História Pensamentos Proibidos - Minha Palavra

                                                                  Capitulo 20

Naruto procura  Sakura entre os corpos suados e vibrantes. O grupo que antes bebia com ela, agora havia se dissipado. As pessoas pareciam começar a ir aos poucos embora, ele olhou o mostrador digital de seu celular, passava das quatro horas da manhã.  

Avistou um dos rapazes que estavam com a amiga, forçou a mente para lembrar o nome dele, consegue lembrar o sobrenome. Inuzuka da turma de veterinária, ele era conhecido no campus pela simpatia com todos.

Alcança o rapaz ao lado de um dos barris de cerveja do lado de fora.

- Oi, seu nome é Inuzuka não é? – pergunta.

- Kiba Inuzuka. – O rapaz de cabelos castanhos espetados, sorri e enche um copo vermelho de plástico no barril. – Você é da UCLA não é?

- Naruto, Literatura Inglesa. – cumprimenta rapidamente. – Mas, não é bem sobre isso que quero falar com você...

Kiba sorri.

- Então sobre o que é? – ele bebe um gole generoso de seu copo. – Quer um também? – Naruto nega com a cabeça, porém, o rapaz começa a encher outro copo. – Você devia beber não me leve a mal, está com uma cara péssima.

- Você deve está certo sobre isso. – Naruto responde e pega o copo que Kiba lhe oferece. – Obrigado. – Toma um gole longo, varrendo sempre os arredores com os olhos. – Kiba você não sabe para onde aquela garota loira foi? A que estava bebendo com vocês há poucos minutos...

- A modelo? – Ele interrompe, Naruto concorda com um aceno de cabeça. – O nome dela é Sakura... – O loiro revira os olhos. – Ela disse que ia dar uma volta, acho que foi para o deck da piscina.

- Obrigado mais uma vez Kiba. – Naruto dá uma tapinha nas costas do rapaz, Kiba dar de ombros. – Obrigado mesmo.

O loiro suspirou, cansado. Seguiu pelo gramado sujo e mal tratado, o celular em seu bolso tocou a música tema do Darth Vader que usava como toque para a irmã, mas, ele não atendeu.

Ino com certeza ficaria muito puta com ele, mas, o que poderia fazer? Deixar Sakura sozinha agora não era uma opção.

Ela está sentada na borda da piscina com os pés dentro d’água, ele aproxima-se silencioso e senta ao seu lado. Sakura não olha para o ele, mas, a onda de cheiro familiar a faz saber na mesmo hora quem é seu companheiro.

- Você sumiu... – ela fala com a voz embargada pela bebida. Risonha, mas, triste.

- Eu precisei, Sasuke precisava de uma mãozinha. – Naruto interrompe, puxando uma mecha do cabelo loiro dela, coloca atrás da orelha da loira delicadamente. – Vamos entrar Sakura, você precisa de um banho e talvez cama...

A voz do loiro acaricia os ouvidos dela de uma maneira tão amorosa que Sakura derrete-se por dentro, porém, sente-se deprimida na mesma medida que amada e protegida. Porque não pode amar Naruto?

Seria tudo tão mais fácil.

- Naru... – começa, mas, não consegue olhar para o rapaz. – Porque ele é assim? Eu não entendo, não entendo mais nada...

- Sereia ele sofreu demais, não sabe como lidar com os sentimentos que tem dentro de si. – Naruto puxa o rosto de Sakura com delicadeza, obrigando-a encara-lo. – Não sei se devo falar sobre isso com você. É pessoal demais, é algo que ele deve te contar. Quando Sasuke sentir que você está envolvida o suficiente para saber ele vai se abrir...

- É tarde demais. – Ela o interrompe, seus olhos verdes escuros de lágrimas, mas, no rosto um sorriso tremula. – Eu já estou envolvida.

- Você ainda pode ir seguir em frente Sakura. Pode seguir com a sua vida sem olhar para trás, mas, se eu contar para você tudo o que Sasuke passou, se você souber tudo o que aconteceu com ele... – Ele toma folego para pensar melhor nas suas próximas palavras. Sakura não pisca, seus olhos reluzem de uma maneira melancólica, porem, ela segura as lágrimas. – Você nunca vai conseguir dizer adeus Sakura. Vai ficar para sempre suportando tudo o que Sasuke fizer, não por amor ou qualquer outro que seja o sentimento que acha que sente agora, mas, sim por compaixão. Sasuke não vai suportar sua compaixão.

Ela balança a cabeça em concordância, funga duas vezes segurando o choro. Naruto acaricia o rosto corado dela com as costas da mão.

