História Percy Jackson - Uma nova profecia - EM REVISÃO - Capitulo trinta e três -Despedidas.

Flashback on- Cap. 32- Percy

 -A estratégia e a magia devem juntos caminhar.

  Um sono profundo á todos irá alcançar.

  O brilho na escuridão,

  acabara com toda a solidão...

  -Para a maldição se romper. –Ella continuou. -A batalha não irão vencer.

[...]

  -Para a ilha perdida

  Com a serpente destruída

  Nove irão partir

 E o sinal da estrela deprimida deverão seguir.

 Em duplas voltarão

 Acabando com toda a maldição.

Flashback off

  Percy:

  Rachel caiu desacordada em sua cadeira, todos ficaram surpresos demais para dizer qualquer coisa. Duas profecias no mesmo dia era impactante e quase impossível; mesmo que uma delas já tenha sido descoberta á um tempo.

 -Vou buscar néctar! –Tainara falou, já saindo da sala.

 -Espera! Você não sabe onde fica. –Connor gritou. –Eu vou com você e te mostro.

  O garoto saiu em disparada para alcançar Tainara, que apesar de hesitar, aceitou sua ajuda; Tobias bufou e fechou os punhos.

 -Era só o que me faltava.

 -Ella não quer mais ficar, preciso voar, muito tempo no mesmo lugar. –A harpia alçou voo para fora da sala do Senado.

 -Eu preciso proteger Ella. –Tyson também saiu.

  Minutos depois Tainara e Connor estavam de volta; Annabeth colocou um pouco de néctar na boca de Rachel, a ruiva acordou confusa.

 -Aconteceu de novo não é?

-Sim, mas você se lembra do que aconteceu?

 -Mais ou menos.

 -Ótimo. -Reyna estava um pouco séria. -Agora precisamos voltar à reunião para vermos o que faremos.

  Ninguém discutiu, agora tínhamos duas profecias para nos preocupar.

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 Tainara:

 -Já disse que não! –A pretora falou se levantando de sua cadeira.

 -Mas Reyna tem que ser assim. –O outro pretor questionou. –O acampamento depende disso.

 -Eu sei, mas tem que haver outro jeito... Eu me recuso a sair em uma missão com um...

 -Se a senhora me permite interromper. –Tentei manter a voz firme, mas era difícil com todo mundo me olhando. –Júlio é um ótimo amigo, um excelente feiticeiro, bom estrategista e possui muitas outras qualidades que tenho certeza que você descobrirá caso aceite esquecer o ocorrido e ir com ele na missão.

 -Tainara tem razão. –Luke me ajudou. –Sei que não temos direito de interferir nos assuntos importantes, mas nós conhecemos Júlio á tempo suficiente para saber que ele não fez por mal e vai aceitar de bom grado ir à missão com você.

  Reyna nos olhou de cima á baixo como se estivesse analisando a melhor maneira de nos matar; ás vezes aquela garota me dava um pouco de medo, mas sabia que havia um motivo para ela ter aparecido nas lembranças de Júlio, só precisávamos entender.

 -Ok. –Ela falou por fim. –Pelo bem do acampamento e das pessoas eu aceitarei essa missão, mas não o forçarei á nada, muito menos me desculparei.

  Não pude deixar de sorrir. –Pode deixar comigo que eu falarei com ele.

***

 -Você já escolheu esconderijos melhores. –Debochei e me sentei ao seu lado na grama; Júlio deu um sorriso fraco.

 -Eu não estava me escondendo, só vim aqui para pensar um pouco. –Ele fez com que uma pedra aparecesse em sua mão e logo em seguida á atacou no rio. –Sabia que esse rio se chama Pequeno Tibre em homenagem ao verdadeiro?

 -Muito interessante, mas quando você começa assim é porque quer conversar...

 -Sinto lhe informar que você está errada dessa vez.

  O encarei com os braços cruzados. –Sério que vai se fazer de difícil?

 -Fui treinado justamente para isso. –Ele piscou, revirei os olhos.

 -E eu sei de todos os seus pontos fracos Sr.Horfman.

  Ele levantou os braços em forma de rendição. –Ok, Ok. Eu te subestimei. Nada de desenterrar o passado tá legal.

 -Na verdade é exatamente por esse motivo que estamos conversando.

  Júlio ficou sério e bufou. –Não sei do que você está falando.

 -Quer dizer que já esqueceu sua atitude infantil na sala do Senado?

 -Foi ela que começou...

 -Nem pense em continuar. –Falei séria. –Nós dois sabemos do porquê de você ter feito aquilo, novamente deixou que seus sentimentos falassem mais alto.

  Ele passou a mão no cabelo verde despenteado, materializou outra pedra e á jogou; depois respirou fundo e disse por fim.

 -Você está certa, eu não queria ter agido daquela forma, mas ver a responsável por toda a destruição da minha vida á alguns centímetros de mim. Não foi fácil separar os sentimentos bons e ruins. –Um sorriso fraco se formou em seus lábios. –Ainda mais com essas vozes sussurrando em minha cabeça dizendo o que tenho que fazer. –Ele olhou para o lago. –Às vezes penso que seria mais fácil desistir de tudo e aceitar logo a punição eterna por todas essas décadas.

