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História Pequeno Paraíso - Sétimo


Escrita por: kimmyeoon

Notas do Autor


Isso aqui tá sendo mais doloroso para mim do que para vocês, acreditem.
Bom, eu queria agradecer á todos que acompanharam a fic desde o inicio ou que entrou agora, mas enfim, obrigada <3
obrigada pelos comentários, eu leio todos e guardo todos também, vocês são importantes de mais.

AVISOS:
Peguem lencinhos, coloquem uma musica bem triste e peguem os chocolates, porque o capitulo tá bem fudido.
Espero que gostem do final, mas acho que não irão gostar rsrsrs

meu intuito era fazer algo fofo mas não rolou, eu não sei fazer nada fofo me perdoem.
Até a próxima fic, vou sentir muitas saudades <3

OLHEM NAS NOTAS FINAIS
E ME PERDOEM ERROS ORTOGRÁFICOS,

Capítulo 7 - Sétimo


Fanfic / Fanfiction Pequeno Paraíso - Sétimo

Capitulo Sete.

“O fim...”

 

O corpo de Chan Yeol estremeceu por inteiro, da cabeça aos pés, se Kyung Soo contasse á todos ali presentes, ou seja, a escola inteira, que Park Chan Yeol, um dos jogadores mais importantes do tão amado time do colégio, é homossexual, o próprio estaria morto, com um futuro inserto, pois, com certeza os jogadores e colegas o tirariam do time se soubessem que ele dá a bunda. Park sentira um frio estrondoso em sua barriga, aquele baixinho iria pagar caro, o filho da puta estava prestes á estragar sua vida por inteiro, e só lhe restava poucos segundos até o seu fim, e nesse pouco tempo, não pode fazer nada, além de assistir a sua humilhação.

— Olá pessoal! Vocês conhecem Park Chan Yeol?

Ouvia-se cochichos emitidos por todos os cantos do refeitório, garota rindo, garotos confusos, serventes se perguntando por que diabos aquele garoto está com os pés sujos sobre a mesa limpinha. Porém Park só se perguntava uma coisa: Por quê?

—  Ele é um dos titulares do nosso time da escola, um ótimo jogador. — o sarcasmo era evidente em cada fala do rapaz baixinho em pé sobre uma das grandes mesas ali. —  Eu acho que todos aqui o conhecem, certos?

Alguns responderam “sim”, outros apenas confirmaram com a cabeça, mas ninguém, para a infelicidade de Chan Yeol negou a sua existência. Ele estava fodido.

—  Pois bem, Park Chan Yeol é gay! Ele dá a bunda para os jogadores no final do treino, e deu a bunda pra mim, é um tremendo de um viadinho! — cuspiu tais palavras para as pessoas presentes, que agora, o olhavam com espanto, e então apontou para aquele que tinha os olhos marejados no canto da porta do refeitório, onde todos o direcionaram o olhar.

Park estava ciente que boa parte das coisas sujas que saíram da boca do menor eram mentiras, porém aquelas pessoas ali não aparentavam interesse em saber o que era verdade ou meros boatos, preferiam rir e julgá-lo, era mais divertido.

Chan Yeol sentiu-se perdido, com vontade de sumir, sair correndo pela porta daquela maldita escola e fugir, nunca mais voltar, sair por aí, sem rumo, sem baixinhos babacas que acabadores de futuro. Risadas baixas podiam ser ouvidas, sussurros também, mas Park estava inerte em seu próprio pensamento, imaginando o que acontecerá depois dessa merda toda. E foi então que a humilhação começou, em forma de canção, puxada por um dos nerds que á semanas atrás era Chan Yeol quem lhe importunava, sempre lhe xingando ou batendo em si.

—  Chan Yeol é viado, Chan Yeol é viado...

Não demorou muito para que a escola toda estivesse cantando aquela simples frase, mas que doía muito mais que socos no estomago, ele chorou, mas antes que a lágrima escorresse por seu rosto saiu, correu, em direção que nem mesmo sabia qual era, pois estava difícil ver algo com os olhos imersos em lagrimas.

Maldito.

Maldito.

Todos malditos.

A primeira coisa que veio em sua mente, foi o único refúgio que havia encontrado para esquecer tudo aquilo, Baek Hyun. Mas nem se quer sabia onde o garoto morava, tudo que sabia sobre o ruivo era que gostava de bebidas da cor vermelha, roupas de couro e de sua família.

