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História Pensamentos Proibidos - - Você acha que ele vai ouvi-la?


Escrita por: CeciliaBento

Notas do Autor


Oi, Balinhas de Hortelã!

Ainda vou me mudar... soube que talvez vá internet pro meu novo bairro sim. É complicado, mas vamos dar um jeito.
Estou sonhando com a casa nova. Esses dias foi uma merda total para escrever... o capitulo tá GIGANTE. Quero comentários. ;)

P.S: Não pressionem a escritora!

P.S.II: Tem gente que nunca comentou e me manda mensagens "grossas" cobrando velocidade nas atualizações. BOTA A CARA NO SOL MONA!

P.S.III: Que acham de grupo no whattsap?

P.S.IV: ENTREM NO GRUPO DO FACEBOOK! -- SIM ESTOU GRITANDO!

P.S.V: Links nas notas finais!

Dedicado à:

~Rosetta01

~tomatecoruja

~Luuh12

~luizacereja

~Brenda_Schwartz ---> Bem vinda!

~antikcius22 ---> Me mata do core mais naum! RUM!

~jaqueliner

~TiaCissah ---> Vamos tesouro não se misture com essa gentalha! --- HAHAHAHHA

~ViihStella1 ----> Bem vinda!

~Clara9812 ---> Tira o cavalo da chuva garota do café! ADOROOO!

~sasusaku2015

~Ally-chan-Babi- ---> Ino sendo a super Ino que eu amo! Amo os dois irmãos Uzumakis muito!

~Letyheartneel ---> Sr. e Sra. DIABOS! Amei? AMei!

~natyalves25

~MissBug

~MrsThayOliver

~bsrosa

~SannyCaroline

~CerejaUchiiha ---> Karin ainda vai dar oque falar monamur... esses dois vão passas por tantas ainda. Vai tiro, porrada e bomba de tudo que é lado. Prometo não ser clichê! ushaushauhsau

Capítulo 13 - - Você acha que ele vai ouvi-la?


Fanfic / Fanfiction Pensamentos Proibidos - - Você acha que ele vai ouvi-la?

O trânsito da agência para casa não está muito congestionado, Sakura vai o caminho inteiro escutando o áudio que Naruto havia lhe mandado mais cedo, é uma melodia acústica com a voz dele acompanhada do som de um violão. A letra é triste e a voz dele perfeita.

 

Ela coloca a musica para repetir, encosta a cabeça no vidro escuro do carro e observa o fluxo de pessoas na orla da praia, provavelmente turistas em sua maioria e adolescentes aproveitando o sol e o mar enquanto suas vidas são tranquilas e sem maiores preocupações com dinheiro e responsabilidades.

 

Sua mãe fala com alguém no pequeno fone que fica preso em sua orelha esquerda. Sakura levanta lentamente as mangas de sua camiseta social branca, enrolando-as até os cotovelos. Um novo curativo retangular de cor bege cobre seu ferimento ponteado, ela ainda sente dor naquele ferimento. Uma dor incomoda, mas suportável.

 

Lança um olhar de relance para checar se sua mãe está distraída o suficiente, Mebuki mantém o olhar em um tablet prateado de ultima geração. Com a ponta das unhas Sakura levanta o curativo, o corte é irregular e parece inofensivo, como um pequeno sorriso costurado.

 

A pele em volta está avermelhada em contraste com a linha preta dos cinco pontos, apesar de todo o sangue que jorrara dele ela nota que não fora grande coisa.

 

- Cubra isso Sakura! – a voz de sua mãe é fria e contida.

 

Ela coloca o curativo rapidamente de volta ao lugar de origem, Mebuki tem uma pequena ruga entre as sobrancelhas bem delineadas, ela olha para a filha por alguns segundos e depois volta sua atenção à tela luminosa em sua mão.

 

Sakura volta a encostar a cabeça na janela, começa a tentar memorizar a letra da canção de Naruto. É uma letra tão triste e instigante, combina tanto com ela, com a sua fera interior que se mantém bem escondida de todos até o momento em que não possa mais controlar e seja engolida por sua própria besta.

