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História Pensamentos Proibidos - Quebrada


Escrita por: CeciliaBento

Notas do Autor


Oi, Balinhas de Hortelã?

Link do grupo e do trailer nas notas finais.

OBS: Não me matem pelo capitulo, okay? Okay.

Vamos as dedicatórias:

~la_kuran_uchiha

~pollyuchiha

~Bi-a

~Avada_Kedavraaa

~Mina-Crazy

~sasusaku2015

~TiaCissah

~MariFihgueiredo

~mverner - Clan Fantasy

~natyalves25

~Jujuba1907

~Luuh12

~MissBug

~Bieber_Marikay

~mourahdfidj

~Rosetta01

~mike_uchiha01

~Camz_Haruno27

~Anne_Cerejinha

~simone2808

~Ally-chan-Babi-

~MariiAngel

Capítulo 7 - Quebrada


I wanted you to know that I love the way you laugh

I wanna hold you high and steal your pain away

I keep your photograph and I know it serves me well

I wanna hold you high and steal your pain

Cause I'm broken when I'm lonesome

And I don't feel right when you're gone away

Eu queria que você soubesse que eu adoro o jeito que você sorri

Eu quero te abraçar bem forte e levar sua dor pra bem longe

Eu guardo sua foto, e eu sei que ela me faz bem

Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor

Porque eu fico em pedaços quando fico solitário

E eu não me sinto bem quando você vai embora

Broken - (Seether feat. Amy Lee)

"Eu quero parar essa noite bem aqui e viver para sempre esse momento feliz."

Sakura repete mentalmente quase como um mantra. Sua noite está perfeita, ainda melhor que o dia. 
Os braços de Sasori ao seu redor estreitam-se, os pelos de sua nuca ficam eriçados quando ele sussurra em seu ouvido outra vez.

- Com frio Sereia?

- Um pouquinho.

Ela mente e ele aperta ainda mais o abraço. Sakura bebe outro gole de sua cerveja que amarga em sua língua, olha fixamente para as chamas da fogueira que sobem ao céu alaranjadas.

Vários casais estão sentados em volta do fogo, bebendo e rindo, a festa agora mais calma com música suave parece reunir os casais, alguns dão verdadeiros amassos e outros apenas se curtem como Sasori e ela.

Encolhe-se dentro do blusão dele, bebendo outro gole de sua garrafa, sua cabeça gira pela mistura de bebidas alcoólicas e ela sorri sozinha, sente-se tonta, mas, leve e solta.

Ele enrola uma mecha de seu cabelo entre os dedos, sente o aroma de seu cabelo e deposita beijos em sua nuca desnuda.

Eles conversam sobre a noite, sobre as estrelas, as bandas que estão tocando e quando eles estão quase sem assunto ele propõe uma brincadeira.

Sakura gira a garrafa nas mãos, enquanto ele explica.

- Eu vou falar algo sobre mim e você responde...

- Não estou entendendo. - Ela o corta afundando os dedos dos pés na areia fofa.

Sasori sorri e beija o topo de sua cabeça. Ela é impaciente, pôde perceber.

- Eu falo doce e você responde com o que você gosta minha Sereia. Entendeu?

Ela afirma com a cabeça.

- Eu começo. - Vira-se para trás pedindo por mais um beijo, Sasori atende prontamente cobrindo seus lábios com os dele. - Frio.

Ele ri baixinho, com os lábios contra os cabelos dela.

- Calor... minha vez... - bebe um gole de sua bebida. - Terror.

- Terror.

Ela responde rapidamente. Não precisa pensar, detesta ação e drama já tem o suficiente em sua vida, não acredita em romance.

Eles beijam-se demoradamente. As línguas dançando em uma sincronia recém adquirida.

Sorri puxando o lábio inferior dele com os dentes, Sasori geme em sua boca, a garota sabe o que fazer e como fazer, sorri de lado quando ela se afasta.

- Sua vez princesa... - sussurra, o hálito quente dele cheira a vodka e cerveja importada.

- Hum... DC!

Ela ri alto devido ao nível de álcool em seu sangue. Nunca bebera tanto e tão pouco misturara tantas bebidas.

- Marvel.

- Seu primeiro defeito - solta um muxoxo, bebendo de uma vez o resto de sua cerveja já quente.

                                             

                                                                                         *******

 

- E aí Naruto! Vai uma nuvem aí?

