Dinah estacionou em frente ao prédio de Camila, esperou que ela saísse do carro, pegou a pequena mochila com a roupa suja e acionou o alarme do carro. Ao passarem por Alfredo na portaria o cumprimentaram e foram até o elevador.
Não demorou mais que trinta segundos para que a caixa metálica se abrisse no andar onde morava. Camila pegou de dentro da bolsa a chave parar abrir o apartamento, entrando logo em seguida.
Ao abrir a porta bateu os olhos em Lauren deitada no sofá com os olhos fechados, o fone no seu ouvido tocava no último volume. Dinah acendeu a luz, Lauren assustou-se se levantando- se rapidamente derrubando o celular e fone no chão.
- Não me mate de susto Dinah - abaixou-se pegando o aparelho do chão. Ao levantar olhou para Camila que a encarava com o olhar triste.- Nem ouvi você chegando.
- Oi. - Camila disse. Lauren fechou a cara balançando apenas a cabeça com um aceno.-
- Aqui está todas as medicações que ela precisa tomar. - mostrou as receitas em mãos - Alisson recomendou repouso absoluto, levantar só pra fazer xixi - virou-se para Camila.- ouviu bem? - Camila assentiu. -Eu vou para minha casinha agora - Mila se cuida - deu um beijo no rosto da amiga a abraçando.- qualquer coisa me ligue. - se despediu de Lauren e saiu do apartamento. -
Lauren voltou a se deitar no sofá ignorando a presença de Camila. Sentida Camila pegou a bolsa com roupas sujas e foi até a lavanderia colocando-as na máquina. Enquanto a máquina trabalhava Camila tomou banho, lavou o cabelo, saiu do quarto vestindo um pijama curto na cor rosa, assim como a maioria de suas roupas já estava pequeno, mostrando a barriga. A máquina fazia o trabalho de centrifugar a roupa, enquanto não finalizava o processo foi até a geladeira e pegou um copo com leite, fez um sanduíche e sentou-se no balcão. Desse lugar Camila conseguia ver Lauren deitada no sofá trocando mensagem com alguém pelo aplicativo WhatsApp.
- Já seguindo em frente? - Quando se deu conta já havia falado.-
- Não é da sua conta.
- Creio que seja da minha conta sim. Você é minha mulher, somos casadas Lauren.
- Engraçado que você não pensou nisso ao abrir as pernas e agir como uma puta traindo a SUA MULHER. - Camila se enfureceu ao ser chamada de puta. Levantou-se da cadeira do balcão enfurecida.-
- Você me deve respeito. - exigiu de Lauren que riu de sua cara.-
- Você ao menos se respeitou Camila e quer que as pessoas te respeitem? - sorriu sarcástica.- Na boca das pessoas você sempre será a puta. A que não vale nada! E sabe? Foi você mesma quem pediu isso! Você quem construiu essa imagem. - Camila se aproximou de Lauren que já estava em pé em frente ao sofá.
- Me deixe ver com quem está conversando. - Tentou pegar o celular da mão de Lauren que a empurrou afastando-a.-
- Eu já disse que não é mais da sua conta o que eu faço, com quem eu falo! - Camila irritou-se ainda mais tentando a todo custo pegar o celular da mão da esposa.- E pare com essa ceninha Camila, não seja ridícula. Acostume-se a não me ver mais como sua. Esteja preparada pra me ver em um relacionamento com outra pessoa. Pra mim você não serve mais! - Camila trincou o maxilar nervosa, a respiração estava pesada, seu peito subia e descia rapidamente em busca de ar. A neném em sua barriga estava agitada, provavelmente sentindo as emoções da mãe.- E creio que não servirá pra mais ninguém, que pessoa nesse mundo em sã consciência iria querer alguém como você?
Nervosa Camila desferiu um tapa no rosto de Lauren. A cena parecia rodar em câmera lenta para Camila, Lauren erguendo a mão, o rosto enfurecido de ódio e acertando-lhe o rosto com toda a força de seu ser. Com a força do tapa Camila caiu no sofá, Lauren era mais forte que ela. Camila passou a mão no rosto sentindo o sangue escorrer de seu nariz. Lauren havia revidado o tapa. Lauren pela primeira vez havia lhe agredido.
Aos mãos de Lauren tremiam não escondendo o nervoso. Os olhos vermelhos e cheios de lágrimas demonstraram o sentimento de raiva.