 

Deseja que não demore muito para que isso aconteça que sua parte feroz arrebente as amarras e rache aquele castelo de vidro que fora construído ao seu redor.

 

Ela coloca as pernas para fora do carro assim que ele para em frente do casarão de vidro e aço. O sol brilha morno e amarelo iluminando bem todo o jardim bem cuidado, o céu em um azul infinito sem nenhuma nuvem, parece o dia perfeito. Vários fotógrafos se amontoam na frente do portão de ferro fundido e arabescos, Sakura coloca os óculos de sol prada quando o carro para na frente do portão.

 

- Eles não param enquanto não descarnam todo o osso. – Mebuki resmunga, os fotógrafos cercam o carro e Sakura faz uma prece silenciosa, pede que os vidros sejam escuros o suficiente.

 

Sente-se um peixinho no aquário, com todas aquelas pessoas se comprimindo contra os vidros para vê-la.

 

Logo quatro seguranças grandalhões vêm ao encontro do carro. Dois de cada lado, eles começam a retirar as pessoas de cima fazendo uma barreira humana com os braços abertos. Aos poucos o carro consegue passar pelo portão, o motorista para em frente aos degraus de pedra e Sakura desce do carro rapidamente.

 

Coloca sua bolsa, celular e óculos em cima do aparador de mogno preto. Mebuki também coloca suas coisas no aparador, ela sobe as escadas até o seu quarto para lavar as mãos.  

 

Sakura por sua vez usa o banheiro social da casa, enche as mãos em conchas com água e molha o rosto, esfrega-o tentando tirar ao máximo todo aquele excesso de maquiagem que passam sobre si. Todas as camadas de cremes corretores e pó que criam uma casca perfeita de si mesma, fixa o olhar no próprio reflexo, o delineador escorre pelas bochechas como grossas lágrimas de tinta.

É engraçado olhar para essa imagem borrada, ela parece ser mais real que aquela cuja está refletindo, “Eu trocaria de lugar com você a qualquer momento”  ela pensa enquanto sorrir.

 

Amarra os cabelos loiros em um rabo de cavalo, debruçando-se sobre a pia bebe uma grande quantidade de água diretamente da torneira. Seca o rosto e as mãos em uma das toalhas macias do aquecedor, joga-a no cesto e segue para o salão de jantar.  

 

Senta-se em seu lugar da forma mais silenciosa que consegue, Fugaku está sentado na cabeceira da mesa como de costume, tamborilando os dedos em seu computador portátil.

 

A governanta Sarah, entra na sala acompanhada de duas de suas ajudantes. Sakura não sabe o nome de nenhuma daquelas empregadas, raramente ela está em casa de dia e quase nunca sai do quarto.

 

As duas moças são jovens, Sakura repara em seus uniformes cinza escuros. Elas devem ter uns vinte e tantos ou trinta e poucos, vestem batas de gola japonesa e calças compridas da mesma cor. Os cabelos eram pretos e lustrosos, presos em coques com redinhas como o da governanta, nos pés usavam sapatinhos lustrosos e sociais de salto largos e baixos.

 

Em sincronia quase perfeita, elas começam a servir o almoço. O primeiro prato posto em frente a Sakura é um creme de cenoura e cogumelos, cheira incrivelmente bem quando a tampa prateada da bandeja é levantada.

 

Mebuki senta-se a mesa e pigarreia.

 

- Precisa trabalhar na mesa querido?

 

- Desculpem-me minhas senhoras. – Fugaku sorri de lado e fecha o computador, deixando-o de lado ele pega sua colher. – É uma viagem de negócios, coisa urgente.

Sakura ergue os olhos de seu prato por instantes. Sarah entra na sala com uma garrafa de vinho, ela serve uma pequena quantidade na taça de Fugaku. Ele balança a taça por alguns instantes para depois cheira-la, sorve um pequeno gole jogando o liquido de um lado para o outro da boca e só então engole.