Família... Chan Yeol nem sequer mesmo tinha uma, sua mão sumiu assim que o rapaz completou seis anos, dando a desculpa de trabalho, mas não se importava com isso, desde que mandasse a pensão gorda todo mês, ele estaria bem, e desde então fora criado pelo pai, e porra, que merda de pai, a única coisa que sabia fazer era beber cerveja enquanto era hipnotizado pela televisão, a borracharia estava indo a falência, e o maldito estava começando á roubar seu dinheiro guardado no banco que seria para a faculdade.

Mas, o que faria com aquele dinheiro de fato?

Correu para a boate mais vagabunda da cidade, ela estava fechada, porém, Byun estaria lá, para lhe ajudar, para fazer esquecer aquela escola, JongIn e tudo que estava o afetando. Segui a pé, demorou cerca de meia hora para estar em frente a casa noturna caindo aos pedaços, seguiu aos fundos, onde haviam um funcionário fumando, emitia um cansaço que deixaria quem for que chegasse perto, exausto também. O empregado nem mesmo se importou em um completo estranho, usando o uniforme de um colégio qualquer entrar no estabelecimento. Lá, estavam todos limpando a casa noturna, e logo avistou Byun, alinhando as pequenas mesinhas que ficavam dispersas pelo salão. Tocou seu ombro de leve, sentindo os olhos marejarem, ele queria chorar, desabafar, mas era forte demais para isso. Baek Hyun virou-se e o olhou surpreso pela visita inesperada, mas isso não impediu de um pequeno e gentil sorriso sair por seus lábios.

Chan Yeol o abraçou, simplesmente isso, apertando-o forte contra o seu corpo, já não conseguindo mais manter os soluços violentos que insistiam em sair, e logo Byun percebeu, Park estava chorando. Afastou de seus braços e o levou ao seu segundo lugar preferido – pois o primeiro era a pracinha –, o terraço da boate, onde era possível ver meia cidade, e o sol de meio tarde, que ardia sobre as peles brancas. O maior ficou surpreendido pela beleza que era a vista, mas logo fora puxado pelo ruivo, que o fez sentar sobre o terraço, e encarar toda aquela imensa vista. Sentiu finos dedos entrelaçar-se aos seus, era completamente grato ao menor, deveria pagar de alguma forma.

— Como está indo as coisas com a sua família? — perguntou Park, tentando conter as inúmeras lágrimas que caíam sem parar, em total silêncio, para o menor não reparar.

— Ah está indo bem, mas agora minha mãe adoeceu, e eu estou trabalhando aqui e em mais outro bar, porém acho que não estou dando conta. —  suspirou Byun, encarando as casinhas minúsculas bem a sua frente.

—  Eu posso te ajudar.

—  Chan Yeol, não. — repreendeu Baek Hyun, já prevendo o que o maior iria falar, se tina uma coisa que odiava era piedade, não precisava da piedade de alheios para poder conseguir passar de seus perrengues.

—  Por favor, Byun. —  suplicou o maior, quase choramingando.

—  Eu não preciso da sua ajuda Park, eu dou o meu jeito, ok? — tentou dizer da melhor maneira possível, para não soar grosseiro.

Chan Yeol ficou em silêncio, não iria insistir, pelo pouco tempo que conheceu Byun, percebera como era orgulhoso, então insistir era algo inútil, então voltou á encarar a vista, sem dizer mais nada.

—  Por que você está chorando? —  sentira os delicados dedos passear por seu rosto, parando em suas pálpebras, removendo as pequenas lágrimas que desciam.

Park suspirou, entregando-se ao sutil carinho, cada toque de Byun era tão mágico, ele não merecia aquilo, não merecia aquele pequeno amor.

—  Não é nada demais. — mentiu.

—  Eu não quero te forçar á contar Chan Yeol...

— Quando eu estiver pronto, eu vou contar tudo á você. — sorriu triste.

E Baek Hyun também estava triste.

 

XXX

 

JongIn gostava de jogar futebol, mas isso não significava que teria um bom porte físico, estava ofegante quando chegou ao refeitório, onde escutava-se gritos e risadas, mas nenhum Park ou Kyung Soo, procurou por todos os cantos e não os encontrou, até algum garoto de óculos e cheio de espinhas contar tudo o que aconteceu, Chan Yeol havia sumido, e Do, estava na sala do diretor. Sujeito á expulsão. Kim correu até a sala do diretor, havia uma janela onde podia-se ver o que acontecia lá dentro. Kyung Soo de cabeça baixa, uma auto-falante e os pais do mesmo com cara de poucos amigos, merda.

Sentou-se do lado de fora da sala e esperou que terminassem de conversar, mas Do saíra primeiro, deixando os pais conversando com o diretor, suplicando para que não o expulsa-se.

—  Kyung Soo, o que aconteceu lá? Por que você fez isso? — Kim tinha inúmeras perguntas.

