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História Penumbra - I remember the monsters


Escrita por: Tai_C

Notas do Autor


Mais um cap, estou tentando não perder o foco e deixa-los todos prontos o mais rápido possível.
Deem sua opinião e feedback de como está caminhando a história e tudo mais.
AQUI TUDO É PERMITIDO.
rsrsrs.

Capítulo 3 - I remember the monsters


Fanfic / Fanfiction Penumbra - I remember the monsters

Blake Muller

 

Minha mente trabalhava de maneira confusa e desordenada, era um misto tão grande de reações que se formavam entrelaçando-se sobre minha face e minha mente que tudo que consegui fazer foi ficar parado e vê-la partir sem qualquer resposta da minha parte.

Que tipo de pessoa... O que ela era? Nenhuma palavra parecia capaz de se formar em minha mente ou voz para descreve-la, coloco uma das mãos por debaixo da camisa sobre uma das várias cicatrizes em meu abdômen, marcas de um passado que se tornaria presente em breve após o dia da escolha.

_Sr. Muller -  A voz da professora chamava meu “nome” fazendo com que eu saia do estado de choque – O que ainda faz em sala?

_Nada – Pego minhas coisas indo em direção ao corredor agora consideravelmente mais disperso, não conseguia ver nada a minha frente, as paredes fechavam ao meu redor em um ritmo mais rápido do que meus pés podiam acompanhar, os estilhaços se desfaziam ao tocar no chão tornando-se névoa em minha visão.

“Não, não, não” repetia a mim mesmo enquanto tentava desesperadamente encontrar a saída, alguma luz, alguém, mas não havia colo para onde correr, não havia alguém nem nunca houve, praguejo a mim mesmo enquanto sua risada fria enchia meus ouvidos tomando aos poucos meus sentidos, precisava encontrar um lugar, qualquer que fosse, antes que as alucinações me derrubassem.

Corro desordenadamente em direção aos dormitórios, minhas pernas pareciam pesar toneladas, o som em meus ouvidos ficava cada vez mais alto, um anuncio tempestuoso do que estava por vir. Respiro, estava ofegante e o oxigênio já não parecia chegar ao seu destino aos poucos desaparecendo de minhas veias, a última coisa que consegui ver foi a textura da madeira das portas do corredor seis.

[...]

Sentia meus pulsos sangrarem fazendo o liquido quente deslizar sobre o couro, as paredes negras do quarto pareciam se fechar aos poucos tomando-me a consciência, sorri, talvez fosse melhor não estar consciente.

_Quantas vezes eu terei de te corrigir? -  A voz fria ecoava batendo nas paredes sem nunca ser absorvida, podia ver seus olhos negros deliciando-se com toda a situação, com todo aquele método doente – Criança burra, sentimentos mataram você, fazem de você um fraco.

O barulho das correntes sendo içadas me fez despertar, aos poucos ela me erguia no ar forçando-me a ficar de pé, já haviam se passado quantos dias? Três? Quatro? Já havia perdido qualquer noção de tempo, seja pela fome, sede ou constante perda de sangue a verdade era que eu estava cansado demais para fazer qualquer estimativa.

Podia ouvir o armário se abrindo e o açoite sendo retirado devagar enquanto suas pontas de metal arranhavam a madeira, em uma outra ocasião aquele ruído me faria tremer mas estava exausto demais, acostumado demais.

_Agora me responda criança – Sua risada era grave e fria – O que vai fazer da próxima vez que eu lhe der uma ordem?

_Obedecer – Minha voz era fraca.

_Eu não ouvi – Sorria, preparando-se para mais uma sessão de tortura.

_OBEDECER.

_Muito bem, agora vamos nos certificar de que você não se esqueça disso.

“Um, dois, três, quatro...” devagar minha carne era rasgada enquanto o sangue lavava minha pele, “cinco, seis, sete, oito...” rezava para que ele se cansasse rápido ou para que eu pudesse perder a consciência de uma vez.

[...]

