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História Pensão 1990 - Faixa XII: Anna Julia


Escrita por: galaxymaars

Notas do Autor


Olá meus queridos! Olha só quem apareceu! hahaha! Primeiramente, quero agradecer infinitamente pelos comentários, muitos deles surtados, do último capítulo! Foi muito divertido! Eu sempre me divirto muito com as reações de todos vocês. Muito obrigada por todo esse carinho, aqui e no twitter, e por esse tanto enorme de leitores que Pensão 1990 ganhou ao longo desse mais de um ano que está sendo postada. Pois é, nossa pensão fez aniversário já! hahaha! Bem, vou parar de tagarelar e deixar aqui o penúltimo capítulo dessa história que está quase chegando no seu fim, dando aquela dorzinha no coração.
Boa leitura! ♥

Capítulo 13 - Faixa XII: Anna Julia


Fanfic / Fanfiction Pensão 1990 - Faixa XII: Anna Julia

“Quem te ver passar assim por mim

Não sabe o que é sofrer

Tem que ver você assim

Sempre tão linda”

(Anna Julia, by Los Hermanos)

 

A água do chuveiro descia fria, mas ele estava quente demais. Minseok mordia o lábio com tamanha força que a marca dos dentes provavelmente seria visível depois. Não é como se ele quisesse fazer aquilo ali, debaixo do chuveiro em plena manhã de quarta-feira, mas Wu Yifan era um rapaz muito manhoso, cheio de chamego e carinhos, dizendo que vai lavar seu cabelo, mas quando se vê, as mãos grandes e pecaminosas então nas coxas, na virilha, na bunda... E aí o dono da pensão cor-de-rosa não consegue resistir. Apenas fecha os olhos e só deixa acontecer, não é mesmo?

As mãos espalmadas no azulejo deixavam o chinês meio fora de si, e com a mente nublada nos prazeres do sexo, ele só se apoderava mais do corpo macio e firme de Minseok, que parecia bastante irritado por ser abusado pelos desejos famintos de Yifan logo cedo, mas não reclamava. Sequer pensava em reclamar, na verdade.

— Ah... Você mete muito gostoso... — O Wu riu, ouvindo os gemidos baixos e o sentindo beliscar suas coxas vez ou outra. A mão grande e molhada passou por sua bochecha, até alcançar a testa e afastar os cabelos loiros ensopados de seus olhos, e o puxou. Num tranco o trouxe para perto, porque já naqueles poucos dias, Wu Yifan já tinha transado muito com Kim Minseok, e só Deus sabe como é difícil fazer um escorpiano frear seus desejos sexuais. — Yifan...

Não foram tantas vezes assim que o levara para cama desde a primeira vez, na verdade. No entanto, Wu Yifan já havia aprendido exatamente qual era seu momento favorito naquela brincadeira toda de gingado e gemidos. Na manhã seguinte ao aniversário de Luhan, a casa amanheceu silenciosa e o chinês encolhido em seu próprio colchão, porque aparentemente Minseok não sabia muito bem como dividir espaços e chutava o grandão a noite toda. Este nem se incomodava, porque era o rei do sono pesado, mas nem por isso deixou passar o fato de que tinha Xiumin completamente nu entre seus cobertores.

E foi aí, na opinião do próprio dono da pensão, que seu inferno sexual particular começou.

Não importava, se Yifan o desejasse seduzir, ele o faria. E faria de uma maneira tão fucking irresistível que deixaria Minseok de mãos atadas e pau duro, como ele mesmo fazia questão de descrever para si próprio depois que o Wu dormia sereno no espaço ao lado de sua cama.

Mas o que Yifan gostava mesmo era de orgasmos. Ah, e como ele gostava de ver Minseok se contorcer de leve, agarrar seus pulsos, morder os lábios. Seu peito queimava quando as bochechas coradas ficavam ainda mais vermelhas, os olhos grandes, apertados. Os lábios finos entreabertos, a voz rouca ganhando notas baixas, ou agudas, delatando que a angústia estava acabando, e... E... E lá estava Kim Minseok de olhos abertos, o encarando acusador, suado e trêmulo, mas enfim aliviado.