—  Eu fiz isso por você.

O moreno sentira o corpo estremecer, Kyung Soo fizera mesmo aquilo por si?

—  Kyung Soo você sabe que não precisava disso, você só complicou as coisas, — sentira os olhos umedecerem.

—  Por que está chorando? — Kyung estava confuso.

JongIn não o respondera, apenas caminhou para fora do colégio, não iria atrás de Chan Yeol, ainda prezava pela dignidade que lhe restava, mas iria pensar, pensar sobre tudo isso que estava acontecendo ao seu redor e consigo também, é claro. Deixou Kyung Soo parado em frente á sala do diretor, ainda desordenado sobre o porquê o moreno estava chorando, mas ele sabia que se esses boatos misturados com a verdade fossem parar nos ouvidos do pai de Park, tudo iria piorar.

— Ingrato. — sussurrou Do, com os pulsos cerrados em pura ira.

O menor sentiu-se jogado no lixo, como se não significasse nada ao moreno, estava todo o tempo ali, lhe ajudando, lhe protegendo e acima de tudo, lhe amando, porém não sentia isso de volta, não sentia um amor por parte de JongIn. Deixou que o maior fugisse de si, fugisse dos problemas, indo onde quer que fosse e sentou-se ali na cadeira ao lado da porta que dava acesso á sala do diretor, á segundos atrás rezava para que não o expulsassem, porém, agora, já não ligava mais.

—  Do Kyung Soo. — ouviu sua mãe lhe chamar, com um tom autoritário em sua voz. Ela estava parada em frente a porta da sala, com uma feição fechada.

—  Sim, mãe.

— Você vai vir amanhã aqui, e vai pedir desculpas para o menino Chan Yeol e para o pai dele, entendeu? — perguntou com a voz dura.

—  Sim, mãe.

O garoto saiu acompanhado dos pais para a casa, ficou realmente surpreso pela aparição do pai na escola, este mesmo que nem sequer aparecia no seu aniversário, e segundo o mais velho, era todo culpa do trabalho, mas é claro, isso não impediu de o maior desse uma boa lição de moral em Kyung Soo. Não pensou duas vezes antes de se vingar de Park, mas agora, percebeu que não era tão necessário assim, até porque, Kim nem mesmo o agradeceu, e isso estava lhe deixando puto.

XXX

 

Park voltara para a casa rastejando de cansaço, os lábios dormentes das inúmeras mordidas de Byun faziam o garoto rir bobo, mas aquela sensação de felicidade logo fora embora assim que botou o pé em casa, escutar o pai á falar no telefone sobre a escola fez seu corpo gelar da cabeça aos pés, só em pensar no que o mais velho seria capaz de fazer com Chan Yeol, o mesmo sentiu um embrulhar no estomago. Passou pela sala, tropeçando em algumas latinhas de cervejas jogadas pelo chão, mas o pai não o viu, estava de costas, encostado no para-peito da janela, com um cigarro descansando entre os lábios grossos, enquanto o telefone era apoiado na orelha, ouvindo a voz irritante da secretária. Deitou-se sobre a cama, pensando na possibilidade de ir á escola no dia seguinte, e no que poderia acontecer, já esquecera as tantas vezes que zoou os nerds do colégio, os chamando de bichinha ou algo do tipo, e agora estará no lugar deles, fragilizado, mas ninguém para lhe proteger.

Passara no mínimo duas horas, e Park estivera no quarto pensando no certo, no que deveria fazer, no que deveria contar ao mundo, ao próprio pai, e sentira uma pontinha da coragem que precisava. Torcendo para que tudo desse certo. Escutara os passos pesados de seu pai sobre o chão de madeira se aproximar, rezava para que nada acontecesse, para que falassem que era tudo mentira, mesmo sabendo que não, que Park era gay, mas tinha medo dessa conseqüência.

 

—  Chan Yeol. — chamou o mais velho do lado da porta, com a voz levemente alterada, provavelmente culpa das inúmeras cervejas tomadas àquela noite.

— S-sim? — se achou um verdadeiro otário por gaguejar, entregando-se, o medo corroia ser corpo por inteiro, mas a vontade de confessar-se também, e essa, era até maior que o próprio medo.

— Ligaram da escola, falando que um aluno mentiu sobre você.

Mentira, nem tudo era mentira. Já não agüentava mais escutar coisas horríveis vindas da boca de seu pai, e na maioria das vezes era sobre JongIn, sobre como era um viadinho ridículo, que deveria agir como macho, que Park não deveria nunca mais o trazer para dentro de casa, mas Chan Yeol já estava cansado daquilo, de fingir, de esconder-se, de levar garotas para casa, e gemendo o nome do moreno ao vês do delas. Chan Yeol estava pronto para confessar, tudo que o pai poderia fazer era ficar triste nada mais.

