costas, pego de surpresa não pode evitar o golpe que o arremessou a alguns metros de distância.

          O sujeito caminhou lentamente até ele, Trunks levantou-se devagar em meio os destroços, sentia seu corpo dolorido, provavelmente havia quebrado uma costela.

           - Goku é você? - O guerreiro questionou confuso, aquela cena era impossível já que ele havia morrido a muitos anos devido uma doença no coração. Trunks teve que interromper seus pensamentos, aquele cara igual ao Goku voltou a ataca-ló sem dó nem piedade, e o jovem saiyajin não teve a menor chance, foi facilmente derrotado.

           De alguma maneira, Trunks havia sido salvo. Sentia seu corpo balançando, parecia estar em uma moto, abriu seus olhos lentamente, viu as costas do piloto, longos cabelos negros, vestia uma roupa um pouco larga, a pessoa parecia ter um corpo frágil, seria uma mulher? Ele não pode concluir seu raciocínio, havia desmaiado novamente.

          A campainha da Corporação Cápsula tocou, Bulma imediatamente mudou a tela de seu computador para as imagens das câmeras de segurança. Seu coração parou por alguns segundo ao ver o corpo de seu filho jogado ali na porta de sua casa.

           Pegou uma maleta de primeiros socorros e foi correndo ao encontro dele, abriu a porta, puxou ele para dentro para em seguida tranca-la. Sentiu-se aliviada ao ver que ele estava com vida.

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Quase um ano depois...

            Um raio de esperança invadiu o meu esconderijo, vi meu filho chegar. Ele sempre tão amável e preocupado comigo.

         Doeu muito ficar longe dele, mas essa distância foi necessária, não podíamos ficar juntos pois se “Goku Black” nos encontrasse, todo esse ano produzindo somente combustível o suficiente para ir ao passado teria sido em vão, e já assim separados teríamos mais chances de alguém escapar com vida.

       Lacrei o tubo e pedi para Trunks levar rapidamente a Corporação, ele queria que eu ficasse ali para descansar mas eu não podia, eu precisava acompanha-ló.

        Uma bola de fogo atingiu o local, só podia ser o tal “Black”, senti que atrás de mim tinha uma presença familiar, virei pro meu filho que havia me protegido do primeiro ataque, entreguei o recipiente e insisti para ele ir embora.

        Houve mais uma explosão, quando abri meus olhos dei de cara com ele, me segurava pelo jaleco, meus pés não tocavam o chão.

Pisquei algumas vezes,aquilo não podia ser real...

Seu cabelo espetado...

          Aqueles olhos negros e marcantes...

Ele sorriu maliciosamente ao notar a minha confusão...

          E aquele sorriso me causou arrepios...

Arrepios de medo...

          Arrepios de desejo...

Eu devo estar ficando louca...

          Mas aquela curta tortura estava terminando...

Sentia meu corpo começando a queimar...

          Logo eu estaria morta...

E quem sabe o senhor Enma Daioh possa me responder...

          Afinal de contas, por quem eu fui morta?

Porque eu, por mais que tenha presenciado aquilo

          Custo a acreditar que fui morta por ele...

Pelas suas mãos...

          Pelas mãos de Vegeta...