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História Percy e Ivy Jackson e o Mar de Monstros - A ilha dos carneiros carnívoros


Escrita por: Ivy_Jackson

Notas do Autor


Desculpa pela demora mais tá aí mais um cap

Capítulo 14 - A ilha dos carneiros carnívoros


POV Percy

Quando a gente pensa em "ilha de monstros" imagina penhascos e ossos espalhados pela praia, como na ilha das sereias. A ilha do ciclope não tinha nada a ver com isso. Quer dizer, tudo bem, havia uma ponte de corda em cima de um precipício, o que não era bom sinal. É quase o mesmo que pendurar um cartaz dizendo: ALGO MALIGNO VIVE AQUI. Mas, com exceção disso, o lugar parecia um cartão-postal do Caribe. Tinha campos verdejantes, árvores de frutas tropicais e praias de areia branca. Enquanto navegávamos em direção à costa, Annabeth respirou fundo o ar perfumado.

– O Velocino – disse ela.

Estávamos só eu e ela na proa do barco e Ivy foi chamar Austin.

Eu assenti. Ainda não podia ver o Velocino, mas podia sentir sua força. Era possível acreditar que ele curaria qualquer coisa, até mesmo a árvore envenenada de Thalia.

– Se nós o levarmos embora, a ilha vai morrer?

Annabeth sacudiu a cabeça.

– Ela vai se esgotar. Voltar ao que seria normalmente, o que quer que fosse.

Eu me senti um pouco culpado por arruinar aquele paraíso, mas lembrei a mim mesmo que não tínhamos escolha. O Acampamento Meio-Sangue estava em dificuldades. E Tyson... Tyson ainda estaria conosco se não fosse por aquela missão. Na base da ravina várias dúzias de carneiros andavam em círculos. Pareciam bastante pacíficos, mas eram enormes – do tamanho de hipopótamos. Logo além deles havia um caminho que levava às colinas. No topo do caminho, perto da beira do cânion, estava o grandioso carvalho que eu vira em meus sonhos. Algo dourado brilhava em seus galhos.

– Isso está fácil demais – disse eu. – Podemos simplesmente subir até lá e pegá-lo?

Os olhos de Annabeth se estreitaram.

– Deveria haver um guardião. Um dragão ou...

Foi quando um cervo emergiu dos arbustos. Ele trotou para a campina, provavelmente em busca de grama para comer, quando os carneiros baliram todos de uma vez e assustaram o animal. Aconteceu tão depressa que o cervo tropeçou e se perdeu em um mar de lã e cascos batendo. Grama e tufos de pelo voavam pelo ar. Um segundo depois todos os carneiros se afastaram, de volta às suas pacificas perambulações. Onde estivera o cervo, havia agora uma pilha de ossos limpos e brancos. Annabeth e eu nos entre olhamos.

– Eles são como piranhas – disse a ela. – Piranhas com lã. Como é que nós...

– Percy! – arfou Annabeth, agarrando meu braço. – Olhe.

Ela apontou para a praia, logo abaixo da campina dos carneiros, onde um pequeno bote fora arrastado para a terra... o outro bote salva-vidas do Birmingham.

 

POV Ivy 

Eu desci para acordar Austin.

– Ei! Acorda, Solzinho! – Eu disse balançando ele.

– Sai daqui Ivy – ele murmurou 

– Não, nós chegamos na ilha de Polifemo e você tem que vir.

– Aff já vou Miss Fundo do Mar. – ele se levantou e olhou para mim – Você viu não viu? 

– O quê? 

– A minha visão na Baía das sereias.

– Sim, de você com o seu irmão e a sua mãe.

– Então você já sabe qual o meu defeito mortal? – ele diz olhando para baixo.

– Sim. Allegiance, A vontade excessiva de proteger a todos que ama e Lealdade.

– Sim, Hã…

– Tudo bem, Solzinho, vamos subir.

– Sério vai ser esse o apelido que você  vai me dar?

– Não sei, estou em dúvida entre Sozinho e raiozinho de sol, qual você prefere?– Eu disse com uma seriedade falsa.

Ele revirou os olhos e subiu as escadas.

Percy e Annabeth explicaram para nós o a nossa situação. 

Nós estávamos completamente fudidos.

