1. Spirit Fanfics >
  2. Pequeno príncipe >
  3. Capitulo Único

História Pequeno príncipe - Capitulo Único


Escrita por: Satokasu

Capítulo 1 - Capitulo Único


Fanfic / Fanfiction Pequeno príncipe - Capitulo Único

Os super heróis tem tido enormes destaques entre pessoas de diversas idades, vestindo capas, usando desfaces e codinomes, usam seus poderes para salvarem o mundo de grandes ameaças, sejam elas deste ou de outro planeta. Mas, será que esses super heróis não poderiam existir na vida real?

Quando paramos para pensar, muitas vezes percebemos que nossa vida é tão comum e sem graça perto das grandes fantasias cinematográficas, histórias em quadrinhos entre tantos outros. Que chega a dar certo desanimo, não é mesmo?

Mas, eu sou a prova de que existem sim heróis na vida real. Eu era um pequeno garotinho quando fui salvo por uma dessas heroínas, tinha 7 anos da primeira vez que eu á vi, era nova na cidade, e mal havia saído do aeroporto já tinha se perdido pelas ruas. Hoje dou gargalhadas ao me lembrar de tantas vezes que a mesma já se perdeu e por teimosia nunca usou um GPS dizendo que seu senso de direção era melhor do que aquela maquina que ela não sabia mexer. Haham, muito que eu acredito!

Mas naquele dia ela fez algo que mudou o destino de nós dois, mesmo com tantas pessoas andando no centro da cidade aquele dia, muitas muito bem arrumadas vestindo desde belos vestidos a uniformes de trabalho, em vez de ela pedir ajuda a qualquer uma das pessoas que passavam por perto ela olhou em minha direção. Para o garotinho magrelo, de pele suja, olheiras profundas e um olhar opaco, olhos sem nenhuma vida, sem felicidade. E veio em minha direção, eu que estava sentado sobre um banco qualquer.

--Com licença, Você poderia me ajudar menino?—Perguntou ela, chamando minha atenção, sorria como ninguém antes havia sorrido para mim, era um sorriso sincero, eu diria até mesmo puro, como o de um anjo.

-- O que você quer?—a pergunta acabou saindo mais grossa do que eu queria, mas vendo pelo ponto em que ela era uma simpática estranha que viera puxar assunto com um garoto de rua que já não via bondade em ninguém, era de se esperar tal grosseria.

-- Eu acabei me perdendo, você pode me ajudar a achar esse local?—perguntou ignorando a forma grossa que a tratei e me mostrou um papel onde havia um endereço, levei um bom tempo para conseguir ler o que estava escrito, afinal eu não tinha aprendido muita coisa antes de fugir daquele lugar, mas a ruiva a minha frente não aparentou estar com presa.

--­Sei sim.--simplesmente respondo e devolvo o papel para ela que ajeita a bolsa preta melhor sobre o ombro e me olha com entusiasmo, eu suspiro. Serio que ela vai me tirar do meu conforto?--Ta legal, eu te levo até lá.--reviro os olhos ao ver ela batendo palminhas como se tivesse 5 anos.

--Oba.--soltando uma leve risadinha ela começa a me seguir pelo caminho, fizemos boa parte do mesmo em silêncio, o mesmo silêncio que até aquele dia sempre foi meu companheiro inseparável, mas meu companheiro parecia incomodar a ruiva que andava ao meu lado e a mesma logo se pois a fazer perguntas.—Afinal qual o seu nome garotinho?

-- Nenhum que te interesse!—respondo seco, querendo terminar aquele assunto antes que ele começasse.

-- Hum... Gostei do seu nome garoto, mas como ele é muito grande eu vou apenas te chamar de Nenhum Ok?—pergunta dando uma piscada no final, o que essa mulher quer afinal?

-- Faça como quiser.

-- Meu nome é Kyara. Espero sermos bons amigos!- Amigos!?? Que doença essa mulher tem? Foram exatamente essas as perguntas que me percorreram a mente naquele momento, uma mulher bonita, que aparentava ter uns 27 anos  querendo ser amiga de um moleque de rua como eu? Muitas pessoas fingiam que eu nem mesmo existia quando passavam por mim, então Kyara só podia ser doente para estar falando aquilo, parei de súbito no meio do caminho.