Bom era isso que ele pensava.

— Ele não mentiu. — disse Park, fechando os olhos com força na tentativa de proteger de qualquer resposta que viria depois dessa afirmação.

Silêncio. Alguns segundos em pleno silêncio, um silêncio que naquela casa não havia á muito tempo. Mas que fora quebrado pelo som da porta ao abrir, da forma mais brutal possível.

 Park não vira muito, além de seu pai entrando furioso dentro do quarto e o arremessando contra o guarda-roupa, um, dois, três, perdera a conta de quantos golpes foram dados contra o seu rosto, eram fortes, faziam sua cabeça girar, estava tudo muito rápido, ao fim, estava jogado no chão do quarto, sentindo o gosto ferroso do sangue ao sair de seus lábios cortados pelo anel de ouro que o mais velho portava, seu corpo todo doía, um zumbido forte cobria os gritos de raiva do pai ao fundo.

— Eu não te criei para seu um viado! Seu merda! Eu vou te matar Chan Yeol! Não volte mais pra casa, aqui não entra gayzinho! — gritava o mais velho, com o rosto vermelho, o sangue fluindo por todo o corpo, segurou-se para não bater mais no garoto jogado ao chão, que se encontrava em uma situação deplorável.

Park apenas encarou o vulto do pai sair de seu quarto, vidros quebrando, gritos e por fim a porta batendo forte, o mais velho havia saído, para alivio de Chan Yeol.

O garoto levantou-se, tentando ignorar ao máximo a dor de seu corpo enquanto a cabeça girava, nem ao menos ligou para o rosto ensangüentado, apenas pegou um casaco e saiu de casa, assim como seu pai, e a única coisa que veio em mente foi o melhor lugar que encontrara nas últimas semanas, aquela boate vagabunda, mas ele sabia que não era a casa noturna que lhe atraía e sim um rapaz de cabelos vermelhos.

XXX

JongIn se sentira um lixo, não acreditava que estava mesmo mandando mensagens á Chan Yeol, depois que tudo que o maior fez consigo, estava mesmo fazendo aquilo? Era totalmente um otário. Um otário preocupado com a demora para Park responder, ele nunca demorava tanto assim.

[Chan Yeol? Eu queria falar

Com você sobre hoje, me

desculpe o Kyung Soo errou,

eu sei, poderíamos conversar?]

[Me responda!]

Mas Chan Yeol não iria lhe responder. Ele não podia.

 

JongIn sentia um arrependimento nascer em forma de um nó em sua garganta, as lembranças da festas se tornavam cada vez mais próximas, a imagem de Chan Yeol, como o amigo que jogava futebol consigo em dias de chuva e lhe visitava á noite, escalando a sua janela para jogar uma partida de vide game e as vezes, para lhe roubar alguns sutis beijos, estava desaparecendo, não conseguia mais reconhecer o próprio amigo, não reconhecia quem era aquele Park Chan Yeol, pois seu amigo de fato não era. Porém, fora tirado de seus devaneios pelo barulho de uma pedrinha ao ser atirada em sua janela, seu corpo gelou, pois lembrou-se dos dias em que Park fizera a mesma coisa, jogando pequenas pedras em sua janela para poder subir em seu quarto. O moreno correu em direção a janela olhando para baixo pode ver Kyung Soo, acenando para si.

— Você poderia descer? Eu acho que precisamos conversar. — gritou o menor.

Kim assemelhou Park àquela situação, se fosse o maior no lugar de Kyung Soo, provavelmente já teria escalado até a sua janela, e estariam conversando lá dentro, em seu quarto. Mas Kyung Soo não era Chan Yeol. JongIn com uma dificuldade mínima, desceu de sua janela e pulou na macia grama de seu jardim, podendo sentir o nervosismo emanando vindo de Kyung Soo.

—  Fala.

— Eu queria lhe pedir desculpas, eu sei que errei, mas porra, Chan Yeol mereceu, você sabe que mereceu. — Do não conseguia disfarçar a mínima raiva que sentia por Park e pela ingenuidade do moreno.

— Olha Kyung Soo, você não deve pedir desculpas á mim, e sim para Chan Yeol, e eu sei, ele merece isso, mas eu não consigo ver ele sofrer, e sabe por quê? Porque eu o amo, eu sou um idiota em amá-lo depois de tudo que ele já me fez, eu sou um idiota por não amar você, por não sentir algo por você quem sempre me ajudou em tudo, quem sempre me deu carinho, um carinho que Park nunca me deu, você me deu compreensão, amor, carinho, paixão e muito mais, porém a gente não escolhe quem amar, não é? — Kim sentira os olhos marejarem, lutando o máximo para não chorar em frente ao menor.