— Você precisa parar de me atacar no chuveiro. — Resmungou enquanto penteava os fios de cabelo molhados e encarava o moreno com certa amargura através do espelho, chocado quando ele riu. — Quando eu te comer de pé, você não vai ter coragem de dar essa risada debochada.

Yifan gargalhou dessa vez, desabrochando um sorriso bonito na boca pequena e chegando perto do rapaz já vestido, apoiando o queixo em seu ombro e fitando seus olhos no reflexo do espelho. “Vou esperar ansioso por isso...” sussurrou na orelha do dono da pensão, que se contorceu todo num arrepio safado, e fez questão de se afastar do moreno a bons cinco metros de distância.

— Você é maluco. — Minseok sussurrou em seu tom fosse risonho. — Fecha esse zíper direito. — Deu uma piscadela para o chinês e saiu do quarto, pronto para descer e preparar o café da manhã da Pensão 1990.

Xiumin deixou para trás um cara extremamente sorridente, de cabelos molhados e aura brilhante como a de uma criança. Há dias Yifan se sentia completamente apaixonado por aquele rapaz baixo, bonzinho e de risos fáceis. Ele se impressionava um pouco com a maneira que Kim Minseok podia mudar quando estavam juntos naquele quarto, e não pensava apenas nos termos do sexo, mas em como ele podia fazer charmes e manhas para provocá-lo e o fazer se sentir um adolescente de namorada nova.

Namorado, no caso.

E junto dessas semanas, ele só pensava em como gostaria de oficializar aquilo que tinham. Não que o Wu fosse do tipo tradicional em relacionamentos, mas enquanto olhava para o espelho do quarto de Xiumin, pensava que seria bom poder segurar sua mão a qualquer momento em que desejassem, ou poder receber beijos quando fosse embora para o trabalho, ou quando chegasse à casa no início da noite. Ele não se importava se os amigos ficariam chocados no começo, provaria para todos que realmente se descobrira bixessual, e que seria um ótimo namorado para Minseok.

Quando ele e Lay se encontraram na hora do almoço, o mais novo parecia animado, não sorridente, porque Yixing era naturalmente dono de uma carranca que ultrapassava as barreiras da simpatia, o que o deixava sempre com aquela expressão morna no rosto. Mas até que hoje havia um mínimo sorriso brincando com suas covinhas.

— Daria uma bala para saber o que está te fazendo feliz assim. — Riu o moreno, devorando seu mousse de sobremesa enquanto encarava o amigo. — Namorado novo?

— Melhor que isso. — E surpreendentemente, ele abriu um sorriso de verdade. — Recebi uma oferta de emprego num restaurante muito bom. Meu salário vai dobrar. — E Yifan bateu palmas animado, dando batidinhas no ombro de Yixing. — Só tem um problema.

— Que seria?

— Fica do outro lado da cidade. — E mesmo que o sorriso continuasse a brincar em seus lábios e covinhas, Yixing não parecia mais tão revigorado e animado quanto antes.

— Você vai sair da pensão? — Yifan deixou a colher pousar na mesa e encarou o mais novo por alguns segundos. — Xiumin vai enfartar, cara.

— Vai mesmo... — Eles riram, mas não parecia tão engraçado assim. Depois de todo aquele tempo, de alguma forma, ele havia se afeiçoado a companhia ranzinza de Yixing, e sinceramente doía um pouco imaginar que voltaria a ter almoços solitários e sem as discussões bobas que tinha com o amigo. — Não faz essa cara de cachorro morto para mim.

— Você é um puta insensível. — Kris riu, e esticou os dedos, esfregando a franja do Zhang, que apenas fechou os olhos, e estranhamente não se afastou. — Vamos tentar pensar em alguma alternativa, hm? — E sorriu quando Lay concordou com a cabeça. Era fácil conversar com Yixing quando ele não o atirava quatro pedras e um pedaço de pau.

— Gege. — Chamou o rapaz depois que pediram a conta. — Quando você vai me contar que ‘tá comendo o Xiumin? 

Como de esperado, Kris cuspiu toda a água que bebia de seu copo em Yixing. Tossiu um pouco, precisou levar uns tapas não muito carinhosos do mais novo nas costas e de um novo copo de água para conseguir encarar o amigo, que parecia infinitamente mais assustador com aquele olhar de tédio especialmente direcionado ao analista.