 

- Pode servir.

 

A governanta serve o vinho tinto nas taças, Sakura toma um gole da sua bebida sentindo o sabor do vinho tão doce quanto leite com mel. Mantêm os ouvidos atentos à conversa dos pais, tenta parece desinteressada e continua a comer.

 

- Irá viajar?

 

- Iremos. Você tem que vir comigo, é importante para minha eleição.

 

Sua mãe alisa a taça entre os dedos, atenta ao marido. Sakura sente-se uma intrusa na troca flamejante de olhares que os dois trocam, é palpável que nasceram um para o outro.

 

Ou eles encenam bem demais.

 

- E quando será a coletiva de imprensa? – Fugaku pergunta.

 

- Essa tarde. Eu queria que Sasuke aparecesse logo.

 

Os pratos são retirados. Sakura ainda estava na quarta colher do seu, ela deve começar a comer mais rápido se quiser sentir seu estomago cheio nessa casa. O segundo prato é um composto por um filé de carne suculento, vagens, pequenas cebolas e ervilhas, um molho de laranja muito bom acompanha a carne.

 

- Soube que Naruto foi tirá-lo da delegacia hoje de manhã. – Fugaku comenta, cortando sua carne. – O delegado me ligou, antes de levá-lo preso.

O que você pensa que está fazendo Sasuke!  Sakura pensa, mastigando sua carne. O doce e cítrico sabor da laranja em perfeita harmonia com as ervas da carne derrete em sua boca.

 

- Espero que não tenhamos problemas com a mídia. Já vai ser difícil o suficiente para Sakura falar sem ele presente para responder algumas perguntas também. – Mebuki torce a boca enquanto mastiga. - Nós tínhamos que ser uma frente unida.

 

- Não se preocupe querida. Não foi nada dessa vez, eu mandei que meu amigo prendesse Sasuke aonde o encontra-se. – Fugaku solta uma breve risadinha.

 

Sakura empertiga-se, eles fingem que ela não está ali. Ela sente-se aliviada, come e bebe em silencio, atenta ao que eles conversam. Fugaku tinha amigos na policia. Não estava surpresa.

 

- Oque pretende fazer quando ele voltar querido?

 

Tão sutil quanto veneno, como sempre. Sakura pensa com ironia levando sua taça a boca, um sorriso sarcástico escapa de seus lábios.

 

- Vou manda-lo para a faculdade.

 

O sorriso de Sakura morre nos lábios, ela olha para a bandeja recém-colocada na sua frente com a sobremesa intocada. Não sente vontade de comer seus morangos com creme.

 

Ficar naquela casa sem Sasuke? Ela sente a solidão daquelas palavras esmagarem seu ser por dentro. Não faria diferença na verdade, ele nunca estava ali para ela. Sempre fugindo.

 

Porém, só de saber que alguém passava pela mesma situação desgastante e degradante que ela, sentia-se bem. Como se por pior que aquele lugar fosse só por ele está ali no quarto ao lado do seu, com sua raiva sem limites e sua proteção paternal, fizesse daquele lugar um lar. Esta sendo extremamente egoísta, mas, não se culpa ou repreende por isso em momento algum naqueles segundos em que uma mão de gelo chamada realidade aperta seu coração.

 

Ele também é egoísta.

 

- Para alguma faculdade em especial ou ainda vai pensar em um modo de convencê-lo a escreve-se?

 

A voz de sua mãe ecoa ao longe, os batimentos cardíacos altos em seus tímpanos impedem que ela escute a resposta. Obriga-se a prestar atenção nas coisas a sua volta, bebe mais um pouco do vinho.

 

Os pensamentos são rápidos demais, sem sentido algum. Concentra-se ao máximo para assimilar as palavras saídas da boca de Fugaku.

 

- Vou falar com ele quando voltarmos dessa viagem. Sasuke sempre foi um bom garoto Mebuki, ele só está perdido.

