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História Pequena Konoha (Hiatus) - Salve-se quem puder


Escrita por: Kirilov

Notas do Autor


Obrigada a todos que favoritaram e comentaram!
Espero que gostem do capítulo ^-^

Capítulo 2 - Salve-se quem puder


Fanfic / Fanfiction Pequena Konoha (Hiatus) - Salve-se quem puder

Havia duas praças em Konoha, uma na entrada da cidade, esta qual abrigava a placa de boas vindas, e outra na parte mais baixa, em frente à igreja católica, a mais movimentada. A pracinha de cima era uma verdadeira academia pública, tinha barras, estruturas para fazer abdominais, espaço para correr, uma singela quadra de futsal, alguns balanços, um pequeno escorregador, bancos espalhados pelo entorno e, claro, a barraquinha de doces. Portanto, em sua maioria, os frequentadores eram jovens e crianças; logo, durante a noite, o lugar ficava sempre vazio, e naquele momento estava razoavelmente escuro e silencioso. Apenas dois postes permaneciam acesos e entorno das lâmpadas que ora ou outra falhavam, mosquitos zumbiam desesperados.

 

Poderia jurar, com toda a certeza do meu pequeno mundo, que Sasuke era capaz de ouvir as batidas desenfreadas do meu ingênuo coração, pois eu ouvia os dedos dele chocando-se freneticamente contra o banco onde estávamos sentados. Os sons, então, eram apenas estes. Barulhos aleatórios e irritantes, distantes de qualquer diálogo racional.


Buscando conter o desespero e toda aquela apreensão, inutilmente tentei enxugar minhas mãos úmidas do suor frio, no tecido fino da minha saia de estampas floridas. 

 

 Além dos ruídos nervosos, provocados pelos nossos corpos em evidente ansiedade, o eco da nossa singela troca de "ois" ainda era tudo que regia a conversa qual deveríamos ter iniciado. 

 

 Nenhum de nós dois parecia saber o que fazer. O que logo ficou claro foi: havíamos chegado a uma parte inexplorada de nossas vidas. Um lugar nunca antes alcançado. Portanto, não sabíamos como driblar a situação ou sair dela, o que tornou tudo muito difícil.

 

  - Você... – ele olhou para frente, fugindo dos meus olhos atentos e desejosos. – Você gosta mesmo de mim?

 

 – O quê? – engasguei-me com a pergunta.  Sasuke imediatamente me fitou, desconcertado e igualmente envergonhado.

 

 - Naruto... Ele disse que você gosta de mim. Então...  eu queria saber se é verdade...

 

 – Não! – esbravejei, finalmente abrindo os olhos para a realidade; num estalo, entendendo o que estava acontecendo ali.


 - Não? – Os olhos do Uchiha se arregalaram, as sobrancelhas formaram um v e ele inclinou-se para trás, em evidente surpresa e certa decepção. 

 

- Foi... Foi ele! Ele me disse que você queria. Que... Você não pediu, não é? 

 

- Sim! Quer dizer, não. Eu... Ele... 


– Ah meu deus, eu vou matá-lo! – gritei. Levantando em seguida e indo em direção ao banco onde Naruto deveria está com Hinata. Rumei descontrolada, com passos firmes e punhos cerrados, prestes a esmurrar o louro maldito até a morte e pouco me importando com a presença de Sasuke. 

 

O Uzumaki havia me enganado e isso me deixou completamente ensandecida e sem jeito.  Eu não conseguiria viver depois daquilo, supunha. Já àquela altura, mal conseguia olhar para o Uchiha com alguma dignidade. Só queria abrir um buraco no chão e, como um avestruz, enfiar minha cabeça dentro. Ou correr e nunca mais, na minha vida, cruzar o caminho de Sasuke. Tantos anos escondendo e convivendo com aquele amor, para, de uma hora pra outra, tudo ser exposto e eu ser amargamente humilhada. 


- Vou matá-lo! – era só o que eu murmurava, achando que assim me sentiria melhor. Matar o maldito Uzumaki a socos e pancadas tornou-se o meu grande desejo. No entanto, o óbvio veio à tona, os pombinhos não estavam lá. 

