Eunseo não podia acreditar no que ouvia. Era impossível. Ela devia estar entendendo alguma coisa errada, ou talvez seus ouvidos não estivessem limpos o suficiente para que ela ouvisse tudo com clareza. Não se recordava de ter limpado-os nos últimos dias.
Com um pouco de hesitação, resolveu perguntar. Achava estar ouvindo algo errado, mas ao mesmo tempo, algo no seu interior a dizia que tinha interpretado tudo corretamente.
— Como é? — Suas mãos soavam frio. A resposta para aquela pergunta poderia mudar pra muito pior o seu emocional, e ela não estava preparada para aquilo.
— Isso mesmo que você ouviu — a voz da outra falhou um pouco no início da frase. Não parecia estar muito feliz com a informação que passava à amiga.
— N-não pode ser. Você dev-ve ter entendido alguma coisa errada, Jinsook. — Seu chão parecia ter sumido. Sua cabeça rodava, e a garota teve de se sentar. Caso contrário, perderia o equilíbrio e cairia ali mesmo, no meio da sala da casa de sua melhor amiga.
— Eu realmente queria que você estivesse com razão, unnie. Mas infelizmente não é bem assim que as coisas funcionam. — A mais nova entre as duas certamente não se sentia confortável com aquela situação toda. Queria poder dizer a Juyeon que nada daquilo era verdade. Que era uma brincadeira, um engano, uma interpretação errada, o que fosse. Qualquer coisa que deixasse Eunseo melhor.
— Yeoreum, chega de brincadeiras. Você pode, por favor, me dizer o que você realmente conversou com a Cheng Xiao no telefone, hoje mais cedo? — O tom de voz de Eunseo era autoritário. Jinsook que parasse de brincar consigo logo, ou ficaria de mal com a mais nova. Onde já se viu falar uma coisa daquelas, apenas para zoar o desespero da geminiana, depois de dizer a verdade?
— Eunseo, pare de negar a verdade. Eu nunca falei tão sério na minha vida, por mais que quisesse dizer que isso foi apenas uma brincadeira. — Okay, agora Juyeon poderia passar mal de verdade. Sua expressão logo se tornou abatida, e lágrimas ameaçavam sair de seus olhos a qualquer momento.
— O que exatamente ela disse? — perguntou, com os lábios trêmulos. À medida de que Yeoreum pensava, tentando relembrar as palavras mais exatas, mais tristeza tomava conta de si.
— Bom, — nessa hora, Eunseo já abraçava o próprio corpo, e a primeira lágrima já escorria por sua bochecha. Jinsook segurou suas mãos soadas, antes de começar a falar — ela disse assim: "Estou voltando pra China hoje à noite. Por favor, avise à Juyeon que não me procure mais. Diga à ela que foi muito bom enquanto durou, e que eu a amei de verdade. Mas agora já não dá mais, meus sentimentos mudaram sem que eu me desse conta. E, por favor, cuide dela. Certifique-se de que seja feliz. E, Jinsook, obrigada por ter sido boa comigo, mesmo durante a época em que eu não gostava de você." Aí, ela desligou.
Ao ver as lágrimas da amiga, que agora saíam descontroladas, Yeoreum quase não pôde conter a vontade de chorar junto com a mais velha. Mas teria de ser forte, forte o suficiente para que conseguisse ajudar Eunseo a ser forte também.
E foi ali, abraçada à mais velha, fazendo carinho em seus cabelos e ouvindo a outra soluçar baixinho, que Yeoreum fez uma promessa a si mesma. Prometeu que ajudaria Eunseo a ser feliz novamente, custasse o que fosse.
Até porque, no fundo, a felicidade da outra significava a sua também. Ver Eunseo chorando deletava qualquer resquício de felicidade que existisse na mais nova.
Acho que é isso o que chamam de amizade verdadeira. As duas tinham realmente muita sorte de ter uma a outra. E nada mudaria aquilo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.