- Me promete uma coisa?

- Eu prometo o que você quiser Sereia. Peça e será seu.

Sakura sorri um sorriso verdadeiro e feliz. Seu coração se contrai doloridamente no mesmo instante. Ela sabe que está sendo extremamente egoísta naquele momento. 

- Nunca mais suma.

- Nunca. – Ele promete, sem pestanejar. – Te dou minha palavra. Eu nunca volto atrás com a minha palavra.  

Naruto segura o rosto dela com as duas mãos, e sem pensar beija rapidamente a ponta de seu nariz. Sakura empurra levemente o peito dele, os dois soltam risadinhas fanhas ao afastarem-se. O clima fica leve e divertido em volta outra vez, é tudo natural e rápido entre eles. Como se conhecessem a milhões de anos.

As pessoas começam a ir embora, os dois nem percebem o dia começar a clarear. Sakura em algum momento no meio de seu alcoolismo, por motivo nenhum entra na piscina de roupa e tudo. Naruto chama da borda para entrarem por diversas vezes, alertando-a de um possível resfriado. Ela gargalha e joga a cabeça para trás nadando como uma legitima sereia e o loiro apenas pode observar encantado com seus movimentos.

- Vamos logo Sereia... A Ino vai me matar. Estou falando sério! – Ele chama pela milésima vez, estendendo-lhe a mão.

- Me dá a mão Naru... – ela pede os dentes rangendo de frio. – Me ajuda a sair...

- Não, eu conheço esse jogo. – Nega mais uma vez.

- Por favor, Naru... – ela implora a voz tremendo.

O loiro amolece um pouco. O sono o vencendo mais do que a garota alcoolizada a sua frente. Se pudesse deixaria que ela nadasse até as pernas e braços amolecessem, Sakura parecia tão feliz. Feliz de um modo que nunca vira.

- Venha, mas, não me molhe. – Naruto agacha-se, estendendo a mão para ela. – Meu celular não é a prova...

É tarde demais. Ela o puxa com todo o seu peso, Naruto cai na agua com um estrondo fazendo a garota se dobrar de tanto rir.

- Sakura! – ralha. – Sua maluca! Você vai pagar!

Naruto aproxima-se dela, caçando-a como uma presa. A garota implora entre risos, porem, ele a agarra e faz cocegas em sua barriga. Eles esquecem suas tristezas e medos, brincam na agua e gargalham sem motivos.

- Sakura me promete uma coisa? – Naruto pergunta a voz ficando séria outra vez. Ela aproxima-se dele, abraçando-o e eles enlaçam as pernas na água.

- S-im... – ela sussurra, encostando a testa na dele. Abraçando-o e esquecendo Sasuke pela primeira vez desde que chegou ali.

- Nunca mais se machuque outra vez.

- Nunca.

Os hálitos dos dois se misturam, a proximidade pede um contato mais carnal e Sakura está pronta para beija-lo, porém, Naruto se afasta dela deixando-a sem entender se suas atitudes são em prol da bebida ou de seu temperamento.

- Vamos, vou colocar você na cama.

Sakura sente-se perdida, mas, mesmo assim segue atrás dele.

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Naruto basicamente carrega Sakura escada acima, ela continua rindo e falando algumas besteiras, mas, ele simplesmente ignora. Quando entram no corredor que leva aos quartos Karin passa pelos dois, o rosto lavado de lágrimas e a cabeça baixa. O loiro pergunta-se mentalmente o que pode ter acontecido com a ruiva, contudo, continua sua difícil tarefa de levar uma Sakura muito mais resistente do que antes para o quarto.

Sasuke está encostado no portal de seu quarto, o maxilar rígido, os olhos furiosos e cansados. Discutira com Naruto, com Karin e com outros convidados da festa. Ele não tinha mais controle sobre as coisas ao seu redor, as pessoas estavam afastando-se cansadas de serem humilhadas ou simplesmente cansadas dele. A carga emocional que vinha junto dele era pesada demais para qualquer um carregar.

- Tudo bem eu assumo daqui. - Sasuke fala para o amigo que o olha com uma sobrancelha arqueada, visivelmente desconfiado. - Pode confiar em mim Naruto. Eu sei como lidar com isso.

- Não me leve a mal Sasuke, mas... - o loiro coça a nuca, ajudando o amigo a firmar Sakura de pé. – Não acho que está em condições. Nenhum dos dois estão bem para conversar, muito menos se ajudar de alguma forma.

- Eu posso colocar ela na cama Naruto. – ele suspira pesado.