 

 A imagem do banco vazio chegou aos meus olhos como uma promessa de fim do mundo. Apertei as pálpebras, as bochechas queimavam e o corpo tremia em pura raiva e desespero. 

 

 Não tive coragem suficiente para virar e olhar para trás. Encontrar Sasuke e enfrentar o terrível banho de água fria não entrou nos meus planos. Melhor seria fugir e tentar apagar tudo aquilo da minha cabeça o mais rápido possível, se realmente fosse possível. Cogitei sair correndo como uma louca, sem olhar para trás. Contaria até três e então meteria pernas para quem te quero.

 

 Reunindo forças e coragem suficiente, abri os olhos e me dispus a arriscar um passo em direção à fuga, no entanto, minha imbecil consciência não me deixou ser completamente medrosa e mal educada. 


 Encontrando uma brecha na vergonha que me regia, girei nos calcanhares. A expressão de Sasuke era de uma serenidade invejável, embora eu pudesse notar que ele estava igualmente desconfortável. 

 

- E-eu acho que é isso... Desculpe-me por te fazer perder o jogo, eu... – deixei escapar um suspiro, frustrada com meus ridículos gaguejos e toda aquela estranheza arraigando-se no meu ser. – Desculpa.

 

- Você está com frio? – ele finalmente rompeu o silêncio no qual havia imergido, notando minha tremedeira, que na verdade era de raiva e tensão acumulada. Mais um pouco e me entregaria às lágrimas, tanto era meu constrangimento naquele momento. 

 

- Sim, estou – menti, lutando para não tornar a gaguejar e parecer uma completa idiota, se é que ele já não pensava que eu era uma. Mas, mesmo nessa hipótese, não me pareceu sensato revelar o motivo de estar tão abalada. 


- Você quer o meu casaco? 

 

– Não, obrigada. – não adiantou. Ele tirou a grande jaqueta preta que usava e, aproximando-se, me entregou – Você não está com frio? – fiz a burrice de perguntar, era óbvio que ele estava com frio. Porém, em resposta, ele apenas estalou a língua, o que me fez considerar a ideia de que realmente estava fazendo papel de idiota.

 

 De qualquer forma, não cometi a desfeita de recusar. Até parece que me daria ao luxo de negar algo vindo dele. Aceitei a blusa e rapidamente me enfiei nela. Meu primeiro desejo foi esfregar o nariz pelo tecido que agora me acolhia. Mas fugindo das minhas insanas vontades e numa súbita desistência, cedi aos meus joelhos cansados. Sentei-me, de ombros caídos e cabeça baixa, ainda tentando dar conta de tudo aquilo, esforçando-me para controlar as reações do meu corpo e provável vergonhoso rubor. 

 

 Sasuke sentou ao meu lado, aparentemente também vencido pelo cansaço de tanto tempo em pé e irreversível cena desastrosa. 

 

- Só porque recebi uma ajuda, não significa que não quero. – disse convicto, ainda que igualmente de cabeça baixa. E eu o olhei de cima, apegando-me àquela esperança. – Pedi para Naruto arrumar você para mim. 

  

- Mas você disse que não tinha pedido.


- Eu disse que sim.

 

- Você disse que não. – rebati, sem pestanejar, colocando-nos numa tola discussão.


Ele imediatamente ergueu a cabeça e com olhos de desafio, encarou-me.

 

- Só depois eu disse que não, pois a sua resposta foi não... Não gosta de mim. 

 

 - Porque você disse que Naruto falou isso, que gosto de você. 

 

 - Ele falou que talvez você goste de mim. Talvez... – frisou o talvez, mudando o tom consideravelmente – ... E que eu deveria ter coragem para chegar em você. Por isso, pedi pra ele perguntar se você aceitaria ficar comigo. 

 

 – Você disse para ele não falar que era você quem estava afim de mim.

 

 - Então ele contou? 

 

 – Sim. Como eu poderia aceitar, sem saber quem fazia o pedido? E como você poderia ter certeza de que um provável não era específico para você? Não foi uma grande demonstração de coragem... também, não é como se eu fosse uma pessoa muito difícil de chegar.