 

Sakura não consegue controlar-se por mais nenhum instante e sem pensar, fala:

 

- Eu posso ajuda-lo... – Sua voz soa esganiçada, os dois olham para ela. Fugaku com um olhar divertido e Mebuki  levemente contrariada.

 

- Pode é?

 

Ela encolhe-se em sua cadeira, pode sentir o tom dele. Prende a respiração e conta mentalmente até dez, tenta acalmar-se. Fugaku espera pacientemente por sua resposta.

 

- Posso. – Sakura tenta soar confiante, agradece quando sua voz não falha. – Eu posso ajuda-lo com a mídia. Evitar que ele suje o seu nome... – ela para e pensa por dois segundos, antes de continuar: - Nosso nome. Posso convence-lo a ir para os eventos em precisarmos ir em família.

 

- Não diga bobagens Sakura. – Mebuki a repreende. – Você mal conhece esse garoto!

 

Sakura pensa que a mãe vai ter um ataque de nervos, mas, com um aceno de mão Fugaku faz com que ela se cale.

 

- Você acha que ele vai ouvi-la?

 

- Ele vai me ouvir.

 

                            

                                          

                                                   ***********

 

O grande salão de jantar do hotel Shangri-La estava apinhado de repórteres de todos os tipos, os funcionários do hotel haviam esvaziado o salão de suas mesas e disposto varias cadeiras para que a mídia se acomoda-se.

 

Sakura está ao lado de sua mãe, sentada atrás de uma mesa comprida de toalha branca. Microfones foram postos na mesa junto a copos de água, sentado ao seu lado esquerdo está dois de seus agentes de marketing e um advogado. Do direito estão Mebuki em seu belíssimo vestido cor de ameixa, os cabelos dourados presos em um coque bem elaborado, nas orelhas brincos de brilhante discretos e sofisticados e no pescoço uma gargantilha delicada de ouro com um único brilhante. Ao lado dela, Shizune uma mulher simples e requintada em seu terninho azul escuro e saia lápis preta, ela tem cabelos curtos e negros repicados de modo jovial.

 

Shizune é dona maior agência de modelos de Hollywood no mercado. Sakura trabalha para ela.

 

Sakura vestiu-se de maneira recatada e profissional, sua mãe mandara não chamar atenção. Ela optará por uma blusa delicada de cashmere, cinza clara e de mangas longas, uma saia rodada cinza chumbo marcava a sua cintura fina. Meias calça da mesma cor da camisa completavam o look junto de um colar de argolas de prata. Os sapatos em camurça e a bolsa de mão azul turquesa davam cor ao visual.

 

- Sakura o que aconteceu com você no hospital?

 

É a décima pergunta, já passa das três da tarde quando ela é feita. Sempre tem uma algazarra de dezenas de pessoas falando ao mesmo tempo antes de uma pergunta ser feita com clareza.

 

Sakura inclina o corpo para frente, coloca os cabelos atrás das orelhas e segura o microfone. Está com sorte por sua mãe não se meter muito no que ela vai ou não responder, mesmo assim os olhares que Mebuki direciona a cada dez minutos para a filha são enlouquecedores.

 

Sakura não sabe se ela está fazendo algo errado ou certo. Isso a deixa angustiada.

 

Ignora a mãe outra vez e respira fundo antes de responder.

 

- Eu sou um horror em atividades motoras... – ela solta uma breve risada. Alguns repórteres acompanham sua risada. – Então tínhamos discutido por que Sasuke é um irmão protetor e eu estava errada, ele não queria mais escutar nada do que eu tinha para dizer e subiu as escadas correndo, mas, eu sou teimosa e queria me defender então subi atrás dele. Tropecei nos primeiros degraus e sai bolando.

 

Vários flashes enchem a sala por breves segundos e a confusão de vozes volta a tomar conta do ambiente. Sakura sorri sozinha, zombando de todos ali tão fáceis de enganar, sempre enxergando apenas o que querem.