Naruto gargalha. Sasuke acaba de chegar e já tem uma belíssima loira a tira colo, ele aproxima-se com a mão no bolso, sussurra algo para a moça que espera um pouco afastada. Eles tocam as mãos em um cumprimento típico de homens, Naruto faz sinal para que se afastem do bar improvisado à poucas pessoas por ali agora, muitas estão no mar, porém, melhor prevenir do que remediar.

Sasuke retira dois pacotinhos de duas gramas do bolso, entrega um a Naruto, os dois desenrolam os pacotinhos com habilidade, equilibrando o pó branco em seus dedos indicadores, tapam uma narina com a mão livre e cheiram com força a cocaína.

Os fogos estouram dentro e fora da cabeça deles, o céu iluminado de diferentes cores parece ainda mais belo para os rapazes agora, com a droga fazendo efeito.

- Essa é da boa, heim? - Naruto pergunta limpando o nariz.

- Claro. Sabe que só compro do melhor! - ele exclama sorrindo abertamente, parece eufórico. Feliz.

- Sabe quem tá por aqui hoje? Sasori! E com uma gata... com certeza vai traçar fácil.

Eles andam até o bar outra vez, "Demons" do Imagine Dragons está tocando e Naruto pula no ritmo da música, Sasuke sorri tentando lembrar de Sasori. Nada vem a mente.

- Estou mais que interessado em arrumar uma transa, eu mesmo...

Eles gargalham com um olhar cúmplice.

- E Karin?

Naruto tem uma queda gigantesca pela ruiva, todos sabem disso. Todos, menos Karin. Ela é obcecada por dinheiro e status, o pobre Naruto não tem nenhum dos dois.

- Ela é impaciente e grudenta demais.

- Ela gosta de você... - ele serve absinto em dois copos de plástico com gelo. - Talvez de verdade. 

Sasuke pega um dos copos, ainda sorrindo, suas bochechas doem um pouco, pela falta de costume. A droga aumenta a libido sexual e ele sente um incômodo abaixo do umbigo.

- Eu acredito. Ela ama me olhar e ver um pote de ouro... - bebe um grande gole de sua bebida. - E eu amo olhar para ela e ver uma foda de primeira.

Naruto ri, por causa do efeito da droga misturada com a bebida, mas, sem isso ele não sentiria-se bem para falar sobre Karin.

- Vou indo...

E com uma batida no ombro de Naruto, ele volta para a loira fenomenal que dança sensual em seu biquíni preto, rebolando com aquela saia minúscula. Colado nas costas dela aperta sua barriga com a mão livre, em um abraço por trás roça sua ereção no traseiro da garota.

- Eu tô louco para saber o quanto você aguenta, querida. - Sussura em seu ouvido.

A garota estremece, gemendo manhosa. Vira-se de frente para ele colocando as mãos na barra de sua calça jeans, esfregando os seios em sua camisa.

- Eu posso te fazer voar... - ela lambe o pescoço dele, fica na ponta dos pés e sussurra em seu ouvido. - Quer voar, gatinho?

- Quero aterrissar, dentro de você. 

                                                         

                                                                                  *******

 

Sakura tropeça em seus próprios pés, ri alto com Sasori ao seu lado, ele a mantém de pé.

- Eu... tô mu-i... feliz...

Sua língua embola e ela ri outra vez, histérica. Os dois andam em direção à parte de baixo do pier, é escuro lá embaixo e nada movimentado aquela hora.

Em algum momento ela solta-se dele e corre, tropega quase caí algumas vezes. Sasori entra na brincadeira, corre atrás dela rindo.

Eles caem na areia fofa, o lugar é perfeito.

Escuro, discreto e distante da festa.

O barulho das pessoas acima e a festa distante encobriria qualquer ruído. Aquela era a Califórnia, em plenas férias de verão. A garota era só mais uma turista desesperada por atenção, ele notou as marcas em seu braço.

Auto mutilação. Uma garota assim era frágil como uma boneca de cristal, qualquer ranhura e ela se partiria em mil pedacinhos.

Sakura está ofegante e ele está caído com o corpo por cima do seu, contudo, não coloca seu peso em cima dela. Os olhares fixos, os lábios entre abertos, o hálito quente em seu rosto.

Sasori beija seus lábios docemente outra vez, ela dá passagem quando sua língua exige espaço.

É bom, diferente.

Calor, ela está pegando fogo, por onde ele passa as mãos sua pele queima. Em algum momento sua boca não é mais beijada, ele agora beija seu pescoço deixando um rastro de saliva por ali. A sensação é boa, mas, sua cabeça gira e sua mente esta enevoada.