 Ele, de novo, apenas estalou a língua. Olhou para os lados, visivelmente irritado, talvez pela minha impensada petulância e tom de voz exaltado ou simplesmente por sua própria tolice, ou, quem sabe também, já planejando como matar o amigo, nesse caso, uniríamos forças. 

 

 Passado o desespero pelos prováveis mal entendidos e trapaças de Naruto, também satisfeita pelo meu breve descaramento, ri de tudo. Da situação no geral. Pareceu-me tudo engraçado e ridículo, inclusive a minha reação e também a do garoto ao meu lado. Ri, aliás, por justamente ser ele ali. Qualquer outro não me traria o mesmo alívio e satisfação. Estava com Sasuke, enfurnada na jaqueta dele, com o cheiro dele a se empregar pelo meu corpo e ele, em carne e osso, extremamente perto mim, como jamais esteve, embora eu muito tivesse sonhado que sim.

 

- Você é bobo – murmurei. 

 

 - Talvez eu seja – e aquilo foi o fim da nossa conversa. 

 

 Por seguintes longos segundos, ele não disse mais nada e novamente deixou os mosquitos serem os únicos a conversar, condenando-me a imergir numa eterna espera. 


 Tornei a baixar a cabeça e daquela forma permaneci. As pernas encolhidas e também os ombros. Meus dedos batucando levemente contra o joelho era o que de mais interessante tinha para os meus olhos, pelo menos, na posição em que  estava. 

 

 Como no primeiro momento, o silêncio voltou a reinar entre nós, de forma desconfortável e agonizante; meu coração, porém, já não estava tão angustiado e talvez não pudesse ser ouvido. Respirava perfeitamente bem e suportaria tudo aquilo mais um pouco, pois o simples estar perto foi suficiente. Aquele era um feito qual nunca havia conseguido. Chegara a dançar com Sasuke em uma das quadrilhas da escola, mas isso quando ainda tinha 10 anos. Ou seja, há tempo demais para ser considerada uma grande vitória, embora naquela época já me dissesse apaixonada por ele e tivesse uma noção de amor completamente conturbada e influenciada pelos filmes da sessão da tarde. Nada muito diferente do que agora era minha ideia de amor. O que tornava tudo mais infantil e engraçado. 

 

 - Talvez eu também seja boba – sussurrei tardiamente. Mas o meu murmuro foi suficiente para fazê-lo se arrastar um pouco sobre o banco e colar o braço no meu. 

 

 O próximo passo deveria ser dado por mim, sabia disso. No entanto, embora já confortável e crente do que aconteceria, tive medo de estragar tudo, de não corresponder às expectativas dele ou até as minhas próprias, porque se ele risse do meu beijo ou qualquer coisa do tipo, tudo desmoronaria sob meus pés.

 

 À medida que o sonho ganhava formas de realidade, parecia que o medo crescia seguindo a mesma ordem, porque meu doce delírio passara a se tornar tangível, e sendo assim, eu poderia corrompê-lo, perdendo, de vez, o lugar mágico nos meus pensamentos. 

 

 Num singelo piscar de olhos, novamente estava pura aflição e receio. Minhas mãos voltaram a suar descontroladamente e meu queixo passou a bater de frio psicológico. Sasuke, graças aos céus não compreendendo minhas reações, sorrateiramente me abraçou, buscando me aquecer com seus braços.

 

 O frio inventado que teoricamente tenderia a piorar com o contato mais incisivo, passou; porém, precisei inalar uma boa quantidade de ar, ao perceber que, naqueles instantes de tensão e tamanha demonstração de afeto, havia deixado de respirar.

 

- Você está doente? – ele perguntou, tendo total razão de desconfiar, os braços ao meu entorno e os olhos atentos que imediatamente se prenderam aos meus, quando tive coragem de girar o torso e o encarar. 


- Não. Bem, eu... – travei, extremamente nervosa. Mas sabia que precisava agir urgentemente. – Quer dizer, estou melhor agora. – alegrei-me com o ligeiro controle da situação. Contudo, não satisfeita e considerando emendar um elogio, tive de abrir a boca e estragar tudo –... Seus braços são bem quentes e... e firmes. – claro, antes mesmo de terminar de proferir aquela baboseira, arrependi-me amargamente, tornando a apertar as pálpebras e torcendo para que quando as abrisse tudo estivesse resolvido. 

