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História Pelo nosso mundo - Interativa - Os últimos 5 minutos Parte II


Escrita por: Guetoff

Capítulo 11 - Os últimos 5 minutos Parte II


            Minha barriga dói como se tivesse sido arrancada. As vozes de Anthony e Elizabeth entram por um ouvido e saem pelo outro, não entendo o que dizem, só sei que dizem alguma coisa. A escuridão é acolhedora, mas meus dois amigos não me deixam em paz, suas vozes continuam me perturbando. Até que alguma coisa me tira subitamente desse lugar.

 

— Olá meu amigo. Como vai? Não muito bem creio eu – diz uma voz familiar

            Quando abro os olhos vejo Antenesca. Estamos num parque, num piquenique. A sombra da árvore que nos acolhe é real, fresca e protetora. O lago cristalino em nossa frente é chamativo, e o barulho das crianças chega a ser irritante. Antenesca me observa com curiosidade enquanto toma um gole de chá, me sento e pergunto:

— Onde estamos?

— Criei uma ilusão. Quando se persegue um alien por muito tempo, você acaba descobrindo um truque ou outro. Aceita uma xícara de chá? - Ela pergunta cortês

— Não, obrigado. Porque… - eu ia dizendo

— Me desculpe, mas não tenho tempo para responder as suas perguntas. Porque tudo na sua vida precisa ser tão corrido? Não sei se teremos outra chance de nos encontrar. Preciso fazer uma coisa – ela se joga em cima de mim me beijando, depois de uns 20 segundos se afasta, dizendo: – Enfim, no mundo real, precisei fazer você sofrer um ataque cardíaco…

— O que?

— … seus amigos devem estar tentando te acordar, e logo conseguirão… eu acho – diz ela

— Dá pra você falar coisa com coisa – digo irritado

— Escuta o que eu digo, quando foi a última vez que você comeu? - pergunta ela

— Tem milhões de outras coisas que você poderia estar me explicando invés de perguntar isso – digo

— É crucial que me responda isso – suplica ela

— Não lembro, faz tempo eu acho – digo

— Exatamente. Dymytry entrou na sua cabeça, ele está fazendo você não sentir mais fome. E qualquer comida ingerida pelo seu organismo será rejeitada. Mas você precisa comer, para seu corpo se manter saudável. Sabe como é – me explica ela

— Mas ele disse que nos encontraríamos mais duas vezes… porque me matar então? - pergunto

— Se você morrer ele não precisará mais te encontrar e responder suas perguntas – diz Antenesca

— O que você diz não faz sentido – digo desconfiado

— Tá legal, eu não sei porque ele está fazendo isso. Mas com o beijo eu… eu te curei. Não se preocupe – ela diz sorrindo, mas percebendo medo nos seus olhos

— Tem alguma coisa a mais né. Sempre tem – digo e ela me olha com lágrimas prestes a cair

— Tudo vai ficar bem. Obrigada por me ajudar – as lágrimas caem, mas ela continua – saiba que fiz isso porque sua causa é nobre, e você é especial… seus amigos estão quase te acordando. Uma última coisa que você precisa saber, é que Dymytry é de Plutão

— Por que está falando como se nunca mais…

 

— … fossemos nos falar? - estou acordado. Anthony sorri e Elizabeth dá um pulinho de felicidade – o que houve?

— Você caiu do nada, parecia estar tendo um ataque cardíaco, e pela máquina parece não comer a muito tempo. Por isso desmaiou quando acabou a gasolina do jatinho – explica ele

— Parece que as coisas só ficam mais confusas – digo para mim mesmo ficando de pé

            Pego o mapa que Tony imprimiu, eles me desejam sorte e vão para o centro médico atrás de Derrick. Pego novamente a pílula e a ingiro, na teoria dessa vez é pra mim não vomitá-la. Encontro o pendrive ainda conectado ao computador, depois de me certificar que o alien ainda está preso no vidro saio da sala.