- Sa... Sasori... - ela tenta falar, quer pedir para que ele vá com calma.

Ele ignora, sugando sua pele. Deixando-a marcada, uma sensação estranha toma lugar da euforia. Algo está errado, ela quer ir para casa.

- Sasori... quero ir para casa.

A medo e até mesmo apreensão em sua voz. Ele era um estranho, um estranho mais forte e experiente que ela. Sua mente tenta trabalhar em meio à confusão... ela não queria transar queria?

- Oque foi Sereia? Estou fazendo algo errado? Eu te machuquei? - A voz dele é preocupada, carinhosa até.

Sakura, relaxa suspirando. Ele a machucou? Não. Ela balança a cabeça negando.

Sasori sorri outra vez e volta a beija-la no pescoço, passando a língua quente por toda a pele branca dela que tem gosto de mar e cheira a flor de laranjeira.

Sakura arqueia o corpo arfando, é prazeroso, isso ela não pode negar, mas... algo no fundo de sua mente soa como errado.

- Sasori... Não...

Ele interrompe o ato de abrir o blusão que ela veste, ergue o rosto, seu nariz a centímetros do vale entre os seios dela, escondidos apenas pelo sutiã preto.

- Você não quer parar de verdade... quer? - Sorri contra a pela nua dela. - Seu corpo não diz isso... Sereia.

Ela não sabe o que quer, esta confusa, o álcool não permite que pense com clareza, mesmo assim ela não quer perder sua virgindade com um cara que conheceu algumas horas atrás.

" Uma hora vai acontecer mesmo... "

Uma vozinha fala em sua cabeça, ela não sabe de onde essa voz vem, mas, sente vontade de mandar ela ao inferno.

Ele continua com as carícias cada vez mais ousadas, o corpo dela responde a todas elas e sua mente grita desesperada para que pare.

"Eu não sou assim!"

Grita mentalmente, mas, de sua boca só saem gemidos e palavras desconexas. Quando ele faz menção de abrir o sutiã dela, seu corpo trava.

- Sasori...

"Não! Não quero. Não!"

Ele não para, talvez esteja tão bêbado quanto ela. Talvez ache que ela está gostando, querendo. E Sakura estava mesmo, não daquele modo... Não em um escuro qualquer depois de ter bebido mais do que aguentava.

Ela não queria romantismo, flores ou promessas. Queria apenas lembrar-se de tudo, sentir tudo.

Podia ser com Sasori, ele era bonito e legal, mas, não agora. Não assim.

"Agora é tarde para dizer não."

A voz irritante fala outra vez.

Como assim? Ela não tinha escolha? Não podia mudar de idéia?

Claro que podia. E ia.

Sua mente fica mais clara, ela respira profundamente pela primeira vez desde que chegou ali, abre os olhos em direção ao céu, só pode ver as madeiras do pier acima.

- Eu não quero... - empurra levemente a cabeça do rapaz que suga seu seio direito.

Ele parece não ouvir.

- Não. Para Sasori...

"Ele está bêbado. Não vai ouvir."

Aquela voz pessimista tem razão dessa vez, o desespero faz com que ela crave as unhas no couro cabeludo dele, arranca vários fios e em resposta ele morde seu seio com força.

- Não! Não... por favor... - o desespero em sua voz a deixa ainda mais nervosa.

"Não vou chorar! Não vou."

Rosna mentalmente para a voz em sua cabeça, contorcendo-se, lutando para soltar-se. Suas esperanças estão quase mortas, ele é homem, é mais forte e está fora dos eixos.

Então, Sasori é puxado de cima dela por alguém. Um gritinho feminino à assusta, Sakura senta-se rapidamente fechando o blusão que pertence ao rapaz, treme de medo, quando olha em direção ao seu salvador tudo o que vê é Sasuke jogando Sasori na areia.

Sasori tropeça, contudo, não caí. Eles se movimentam quase sincronizados, como animais brigando por território, trocam socos, a garota loira parada ali perto cobre a boca com as mãos.

- Você não sabe quando parar?

Sasuke grita, sua voz contém uma fúria venenosa.

- Qual é! Agora você se mete nos meus esquemas? - O outro responde.

Sasuke pula em cima dele, eles bolam na areia.

- Faça alguma coisa!

A garota loira grita para Sakura.

- Deixe que ele apanhe um pouco... - Sakura responde.