Aquelas palavras eram como afiadas laminas passando por seu estomago, Kyung Soo nem ao menos soube  como reagir, estava tomado por raiva, tristeza, amor e muitas outras sensações, uma verdadeira confusão de sentimentos. Ver o maior chorar bem a sua frente lhe causou uma dor em seu peito, queria o abraçar, mas não podia, não era o momento.

— JongIn eu...

—  Não, não fale nada, apenas vá para a casa, tudo bem? É melhor para nós dois, me desculpe. — sussurrou aquelas palavras árduas para o menor, sentindo o peito adoecer.

Se JongIn pudesse escolher a imagem mais triste de sua vida, com certeza seria a imagem de Kyung Soo indo em borá, com a cabeça baixa, se pudesse, teria evitado de escutar o baixo choro vindo de Do, mas não pode, ouviu Kyung Soo chorar, o que nunca havia ouvido antes. Aquilo era dolorido demais para se agüentar.

O menor apenas fez o eu foi pedido e caminhou em direção á sua casa, ou qualquer outro lugar, para tentar esquecer Kim.

 

 

XXX

 

O pai de Chan Yeol estava trinta minutos atrasado para a reunião em que Kyung Soo iria pedir desculpas para Park e para o Senhor Park, porém nenhum dos dois apareceu. O pai de Kyung Soo batia o pé em impaciência, pois em dez minutos teria um encontro de negócios, onde se fechasse, iria aumentar em duas vezes o seu salário, mas isso era algo insignificante para o menor dos Do, pois, ganhando bem ou não, o pai do menor continuaria ausente.

— Bom, nós iremos ligar para o pai de Chan Yeol, perguntar o que houve, e lhes avisaremos se haverá uma nova reunião, ok? — disse a secretária, ajeitando o impecável coque sobre o alto de seus cabelos.

— Tudo bem. — foi tudo o que o Senhor Do disse antes de correr fora da escola, rumo á reunião, deixando mãe e filho parados ali na sala do diretor.

Kyung Soo voltou para a sala de aula e sua mãe para a casa, sentiu o peito apertar quando olhava para a cadeira vazia de JongIn, ele havia faltado hoje, ele e Chan Yeol.

 

Ontem há noite.

Arrastando os pés pela rua já tomada pela escuridão, Chan Yeol resolveu mudar seus planos, mudando seu rumo também, caminhou em direção ao banco mais perto, por sorte o banco estara vazio, caso contrário, alguém iria causar um escândalo, pedindo para ajudarem o garoto com o rosto ensangüentando. Retirou toda a quantia que tinha de sua poupança, toda a mesada que sua mãe lhe dera, estava guardada ali e agora tinha um único e para Park belo propósito.

Ajuda Byun Baek Hyun.

Após guardar o envelope branco – um pouco gordo –  sobre o bolso da jaqueta, voltou á arrastar os pés em direção a boate, ás luzes em neon brilhavam chamativas “Noite dos Sonhos”, Park sempre achara um péssimo nome para uma boate, mas era isso que a fazia especial, além das pessoas jogadas frente a portaria, fedendo á álcool e cigarro, Chan Yeol tinha que tomar cuidado para não pisar me nenhuma delas. O segurança nem ao menos ligou para o rosto machucado de Park, apenas continuou á fumar um cigarro barato frente á portaria. Assim que entrou, fora tomado pelo alto som da boate, e novamente, era uma música horrível que tocava na casa noturna, enquanto algumas pessoas dançavam sob efeito de drogas ao meio do salão, e lá estava ele, entregando bebidas para pessoas alheias, com um sorriso simpático sobre o rosto mas que sumiu, e um olhar horrorizado tomara o seu lugar. Byun correra em direção á Park, não importando com os copos caiando ao cão, juntamente com a sua bandeja, mas ninguém se quer ouviu, ou prestou a atenção.

—  Chan Yeol, o que aconteceu com você!? — perguntou o menor, assustado, tomando em suas mãos o rosto machucado do maior.

Park não pode evitar grunhir em dor quando as mãos finas de Byun agarraram seu rosto, pressionando contra alguns machucados.

—  Ah, me desculpe. — choramingou Baek Hyun, retirando as mãos do rosto de Park, voltando á tocar no mesmo, porém de forma delicada, somente com as pontas dos dedos, sentindo o rosto inchado do mesmo.

