8 anos depois.
Londres não era o tipo de cidade que eu viveria o resto da minha vida. O frio era insuportável às vezes, mas outras eram até que confortante. Do apartamento que tinha comprado, eu podia ver uma boa parte da cidade, as luzes e toda aquela movimentação me encantaram no primeiro ano que estive aqui.
-Mamãe! –A garotinha que eu tanto amava desceu as escadas desesperada com seu ursinho nos braços.
-Mad, o que eu disse sobre correr nas escadas? –Os olhos castanhos me fitaram arregalados.
-Era importante. –Fiz sinal nasal pra que ela continuasse. –Preciso de uma historia pra dormir! –Sorri para o olhar travesso da pequena menina.
-É claro que precisa não é mesmo? –A menina assentiu e eu a peguei, carregando até o quarto cor de rosa. Puxei o cobertor e coloquei-a antes de cobri-la. –Qual você quer? –Mad fez uma carinha pensativa e me olhou com a boca aberta.
-Pode me contar daquela princesa mamãe? –A mesma historia de sempre, a favorita dela. Claro, porque não imaginei antes.
-Era uma vez uma princesinha, ela era linda, tinha cabelos castanhos escuros e os olhos cor de chocolate. Ela era jovem e sonhadora. –Olhei Mad e os olhinhos estavam fechados. Sorri e deixei um beijo em sua testa antes de caminhar para fora.
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Camila P.V
-Camila, eu acho que você não deveria estar aqui. –Fitei Ally que carregava a pequena Emilly nos braços. Ally tinha sido minha melhor amiga, mas diante de tudo, a melhor amiga de Lauren. Quando Lauren veio a Londres, Ally largou tudo e veio junto. Emilly era a filha da baixinha, ela tinha 6 anos se não me engano.
-Eu tenho que estar Ally, eu preciso tentar. –Ally soltou a filha que correu pros braços de Troy, seu pai.
-Ela tem uma filha Camila. –Parei de mexer na minha mala e olhei pra Ally. A surpresa provavelmente estampada na minha cara. –Quando viemos pra cá, ela estava empenhada no trabalho e foi assim nos dois anos, mas então ela começou a ajudar orfanatos e participar de projetos. Ela conheceu a mãe da menina. Ela estava grávida, e fraca. Ela estava muito fraca. O marido morreu trabalhando, a melhor amiga estava morrendo com tumor no cérebro e não tinha ninguém da família pra ajuda-la. Ela acompanhou e deu suporte pra moça e quando Mad nasceu, a mãe faleceu e Lauren adotou a menina.
-Mad?-Ally mordeu os lábios e abaixou a cabeça.
-Madison – Sorriu fraco. –Era o nome que a mãe dela queria que ela tivesse, e Lauren fez a vontade da mulher mesmo não sabendo nem metade da vida dela.
-Quantos anos ela tem? –Ally me fitou por vários segundos e suspirou colocando a mão na cintura.
-Ela tem quase quatro. –Assenti. –Camila?- olhei pra Ally novamente. –Lauren não se aproximou de você porque ela tem medo que tirem ou que machuquem Mad. Ela é doce de mais pra passar por isso. –Assenti e continuei a arrumar minhas coisas. Agora eu não sei o que faria.
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