Sakura sorri boba olhando para o nada.

- Não cara. – Resmunga, exausto. – Não está. Eu não quero discutir outra vez...

O moreno fecha os olhos por alguns segundos, apertando a ponte do nariz com os dedos e vira-se para ir embora. Naruto agradece mentalmente a saída sem discussão do amigo, ajeita Sakura o melhor que pode, colocando o braço dela por cima dos ombros abre a porta do quarto da garota. Um banho quente, roupas limpas e longas horas de sono, e os dois estarão melhores no final do dia.

Com um pouco de dificuldade consegue colocá-la sentada sobre o vaso sanitário. Retira os tênis ensopados de seus pés e arranca as meias em seguida. Sakura tomba o corpo para frente quando ele tira os próprios sapatos e meias. Naruto empurra os ombros da loira para trás, fazendo com que ela encoste a cabeça na parede. Ele arranca a própria camiseta o mais rápido possível antes que ela caia outra vez.

- Você vai me banhar?

Sakura pergunta cheia de sarcasmo, o sorriso pateta por causa da bebida não deixa seu rosto.

- Não é como se fosse à primeira vez que banho uma bêbada... - ele responde com a língua entre os dentes, enquanto tenta sem êxito tirar a blusa dela. - Dá pra levantar os braços? - Rindo feito uma idiota ela obedece. - Obrigado.

Naruto joga a roupa molhada dela no chão, junto ao montinho que é sua própria roupa.

- Obrigado. - Ela o imita, logo depois joga a cabeça para trás rindo como uma hiena. - Aí!

Reclama ao bater a cabeça na parede a suas costas.

- Pare de brincadeiras. Eu não quero que se machuque. - Resmunga sem fôlego, tentando colocá-la de pé outra vez. - Me ajuda aqui?

A loira se segura na pia, colocando todo o seu peso sobre o balcão enquanto ele desce suas calças jeans pelas pernas magras.

- Tira o pé. O outro. Isso. - Naruto continua bombardeando-a com ordens, a voz firme e doce. Sakura olha para si mesma no reflexo do espelho e sorri. Ela gosta do que vê. - Agora o outro pé Sakura.

- O pé. Levanta os braços. Pare de brincar... - ela ironiza. - Você é tão mandão!

- Você me faz ser mandão, quando se comporta como uma garotinha de seis anos. – ele rosna entredentes.

Naruto guia a garota até a banheira, ajudando-a com cuidado a colocar um pé e depois o outro, empurrando-a com cuidado para baixo. Ela senta na porcelana fria da banheira vazia. Sakura abraça o próprio corpo semidespido, enquanto o loiro liga a ducha na água mais quente possível. O movimento que ele faz ao sentar-se na borda da banheira deixa Sakura com o rosto quase de frente para os bíceps dele, encarando a marca roxa que ficou ali, causada pelos seus dentes.

Depois de molhar Sakura em água quente durante bons minutos, Naruto pegou um roupão de banho e obrigou-a entrar nele.

- Minha roupa de baixo está molhada! – Ela protestou.

- Não estaria se você não tivesse pulado na piscina. – Naruto repreendeu-a, empurrando levemente os ombros da garota, guiando-a até a cama.

- Eu não estou... – Sakura solta um bocejo longo e alto. - Com sono.

- Não precisa dormir. – Ele empurra as cobertas para longe, afofa os travesseiros e depois olha para ela com toda a pouca convicção que ainda lhe resta. – Só deitar.

A loira deita na cama enquanto Naruto fecha as cortinas, quando ele volta a virar-se para Sakura, ela ressona baixinho. A boca levemente aberta, os cabelos desgrenhados e molhados pelas fronhas floridas, uma das mãos pende para fora da cama, e ele caminha silenciosamente até ela.

Naruto observa Sakura dormi por alguns instantes, o dia foi longo e uma confusão total. A amizade que nasceu entre eles dois, em questão de dias, horas de mensagens trocadas, minutos de vídeos chamadas crescera de uma maneira incontrolável, imensurável e irrevogável. Aquela garota estava ao lado de sua irmã, dentro de seu coração. Naruto sentia seu apego e afeição inchar e esticar sentia o calor preencher seu peito quando avistava um sorriso naquele rosto delicado.

Pegou a mão dela com suavidade, colocou-a ao lado do corpo na cama. Sakura não abriu os olhos, porem, virou-se embaixo das cobertas, resmungando. Ele sorriu e curvou-se para beijar os cabelos dela.

- Eu vou te manter segura, Sereia. - Ele promete, vira-se e vai embora fungando.