 

- Você com a camiseta da Star&Coffee. – Shizune fala em seu microfone. – Qual a sua pergunta?

 

Outra vez as vozes se acalmam, o rapaz com quem Shizune falou levanta-se de sua cadeira com um gravador portátil em mãos.

 

- Estamos curiosos para saber qual é o relacionamento que você tem com o garoto da praia Srta. Haruno e qual o envolvimento de Sasuke nisso?

 

- Foram duas perguntas. – Mebuki declara.

 

Sakura olha para a mãe e para Shizune, buscando apoio antes de falar qualquer coisa sobre o assunto. Não faz a mínima ideia de como responder aquilo.

 

- Não precisa responder se não estiver confortável Sakura. – Shizune sussurra inclinando-se para sua direção.

 

Aliviada Sakura abre a boca para agradecer quando é interrompida pelo sussurro ríspido de sua mãe.

 

- Pelo amor de Deus! Acabe logo com isso Sakura.

 

Mebuki suspira e faz sinal discretamente para um dos funcionários do hotel. O garçom se aproxima e inclinasse para que ela fale em seu ouvido. Sakura suspira sorridente, é um dos seus sorrisos mais radiantes. Ela aprendera bem rápido a ser sorrir.

 

Na verdade, os dias em que passou longe de Sasuke a tornaram bem mais ela mesma, a Sakura de New York esta mais presente, talvez por ela ter se acostumado mais com a ideia de que a vida é daquele jeito agora.

 

Saber o que esperam que ela faça também ajuda muito. É uma figura publica e precisa se portar como tal. É fácil precisa sorrir e acenar para as câmeras, e se comportar como uma figura de respeito. Nada de clichê adolescente para ela, beber, fumar ou roubar o carro para ir para festas no meio da madrugada. Ela não terá pais que passarão a mão em sua cabeça e falarão que é uma fase, que ela é só uma adolescente. A mídia não deixará passar nada também.

 

Eles esperam que ela seja uma pessoa perfeita, um exemplo a ser seguido por todas as outras garotas. Apenas mais uma Barbie humana para impor a garotas normais um padrão a ser seguido e desejado.

 

- O rapaz da filmagem é só um amigo. E bem... meu relacionamento com Sasuke é totalmente amigável, na verdade somos ótimos parceiros de jogos online.

 

Algumas risadinhas enchem a plateia deixando claro que acreditaram naquilo, ou que pelo menos estão satisfeitos com a resposta e que vão usá-la em suas manchetes.                 

 

- Então porque ele não está aqui? – Uma mulher loira, vestida em um terninho cinza pergunta.

 

- Sasuke está aproveitando o tempo livre com os amigos. – Declara de forma descontraída.

 

Mebuki sorrir por cima de uma taça com vinho branco, ergue a taça no ar em uma saudação discreta para a filha. Sakura abre um sorriso de puro alivio e é o mais sincero que deu o dia todo.

 

                               

                                              **********

 

Ino fala sem parar durante o jantar, como sempre. Sasuke presta atenção em seus movimentos, desconfiado de que ela ainda tenha problemas com alimentação. Sabe que para ela é fácil enganar o irmão, Naruto quase sempre está satisfeito em ocupar-se para manter a atenção divida entre a boa conversa e encher a própria boca.

 

- Então, a gente podia marcar de sair juntos no fim de semana não acha Naru? – ela fala entusiasmada demais. Corta outro pedaço de sua carne e antes de levar o garfo a boca continua: - Poderíamos levar a Sakura para surfar.

 

- Hum... – Sasuke concorda fingindo está distraído em mastigar sua própria comida.

 

- Seria ótimo! – Naruto exclama.

 

- Nossa essa carne chinesa está uma maravilha! Porque não prova Naru? – Ino oferece de sua caixinha quase cheia.

 

- Sério? – ele nem espera que ela confirme e começa a encher seu prato quase vazio. – Não sei por que sempre peço frango xadrez.