-- Entende uma coisa sua dondoca! Um garoto de rua como eu não tem amigos, menos ainda se for alguém como você. Você só precisa seguir reto e virar a esquerda na próxima quadra que vai encontrar a casa que esta procurando, agora vê se se vira sozinha!--e assim sai andando de lá sem nem mesmo ver o rosto de espanto de Kyara, talvez eu não deve-se ter sido tão grosso, afinal ela só estava sendo gentil.

Quando voltei ao meu amado banco do qual eu não devia ter saído, encontre três outros garotos, de rua como eu, porém esses eram encrenqueiros e sempre que os 3 apareciam alguém saia com o olho roxo, o que na verdade era o meu caso.

--Ryan! Que bom vê-lo aqui amigo—disse o líder deles Gustavo

-- O que você quer?—pergunto mesmo que eu já saiba a resposta, o sorriso sínico dele o denuncia

-- Só cobrar mais uma parcela do seu pagamento!—e com isso os outros dois me seguram pelos braços enquanto Gustavo começa a me bater desde o estomago até o rosto.

Eles se revezavam a cada vez que apareciam, cada um deles queria ter o gostinho de me bater um pouco, eu já não me defendia mais, não havia o porquê se não agora mais tarde eles iriam me encontrar e poderia ser pior.

No ano passado quando eu conheci esses três, Gustavo já chegou dizendo que era o dono do pedaço e que eu deveria trabalhar para ele, por mim não via problemas desde que ele não tocasse nas minhas coisas. Eu não tinha muita coisa além da roupa do corpo e um livro que roubei do orfanato que tinha fugido e mesmo assim Gustavo quebrou nosso trato, eu bati tanto nele que teve de esperar 1 mês para que as feridas sumissem.

Desde então ele vem me cobrar alguns “pagamentos”, por eu ter feito aquilo nele, mas claro, sempre com mais pessoas junto.

-- Larguem já ele!—o grito fez com que eles parassem de me bater e ao verem a mulher ruiva com o rosto tomado por raiva, nossa que mudança de antes para agora!

Os três saíram correndo de lá entre risadas, Kyara veio me ajudar a me levantar e me colocou sentado no banco, com delicadeza examinava o meu rosto.

-- Por que aqueles garotos estavam te batendo?--perguntou enquanto mexia na bolsa em busca de algo

-- Eles sempre fazem isso.--sussurro olhando para as minhas mãos, estavam mais sujas que o normal--E você? Por que voltou?

-- Acabei não achando a casa, eu devo ter entrado na rua errada, então resolvi voltar para te pedir ajuda de novo, quando vi aquilo...--ela mantinha os olhos na bolsa revirando-a com as mãos e me deixando curioso para saber o que procurava--Achei! Venha cá, vou por um remédio no seu rosto. Prometo que não vai arder nada!

Era mentira, claro! Aquele remédio que ela passou nas feridas no meu rosto arderam muito, Mas eu preferi não retrucar, ela estava sendo bondosa comigo. Mais do que qualquer um foi algum dia.

-- Obrigado.--digo me sentindo envergonhado por tê-la tratado tão mal e completo—Ryan

--Como?--perguntou Kyara erguendo uma das sobrancelhas

-- Meu nome é Ryan—Ao ouvir isso a ruiva sorriu novamente, um sorriso diferente do que havia me mostrado ao pedir informações, esse tinha algo a mais.

Depois daquilo, nós dois conversávamos todos os dias, ou ela me encontrava pelas ruas e me chamava para dar uma volta com ela ou eu ia até a frente de sua casa, muitas vezes quando fazia isso apenas ficava observando ela pela janela, acabou por se tornar meu passatempo favorito.

Mas por uns 3 dias eu não vi ela mais pelas ruas ou pelas janelas da casa como eu costumava fazer antes, e isso me deixou preocupado. No final do terceiro dia ela apareceu de novo em um carro seguindo um caminhão de mudanças que havia parado bem na frente de sua casa.

-- Ryan! Você aqui?—perguntou saindo apresada de dentro do automóvel.