Mas concluímos que não havia como passar pelos carneiros comedores de gente. Annabeth e Austin queriam esgueirar invisíveis pelo caminho acima e agarrar o Velocino, mas no fim eu e Percy os convencemos de que alguma coisa iria dar errado. Os carneiros poderiam sentir seu cheiro. Outro guardião poderia aparecer. Alguma coisa. E se aquilo acontecesse eu estaria longe demais para ajudar. Além disso, nossa primeira obrigação era achar Grover e quem quer que tivesse chegado à costa naquele bote – supondo que tivesse conseguido passar pelos carneiros. Eu estava nervosa.

Ancoramos o Vingança da Rainha Ana no lado de trás da ilha, onde as falésias subiam em linha reta uns bons sessenta metros. Sabia que seria menos provável que vissem o navio ali. Escalar as falésias era possível – com um grau de dificuldade mais ou menos igual ao da parede de lava no acampamento. Pelo menos não havia carneiros. Eu esperava que Polifemo não criasse também cabras montanhesas carnívoras. Remamos num bote salva-vidas até a base das rochas e começamos a subir, muito devagar. Austin foi primeiro porque escalava melhor, depois Annabeth, Percy e, por fim, eu para proteger o traseiro do Percy. Ficamos perto de morrer umas seis ou sete vezes, o que considerei a pior escalada da minha vide escalando montanhas. Em certo momento Percy deixou escapar uma das mãos e se viu pendurado por um braço numa saliência quinze metros acima da arrebentação  (só estou contando isso porque foi muito engraçado). Mas (Infelizmente) ele achou outro ponto de apoio e continuou escalando. Um minuto depois Annabeth pisou em musgos escorregadios e seu pé deslizou. Felizmente, ela encontrou alguma outra coisa em que apoiá-lo. Por azar, tratava-se da cara de Percy.

Eu comecei a rir tanto que quase cai.

– Desculpe – murmurou ela.

– Tudo bem – resmungou Percy. Finalmente, quando meus dedos já estavam armortecendo e os músculos do meu braço estavam exaustos, nos arrastamos sobre o topo da falésia e desmoronamos.

– Ugh – disse Austin.

– Ai – gemeu Annabeth.

– Estou morto – disse Percy 

– É,…

– Grrrr! – Urrou outra voz. Se eu não estivesse em alerta teria me assustado . Girei o corpo, mas não pude ver quem rosnara. Annabeth tampou a minha boca com a mão. Austin apontou. A saliência sobre a qual estávamos sentados era mais estreita do que eu pensava. O lado oposto era um desfiladeiro, e era de lá que vinha a voz – logo abaixo de nós.

– Você é bem agressiva! – rugiu a voz profunda.

– Enfrente-me! – Era a voz de Clarisse, sem dúvida. – Devolva minha espada e lutarei com você!

O monstro riu estrondosamente.

Nós nos arrastamos até a beirada. Estávamos logo acima da entrada da caverna do ciclope. Abaixo, estavam Polifemo e Grover, ainda de vestido de noiva. Clarisse estava amarrada, pendurada de cabeça para baixo acima de um caldeirão de água fervente. De certa forma, torcia para que Tyson também estivesse lá embaixo. Mesmo que ele estivesse em perigo, ao menos eu saberia que estava vivo. Mas não havia sinal dele.

– Hummm – ponderou Polifemo. – Comer a menina fanfarrona ou esperar o banquete de casamento? O que acha minha noiva?

Ele se voltou para Grover, que recuou e quase tropeçou cauda de seu vestido, terminada.

– Ah!, ahn, eu não estou com fome agora, querido. Talvez...

– Você disse noiva? – perguntou Clarisse. – Quem... Grover?

Ao meu lado Annabeth murmurou:

– Cale a boca. Ela tem de calar a boca.

Polifemo olhou enfurecido.

– Que "Grover"?

– O sátiro! – berrou Clarisse.

– Ah! – ganiu Grover. – Os miolos da pobrezinha estão fervendo por causa daquela água quente. Puxe-a para baixo, querido!

Os cílios de Polifemo se estreitaram sobre o maligno olho leitoso, como se ele tentasse enxergar Clarisse mais claramente. O ciclope era uma visão ainda mais horrível do que nos meus sonhos. Em parte, porque seu cheiro rançoso agora estava muito próximo. Em parte, porque ele vestia sua roupa de casamento – um saiote tosco e uma manta nos ombros, feitos de smokings azul-bebê costurados um no outro, como se ele tivesse despido uma festa de casamento inteira.

–Que sátiro? – perguntou Polifemo. – Sátiros são boa comida. Você me trouxe um sátiro?

– Não, seu grande idiota! – berrou Clarisse. – Aquele sátiro! Grover! Aquele de vestido de noiva!