 

Sasuke come seu macarrão direto da caixinha e não aceita nada do que ela lhe oferece. No final percebe que o prato de Ino está bem mexido, a carne quase toda cortada em pedaços bem pequenos, os legumes ao vapor que ela tanto fez questão ao telefone em sua maior parte estão esmagados e misturados ao arroz. Ele se pergunta mentalmente quantas vagens e mine cenouras ela realmente comeu.

 

- A conversa tá boa, a comida estava ótima mais vou deitar. – Naruto anuncia . – Estou morto de sono, graças ao meu amiguinho aqui que me tirou da cama no meio da noite.

- Para que você foi se ia ficar passando na cara depois? – Sasuke resmunga.

 

O loiro sorri levantando-se, para atrás do amigo e segura nas costas da cadeira, inclina-se até seu rosto está próximo do ouvido do outro. Um sorriso de orelha a orelha se forma em sua face bronzeada, os olhos brilham de uma alegria misteriosa e sonolenta.

 

- Por que é isso que se fazem os amigos. Eu iria até ao inferno para salvar você, Sasuke. É tão difícil assim agradecer?

 

- É quando se fica passando na cara há cada meia hora.

 

Ino observa os dois bebendo seu suco, ela leva muitos segundos com o copo aos lábios e Sasuke duvida que esteja realmente bebendo ou apenas ganhando mais tempo com a boca ocupada.

 

A gargalhada de Naruto é alta e estrondosa, Sasuke encolhe os ombros, visivelmente irritado. Recebe um tapinha nas costas do loiro que se retira do lugar em direção ao próprio quarto, antes de fechar a porta escuta Naruto resmungar:

 

- Passar na cara é parte do pacote.

 

Sasuke solta uma risadinha abafada pelo nariz, balança a cabeça para o comentário do amigo. Quando volta sua atenção para Ino ela já colocara todas as caixinhas vazias umas dentro das outras em cima do prato vazio de Naruto, e colocara o prato dele em cima do seu, escondendo a comida que não comera.

 

- O que você está fazendo?

 

- Retirando a louça, não percebeu? - Ela pergunta com um ar brincalhão, olhando para Sasuke como se a sua pergunta fosse obvia demais.

- Eu vou retirar Ino. Você está cansada eu posso lavar os pratos. – Fala categórico.

 

Eles se olham por alguns minutos em silencio. Ino dá de ombros como se ele fosse uma criança que acabara de anunciar que fizera coisa errada e tinha orgulho disso, ela levanta-se e abaixa-se para pegar os pratos.

 

Sasuke estica-se na cadeira e segura a borda dos pratos também, impedindo que ela os retire da mesa. Eles fuzilam-se por segundos em uma guerra muda e infantil. Cada um segurando um lado dos pratos, puxando como em um cabo de guerra.

 

- O que você está fazendo? – ela sibila entredentes.

 

- Eu é que pergunto Ino.

 

- Solte agora! – sussurra irritada.

 

Ele solta, deixando que ela se retire para a segurança da cozinha. Ele espera exatos sessenta segundos olhando para o relógio na parede que pintara com Naruto dois anos atrás de azul escuro. Levanta-se e segue rumo ao campo de batalha.

 

A cozinha da casa é funcional e espaçosa, nada comparada a imensidão branca e preta de sua casa, mas, tem azulejos bonitos nas paredes e armários de madeira. Os eletrodomésticos são coloridos e deixam o local acolhedor e divertido. Ino está amarrando um saco preto de lixo quando ele entra.

 

- Você só consegue enganar o coitado do Naruto, sabe disso não é Ino?

 

Ela não olha para ele, vira-se para pia e começa a ensaboar os pratos. Seu rosto está vermelho e contrariado. Não queria que ele percebesse nada, tinha vergonha de não conseguir comer normalmente como antes de seus pais morrerem. Ela adorava comer, comia de tudo e muito mais. Era gordinha na infância, porém, na adolescência com o crescimento repentino da puberdade virara um mulherão com o corpo cheio de curvas. Só que o mundo da moda é esmagador, eles não querem mulheres com curvas como as brasileiras, eles querem mulheres magras demais, que deixem as roupas minúsculas e por vezes ridículas com caimento perfeito.