A garota lhe lança um olhar de pena e nojo, depois corre em direção à festa em busca de ajuda.

Alguém deve mesmo separar a briga, Sasuke está por cima do outro, socando o rosto do mesmo com vontade, parece divertir-se com aquilo. O som dos golpes é alto, Sasori sangra e mesmo assim ele não para de bater.

" Ele vai matá-lo."

Outra vez a voz tem razão. Sakura levanta-se e corre até eles. Cai de joelhos próximo ao corpo semi-consciente de Sasori.

- Sasuke! Sasuke! Você vai matar ele! - grita.

Ele continua a bater, um golpe atrás do outro. Sakura abraça-o por trás tentando segurar suas mãos, é impossível. Ele é forte e está furioso, mesmo assim continua tentando.

- Sasuke! Por favor! Por favor. Para!

O auto controle se vai, sua promessa de não chorar não tem mais importância alguma. As lágrimas descem por seu rosto deixando-a cega, aperta ainda mais os braços em torno dele.

- Sasuke... por favor... por... - suplica.

Algo na voz dela o quebra por dentro, e ele para. Apoiando as mãos na areia, uma de cada lado da cabeça ensanguentada de Sasori.

Eles ficam assim por alguns segundos, Sasuke respira fundo várias vezes tentando manter o fogo dentro de si controlado e Sakura, a pobre Sakura, molha a camisa dele com suas lágrimas.

Passos abafados e respirações descompassadas anunciam que a loira voltou com ajuda, algumas pessoas se aproximam deles.

- Que merda aconteceu aqui?

Sakura levanta aperta ainda mais os braços em torno de seu meio irmão, Sasuke levanta a cabeça.

Naruto e outros dois rapazes estão ali junto da garota com a qual ele dividiu momentos quentes minutos atrás. Segura as mãos de Sakura, afrouxando o aperto. Ela cai sentada, chorando.

- Foi...minha culpa...

Um dos rapazes sente a pulsação no pescoço de Sasori.

- Ele está vivo.

Sasuke levanta-se, limpa as mãos ensanguentadas na calça, o seus dedos da mão esquerda doem, anelar e mínimo. Deslocados.

- Vou levar Sakura para casa. - Anuncia.

- Como assim cara? Oque aconteceu? Sereia, tá tudo bem? - Naruto pergunta, enquanto os outros levantam Sasori, levando provavelmente para receber atendimento médico.

Sakura nega com a cabeça, ela parece tão frágil e pequena, diferente de quando ele colocou seus olhos nela horas antes.

- Agora não Naruto, depois, talvez.

O amigo concorda e ele pega sua meia irmã pelo pulso, saindo dali.

Passa direto por sua moto, vai mandar alguém para buscá-la depois. Prefere levar Sakura para casa de táxi, tem medo de que a mínima brisa faça ruir todos os caquinhos de sua alma.

O caminho até a mansão foi silencioso, a mente de Sasuke trabalhava em um velocidade alucinada, Sakura por sua vez tentava acalmar-se com a cabeça encostada no vidro chorava em um pranto inaudível.

Consegue se controlar dois quarteirões de casa, mesmo assim seu rosto vermelho e marcado pelas lágrimas a denunciaram assim que cruzasse a porta. Felizmente sua mãe não estava em casa.

Sasuke subiu as escadas no escuro com Sakura ao seu encalço, ele calado em sua raiva e ela silenciosa em seu constrangimento.

- Precisamos conversar. - Disse ele.

Ela apenas concordou com um aceno, tinha de agradecer por tudo e não queria prolongar muito essa conversa, odiava dever algo a qualquer pessoa, detestava depender de alguém, contudo desde que havia chegado sua dívida com ele só aumentava.

Entra no quarto passando por ele que segura a porta, é a primeira vez que entra realmente ali. Sasuke sinaliza para que sente-se e ela obedece sentando na ponta da cama, ele tranca a porta passando a chave.

Anda de um lado para o outro, nervoso passa a mão pelos cabelos, o feito da droga já começava  passar e a euforia dava lugar para a ansiedade e hostilidade. Sakura torce os dedos com as mãos pousadas no colo, aguarda impaciente pela deixa do rapaz.

- Você tem noção do que ia acontecer? - Ele fala entre dentes. - Se eu não estivesse lá..

Ela o impede de continuar, sua voz sai carregada de dor trêmula, um sussurro quase inaudível.

- Mais você estava e eu sou grata a isso.