— Uma briga com o meu pai. — Chan Yeol disse direto.

—  O quê!? Seu pai fez isto em você? Por quê? — Byun gritava em indignação.

Chan Yeol achara engraçada a reação do menor, como estava preocupado consigo mesmo se conhecendo em apenas poucas semanas, isso aquecera seu peito, pois, ultimamente ninguém se preocupava consigo, ou perguntava como fora seu dia.

— Por que está rindo? — gritou Byun, incrédulo.

— Não é nada, isso aconteceu porque eu disse para o meu pai que sou gay. —  Chan Yeol estranhava como aquelas palavras estavam saindo com facilidade de sua boca, finalmente havia se aceitado?

— Meu deus! V-você tem onde ficar? Quer dormir na minha casa? É pequena mas eu posso dormir no sofá, você pode fica o quanto...

—  Baek Hyun, eu já arrumei um jeito de concertar tudo isso, relaxa, você mal paga as suas próprias contas, sustenta a família inteira, não vai dar conta de mais um. — sorriu triste, vendo os olhos do ruivo se cristalizarem.

—  Como assim, concertar tudo? — perguntou o menor, confuso.

—  Digamos que eu fiz algumas merdas, nada pequenas, e eu preciso reparar isso, mas não se preocupe com isso vai ficar tudo bem. — disse Park, tentando acalmar Byun.

Antes que o maior falasse mais alguma coisa, seu corpo fora puxado por Baek Hyun, e o levado em direção ao banheiro.

—  Vamos limpar isso. — disse Baek Hyun, esfregando da forma mais delicada possível um papel higiênico úmido sobre as feridas ainda expostas.

Em alguns minutos, o rosto de Chan Yeol fora limpo, somente alguns machucados prevaleciam, estava incrédulo em como Byun era especial, como não merecia alguém como ele em sua vida.

—  Prontinho novo em folha. — sorriu o ruivo, deslizando o polegar pela maça do rosto de Chan Yeol, levemente ruborizada.

—  Eu não mereço você. — sorriu Chan Yeol.

Baek Hyun nada respondera, apenas sentira as bochechas esquentarem, e em uma fração de segundos, seus finos lábios foram tomados por Chan Yeol, em um beijo calmo e lento. Os corpos caminharam desajeitada mente em direção á uma das cabines do banheiro, onde Park sentira as pequenas e ágeis mãos de Byun adentrarem abaixo de sua camisa, arranhando seu abdômen levemente definido.

Seu corpo estava inexplicavelmente quente, fora um choque quando as costas flamejantes chocou-se contra a parede gélida do cubículo, mesmo protegido pela jaqueta e a fina camiseta. Os lábios finos de Byun foram descendo entre beijos e mordidas para o pescoço de Park, onde maltratou prazerosamente a pele do maior. Chan Yeol afundou as suas grandes mãos no bumbum avantajado do menor, apertando-o com força, fazendo o corpo do ruivo levantar-se ainda mais, fazendo-o erguer-se na pontinha dos pés, grudando ainda mais os corpos.

Um gemido em resposta ao aperto fez com que a ereção de Park endurece-se ainda mais, tornando-se apertada naquela calça. Uma das mãos do ruivo fora em direção ao seu baixo ventre, apertando-o levemente, fazendo Park gemer.

— Você está tão duro. — comentou Baek Hyun, mordiscando a pele de seu maxilar.

— Por que não faz algo então? —  provocou Park, sentindo o menor rir contra a sua pele.

— Tudo bem então. — disse antes de ajoelhar-se frente á Chan Yeol.

Chan Yeol nunca sentira uma sensação tão boa quanto á de Byun ao chupar seu pênis, o maior era uma confusão de gemidos, sentindo a língua quente do menor ao seu arrastar por toda a extensão rígida de seu membro. O calor naquela pequena cabine estava tão insuportável que Park tivera que retirar sua jaqueta e joga - lá em algum canto, agarrou os sedosos fios de cabelo avermelhado de Byun e começou á ditar os movimentos, sentindo seu ápice ficar cada vez mais próximo, Baek Hyun massageava seu membro coberto pela calça do uniforme quando fora erguido pelos braços por Chan Yeol, que o virou de costas para si, encostando o rosto na parede gélida.

— Eu posso? — escutou Park perguntar, antes de abaixar suas calças.

Assim que Byun assentiu, suas calças foram delicadamente puxadas para baixo, sentindo Park passear as mãos pelas nádegas branquinhas de Baek e ao final estapeá-las.

—  Sua bunda é tão linda. — sussurrou Chan Yeol no pé do ouvido do ruivo, enquanto adentrava vagarosamente em seu interior, escutando o menor gemer dolorosamente.