 

Ela passara fome para ser aceita naquele ambiente, para crescer no mundo da moda e conseguir viver bem com o irmão, passara por muitas coisas que eles não precisavam saber.

 

- Cala a boca Sasuke! – ralha com ele.

 

- Você vai ficar doente outra vez? – ele pergunta cansado.

 

Infelizmente, ela não tivera tanta sorte na bulimia e acabara internada com anorexia, duas doenças que ela mesma se submeteu para entrar no padrão de perfeição das passarelas.

 

- Eu juro que não estou daquele jeito Sasuke. Não conte para o Naruto por favor.

 

Ino desliga a torneira, coloca os pratos no escorredor cromado e vira-se para ele encostando-se a pia atrás de si. Sasuke passa as mãos pelos cabelos revoltos e bufa frustrado. Não pode contar a Naruto de qualquer jeito, lembra-se de como o amigo ficou mal e culpou-se por tudo. Se falasse que estava acontecendo outra vez Naruto largaria a faculdade para não dar despesas à irmã.

 

- Por que Ino?

 

- Porque as modelos é que tem de entrar nas roupas Sasuke e não o contrário. – ela anuncia como se estivesse falando explicando para ele que o céu é azul e não rosa. – Eu engordei seis quilos em Londres, assim que perder eu vou me alimentar bem melhor, juro.

 

- Para de fingir Ino! – ele exclama, um pouco alto demais. – Você adora fingir que é perfeita, que tem tudo sobe controle não é? Você sabe bem que não é assim!

 

- Cala essa boca Sasuke! O Naruto vai te ouvir...

 

- Que escute! Ele é um babaca mesmo, sempre recebendo comida de você sempre se deixando enganar...

 

- Cala a maldita boca seu bastardo! – ela grita.

 

Os dois estão gritando a essa altura, rostos afogueados pela raiva. Ino com os braços tenso e os punhos fechados junto ao corpo, Sasuke com a testa suada e os braços abertos, como se precisasse de espaço para verbalizar sua raiva.

 

 - É Ino eu sou um bastardo, mas, sabe a diferença entre nós é exatamente essa! Eu sei que sou um merda e aceito isso. Já você...

 

- Fora daqui! Fora! – Ela berra, apontando em direção a sala.  – Fora da minha casa Sasuke! Já deu!

 

- O que tá acontecendo aqui? – Naruto pergunta, parado atrás do balcão de mármore.

 

Nu e molhado da cintura para cima, ele olha para os dois com os olhos arregalados e assustados.

 

- Nada a senhorita perfeição estava me mostrando à saída. Acho que já abusei demais da boa vontade de vocês mesmo.

 

- Sasuke... – ela começa mas, é interrompida.

- Não Ino. Vocês precisam conversar.

 

Sasuke sai a passos largos, para apenas para pegar os tênis ao lado do sofá e suas chaves na mesinha de centro da sala. Depois que ele bate a porta Ino desata a chorar, Naruto a acolhe em seu abraço caloroso até quando está molhado. A noite seria longa para todos os três.

 

Arrepender-se agora das palavras ditas não era uma chance para nenhum dos dois, Sasuke cogita ir para casa de Karin, mas, uma mensagem de Naruto de algumas horas atrás o faz pisar no acelerador e girar o volante em direção a sua casa.

 

O celular preso no suporte do carro mostra em seu visor uma foto, é uma foto do visor do celular de Naruto pode perceber pelo papel de fundo da tela, pelo visto ele e Sakura andavam trocando mensagens e em uma delas Sakura tinha escrito algo que fizera Sasuke ter vontade de ir para casa imediatamente.

 

Cinco palavras e ele ficara possesso.

 

“Naruto encontrei com Karin hoje.”

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais




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