Eu quis torcer o pescoço de Clarisse, mas era tarde demais. Tudo o que pude fazer foi olhar enquanto Polifemo se virava e arrancava o véu de noiva de Grover – revelando seu cabelo encaracolado, a barba desmazelada de adolescente, os pequenos chifres. Polifemo respirou pesadamente, tentando conter a raiva.

– Eu não enxergo muito bem – rosnou. – Desde muitos anos atrás, quando o outro herói me furou o olho. Mas VOCÊ...NÃO É... UMA DAMA... CICLOPE!

O ciclope agarrou o vestido de Grover e o arrancou. Embaixo, o velho Grover reapareceu, com seu jeans e sua camiseta. Ele gemeu e se abaixou quando o monstro desferiu um golpe que passou acima de sua cabeça.

– Pare! – implorou Grover. – Não me coma cru! Eu... eu tenho uma boa receita!

Estendi a mão para minha espada, mas Austin sussurrou:

– Espere!

Polifemo estava hesitando, uma grande pedra na mão, prestes a esmagar sua pretensa noiva.

– Receita? – perguntou a Grover. 

– Ah, s-sim! Você não pode me comer cru. Vai pegar uma infecção, e botulismo, e toda sorte de coisas horríveis. Vou ficar muito mais gostoso grelhado em fogo lento. Com chutney de manga! Você pode pegar algumas mangas agora mesmo, lá embaixo no bosque. Ficarei esperando aqui.

O monstro pensou naquilo. Meu coração martelava contra as costelas. Calculei que morreria se atacasse. Mas não poderia deixar que o monstro matasse Grover.

– Sátiro grelhado com chutney de manga – pensou Polifemo.

Ele olhou de novo para Clarisse, ainda pendurada acima do caldeirão de água fervente.

– Você também é um sátiro?

– Não, seu grande monte de esterco! – berrou ela. – Eu sou uma menina! Filha de Ares! Agora me desamarre para que eu possa arrancar seus braços!

– Arrancar os meus braços – repetiu Polifemo.

– E enfiá-los garganta abaixo!

– Você tem coragem.

– Ponha-me no chão!

Polifemo ergueu Grover como se ele fosse um cachorrinho desobediente.

– Agora tenho de pastorear carneiros. Casamento adiado para de noite. Então comeremos sátiro como prato principal!

– Mas... você ainda vai se casar? – Grover pareceu ofendido. – Quem é a noiva?

Polifemo olhou na direção do caldeirão fervente. Clarisse soltou um som estrangulado.

– Ah, não! Você não pode estar falando sério. Eu não sou...

Antes que Nós pudéssemos fazer alguma coisa, Polifemo a arrancou da corda como se ela fosse uma maçã madura e a jogou junto com Grover no fundo da caverna.

– Fiquem à vontade! Voltarei ao pôr do sol para o grande evento!

Então o ciclope assobiou e um rebanho misto de bodes e carneiros – menores que os comedores de gente – saiu da caverna, passando por seu amo. Enquanto eles seguiam para o pasto, Polifemo dava palmadinhas nas costas de alguns e os chamava pelo nome – Beltbuster, Tammany, Lockhart (Saiu direto do St.Magus e foi para a ilha de Polifemo, parabéns Prof.Lockhart) etc. Quando o último carneiro se afastou bamboleando, Polifemo rolou uma rocha na frente da entrada tão facilmente como se fechasse uma porta de geladeira, isolando o som dos gritos de Clarisse e Grover lá dentro.

– Mangas – resmungou Polifemo consigo mesmo. – O que são mangas?

Ele foi caminhando tranquilamente montanha abaixo em sua roupa de noivo azul-bebê, deixando-nos sozinhos com um caldeirão de água fervente e uma rocha de seis toneladas.

 

POV Percy 

 