Baek Hyun nem ao menos se lembrara da ultima transa que tivera, está sempre tão ocupado com os inúmeros trabalhos que nem tempo para si, o menor tem.

—  Você quer que eu pare? — perguntou Chan Yeol, escutando os gemidos dolorosos de Byun.

—  Não, continue. — foi tudo que Baek Hyun disse antes de sentir o membro de Park lhe estocar de maneira forte e intensa, fazendo-se delirar.

O som extremamente erótico dos corpos se batendo era ecoado por todo o banheiro, juntamente com o gemido de ambos, Byun nunca sentira-se tão completo com Chan Yeol em si, lhe estocando forte e rápido, igualmente á Park, que nunca transara tão bem assim. Ao fim, ambos estavam cansados e ofegantes, Chan Yeol apoiado ao vaso e Baek Hyun sentado sobre o seu colo, trocavam beijos, até alguém dos dois ter a coragem de cortar aquele momento maravilhoso. E Chan Yeol foi quem fez.

—  Baek Hyun, eu preciso ir agora. — disse em meio á beijinhos.

—  Você tem mesmo onde ficar?

— Tenho.

Não, ele não tinha.

— Bom, eu tenho que trabalhar mesmo. — falou Byun, saindo do colo aconchegante de Chan Yeol, aquela distância parecia tão desagradável.

Ambos se vestiram rapidamente, exceto pela jaqueta de Park, esquecida no canto do cubículo, não pode se despedir de Baek Hyun sem o último e intenso beijo, Byun nunca sentira tanta paixão por parte do maior apenas em um beijo, um sentimento estranho tomara seu corpo, um pressentimento de algo ruim iria acontecer assim que se afastasse de Chan Yeol.

O ver sair pela porta do banheiro nunca foi tão doloroso, mas tudo bem, amanhã Chan Yeol estaria ali na boate, na cabine do banheiro...

Não estaria?

— Eí! Chan Yeol você esqueceu sua jaqueta! — gritou Baek Hyun, agarrando a jaqueta de couro e correndo em direção á Chan Yeol, que sumiu em meio á tantas pessoas dançando no salão.

— Vou devolver amanhã. — sussurrou o ruivo a si mesmo.

Ao término de seu turno e algumas horas a mais pelos copos quebrados e bandeja agora também quebrada, Byun seguia em direção á estação de ônibus, onde diariamente pega três transportes públicos para então chegar em sua casa, localizada mais ao interior da cidade, porém o menor não havia trazido casacos suficientes para lhe aquecer do frio da meia noite, encarou a jaqueta de coura em seus braços e então a pôs sobre o corpo, sentindo o calor do corpo de  Chan Yeol naquela peça de roupa, seu cheiro amadeirado também emanava da jaqueta, uma saudade inexplicável nascera ali. Após o ônibus chegar, sentou em um dos últimos assentos, onde encarava a paisagem escura da madrugada, era realmente assustador. Tentou se ajeitar na poltrona, para dar uma rápida cochilada, porém algo naquela jaqueta estava o deixando desconfortável. Tateou em todos os bolsos possíveis da jaqueta até encontrar um envelope não muito grande, arredondado, e escrito Para Baek Hyun no envelope. Seu coração acelerou de supetão e então abriu sutilmente o pedaço de papel, podendo ver inúmeras notas de valores extremamente altos dentro do envelope, e uma pequena carta misturada as cedas.

Byun sentira o peito doer, rapidamente tirou a carta em meio ao dinheiro e o abriu.

“ Se eu lhe desse esse envelope na cara dura você não aceitaria nunca, mesmo sabendo que precisa disso mais do que eu, esta foi a melhor maneira que eu encontrei para o dar o dinheiro, aceite por favor, isso vai ajudar a sua família e você.

Não me procure para devolver, você não vai me encontrar em lugar nenhum, eu preciso sumir, temporariamente ou não. Aceite isso como um presente.

Você foi a melhor coisa que me aconteceu nessas ultimas semanas, nunca imaginei que sentiria algo por você em tão pouco tempo, você é especial demais, saía desse lixo que você chama de emprego, ali não é lugar para você, eles não te merecem, faça algo com esse dinheiro, não sei se será o suficiente para pagar uma faculdade, mas vai ajudar um pouco, é a maneira que eu encontrei de agradecer á você por tudo. Eu queria dizer que te amo, mas seria uma mentira, eu não te amo, amo outra pessoa, e é por causa dessa outra pessoa que eu tive que fazer isso, eu errei com ela e agora preciso pagar.

Eu vou sentir saudades Byun.”