Ah, os pormenores da vida.

— Qu-que-que? — Yixing revirou os olhos.

— Dez minutos para você se recompor e ainda assim gagueja pra mim, porra? — Reclamou. — Eu sei! Tá mais que na cara que vocês estão de rolo. — E riu debochado, pegando um guardanapo e tentando limpar os resquícios de água que estavam em sua camisa.

— Eu... — Yifan tomou mais um gole de água, mas achava mesmo que precisava era de um copo de vinho. — Já faz um tempo que estamos saindo... — Murmurou, tão baixo que o Zhang quase não o ouviu. — ...Você fica bem com isso? — Indagou de repente, encarando Lay.

— Por que não ficaria? — Lay arqueou uma sobrancelha. — Só por que você era hétero até ontem? — Riu soprado, amassando o papel em sua mão. — Até aí, todos nós fomos héteros um dia. — Ele sorriu para Yifan, daquele jeito que o Wu gostava de ver o amigo sorrir. — Você é meu amigo agora, e eu acho que vocês dois combinam. Sempre achei, para ser sincero. — Continuou. — Quer dizer... Ele nunca pareceu tão bem quando estava com aquele filho da puta.

Alguma coisa dentro de Yifan deu um pulo de alegria quando Yixing disse aquelas coisas. Não é como se ele estivesse cheio de esperanças, porque essa faixa está começando a ficar melosa demais, mas receber um sinal positivo de Zhang Yixing era como receber um aval de absolvição de uma culpa que o Wu nem sabia que tinha.

Depois de se separarem no fim do horário de almoço, o moreno fingiu se concentrar 100% em suas atividades, porque no fundo se sentia meio nervoso demais para chamar Minseok num canto e usar o termo “namoro” para discutir o que seriam dali para frente. No entanto, ele estava animado, muito animado para o que diria a Minseok depois do jantar.

Ele só não esperava que as coisas fossem dar tão errado naquela noite.

Quer dizer, não havia motivos para se preocupar. Quase todos estavam para o jantar naquela noite, até mesmo Chanyeol, que com os cabelos mais ralos e sem olheiras parecia muito mais saudável que algumas semanas atrás. Chen estava de férias, o que fazia Minseok reclamar o tempo todo sobre como ele era chato e ficava o infernizando o dia todo atrás de comida. Luhan estava no trabalho, e Kyungsoo na faculdade, assim como Zitao de viagem de volta para Seul depois de uma temporada de desfiles.

Uma novidade silenciosa entre os moradores daquela casa havia sido percebida desde o último fim de semana, durante o aniversário do professor de futebol, mas nem todos falavam sobre, porque sabiam como Kyungsoo era introvertido, e Jongin tímido, mas não tinha como fingir que era realmente muito fofo quando logo de manhã, o Do segurava na mão do Kim e eles iam juntos para o trabalho. Foi um surto geral na primeira segunda-feira, mas agora todos estavam politicamente controlados. Kai e Kyungsoo eram um casal puro e todos concordavam que deviam protegê-los das piadinhas de Jongdae, que foi retalhado à base de tapas e chutes na primeira tentativa.

— Eu... Quero contar uma coisa para vocês... — Murmurou Jongin, e mesmo que ele fosse um rapaz pronto a devorar a comida de Minseok, parecia nervoso. Yifan o achava tão fofo com aquela franja de cabelos castanhos caindo sobre os olhos, as bochechas coradas e a voz baixinha e envergonhada.

— Não pre-... — Sehun foi impedido por um chute de Jongdae por debaixo da mesa. Mais por vingança do que por vontade de fazer o mais novo prosseguir.

— Eu... Eu e o Kyungsoo hyung... — Começou tímido, levantando o rosto depois de tomar coragem. — Nós estamos namorando. — Completou, dando um sorriso pequeno e aparentemente muito orgulhoso de si mesmo.

— Meio difícil não saber disso não é mesmo, gay. — Alfinetou Baekhyun, mas sorriu para o rapaz e deu umas tapinhas em suas costas. — Parabéns, pitico. Cuide bem do demoniozinho.