Sentia a luz voltar aos meus olhos aos poucos recuperando-me a visão, uma sensação morna tomava conta do meu rosto descendo por meu torso até meu abdômen, era confortável, tentei não me mover, não queria acabar com o que quer que estivesse acontecendo.

_Blake? – Uma voz suave sussurrava próximo ao meu ouvido – Blake você está melhor?

_Hmm -  Abro meus olhos fazendo-os arder com a luz, demorou alguns segundos até que meus olhos pudessem recuperar o foco fazendo-me deparar com enormes olhos coloridos – Anne?

_Sim – Ela se levanta brava, acertando-me um tapa de leve no braço – Você me deixou preocupada, idiota.

Olho em volta, o quarto era cinza e liso como se ninguém nem tivesse se importado em lhe dar qualquer personalidade, na parede um único desenho colado dando contraste a aquele lugar aparentemente vazio, estava deitado na cama sob os lençóis e uma pequena compressa com agua morna estava ao lado de uma almofada no chão, então era dali que vinha a sensação quente, sorri.

_Como vim parar aqui? – Digo sentindo-me estranho, quanto tempo eu havia saído do ar?

_Depois que sai da sala vim até meu quarto – Suas bochechas estavam levemente avermelhadas – Estava me trocando quando ouvi um barulho alto no corredor e então sai para ver – Ela se senta ao meu lado na cama – Você estava caído no chão e suava frio então eu te trouxe pra cá e cuidei de você até acordar.

_Me arrastou até aqui sozinha? – Digo olhando-a, parecia cansada, seus cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo alto e seu corpo estava coberto por uma fina camada de suor fazendo sua pele branca brilhar, por mais que eu me forçasse a não pensar em nada sujo, sua visão me excitava – Desculpa, mais você não aparenta ser tão forte.

_Não foi difícil – Diz dando os ombros – Você teria caído dentro do meu quarto se não fosse a porta aliás – Ela ri levemente – A parte mais constrangedora e difícil foi tirar sua camisa.

Senti meu corpo gelar e minhas mãos instintivamente cruzarem sobre meu corpo tentando esconde-lo, sentia-me exposto, olhei para seu rosto procurando por pavor, por nojo, por curiosidade ou pena, qualquer reação, não havia nada.

_Você não se sente confortável? -  Diz levantando-se da cama e indo até a escrivaninha do outro lado do cômodo – Aqui, eu passei uma água mas já está seca, estava encharcada de suor quando chegou – Ela estende o tecido negro em minha direção, rapidamente o apanho e visto – Mas, bem, sobre as cicatrizes... Elas não me incomodam e não se preocupe eu não vou dizer a ninguém e nem perguntar o motivo. E me desculpe, sabe, por invadir seu espaço pessoal.

_Não a nada o que se desculpar – Digo desviando o olhar – Na verdade eu é quem deveria ter sido menos idiota, sabe, por hoje mais cedo.

_Eu também não deveria ter jogado todas as minhas frustrações em você – Ela ri timidamente – Mas você foi a primeira pessoa em duas semanas que falou comigo diretamente depois do que aconteceu.

_Seu quarto é bem vazio – Comento – Não fez nada para tira-lo do modelo padrão da Genesis.

_Isso não é verdade – Diz fazendo falsa cara de ofendida o que me fez rir – Tem o seu desenho pendurado bem ali naquela bela parede cinza – Aponta como se fosse a mais bela obra de arte – Não consegue reconhecer meu esforço para trazer rebeldia a esse ambiente?

Começo a rir fazendo-a rir também, definitivamente aquele ser não era normal, não a nenhum padrão de reino.

_Você dormir nesse quarto já é toda a rebeldia de que ele precisa.

_Se for pensar por esse ângulo – Diz afiada – O seu deve transbordar rebeldia.

_Tem certeza de que não está vestindo a cor errada? – Digo rindo – Muito afiada pra quem cresceu em um ambiente recatado.

Suas bochechas coraram enquanto ela timidamente se aproximava deixando apenas poucos centímetros entre nós.