Braços quentes e firmes, como pude soltar uma dessas?


Sasuke riu sonoramente, parecendo até ouvir meus pensamentos, confortando-me e dando coragem para enfrentá-lo. Fitei-o e também ri, mesmo que de desespero. Ele me achou engraçada, apesar de tudo, isso contava como ponto positivo.

 

  Olhando de tão perto, pude perceber que os olhos dele eram mais negros do que eu supunha. Tão intenso e bonito quanto qualquer coisa que eu havia visto. A pele beirava a palidez e os lábios, um tom opaco de vermelho. O nariz era um pouco afilado; o queixo, quase retangular. Tudo isso maravilhosamente combinando com os grossos fios escuros e desalinhados. 

 

 Ele também me observava, com um sorriso nos lábios torcidos e como se igualmente analisando todos os meus detalhes. 

 

Umidifiquei os lábios, tendo os sentindo secos e devastadoramente ansiosos. 

 

 Fechei os olhos, esperando o que tanto ansiava e torcendo para que Sasuke entendesse o meu pedido silencioso. Não poderíamos nos prolongar mais. Toda aquela confusão e demora provavelmente consumira parte do nosso tempo. 

 

 Não foi necessário que eu proferisse o pedido ou que me inclinasse completamente. Pois, não demorou muito, logo senti a respiração quente contra o meu rosto e, em seguida, os lábios úmidos contra os meus.

 

 Meus olhos estavam devidamente fechados; meu corpo, em êxtase. Abri mais os lábios, deixando que a língua exigente percorresse o interior da minha boca e imediatamente a acompanhando numa dança frenética e com gosto de bala de menta.

 

 Afastei-me, por precisar respirar. Inalei todo ar que podia captar e tentei me recuperar da sensação devastadora. Meu mais oficial ficante, porém, não se dispôs a recuperar os ânimos. Seus braços me apertaram mais e me puxaram em direção a si, quase me colocando em seu colo, e então sua boca novamente se forçou contra a minha. Exigindo que eu a abrisse e novamente o abrigasse. 

 

  Ele era um verdadeiro desentupidor, sugando-me e mordendo meu lábio inferior a quase toda separação por busca de ar. Eu corria o risco de voltar para casa com os lábios completamente vermelhos e até machucados. Mas era bom, apenas isso importou. Era incrivelmente bom. Cada beijo valeu toda minha quase morte por asfixia.

 

  Sasuke não falava, não tentava engatar qualquer assunto entre os intervalos, ele apenas me dava breves segundos de recuperação e novamente se lançava sobre mim. Apertando as mãos contra minha cintura e devorando minha boca com necessidade. 


 Apenas consegui supor que estava fazendo tudo certo e que existia a possibilidade de eu beijar bem, afinal não era como se ele estivesse achando ruim, pelo contrário, ele sugava meus lábios e aprofundava a língua sempre com mais intensidade. Sedento por me poupar de cada átomo de oxigênio.

 

 - Que horas são? – murmurei contra a boca dele, tempo depois de ter conhecido cada pedacinho dela  e me lembrando de que não tinha todo o tempo do mundo. Sasuke não pareceu me ouvir, inclinou-se buscando novamente iniciar um novo beijo. Ele realmente não gostava de conversas, e só  pensei que isso tinha a ver com o fato de ele já ter quase 18 anos. Caras dessa idade eram realmente suspeitos e completamente proibidos para mim. 


Aliás, se dona Mebuki me pegasse, eu não levaria apenas uma surra, ela definitivamente me mataria. Pois se ser pega com um garoto da minha idade seria terrível, com um mais velho tudo tendia a ser pior, uma vez que, minha mãe dizia que estes estavam com os hormônios a mil e não tinham pretensões de ficar apenas em beijinhos e abraços. Ela falava isso também dos homens casados, que eles não traíam a esposa com uma garota de 16, apenas atrás de beijos. 