Tentamos pelo que nos pareceram horas, mas não adiantou. A rocha não se movia. Gritamos para dentro de fendas, batemos na pedra, fizemos tudo em que podíamos pensar para transmitir um sinal a Grover, mas, se ele nos ouviu, não podíamos saber. Mesmo se por algum milagre conseguíssemos matar Polifemo, não adiantaria. Grover e Clarisse morreriam dentro da caverna fechada. A única maneira de mover a rocha seria conseguir que o ciclope o fizesse. Em total frustração, Ivy golpeou Mandacorente contra a rocha. Voaram fagulhas, mas não aconteceu nada além disso. Uma grande rocha não é o tipo de inimigo que se possa combater com uma espada mágica. Nós quatro nos sentamos no cume, desesperados, e observamos a forma distante em azul-bebê do ciclope enquanto ele se movia entre seus rebanhos. Sabiamente, ele separara os animais comuns dos carneiros comedores de gente, colocando cada grupo de um lado da enorme fenda que dividia a ilha. O único meio de atravessar era a ponte de corda, e as tábuas eram separadas demais para cascos de carneiros. Observamos enquanto Polifemo visitava seu rebanho carnívoro, no lado mais distante. Infelizmente, eles não o comeram. Na verdade, nem ao menos pareciam incomodá-lo. Ele lhes deu pedaços de carne misteriosa de uma grande cesta de vime, o que apenas reforçou a sensação que eu tinha desde que Circe me transformara em porquinho-da-índia: talvez fosse hora de me juntar a Grover e me tornar vegetariano.

– Um truque – concluiu Annabeth. – Não podemos vencê-lo pela força, portanto teremos de usar um truque.

– Certo. Que truque? – Eu perguntei.

– Ainda não resolvi essa parte.

– Beleza. – disse Ivy, mas diferente deste outras vezes ela não estava zombando, e sim pensando, surpreendente, não?

(Ivy: Vai tomar no meio do teu cu, Percy)

– Polifemo terá de mover a rocha para deixar os carneiros entrar. – lembrou Austin.

– Ao pôr do sol – falei. – Que é quando ele vai se casar com Clarisse e jantar Grover. Ainda não sei o que é mais nojento. – disse Ivy, ah descobri no que ela estava pensando

(Ivy: Cala a boca, Perseus Jackson.)

– Podemos ficar invisíveis e entrar. – disse Annabeth 

– E eu?

– Os carneiros – ponderou Annabeth.

Ela nos deu um daqueles olhares travessos que sempre me deixavam desconfiado.

– Você gosta muito de carneiros?

– Fudeu – Ivy murmurou

 

POV Ivy 

 

– Só não se soltem! – disseram Annabeth e Austin, invisíveis em algum lugar à minha direita. Para eles, era fácil falar. Eles não estavam pendurados de cabeça para baixo na barriga de um carneiro. Agora, admito que não fora tão difícil quanto eu pensara. O carneiro não se importou. Até mesmo o menor dos carneiros do ciclope era bastante grande para suportar meu peso, e eles tinham uma lã espessa. Eu simplesmente a torci, formando alças para as minhas mãos, enganchei os pés nos ossos das coxas do carneiro e pronto: eu me sentia como um pequeno canguru, zanzando acomodado contra o peito do carneiro, tentando manter a lã longe da boca e do nariz. Caso você esteja intrigado, a parte de baixo de um carneiro não tem um cheiro assim tão bom. Imagine um suéter de inverno que foi arrastado pela lama e deixado no cesto de roupa suja por uma semana. É algo assim.

O sol estava se pondo. Percy ainda nem tinha se bem ageitado na posição, o ciclope rugiu:

– Oi! Bodinhos! Carneirinhos!

O rebanho, obediente, começou a caminhar laboriosamente ladeiras acima, em direção à caverna.

– É isso aí! – sussurrou Annabeth para Percy. – Vou estar por perto. Não se preocupe.

Fiz uma promessa silenciosa aos deuses de que, se Annabeth sobrevivesse àquilo, diria a Annabeth que ela é um gênio. O assustador era que eu sabia que os deuses iriam me cobrar. Meu táxi-carneiro começou a subir a colina. Depois de uma centena de metros, minhas mãos e meus pés começaram adormecer. Agarrei a lã com mais força, e o animal fez um ruído inarticulado. Não o culpei. Eu não gostaria de alguém escalando por meus cabelos. Mas, se eu não me agarrasse, certamente cairia ali mesmo, bem na frente do monstro.

– Hasenpfeffer! – disse o ciclope, afagando um dos carneiros na minha frente. – Einstein! Widget... Ei, Widget!

Polifemo deu uns tapinhas no carneiro de Percy e quase o derrubou no chão.

– Ganhando um pouco de lã extra, hein? Merda, pensei, é agora. Mas Polifemo apenas riu e deu uma palmada no traseiro do carneiro, empurrando-nos para a frente.

– Lockhart! Você também? – ele também deu uma palmada do meu Carneiro.

– Vão andando, gorduchos! Logo Polifemo irá comê-los no café-da-manhã! 