-- Você tinha sumido... – eu disse envergonhado encarando o chão – Eu... Fiquei preocupado. – após essa frase ela me lanchou um de seus mais belos sorrisos e foi em direção a porta da casa, enquanto os homens do caminhão de mudanças iam tirando algumas coisas de dentro do mesmo.

-- Entre.—disse sorrindo e foi o que eu fiz.

Quando entrei na casa, que aquela altura já era conhecida por mim que a visitava todos os dias, notei algumas coisas diferentes espalhadas pela sala de entrada, haviam caixas e mais caixas amontoadas, uma delas por acaso estava aberta e de relance eu pude ver que tinha um livro em cima de algumas outras tranqueiras.

Mal notei que havia caminhado até ele, foi como em um transe do qual acordei apenas quando já tinha o livro em mãos, O pequeno príncipe. Ver aquele livro me encheu de lagrimas nos olhos, quando fugi do orfanato eu tinha roubado de lá um livro idêntico a esse, que tinha uma dedicatória endereçada a mim, livro que os garotos que me espancavam antes tinham queimado durante uma noite fria de inverno.

Kyara, que naquele momento conversava com um dos homem, notou minha comoção ao ver a capa do livro, e pedindo um pouco de privacidade para o homem veio em minha direção.

-- Gosta de ler?—Perguntou gentil, eu neguei com a cabeça, eram poucas as coisas que eu sabia ler e escrever na época.

-- Quando eu morava no orfanato, uma freira de lá costumava ler esse livro pra mim. Ela era a única que cuidava de mim lá, as outras mal me olhavam, assim como com as outras crianças, a freira nos protegia das maldades das outras irmãs.

-- Por que você fugiu de lá?

-- A freira estava muito doente, e na noite em que faleceu, ela me contou, que havia encontrado um livro idêntico a esse junto da cestinha onde eu estava, que havia sido minha mãe que deixou pra mim, antes de me deixar na frente do convento. Quando ela morreu eu fiquei com medo das outras freiras e madris então fugi de lá, mas não sem levar meu livro.

-- Você ainda tem esse livro?—eu não encarava o rosto de Kyara, ficava apenas olhando para as letras gravadas na capa do livro, as lagrimas quentes deixavam minha visão embaçada.

-- Eu o perdi.—disse simplesmente sem querer dar muito mais detalhes da tragédia e completei chorando ainda mais—Era a única coisa que eu tinha da minha mamãe.

Sem aviso prévio Kyara passou seus braços ao redor de mim em um abraço reconfortante, gotas pingavam em minha cabeça e olhando para cima vi os olhos castanhos como barro dela, agora úmidos, escorriam grossas lagrimas deles uma delas pingou em minha bochecha e escorreu até cair sobre o livro em minhas mãos.

-- Você... Ainda se lembra como era a dedicatória?—perguntou em meio as lagrimas.

--“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. Para meu pequeno príncipe, Ryan” – eu disse, relembrando as tantas e tantas vezes que a Freira havia lido aquilo para mim.

Kyara não parava de chorar enquanto me ouvia falar, mas ao mesmo tempo seu sorriso não  saia dos lábios, preocupado me virei de frente pra ela, mas sem que ela me solta-se do abraço. Esta prestes a pergunta o que havia acontecido quando ouve um estouro em minha mente. Não pode ser! Minha mãe, era a Kyara!

-- Bem vindo de volta, meu pequeno príncipe!—aquela era a resposta que eu precisava, nós nos abraçamos em meio as lagrimas.

Ela me contou que não havia me abandonado por querer, que havia sido seu pai que tinha me tirado dela a força e me largado naquele convento, dizendo que ela era muito nova para ser mãe. Naquele momento amaldiçoei o velho que havia me afastado dela por tanto tempo.

A partir daquele dia eu comecei a viver com ela, apesar que mesmo que ela não tivesse descoberto que eu era seu filho perdido eu iria mesmo ser adotado por ela, como a mesma havia me garantido, dizendo que aqueles dias que passou fora, tinham sido exatamente para esse fundamento. Eu finalmente pude entender o que é ter o amor de uma mãe, tão similar ao que a Freira do convento oferecia a todas as crianças de lá, mas desta vez, Kyara era apenas minha mãe e eu não a perderia tão cedo como aconteceu com a freira.

Fim



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...