_Posso confessar uma coisa? – Sussurra em meu ouvido, podia sentir seus lábios tocarem suavemente em minha orelha enquanto falava e a pele de seu rosto roçar no meu fazendo um arrepio subir lentamente por toda minha coluna e se espalhar por meu corpo – Eu fiquei tentada a colocar sua camiseta, só pra ver como era usar preto.

_O que está tentando fazer comigo? – Digo roçando meus lábios em sua bochecha e depois dando-lhe uma leve mordida no lóbulo da orelha, talvez aquela fosse a brecha para cumprir a aposta, para poder finalmente colocar as mãos em seu corpo e me livrar daquela ficção por anjinhos.

Mas eu estava errado, cedo demais, em uma fração de segundos ela estava apoiada na parede com os olhos assustados e o rosto vermelho, tentei ir em sua direção mas rápida como um raio ela saiu pela porta correndo para o lado de fora dos dormitórios.

_Anne espera!

Corro em sua direção tentando acompanhar seus passos, mas ela era rápida deixando-me apenas seus vultos para acompanhar a cada curva no corredor. Vejo-a entrar em uma sala do outro lado do pátio, era a oportunidade perfeita ela não correria estando encurralada.

_Anne me deixe expli... – Minhas palavras morreram ao ver a sala cheia por nossa turma, seus olhares nos fuzilavam tentando buscar uma explicação – Mas que porra é essa?

_Essa porra, caro Sr. Muller é uma aula extra curricular da qual os dois que chegaram correndo e gritando deveriam ter vindo a meia hora atrás – Uma voz familiar preencheu toda a sala com ironia – Mas devo imaginar, pelo estado dos dois, que tinham coisas muito mais interessantes para fazer nesse horário. Suas roupas estão amaçadas, cabelos desgrenhados, pele vermelha e suada e ainda de bônus – Ele ri com sarcasmo apontando para Anne – Ela se esqueceu dos sapatos, mas dessa vez não vão ser notificados, apenas por eu gostar de uma interação mais intima entre reinos.

Um burburinho se instalou por toda a sala, os olhares maliciosos e as risadinhas combinadas a cochichos, merda, tento localizar de onde vinha a voz: no alto do anfiteatro, Victor, isso explicava muita coisa.

_Cala a boca – Uma voz tímida ecoou sobrepondo os burburinhos calando-os.

_O que disse mocinha? – Usando suas pesadas asas negras ele desceu até estar a nossa frente deixando todos chocados, mas Anne parecia não se importar, assim como eu também não, não depois de ter assistido a milhões de vezes essa demonstração de “poder” vinda de Victor.

_Eu gaguejei? – Desafia-o olhando diretamente no negro de seus olhos – Mandei calar a porra da sua boca – Ela sorri como se naquele momento a Anne estivesse perdida em uma imensidão de sombras, o negro de sua íris brilhava – Acha que ficar com as asas abertas vai me intimidar? Isso era para ser alguma demonstração idiota de poder? Cala a boca e não fale daquilo que não sabe, ok? Não invente histórias para pessoas idiotas ficarem replicando por ai.

_Quem você pensa que é? – Seu rosto era tempestuoso – Para falar com tal propriedade?

_Quem você pensa que é Victor? – Digo agarrando Anne pela cintura, sua expressão insana começava a despertar atenção demais dos presentes – Serio? Seu trabalho no Reino Negro foi tão frustrado assim para ter de vir para Genesis inventar boatos sobre estudantes? Que final patético.

Saio levando Anne comigo, seu corpo estava gelado como um floco de neve, meu toque havia servido para distrai-la, seu rosto havia voltado ao normal e estava extremamente vermelho, mas mesmo assim ela continuava a permitir minha presença. Meu estomago se revirava, estranho, havíamos escapado por enquanto, mas aquilo chegaria ao meu pai e eu enfrentaria as consequências.


Notas Finais


Música do capitulo porque eu sou dessas: https://www.youtube.com/watch?v=EHkozMIXZ8w


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