Todos os moradores e amigos de Kai fizeram seu exato papel e sacanearam bastante o rapaz, que deu graças aos céus por Kyungsoo não estar ali, pois provavelmente ele iria querer abrir um buraco na terra e enfiar sua cabeça ali dentro. Chanyeol e Baekhyun só pararam quando Xiumin apareceu à mesa com um bolo enorme de chocolate, o que acarretou vários gritos e berros de alegria. Nada como chocolate, pensava Yifan.

— Foi Zhang Yixing quem fez e trouxe do trabalho, acho que vocês devem uma para ele. — Sorriu o mais velho, sentado na ponta da mesa, perto do cozinheiro.

— Duas pratas de cada. Podem começar a passar a grana. — Zombou o ranzinza, mas foi ignorado pela família esfomeada. 

— Agora só falta Minseok hyung arranjar um namoradinho. — Comentou Jongdae calmamente depois de devorar dois pedaços de bolo. — E nosso querido hétero, é claro. — E piscou na direção de Yifan, que se limitou a sorrir em resposta.

— Aigo, acho que Umin hyung precisa conhecer uns amigos meus. — Começou Chanyeol, bebericando de sua cerveja.

— Estou bem, obrigado. — Respondeu o próprio, sorrindo sem dentes enquanto brincava com o bolo no prato.

— Aigo, mas acho que ele fala isso porque já tem alguém... — Alfinetou Jongin, e sem perceber, deu o tiro certo para que Jongdae alargasse seu sorriso malicioso.

— Mas o que? — Começou o economista, encarando Minseok enquanto Suho estranhamente parecia quieto demais. — Quer dizer que nosso hyung aqui ‘tá comendo quieto, é? Bem que essa felicidade toda tava me saindo muito estranha! — Ele riu alto, arrancando risinhos dos demais. — Quem é a gay? Quero conhecer, hyung!

Pela primeira vez em todas as vezes em que quase fora pego no pulo, Yifan nunca se sentiu tão calmo como naquela. Não, se ele fosse pego agora, riria e admitiria para todos o quanto gostava de Minseok, e não se importaria de dizer que eles estavam saindo, como Kai fez há poucos minutos. Ele estava quase torcendo por aquilo, realmente, estava louco para compartilhar com seus amigos o que sentia.

Não é ninguém importante. — Disse Minseok, depois de beber um generoso gole de sua cerveja. — Esqueçam isso.

Algumas pessoas fizeram esforço para manter as aparências. Baekhyun desviou os olhos de Minseok para o próprio prato, deixando o riso amarelo morrer em seus lábios finos enquanto Chanyeol dizia coisas como “Minseok hyung agora gosta de sexo casual”. Sehun fez uso de sua melhor expressão impassível, mesmo que de repente não soubesse o que fazer, e só pensasse no moreno silencioso sentado à outra ponta da mesa. Suho apertou o joelho de Jongdae, discretamente o chamando para dormir enquanto ele ria com Chanyeol e Jongin. O único que olhava atento para Kim Minseok e seu sorriso falso era Zhang Yixing, e ele com certeza não estava feliz, e muito provavelmente não queria fingir que estava. 

O outro não fez muito. Não conseguia fazer muito naquele momento. Murmurou algo sobre o jantar estar delicioso e caminhou quieto até a escada, as mãos enfiadas nos bolsos dos jeans — sempre foi uma escada muito longa, mas hoje parecia infinita. Subiu cada degrau, e quando achou que não tinha mais fim, já estava na porta de seu quarto. Yifan entrou silencioso, e sequer lembrou-se de que deveria acender a luz. Ficou em silêncio, recostado na porta do quarto e assimilando as palavras que ecoavam dolorosas por sua cabeça.

Sem importância? Por que ele era sem importância? O que ele havia feito de errado? Kris pensava e repassava cada momento que esteve ali, aos abraços e beijos com Minseok, e tentava se lembrar de ter dito algo que justificasse aquela frase. Ele tentava lembrar se em algum momento havia sugerido que Minseok e ele fossem um segredo, ou até mesmo se aquela manhã de sexo havia sido uma despedida imperceptível para o Wu.

Ele não sabia o que estava acontecendo, mas estava doendo. Era como uma leve falta de ar que apertava seus pulmões e o deixava meio desnorteado. Nem da expressão em seu rosto enquanto dizia aquelas coisas ele se lembrava, mas quando procurou por seus olhos, Minseok apenas desviou o olhar. Yifan sentiu tudo. Vergonha, raiva e até a decepção mais profunda que poderia sentir por alguém em que estava há meses alimentando aqueles sentimentos impossíveis de controlar.

