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História Pensamentos Proibidos - Não confunda as coisas


Escrita por: CeciliaBento

Notas do Autor


Vamos lá...
História também postada no Wattpad como Original.
Espero que gostem e comentem! Porque nem só de prazer vive um escritor. :)
Sem mais enrolações vai saindo o capitulo 1!

Aproveitem.

Capítulo 1 - Não confunda as coisas


 

 

- Porque não passa um pouco de batom?

Sakura Haruno, a filha da renomada modelo coreana Mebuki, ouve a voz suave de sua mãe e olha para ela.

- Porque não tenho motivos, não é como se fosse uma festa mãe. - bufa revirando os olhos. - Você só se casou mais uma vez e está me arrastando para outra cidade.

Mebuki remexe sua bolsa de mão, retirando cilindro pequeno e prateado, estende-o para a filha.

- Você quer me fazer ter uma síncope? Sabe muito bem que vai ter milhares de fotógrafos no aeroporto. - Sua expressão inalterada era algo que Sakura tinha aprendido a imitar por volta dos seis anos de idade. - Vamos, passe um pouco.

A garota sabia que não adiantava discutir, o avião estava pousando e a primeira classe seria a primeira a descer. Passa o batom cor de pêssego nos lábios e sem nenhuma delicadeza devolve à ela.

- Satisfeita? - pergunta raivosa.

- Com essa sua roupa? Nenhum pouco. - Sua mãe alfineta com um doce sorriso guarda o batom em sua bolsa.

Era a quarta vez que a mãe dela casava-se com algum ricaço e arrastava a filha junto dela. Dessa vez estavam se mudando de New York para Califórnia é claro que Sakura não estava nenhum pouco contente com aquilo, mas, oque ela poderia fazer? Tinha dezessete anos e nenhuma independência.

A voz da aeromoça ressoa avisando que poderiam retirar os cintos e direcionar-se a saída. Mebuki levanta-se graciosa com aquela leveza que só uma verdadeira top model adquiria com os anos de passarela e tapetes vermelhos.

- Vamos, Saky. Lembre-se de sorrir e não curve os ombros - avisa a filha pela centésima vez. - Fugaku é um homem importante, sairemos em todas as capas de revista.

- Eu sei, eu sei. - Sakura repete como um disco arranhado.

Caminham lado a lado até a porta do avião, Sakura tenta manter a postura ereta e destemida com a cabeça erguida como lhe foi ensinado, o vento morno do fim de tarde joga seus cabelos loiros para trás.

Flashes e mais flashes deixam na cega por alguns instantes assim que elas saem no portão de desembarque, a mão morna de sua mãe pousa em seu ombro puxando-a levemente até um homem de terno e quepe que segurava uma plaquinha onde podia se ler "Bem vindas, Mebuki e Saky". Sakura sorriu com desdém, pensando em como o novo marido de sua mãe começara previsivelmente igual aos outros dois. Esse é o grande problema por trás dessa vida de mulher troféu, viver sendo tratada como segunda opção.

- Eu não acredito que ele veio vestido assim... - Mebuki sussurra exasperada, mantendo seu sorriso perfeito.

Sakura segue o olhar da mãe e então percebe que do lado do motorista, um pouco mais afastado tem um rapaz parado com as mãos nos bolsos. Um belo rapaz totalmente relaxado com os cabelos negros bagunçados pelo vento, ombros largos e pele branca, sorrindo cínico para elas.

Usava jeans desbotado e rasgado nos joelhos, uma camiseta preta comum de mangas compridas e gola em v e óculos escuros de armação plástica quadrada.

Mebuki ciente das câmeras sobre si, abraça o garoto e vira-se apresentando-o a sua filha.

- Sakura, esse é Sasuke Uchiha, filho de Fugaku.

O olhar de sua mãe pode parecer para qualquer pessoa do mundo doce e divertido, se batessem uma foto agora era assim mesmo que descreveriam sua expressão, mas, a verdade era que aquele olhar significava que ela devia manter as aparências e ficar quieta.

Sakura não era uma garota fácil de lidar determinada, audaciosa, dona de uma língua afiada e suas próprias convicções, defendia com unhas e dentes seus ideais. Isso tornava sua relação com a mãe tempestuosa.

Já era difícil o bastante para a renomada modelo Mebuki ter uma filha como Sakura, a adolescente não tinha apresso nenhum pelas passarelas. Havia ha muito tempo desistido de tentar entender a filha, colocou na cabeça que a garota não tinha nascido com uma gota de vaidade no corpo. Contudo, aparências tinham de ser mantidas e não ia ser a primeira e muito menos a última vez que ela teria que engolir seu temperamento para seguir as regras de Mebuki.

- É um prazer, Sasuke Uchiha - sorri cínica.

Não era mentira alguma, estava sendo um prazer imenso olhar para ele ainda mais vestido daquele jeito. Sua mãe com certeza estava furiosa por dentro.