            Nos corredores não encontro ninguém, parece que todos saíram. Quando subo até o térreo, vejo todos eles reunidos. Como se tivessem recebendo ordens, se eu tiver muita sorte, eles não vão me ver andar até as escadas. Estão todos de costas. Me arrisco. Ando tentando fazer o menor barulho possível.

            Consigo chegar até as escadas, e começo a subir. Sinto uma vontade louca de espirrar, justo agora. Tento me controlar, respiro calmamente e a vontade vai embora, dou mais uns três passos e o espirro vem sem anunciar. O barulho parece ser maior que o de uma banda de rock. Olho para trás e sem me surpreender, vejo que todos estão olhando para trás. Na minha direção.

            Começo a subir as escadas com a maior velocidade que posso, enquanto eles pegam suas armas.

— Ahhhh – grito no desespero

            Escuto uns dois tiros acertando minha mochila, por sorte tem um caderno nela. A injeção fica presa, não faltando muito para chegar no meu destino, uma voz estridente grita:

— Parem! - só sei que é um alienígena, mas com uma voz estranhamente familiar – John! - É o meu apelido, o apelido que o meu pai me deu

            Continuo subindo, chego onde queria. Olho para trás, todos estão parados, me observando. Não sei qual foi o alien que gritou para mim, mas já que os outros obedeceram, só pode ser o líder. Saio do transe e continuo a correr.

            A qualquer momento virão atrás de mim. Na verdade, já posso ouvir seus passos ao longe. Chego na sala central, conecto o pendrive no computador que acredito ser o principal. Ligo para Rousny

— Já estou no sistema deles. Uau, que tecnologia… mas espere, você está branco como leite. Parece que viu um fantasma – afirma o moreno

— Desculpe. Pode simplesmente trancar todas as portas? - pergunto

— As do térreo para cima, posso sim. Lá em baixo já encontraram o Derrick… ele acordou

— A Elizabeth e o Anthony ainda estão vivos? - pergunto com medo que ele possa ter atacado os dois num momento de fúria

— Escuta – as portas atrás de mim se fecham, ele conseguiu – acho melhor você falar com ele pessoalmente… vou conectá-lo ao notebook com eles

            Fico com medo, mas logo o rosto de Derrick aparece e diz:

— Quem é você?

— Não acredito – fico surpreso, e Rick desconecta, Rousny volta explicando:

— Apagaram a memória dele. Foi o único jeito de fazer ele parar de sofrer e acordar. O cérebro estava num estado de puro desespero

— E porque ajudaram ele? - falo

— Não faço ideia

— Hey, você sabe o que é isso? - pergunto mostrando para ele o aparelho que encontrei quando fui tomar banho – alguém o colocou no meu bolso

— Bem – ele analisa o objeto – quem o colocou em você, poderia te rastrear e… vire por favor – viro o aparelho – e escutar tudo que você dizia – ele apenas confirma o que eu já sabia

— Obrigado

            Foi por isso que Anthony me beijou, para colocar esse aparelho no meu bolso. E com isso ele escutou a história que contei para Elizabeth, e por isso nos conhece tão bem. E também sempre sabia onde eu estava. Finalmente uma resposta, já que as perguntas só aumentam

            Me sinto mal, como a muito tempo não me sentia. Ele me beijou só para me usar. A Antenesca me beijou só para me salvar. Beijei a Elizabeth só para esconder o Anthony. Sentimentos humanos…eu deveria ter nascido uma máquina!

— Teddy? - chama Rousny

— Chega! - grito irritado – Eu tenho nome. Mas que droga.

— Calma rapaz, tem outro computador… - ia dizendo ele

— Não me importo. As pessoas mentem, enganam, manipulam. Eu nunca devia ter saído de casa. Porque minha mãe foi me inspirar e…

— Teddy… - grita ele

— Cala a boca Rousny, meu nome é…

            Escuto a porta atrás de mim se abrir. Os alienígenas entram e atiram, uma daquelas injeções acerta meu braço. Tenho mais 5 minutos de vida.


Notas Finais


Até terça ^^


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