Tudo de novo.

O chinês só se deu conta que alguém batia na porta quando ouviu a voz mansa de Minseok o chamar baixinho, como se estivesse colada à porta. Ele não sabia se queria abrir, mas de repente tinha esperança de que o rapaz o diria que tudo era diferente do que ele havia escutado. Tinha esperanças de que aqueles sentimentos angustiantes iriam embora de alguma forma.

Afastou-se, passando o dedo pelo interruptor e acendendo a luz que bagunçou a vista a primeiro momento. Quando abriu a porta e deu de cara com o Kim, não soube o que dizer.

— Não vai me deixar entrar? — Ele perguntou cauteloso.

— Eu não sei se quero. — Respondeu, e surpreendeu-se com seu tom de voz rouco. Minseok ficou em silêncio, encarando o pescoço do chinês.

— Eu quero conversar com você... — Suspirou, passando a mão pelos cabelos loiros. — Você entendeu errado, Fan.

— E o que eu deveria ter entendido exatamente? — Contestou, fazendo Minseok o encarar nos olhos. — Que sou importante quando estamos entre quatro paredes, mas para o resto do mundo sou apenas um cara que você quer de vez em quando?

— Yifan... Você não entendeu... — O dono da pensão recomeçou, mas continuou calado.

— Então me explique. — Ele suspirou pesado, mas o silêncio permaneceu. — Você não tem o que me dizer, Minseok. — Ele se afastou, entrando no quarto e dando as costas ao mais velho. — Você só... Não gosta de mim como eu pensei que gostasse.

Ele não achou que colocar os pensamentos em voz alta doeria tanto. Com certeza não achou que sua voz iria falhar em alguns quartos quando o encarou nos olhos e não encontrou resposta alguma para as dúvidas implantadas em sua cabeça. Sentia-se tão ingênuo, tão idiota.

— Não! — Minseok o seguiu para dentro do quarto. — Eu gosto de você! Eu gosto muito de você, Yifan... — Ele murmurou, os olhos amedrontados o fitando as costas.

— Então qual é o seu problema?! — Agora ele estava com raiva o suficiente para erguer a voz e se virar para encarar aqueles malditos pares de olhos felinos. — Por que você disse aquelas coisas se gosta de mim? O que é que você quer, Minseok? Brincar comigo? — Continuou, o tom de voz beirando aos gritos, até que repentinamente tudo pareceu fazer sentido quando olhou para o mais velho mais uma vez. Tudo malditamente pareceu fazer sentido. — Você tem vergonha de mim...

— Não...! Não! Eu juro que não...! — Os olhos grandes ficaram molhados, e Yifan sabia que estava certo de alguma forma, ele tinha certeza de que estava certo. — Eu não tenho vergonha... Não é isso... Eu só...

— Você só não sabe como me assumir para os seus amigos? — O mais novo completou em uma risada seca. — Isso é tão irônico... Tão inverso que eu não acreditaria se não estivesse vendo — Sussurrou, e sem pensar muito mais, ele pegou a chave de seu carro em cima da escrivaninha onde estava Kevin, o cacto.

— Aonde você vai? Yifan! — O Kim ergueu a voz trêmula enquanto observava o mais alto passar por si.

— Vou dar uma volta. — Sibilou, pegando os tênis no canto do armário e seguindo para a porta. — Eu não quero te ouvir agora... — Sussurrou, ainda de costas para Xiumin. — Eu não quero nem olhar para você agora... — Riu trêmulo, sabia que iria chorar se continuasse ali, e assim ajeitou as chaves nos dedos. — Mas em algum momento eu vou ficar okay o suficiente para lidar com isso... Com você.

E ele se foi, sabe se lá onde. E não viu quando Minseok tentou tocar em suas costas, mas recuou ao ouvir a última frase proferida pelo chinês. De repente ele não se encontrou mais no direito de ir atrás de Wu Yifan, não naquele momento.

Não naquela noite.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Desculpem-me pelos erros ortográficos e até o próximo, e último, capítulo! ♥


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