- Sasuke. Só Sasuke.

Ele não sorri e nem acrescenta nada ao seu nome. E Sakura não consegue deixar de olhar diretamente para o rosto dele.

Sasuke retira os óculos de sol colocando-o na gola da camisa, seus olhos escuros como ônix fitavam os dela. O coração dela para de repente e suas pernas parecem tremer, sente como se aqueles olhos penetrassem sua essência, era impressionante e assustador.

- Bem, crianças melhor irmos logo antes que os abutres tirem mais fotos. - Mebuki sorri, passando os braços pelas cinturas deles em um abraço estranho, os guia para o estacionamento,para longe das câmeras. Com certeza Sasuke estava infringindo no mínimo umas dez regras de vestimenta dela.

Uma BMW preta reluzente com vidros fumês tão escuros que não se podia ver nada lá dentro estava parada no meio fio, a porta traseira aberta e o homem de rosto neutro e barba bem feita parado próximo dela. Sakura entra no carro e sua mãe entra em seguida, a porta é fechada e o motorista dá à volta no carro tomando seu lugar.

A expressão no rosto de perfeito de Mebuki se altera como se ela estivesse com uma constipação nasal e uma batida no vidro traseiro faz com que ela enrugue a testa, o vidro desce sozinho provavelmente acionado pelo motorista e Sasuke curva-se na direção dele.

- Que palhaçada é essa Sasuke? - o tom de voz dela é contido e calmo.

Sakura sabe na hora que Mebuki está completamente furiosa com aquilo, prestes a ter um ataque de raiva.

- Eu não vou com vocês, meninas. - Sasuke sorri de lado, os lábios grossos e rosados dão ênfase em seu tom de deboche. - Meu pai me abrigou a vir recebê-las, mas, não me lembro bem se ele foi especifico na hora de me dizer que deveria levar vocês até em casa.

- Entre no carro, Sasuke! - Mebuki fala com rispidez.

- Eu vou sair com minha turma e não tenho hora para voltar... - ele fala pausadamente e apoia um dos braços no capô do carro, inclina-se para frente. Sua voz é firme e ameaçadora quando completa: - Vamos deixar uma coisa bem clara Mebuki, você não é a minha mãe.

A mulher fecha as mãos com tanta força que suas unhas perfeitas abrem feridas nas palmas de suas mãos, o garoto pisca o olho esquerdo para ela e dá uma batida no capo como um sinal de que não tinha mais nada para falar.

- Siga em frente, James. - Mebuki fala seca enquanto o vidro torna a fechar-se.

Uma moto preta com vários adereços cromados passa ao lado do carro, buzinando, o motoqueiro bate uma continência e acelera. É ele.

Sasuke Uchiha. 

                                                                         

                                                                                                            ***** 

 

A casa é imensa como o esperado por Sakura, toda branca e com três andares, parece ser feita de aço e vidro com jardins grandes e um gramado bem cuidado, fica localizada na parte mais alta da rua que sobe um rochedo totalmente virado para o mar. No terraço uma piscina sem fim com as bordas de vidro blindado, Sakura poderia se divertir muito se tivesse amigos, coisa que era extremamente difícil de fazer quando se mudava com mais frequência que comprava roupas novas.

A governanta uma senhora ruiva e gordinha as espera em pé ao lado da escadaria de pedra negra, comanda com a voz clara e firme vários floristas.

- Senhora Uchiha, fez boa viagem?

- A viagem foi boa Sarah, a recepção é que não. Onde está o Sr. Uchiha? - Mebuki aproxima-se de um dos floristas, averigua com os dedos o arranjo que ele leva em suas mãos.

Sakura balança em seus calcanhares para frente e para trás, esperando pelo ataque que se aproxima lentamente como uma nuvem de neblina feita de pura mesquinharia e maldade. Ela queria poder gritar para todos correrem para as montanhas, queria poder ajudar a pobre Sarah que parece ter olhos puramente gentis.

- O Sr. Uchiha foi resolver alguns problemas inadiáveis... - a mulher caminha até um aparador de mogno e retira de dentro de uma gaveta uma caixa de veludo negro. - Ele pediu desculpas e deixou esse singelo presente para a senhora usar a noite no jantar que está dando em sua homenagem.

Dentro da caixa tem repousada uma gargantilha de diamantes e um par de brincos, Mebuki passa os dedos lentamente nas peças e responde:

- Muito gentil da parte dele, embora aquele garoto tenha me humilhado na frente de milhares de fotógrafos... Sarah mostre os aposentos de Saky e contrate a melhor equipe para nós prepararmos. - Pega a caixa das mãos gordinhas de Sarah e sobe as escadas, quando chega ao meio dela, vira-se. - Detesto hortênsias, troquem por orquídeas azuis.