Baek Hyun sentira o peito doer, sabia que algo ruim iria acontecer, queria não chorar, queria não amar uma pessoa que conhecia por tão pouco tempo, mas não podia, não escolhia essas coisas, a única coisa possível era aceitar.

— Eu também sentirei saudades Chan Yeol. — sussurrou com a voz embargada á si mesmo.

XxX

 

 

JongIn achara estranho a forma como o colégio inteiro estava quieto, bom, talvez porque ele havia faltado dois dias, nem mesmo viu Kyung Soo na escola, será que ele havia sido expulso? Estava no meio da aula de história, quase dormindo na explicação da professora, quando a secretária do colégio entrou na sala.

—  Kim JongIn?

— Eu.

— Venha comigo, por favor. — foi tudo que a mulher séria disse, antes de caminhar por entre os corredores do colégio, emitindo um alto som de seus saltos ao baterem contra o chão.

Kim apenas obedeceu, chegando até a sala do diretor, onde o mesmo olhava perdido para algum canto da sala, mesmo que até assustou-se quando ambos chegaram em sua sala.

—  Ah, olá Kim, como está? — perguntou o homem de já muita idade.

—  Estou bem, por quê? — JongIn estava confuso.

—  Bom, eu não sei como lhe contar uma coisa dessas, mas irei ser direto. Ontem á noite um dos seguranças do colégio, achou um aluno morto, afogado, dentro da lagoa atrás das dependências da escola, e... Achamos isso com ele. —  o homem estendera em sua direção um papel levemente úmido com seu nome escrito no papel.

Seu coração apertou intensamente, a visão do diretor começara á ficar turva por conta das lágrimas que insistiam em aparecer, Kim com a mão trêmula segurou o pequeno pedaço de papel, e ante de abri-lo, correu em direção á saída, sentia-se sufocado ali dentro, correu para o único lugar onde se sentia bem, onde sentia-se feliz, onde as melhores memórias eram feitas, para o Pequeno Paraíso.

Mas... Daquela vez não existia nenhuma lagoa cristalina, apenas um lago verde musgo, tão escuro que nem mesmo os raios fortes do sol passavam pela água. Via-se algumas faixas amarelas, pois a morte fora extremamente recente, mas apenas JongIn estava ali.

Suas pernas vacilaram, fazendo-o cair sobre a grama escura. E então ele abriu a carta.

 

 

JongIn, me desculpe, por tudo que eu lhe fiz sofrer, por todas as vezes que fui um covarde e não quis confessar meus sentimentos á você, porque eu te amo, mais do que você possa imaginar, eu queria esquecer o dia da festa, o que eu fiz foi imperdoável, e a causa da minha morte foi isso, eu não posso continuar vivendo estando ciente do que fiz com você, eu te amo demais para suportar isso, JongIn, você merece alguém que te faça feliz, que te faça sorrir alguém ao seu alcance e eu com certeza não sou esse alguém.

Eu me lembro de quando éramos crianças, brincávamos até anoitecer e depois íamos dormir um na casa do outro,quando nada nos  impedia, quando eu não tinha medo do amor, eu me lembro do nosso primeiro beijo, aqui, no Pequeno Paraíso, você estava encostado naquela pedra rosa, foi o melhor beijo da minha vida, você foi o melhor amor da minha vida, foi com você que eu descobri o que era amor, porque eu te amo JongIn. E, por favor não fique triste, siga em frente e seja feliz.”

De Park Chan Yeol

Para Kim JongIn.

Após ler a pequena carta, Kim apenas deixou-se chorar, tirar todo o peso de seu corpo. Sentira algo deslizar pela linha que a lágrima formava por seu rosto. Era Kyung Soo, com o uniforme do colégio, provavelmente chegara atrasado. Ele sorria triste.

— Me deixe te ajudar, JongIn. — sussurrou ao outro, sentado-se ao lado do moreno, o abraçando.

— Eu não queria que fosse assim...

— Nem tudo é como queremos.

Ambos ficaram ali, encarando a água escura da lagoa, por um bom tempo, com as mentes confusas, em choque de todo esse bolo de confusões, até que anoiteceu e os dois garotos concordaram que já era hora de ir para as suas casas, porém não vira a última carta, está que não era para uma pessoa, e sim para um lugar. O Pequeno Paraíso, e todas as memórias que ele já guardara.

 


Notas Finais


Fic nova(chanbaek) : https://spiritfanfics.com/historia/seus-olhos-chanbaek-9899962
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Amo muito vocês, pipoquem os comentários, vou tentar responder todos <3
Obrigada por tudo <3
Me perdoem quaiquer erros :(
E é nóis, amo vocês d+


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