Camila ainda no sofá chorava compulsivamente. Com a blusa do pijama tentava limpar o sangue que não parava de escorrer do nariz, com a força do tapa algum vasinho estourou. Lauren a observava do mesmo lugar. A barriga amostra, suas mãos tremeram ainda mais ao se dar conta que havia batido em uma mulher grávida. Camila desesperadamente tentando fazer com que o nariz parasse de sangrar. A região do rosto vermelha onde havia acertado o tapa. O som do choro sentido de Camila... Lauren caiu sentada no sofá ao lado de onde Camila chorava, não se aguentando abaixou a cabeça se rendendo ao choro também.
Por alguns minutos continuaram chorando no mesmo lugar. Camila levantou-se sentindo -se um pouco fraca, a bebê mexia o tempo todo e já estava incomodando. Lauren ergueu a cabeça ao notar a movimentação, olhou para Camila, viu o rosto sujo com o sangue quase seco. Ambas se encararam, Camila abaixou a cabeça e saiu em direção ao quarto.
No banheiro do quarto Camila novamente tomava banho, dessa vez tirando o sangue de seu rosto. Quando se acalmou desligou o chuveiro secando o corpo e vestiu uma camisola. Só queria dormir para esquecer de todo o acontecido. Ficou por horas olhando para o nada, chorando baixinho até adormecer.
Durante a madrugada Camila acordou algumas vezes com um desconforto que imaginou ser causado pela infecção urinária que já estava sendo tratada.
Ao amanhecer o celular ao seu lado apitou avisando bateria fraca 10%. Aproveitou para olhar a hora e marcava 07:35 da manhã. Lauren já havia saído para o trabalho. Assim que o incomodo deu uma trégua Camila levantou e foi tomar café da manhã. Não havia nada preparado, ela apenas pegou pão com fatias de presunto e meia xícara de cafe já foram suficientes. O incômodo voltou, Camila respirou fundo com os olhos fechados, sentiu a barriga endurecer e pontadas que começavam no baixo ventre. Procurou não se afobar, era só uma dor, iria passar. Um minuto depois a barriga já não estava mais dura, e a dor havia passado. Camila respirou fundo, levou a xícara até a pia lavando toda a louça suja. Organizou a casa como sempre fazia, parando todas as vezes que a dor voltava. Por volta da uma da tarde Camila estendendo a roupa sentiu água correndo por suas pernas, se desesperou ao notar que não era só uma água, era a bolsa que havia rompido muito antes do planejado. A barriga voltou a ficar toda dura e a pontada forte veio com tudo fazendo- a se curvar
- Ok Camila, você precisa se acalmar, você precisa se acalmar - respirava afobada como um cachorrinho.- Vai passar, calma! Você precisa chamar ajuda - tentava raciocinar em meio a dor.- com dificuldade seguiu para o quarto procurando pelo celular, pegou-o na mão e sem bateria. A porcaria do celular estava sem bateria! - MERDA!! Aí - respirou respirou, respirou, transpirava bastante, seu rosto está coberto de suor.- eu não acredito que isso está acontecendo comigo - começou a chorar. Tentou andar em procura do carregador mas sentiu algo entre suas pernas, a cabeça do bebê já estava coroando. - Ok Camila você precisa deitar ou vai esmagar a cabeça da sua filha - falava consigo mesma.-
Camila então se deitou na cama chorando, tremendo e com muito medo separou as pernas. Quando as dores vinham Camila fazia força , sentia-se exausta pelos vinte minutos que empurrava, empurrava e a neném não nascia.
- ARGhhhhhhh - a barriga endureceu completamente, a dor voltou com tudo. Camila agarrou nos lençóis fazendo força e então a cabeça de sua neném saiu. Camila colocou a mão sem conseguir olhar p baixo sentindo o cabelinho da filha. Não houve tempo de respirar e mais uma contração chegou obrigando-a a fazer forca novamente. mais alguns minutos de dor e finalmente a filha nasceu-
Agindo por extinto Camila pegou a filha ainda ligada pelo cordão umbilical colocando- a em seu peito. A filha começou a chorar a plenos pulmões. Desajeitadamente Camila tirou a fronha de um dos travesseiros da cama cobrindo-a, mantendo seu corpo quentinho, aquecido.
Ouviu a porta da sala ser aberta e sentiu alívio ao saber que alguém a ajudaria. Com certeza era Dinah vindo saber como ela estava.A neném continuava a chorar, agora mais alto, Camila preocupou-se, seria normal a criança chorar assim ao nascer? De repente a porta foi aberta e Lauren entrou por ela...
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