Ela precisa agradecer, esse é o único motivo de abrir a boca mesmo sem confiar em suas emoções.

- E se não estivesse? - Sasuke soa amargo. Raivoso. - Ele não pararia e amanhã você estaria em todos os noticiários!

Ele dá mais uma volta pelo quarto, quatro passos até a parede oposta para vira-se com a mão na cabeça.

Ela estremece sobre o seu olhar indignado, tenta juntar forças para não chorar e seus olhos queimam enchendo-se de lágrimas. Decide não deixar que nenhuma caia.

- Não me olhe assim! Ser estuprada seria seu menor problema, ele poderia te matar!

"Não chore. Não chore, aguente por favor."

Suplica mentalmente, ter toda aquela fúria direcionada a si não ajudava em nada o emocional dilacerado dela.

Mesmo assim, teve que concordar. Poderia estar morta a essa altura, sentiu-se tola e minúscula. 

Porém, Sasuke continuou a brigar com ela. Ele queria jogar álcool em cima de sua ferida, estava possesso, seus dedos doíam e sua pulsação acelerada parecia um tambor de guerra contra os seus ouvidos.

- Você é ingênua. Eu preciso comprar um espelho de corpo todo para você? - Era uma pergunta retórica. - Qualquer uma tola assim seria embriagada e abusada.

Ele quer machucá-la e suas palavras ácidas conseguem fazer isso sem dificuldades.

Sakura não pode controlar, não consegue, não aguenta tanta dor emocional prefere prefere a dor física. Seu estômago embrulha e ela corre para o banheiro da suíte, debruçando-se sobe o vaso vomita tudo oque bebeu. O gosto amargo em sua boca faz com que vomite mais. Sasuke não vai ao banheiro para ajudar, ele abre uma gaveta e retira alguns comprimidos para dor, desce até a cozinha atrás de gelo. Seus dedos estão inchando de uma maneira estranha.

Só na cozinha com a mão dentro de um balde percebe a burrada que fez. Deixou Sakura sozinha, cheia de sentimentos ruins em seu banheiro, a imagem de sua mãe boiando em sangue invade sua mente e logo muda para uma criada por ele mesmo.

Sakura boiando em sangue.

Sobe as escadas de três em três degraus, entra no quarto derrapando e ao chegar na porta do banheiro ofegante, choca-se com o que vê.

Ela está sentada no chão com a navalha que Sasuke usa para barbear-se na mão, pressionando contra o braço, rasgando, deixando o sangue fluir e derramar escuro para o chão.

Sasuke arfa, sua expressão severa transforma-se em puro desespero. Há sangue demais ali e quando ela faz menção de cortar o outro braço, ele toma à navalha de sua mão jogando-a longe.

- Você tá louca? Não pode ficar sozinha? - ele pega o pulso dela, verificando o corte. - Merda! Vamos para o hospital.

- Não, por favor.

Sakura geme. As lágrimas descem por seu rosto como um rio, ela está pálida demais precisam ir ao hospital imediatamente, Sasuke bufa indignado, amarra uma toalha no corte e basicamente arrasta ela até a garagem.

Levaram dez minutos exatos para chegar a emergência do hospital, Sakura desmaiou no meio do caminho e Sasuke desceu do carro gritando, entrou no hospital com ela nos braços a toalha ensopada pingava sangue no piso branco. Tudo passou como um borrão aos olhos dele.

O médico a sedou e ela foi encaminhada para a sutura. Sasuke respondeu algumas perguntas na enfermaria, disse que era seu namorado, pois não tinham o mesmo sobrenome. Inventou uma história ridícula sobre a tentativa de suicídio falha dela.

Era quase dia quando o médico veio até eles para dar alta a garota.

- Senhor Uchiha? - Ele chama tocando no ombro do rapaz adormecido.

Sasuke levanta a cabeça da maca, dormira segurando a mão dela, sussurrando à todos os deuses imagináveis que ia ensinar à menina a ser forte.

- Sim.

Sua voz estava rouca devido o sono, limpa a garganta e diz:

- Como ela está Doutor?

O médico avalia sua prancheta por alguns minutos, deixando o rapaz impaciente.

- Ela vai ficar bem, perdeu bastante sangue mais não precisou de transfusão. Poderá ir para casa assim que acordar. - Ele faz uma pausa para escrever na prancheta e Sasuke suspira aliviado pela primeira vez desde que chegara. - Foi uma sorte que você tenha chegado a tempo e mais sorte ainda ela ter cortado na horizontal. Não poderíamos suturar se fosse de outro modo. Aqui!