A vergonha invade o rosto de Sakura em forma de ruborização, mas, a velha Sarah conserta tudo com uma maestria impressionante e logo todos os arranjos de hortênsias desaparecem.

Ela sobe as escadas atrás de Sarah, observando e absorvendo tudo o que seus olhos conseguem alcançar. Quer perguntar sobre Sasuke, saber o motivo de ele ter feito àquela cena mais cedo. A oportunidade se apresenta na forma de uma porta com uma enorme placa onde esta escrito "Cai Fora".

- Esse é o seu quarto, criança. - Sarah fala e abre a porta ao lado, uma porta branca com borboletas adesivas.

- Esse quarto do lado é do Sasuke? - tenta parecer desinteressada.

- É sim. - Sarah responde dando espaço para ela entrar.

Ao entrar no quarto ela pode perceber o quanto tudo ali é grandioso, da cama de dossel até a penteadeira. Tem uma parede inteira de vidro com uma vista incrível do mar de Santa Mônica e uma varanda que dá para ver ao longe o esqueleto da roda gigante no píer. Sarah mostra a ela tudo no lugar, como ligar os jatos da banheira e onde fica cada produto nos armários do banheiro. O closet é imenso, o dobro do tamanho que tem o banheiro, repleto de roupas que Sakura nunca compraria.

- Sarah... - fala sentada no balcão de mármore do banheiro de costas para o espelho. - Porque Sasuke foi tão maldoso com minha mãe?

Não era verdade, ele não havia sido maldoso. Sakura estava até com inveja de como ele fora verdadeiro e autentico, porém, aquilo só fazia a curiosidade dela aumentar cada vez mais. Teria de viver com ele, talvez aquela estadia por menor que pudesse ser, a ensinasse como vencer suas batalhas diárias contra sua mãe.

Sarah que está curvada preparando a banheira, olha para a menina com seus olhos miúdos como os de um passarinho. Pensa, umedecendo os lábios com a ponta da língua, se devia contar aquela menina tão nova tudo o que acontecia naquela casa. Não, não devia, mas, podia avisa-la, isso ela podia e faria.

- Sasuke é um bom garoto, perturbado, mas, bom. Fique longe dele Sakura e ficará bem.

                                                           

                                                                                    *******

 

Sasuke acende um cigarro enquanto calça as botas. Ele olha para cima soltando uma nuvem de fumaça por entre os lábios grossos. Karin se remexe na cama entre os lençóis, apóia o peso de seu corpo no cotovelo, ela pergunta:

- Aonde você pensa que vai?

- Eu não penso Karin. Eu vou.

Esta quase anoitecendo e ele tem aquele jantar cheio de pessoas mesquinhas e importantes para ir. A nova mulher de seu pai ia ser apresentada a parte mais importante da Califórnia. Não entende e nem quer entender o porquê de haver festa sempre que o velho casa, ele casava pelo o menos uma vez a cada dois anos.

Sasuke termina o seu cigarro e joga o filtro em um canto do quarto, o local é imundo, o chão repleto de cinzas de cigarro, latas de cerveja e caixas de comida congelada. Não sabe o porquê de ainda se meter ali, só sabe que sempre que se sente mal ou com raiva corre para aquele chiqueiro que Karin chama de casa.

- Você não vai me deixar assim, né? - Karin pergunta sentando-se na cama, o lençol amarelado cai na altura de sua cintura mostrando os seios redondos e os bicos enrijecidos. - Fique aqui, comigo. Pedi comida chinesa.

Ele gosta de mulheres como ela, que sabe usar o que tem e perde o controle. Mesmo assim não pode ficar, não dessa vez quando as coisas já estavam ruins o bastante com seu pai. E, além disso, Karin já esta ficando mal acostumada demais, esta ficando grudenta e chata. Ela não é sua namorada, não tem direitos sobre ele.

- Acha mesmo que vou ficar aqui e comer comida chinesa requentada no micro-ondas, enquanto tem toda uma variedade de comidas feitas pelo melhor chef que o dinheiro pode pagar na minha casa? - Sasuke sorri desdenhando dela.

Veste a camiseta e enrola as mangas até os cotovelos, fica de pé. Sente os braços finos de Karin em volta de sua cintura, tentando abrir o botão de sua calça jeans.

- Vai trocar uma noite quente de amor comigo por comida de bacana? - ronrona.

Ele gargalha, não uma gargalhada alta e estrondosa como aquelas que damos ao ouvir uma piada, mas, uma gargalhada fria e seca vinda do fundo da garganta.

Segura os pulsos dela com força.

- Eu nunca faço amor com você, Karin. - Sua voz soa fria.

- Então o que você faz aqui?

- Sexo. Não confunda as coisas.

Solta-se do abraço dela e abre a carteira retirando algumas notas da mesma, joga as em cima da mesinha gasta de cabeceira.

- Pela comida. Fique com o troco.



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