 

 Não que um dia tenha pretendido me prestar ao papel de amante, mas, pelo menos, Sasuke não era casado, estava apenas num grupo de elevado risco.

 

Espalmei a mão no peito dele e o impedi de tentar me calar. Pois eu realmente deveria me preocupar com o horário. Minha vida dependia de chegar a casa nos horários determinados.

 

Ele torceu os lábios, nada satisfeito. Tirou a mão da minha cintura, que mantinha meu corpo colado ao seu tórax, e levou até o bolso do casaco qual eu ainda estava usando. Puxou o celular e acendeu o visor.  O brilho da tela me deu uma clara visão das feições dele, as sobrancelhas estavam quase unidas e os lábios exibindo um nuance roxo.

 

- Dez e meia.

 

 Que o tempo é relativo, isso aprendera com o professor de física, mas nunca me passou pela cabeça que fosse relativo à Sasuke, exatamente. E que com ele, longas horas passariam em fugazes segundos, tornando-se efemeridades que me tomariam tudo, inclusive a sanidade, pois o simples informar das horas, foi como uma bala disparada contra a minha lucidez.

 

 Levantei-me num pulo, aterrorizada e de imediato prevendo a minha morte. Seria lenta e bastante dolorosa. A tal altura, com certeza, minha mãe, minha avó e, inclusive, o meu pai, estariam na rua, procurando por mim, com um cinto em mãos.

 

Seria cruelmente assassinada e embora tenha passado pela minha cabeça a hipótese de morrer feliz, uma vez que tivera realizado um dos meus sonhos - beijar Sasuke Uchiha -, temi a forma como aconteceria. Eu só tinha 16 anos, pouco conhecera da vida. “Tivesse pensado nisso, antes de se atracar com esse arruaceiro”, minha mãe diria, antes de dar cabo de mim. Ela até que gostava do Uchiha, vivia falando que ele era um menino trabalhador e muito educado, que cuidava da fazenda do avô, isso e aquilo, no entanto, na hora da verdade, nada disso faria diferença.  Fosse quem fosse o pretendente, o fim era certo.


 Tudo seria pior se eu fosse encontrada com ele. Quanta vergonha sentiria, caso ele presenciasse tudo? Essa questão, porém, logo seria respondida, pois quando olhei para o lado, na minha desesperada busca por uma solução e terrivelmente amedrontada, consegui enxergar que minha família subia a ladeira.

 

 Não tive o que pensar, nem ao menos raciocinei. Minhas pernas agiram pelo impulso de sobrevivência. Corri em direção à outra rua. Corri desesperadamente, como se não houvesse amanhã. E o Uchiha? Bem, ele veio logo atrás de mim, tão desesperado quanto. E tudo que eu conseguia pensar, além de tentar me manter naquela velocidade, era: que eles não tenham me visto.


  As canelas relativamente finas, o sedentarismo que logo resultou em falta de ar, as sapatilhas não adequadas para aquela breve maratona, o calçamento desregular das ruas de Konoha e uma lombada enorme quase me fizeram ir com a cara de encontro ao chão. Não tendo eu caído, apenas porque Sasuke alcançou o meu braço e conseguiu me manter de pé, correndo de mãos dadas comigo, a partir de então. 


 A adrenalina, o medo e a sensação maravilhosa de ter os dedos entrelaçados aos do menino que eu gostava, virou tudo um bolo só de sentimentos. Quando finalmente capaz de raciocinar, dei-me por mim e pela situação. Ainda corríamos feito dois desesperados, no entanto, ríamos tão mais insensatos que dois loucos, pouco dando importância e amor a vida que logo nos seria tirada.


 Para compreender tamanho desespero por ser pega com um garoto, é necessário apenas saber que o medo incitado em mim, pela minha mãe e avó, era tanto que, eu temia uma gravidez, mesmo sendo virgem. Apavorava-me a ideia de que Deus voltasse a repetir o feito com Maria, usando-me como serva. Sim, cheguei a pensar nisso muitas vezes, por mais insano que parecesse.


Notas Finais


Beijos 😙, espero que tenham gostado!


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