Ele estende para Sasuke uma folha de papel, e o rapaz pega com sua mão machucada.

- Essa receita é para um suplemento rico em ferro... Notei também que ela está muito magra. Sabe me informar sobre algum distúrbio alimentar?

Sasuke bufa, provavelmente ela esteja desenvolvendo algum distúrbio, agora que sua mãe 
colocara os holofotes da mídia sobre ela.

- Não sei, ela é modelo... - fala com sinceridade.

- O que houve com sua mão? - pergunta o médico. - Deixe-me olhar?

Ele deixa que o médico olhe. Faz careta quando ele toca os dedos machucados.

- Não foi nada, eu me meti em uma briga... devo ter socado errado. - murmura.

- Esta deslocado. Vou ter que puxar e talvez precise de uma tala.

- Não precisa engessar... Aí!

O doutor puxara os dedos dele de uma vez, sem avisar. O estralo foi alto e a dor foi quente.

- Consegue mexer?

Sasuke olhou para ele cansado demais para ficar furioso.

- Consigo. Obrigado.

- Cuide dela, Sasuke.

O médico falou deixando os dois sozinhos, uma Sakura quebrada e adormecida, e um Sasuke confuso e indeciso.

 

 

                                                                                                   ******

 

- Você precisa de um banho.

Eles estavam em casa outra vez, era quase seis horas da manhã. Sakura passa por ele apática, sobe as escadas arrastando os pés. Sua aparência é tão ruim por fora quanto por dentro, os cabelos cheios de sal e areia mais parecem um ninho de ratos, os olhos fundos e opacos, a pele quase translúcida sobre o sol da manhã, marcada por diversas manchas roxas no pescoço.

"Deixe ela para lá. Preocupe-se com você, somente com você."

Sasuke pensa, mas, mesmo assim segue ela. Sente medo de deixá-la só e ela tentar outra besteira. Agora que ele a salvou não tinha como não se envolver, já estava envolvido.

Entra no quarto dela sem cerimônias, Sakura está jogada na cama em posição fetal. Ele puxa seus ombros, tirando seu blusão, ela não protesta, parece um zumbi.

Sasuke trava o maxilar ao notar a marca de mordida em seu peito.

- Ele fez isso... - sussurra, mas, não consegue continuar, não confia em sua voz.

Sasuke segura o queixo dela, passando o polegar pelos seus lábios vermelhos e inchados, suavemente.

- Você vai ficar bem.

Sakura sente-se pequena, minúscula perto dele. Não, ela não ficará bem. Nunca mais será a mesma. Definitivamente ela foi quebrada, agora não tinha mais conserto.

Ele retira os sapatos dela, pegando-a no colo como se não pesasse nada segue para o banheiro.

Ela sente-se embalada e protegida, não entende como pode se sentir assim perto de Sasuke. É quase como se fossem realmente irmãos, irmãos de verdade e eram. Não é essa a função de irmãos lutar contra os pais? Não é exatamente isso o que eles dois fazem? Lutam contra pais abusivos?

Ele liga a banheira e tirando os sapatos entra com ela no colo, de meia e tudo.

- Tudo bem. Pode chorar se assim quiser.

Ele encaixa ela entre suas pernas, encostando barriga em suas costas, passa a mão pelas costas dela falando sempre palavras de incentivo.

A garota fica confusa, uma hora ele ralha com ela e grita absurdos como se ela fosse a única culpada, outra hora era atencioso e tomava suas dores.

Sasuke definitivamente era estranho e perturbador.

- Você não precisa guardar nada, seja forte.

- Ele me rachou essa noite... - Sakura diz com a voz estridente. - Sou um espelho quebrado, trarei azar para quem se aproximar...

- Foda-se ele! - Sasuke fala, sua voz é dura contra o pescoço dela.

Ela estremece, mesmo com a água quente enchendo a banheira, seu corpo treme devido ao choro ainda constante, suas costas contra a barriga de Sasuke e os braços dele em volta de sua cintura, possessivos, apertam mais e mais a cada segundo como se ela fosse escorregar por entre seus dedos e perde-se para sempre.

- Foda-se o azar... - ele fala com uma mistura de raiva e dor, deposita um beijo em sua nuca sobre os cabelos molhados e grudados. - Foda-se o mundo inteiro, agora eu estou aqui.


 


Notas Finais




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