E, simples assim, nós estávamos dentro da caverna. Pude ver o último dos carneiros entrando. Se Annabeth e Austin não começassem logo a distraí-lo... O ciclope estava para rolar a rocha de volta a seu lugar quando de algum canto do lado de fora, Annabeth e Austin gritaram:

– Olá, feioso!

Polifemo ficou rígido.

– Quem disse isso?

– Ninguém! – gritaram os dois juntos (eu tinha que admitir que eles tinham uma sincronia perfeita). Aquilo provocou exatamente a reação que eles esperavam. A cara do monstro ficou vermelha de raiva.

– Ninguém! – Polifemo berrou de volta. – Eu me lembro de você!

– Você é estúpido demais para se lembrar de alguém – provocaram Annabeth e Austin. – Muito menos de Ninguém.

Pedi aos deuses que eles já estivessem em movimento quando disseram aquilo, porque Polifemo urrou furiosamente, agarrou a rocha mais próxima (que por acaso era sua porta da frente) e a atirou na direção do som da voz de Annabeth. Ouvi a pedra se despedaçar em mil fragmentos. Por um momento terrível fez-se silêncio. Então Annabeth e Austin gritaram:

– Você também não aprendeu a atirar pedras melhor!

Polifemo uivou.

– Venha para cá! Deixe-me matar você, Ninguém!

– Você não pode matar Ninguém, seu imbecil estúpido – eles provocaram. – Venha me achar!

Polifemo disparou colina abaixo na direção da voz deles. Essa coisa de "Ninguém" poderia não ter feito sentido para outras pessoas, mas era esse o nome que Ulisses usara para enganar Polifemo séculos atrás, antes que ele acertasse o olho do ciclope com uma grande estaca quente. Annabeth calculou que Polifemo ainda guardaria rancor daquele nome, e estava certa.

No frenesi para encontrar o velho inimigo, ele se esqueceu de fechar novamente a entrada da caverna. Parecia nem ter parado para pensar que eram duas vozes falando, enquanto o primeiro Ninguém era só um. Por outro lado, ele queria casar com Grover, portanto não era assim tão brilhante. Eu só esperava que Annabeth e Austin pudessem permanecer vivos e continuarem distraindo o monstro por tempo suficiente para que eu e Percy encontrassemos Grover e Clarisse.

Desci da minha carona, dei uma palmadinha na cabeça de Lockhart e pedi desculpas. Eu e Percy procuramos na sala principal, mas não havia sinal de Grover e Clarisse. Forçamos passagem por entre a multidão de carneiros e bodes, em direção ao fundo da caverna. Muito embora tivéssemos sonhado com aquele lugar, foi difícil encontrar nosso caminho pelo labirinto. Descemos corredores atulhados de ossos, passamos por salas cheias de tapetes de pele de carneiro e carneiros de cimento em tamanho real, que reconheci como obra da Medusa. Havia coleções de camisetas de carneiro; grandes tonéis de creme de lanolina; casacos, meias de lã e chapéus de lã com chifres de carneiro.

Finalmente, encontramos a sala do tear, onde Grover estava agachado num canto, tentando cortar as amarras de Clarisse com uma tesoura.

– Não adianta – disse Clarisse. – Essa corda parece ferro!

– Só mais alguns minutos!

– Grover – gritou ela, exasperada. – Você está trabalhando nisso há horas!

E então ela nos viu.

– Jacksons? – disse Clarisse. – Vocês deviam ter sido explodidos!

– Bom ver você também, Idiota. Agora fique quieta enquanto nós...

– Perrrrrrrcy! – baliu Grover, e se atracou em Percy com um abraço de bode. – Você me ouviu! Você veio!

– Sim, parceiro – falou Percy. – É claro que eu vim.

– Ei! Eu também estou aqui, Grover – Grover também me deu um abraço de bode.

– Onde estão Austin e Annabeth?

– Lá fora – respondi. – Mas não temos tempo para conversa. Clarisse, fique parada.

Deu e Percy puxados as espadas e cortamos as cordas. Ela se pôs em pé, rígida, esfregando os pulsos. Olhou-me com raiva por um momento, depois fitou o chão e murmurou:

– Obrigada.

– De nada – falou Percy. – Então, havia mais alguém a bordo do seu bote salva-vidas?

Clarisse pareceu surpresa.

– Não. Só eu. Todos os outros a bordo do Birmingham... bem, eu nem sabia que vocês tinham escapado.

Uma explosão ecoou pela caverna, seguida por gritos que me fez perceber que poderia ser tarde demais. Era Annabeth gritando de medo.

 


Notas Finais


Com quem vcs shippam a Ivy?


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