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História Penumbra - Hidden prison


Escrita por: Tai_C

Notas do Autor


Após séculos atualizando a fanfic... Mas enfim, vou começar a postar regularmente, capítulos curtos, mas que juro sera com frequência.
^^

Capítulo 2 - Hidden prison


Fanfic / Fanfiction Penumbra - Hidden prison

Anne Prince

“[...] Após séculos de batalha e a separação finalmente ser concluída, obteve-se dois reinos que permanecem até hoje, governados por Lúcifer e Miguel.

Miguel continuou a seguir os princípios tradicionais e seu reino ficou marcado pelas cores branco, azul e dourado como sinônimo de paz e prosperidade, apagando qualquer marca da batalha de seu modo de governo, Lúcifer por sua vez seguiu o seu modelo próprio de revolução, construindo e pregando regras novas e contrárias ao antigo governo para o seu novo reino, as cores mudaram sendo sua marca o preto, vermelho e a prata, marcas de rebeldia.

Com a separação de um reino antes unificado, ouve a criação da lei do Livre Arbítrio onde era garantido a todos o direito de escolha do reino o qual desejasse ficar mesmo inicialmente pertencendo ao outro... [...]”

A voz ecoava pela sala, monótona enquanto aos poucos desgastava nossos ouvidos em uma tarde entediante de sexta, não conseguia me concentrar no som de uma letra sequer então elas apenas entravam perfurando meus tímpanos e escorregavam para fora sem nunca serem absorvidas.

Os boatos ainda circulavam, esgueirando-se pelos cantos da escola, pelos becos e locais escuros, mesmo que agora mais fracos ainda podia ouvi-los através da parede enquanto passava frescos por entre as frestas úmidas. Minha mão ainda formigava ao pensar no tapa dado em Noal, eu não deveria ter me deixado levar só estava dando precedente a fala de meu pai de que nunca conseguiria controlar meu lado demoníaco.

Abro meu diário em uma folha vazia e começo a rabiscar sem nem mesmo fitar o papel, já havia o decorado desde sua textura a suas margens, respiro, podia sentir o olhar de Blake em minha nuca como uma intensa sensação de calor, queria virar e fita-lo, fita-lo como se não houvesse mais ninguém na sala e seus olhos azuis fossem os únicos em meu campo de visão porque eles me intrigavam, como me intrigavam! Mas não podia, tinha que me manter firme como nas últimas duas semanas, tinha de ser silenciosa, invisível, imperceptível a olho nu, passar despercebida até que todos os boatos desaparecessem e infelizmente eu havia aprendido, mesmo que com pouco tempo naquele lugar, que Blake Muller era alguém que definitivamente chamava atenção.

Perco-me em meus pensamentos, imersa a sensação da tinta fresca sendo depositada sobre o papel enquanto a caneta deslizava grosseiramente. Anne, Anne, Anne... O nome parecia sair de minha cabeça e se ampliar por toda a sala.

_Anne – Desperto bruscamente, os olhos de Blake fitavam-me enraivecidos fazendo com que eu recue sob o plástico da cadeira – O sinal tocou a cinco minutos.

Sua voz soava seca, não podia esperar por menos, olho ao redor a sala agora se encontrava vazia fazendo-me sentir certo receio por estar ali apenas com ele, abaixo os olhos para meu diário fechando-o sem ver o desenho, mantinha olhos abaixados, não conseguia encara-lo, não sem algo para dizer.

Mas o silencio não durou muito sendo interrompido pelo barulho dos pulsos de Blake contra a minha mesa e então como se pudesse ler meus pensamentos, tirando-me a necessidade de pensar no que dizer, ele foi direto ao ponto.

_Por que está me ignorando? – Sua voz era alta e um tanto quanto agressiva, bem talvez não agressiva, mas frustrada – Pensei que você fosse diferente dos outros filhotinhos de anjo, mas é só mais uma. Então ao menos me dê a resposta: Por que quando chegou aqui era uma pessoa totalmente diferente? O que aconteceu com aquela garota?

_Aquela garota? – Levanto-me empurrando a mesa em sua direção com raiva, suas palavras doíam – Aquela garota está tentando passar desapercebida, está tentando se tornar invisível. Aquela garota, ou melhor, essa garota conhece muito bem o “Livre Arbítrio” – Empurro-o com toda minha força colocando minhas mãos sobre o seu peito, minha investida não havia o movido muito do lugar porém era visível em seus olhos a surpresa – Sabe essa lei idiota que temos que ouvir sobre toda aula? Então, ela é linda no papel, utópico, “todos podem escolher pra onde querem ir independentemente de onde tenha vindo” não é assim? Só que é um sistema falho, para alguns mais que outros – Respiro fundo tentando segurar o choro – Sabe onde eu vivia antes de vir pra cá? Em uma das maiores casas do Reino Branco, trancada em um quarto como um animal de estimação, sem nunca ver a luz do sol além do vidro, passei dezesseis anos da minha vida sem saber qual era a sensação da grama em meus dedos e nem todo o luxo pode comprar isso, então apenas estou tentando preservar isso pelo maior tempo possível porque depois da escolha eu serei obrigada a voltar pra lá.

Faço uma pausa esperando que ele dissesse algo mas nesse momento nada mais me importava de qualquer modo, apenas queria colocar aquilo para fora e por algum motivo Blake Muller era o único com quem eu tinha coragem de fazê-lo

_Os boatos eles têm que acabar – Digo por fim mais calma – Se eles chegarem ao meu pai eu serei retirada da Genesis antes mesmo do dia da escolha por isso tenho te evitado – A essa altura as lagrimas já me escapavam, escorrendo silenciosas por minhas bochechas – Tenho que chamar a menor atenção possível, e você, bem você chama atenção por onde passa então... Olha eu realmente queria poder conversar com você por ai nos corredores e quem sabe fazer algo juntos, sinceramente você é a única pessoa nesse lugar que me fez realmente querer interagir com alguém, quem sabe ter um amigo ou qualquer coisa do tipo, não sou boa com interação humana, mas eu não quero voltar para aquele inferno disfarçado de branco.

_Anne – Sua voz era suave e triste, como a melodia melancólica de um piano, suas mãos pousaram em meu rosto secando minhas lágrimas com o polegar, no fundo azul de seus olhos podia ver algo diferente, era como se ele compreendesse de uma maneira inexplicável.

_Só não repita – Digo retirando suas mãos do meu rosto e me voltando para as coisas sobre a mesa guardando-as na bolsa – Que eu sou igual aos outros dessa escola, porque eu realmente não ligo para que cor você está vestindo, se é azul, preto, vermelho ou branco, porque cor não define quem você é.

Apanho minhas coisas e saio sem nem ao menos esperar para ouvir qualquer tipo de resposta, precisava de paz para pensar sobre tudo, outra vez eu não podia me controlar.



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