KyungSoo POV
- Está mal humorado? - sentei ao seu lado e ele me olhou, envergonhado.
- Ah me desculpa... Eu só não q-queria ficar lá dentro.
- Kai, é natal. O que custa fazer um esforço e fazer companhia aos seus pais? - fiz carinho em seus cabelos.
- Aquela mulher.. - apontou pra porta aberta, por onde se ouvia as risadas e se sentia o cheirinho gostoso (padrão daquela época do ano) do peru recém-assado. - Não é minha mãe.
- Tudo bem. - puxei ele pra perto e o mesmo pôs a cabeça em meu ombro.
- Obrigado por estar aqui, me apoiando. - entrelaçou nossos dedos e eu sorri de lado. - Eu amo você.
- Eu te amo mais - ri.
- Quer brincar? - falou animado e pegou uma caixinha de pepero no bolso.
- Mas só tem a gente aqui...
- Eu só quero comer os biscoitos! Por favor, Soo? - fiz biquinho e eu selei seus lábios.
- Tudo bem, vamos brincar. - peguei a caixinha e abri, prendendo um dos biscoitos entre os dentes.
Ele se aproximou e mordiscou a outra ponta do biscoitinho recheado. Comecei a provar o sabor docinho do chocolate e confesso que me assustei quando senti seus lábios nos meus. Fiquei responsável por aprofundar o contato e suspirei quando ele retribuiu e sua língua explorou minha boca silenciosamente. Encerramos aquilo com selinhos carinhosos e eu sorri.
- Parecemos dois adolescentes apaixonados.
- E não foi assim que tudo começou? - brincou. É... Talvez, sem aquele biscoitinho, eu não estivesse usando a aliança prateada agora, semelhante a do outro.
- Está ficando frio... - olhei pro céu e logo percebi que voltava a nevar.
- Vamos entrar. - agarrou minha mão e entramos juntos, atrás de calor e aconchego.
Eu lembrava daquele momento enquanto observava o rosto avermelhado de Kai. Tanto pelo frio, quanto pelas lágrimas. Ele olhava pro túmulo ao meu lado, segurando firmemente entre os dedos longos a caixinha do pepero edição especial de natal. Aquele era o mais gostoso... Pena que só vendia naquela época do ano. Mais um padrão.
E como se não bastassem os que já citei e os que todos conhecem, também era um padrão do natal JongIn vir me visitar. Vinha me contar o que tinha acontecido durante aquele ano... Ele sabia que eu viria pra ouví-lo. A vida não tinha sido nada generosa com o outro desde que eu parti... Mas ele tentava enquanto podia. Tentava por mim... Eu admirava a coragem do rapaz. Deveria ter dito isso mais vezes enquanto podia.
- Soo hyung... Eu voltei. Sabe porque, não sabe? - voltou a falar, notando que estava quase na hora de se despedir, me tirando do transe. - Porque você estava aqui, eu precisasse ou não. Porque você me ouviu, me apoiou e me reprovou. Porque você me fez sorrir e chorou comigo. Porque você me ama... E eu também te amo, Do KyungSoo...
Ficou em silêncio por um tempo... e voltou a falar.
"Eu te amo..."
"Eu te amo..."
- Falando sozinho de novo? - murmurou baixo, tentando ser menos indelicado, mas ao notar o olhar de JongIn sobre si, notou que tinha falhado.
- Já falamos sobre isso antes... Não vamos discutir, SeHun.
- Não está mais aqui quem falou. Mas... Precisamos ir agora. Sua mãe ligou e...
- Eu preciso repetir!? Aquela mulher não é minha mãe!!
- Eu sei... Eu sei. Ela disse que já está na hora do jantar e se não chegarmos, vão começar sem nós.
Depois de uns cinco minutos calado, JongIn, antes ajoelhado na neve branquinha, levantou e se curvou pra mim.
- Tchau, hyung. Eu vou estar aqui de novo, no ano que vem... - mordeu o lábio inferior - eu te amo.
Continuava sendo a minha criança de coração puro e carente...
SeHun revirou os olhos e começou a puxar o noivo pra longe dali. O mesmo estava tão triste que nem reagiu, apenas deixou-se ir.
Eu também te amo, JongIn...
Estarei aqui de novo quando voltar...
Feliz natal...
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