 -Não diga isso. As coisas não têm sido fáceis pra nenhum de nós há mais de séculos; tivemos nossas vidas viradas de cabeça pra baixo por pequenos atos que julgávamos sem importância. –Falei perdida pelas nossas lembranças. –Durante muito tempo fiquei me perguntando como teria sido caso eu e minha irmã nunca tivéssemos escutado a história do príncipe da lua; se ao invés de procurar por vingança eu escutasse os conselhos de minha mãe e escolhesse recomeçar a vida em um lugar novo; ou se eu nunca tivesse fugido dos campos de punição e aceitasse de uma vez por todas as consequências de meus atos...

 -Poderia ter sido diferente.

 -Tenho certeza que teria sido diferente. –Falei sorrindo. –Mas em qualquer uma dessas alternativas eu teria morrido há muito tempo e jamais conheceria você e Luke; nunca saberia da existência de alimentos tão saborosos. –Ele riu. -E acima de tudo, viveria com um completo vazio dentro de mim, por todos os “e se” que deixaria para trás. 

 -Nossa! –Júlio arregalou os olhos. –Precisa parar de andar com o Luke, isso está te deixando conselheira de mais.

  Empurrei-o com o ombro e ri. –Tonto!

 -Mas é verdade!

 -O que é verdade? –Luke apareceu um pouco sério. –Que você foi o responsável pelo sumiço de Thalia? –Ele falou apontando o dedo para Júlio que ao invés de revidar baixou a cabeça.

 -Eu não sabia que ela se jogaria na frente.

 -Então você realmente jogou um feitiço de bloqueio na gente, não é? –Foi a minha vez de acusa-lo; eu e Tobias percebemos isso quando fomos capazes de nos mexer mesmo depois que Piper falou para todos ficarem parados. –Responde Júlio!

 -Eu já disse que não sabia...

  Luke o ergueu pela camiseta, os dois tinham a mesma altura e porte físico, porém Júlio continuou calmo.

 -Como você pode fazer isso? –Luke gritou. –Ela não tinha nada a ver com o assunto.

 -Eu sabia do seu plano e da Tainara, não podia deixa-la morrer. –Júlio respondeu com tom de voz seco.

 -Essa decisão não cabia á você Júlio. –Estava irritada e indignada, então foi ele que causou minha distração, se não fosse por Júlio, Thalia estaria viva.

 -Achou mesmo que eu á deixaria morrer? –Luke parecia mais indignado do que bravo.

 -Você conhece essas pessoas á mais tempo que a gente... Não podia arriscar.

  Luke jogou Júlio no chão e começou á andar de um lado para o outro, enquanto ele apenas endireitou-se na grama e esperou.

 -Vocês são minha família droga! Jamais deixaria algo ruim acontecer, não adiantaria em nada reconquistar a confiança deles sem tê-los por perto. –Luke passou as duas mãos no cabelo preto. –Era pra mim ter ido no lugar delas, eu não deixaria ninguém morrer.

 -Ninguém além de você. –Falei com a voz embargada. –Acha que eu me sentiria menos mal caso isso acontecesse?

 -Claro que não, mas eu não suportaria viver sem vocês... –Ele baixou o tom de voz. –Não posso cometer o mesmo erro duas vezes... Eu falhei... Ela se foi...

  Depois disso não foi mais necessário palavras, ajudei Júlio a se levantar e juntos abraçamos Luke que apesar de surpreso aceitou sem discutir.

 -Cara! Eu realmente não sabia que aquilo ia acontecer, na hora só pensei em tirá-los do perigo. –Júlio desculpou-se.

 -Eu sei disso, todos agimos por impulso quando o assunto envolve a parte sentimental. –Luke respondeu.

 -Tem um jeito de você se redimir.

  Falei e Júlio me olhou confuso, Luke riu, pois pensou o mesmo que eu. Não que ele realmente precisasse se redimir de algo, mas... Ainda queria descobrir o que aconteceria na missão.

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Reyna:

  Vênus só pode estar brincando comigo. Como se não bastasse eu ter que lidar com o peso de um acampamento inteiro nas costas; ainda sou obrigada á lutar contra conflitos amorosos dentro de mim. Eu realmente nasci para viver sozinha, não importa o quanto tentasse essas coisas sempre aconteciam.

  Agora aqui estou eu, arrumando minhas coisas para sair em busca de um antidoto que é extraído de uma pedra muito rara encontrada nos cafundós de Judas, mais especificamente no Afeganistão.

  O pior que ir para o lugar onde só há guerra, é ter que partir com um garoto sem noção que se acha no direito de mandar em todos; sorte dele que Piper me fez parar, se não teria feito picadinhos daquele pedaço de grama ambulante.

  Só não estou tão brava porque seus amigos conseguiram convencê-lo de desculpar-se e trazer Aurum e Argentum de volta.

 -Posso entrar? –Piper apareceu na porta, balancei a cabeça e terminei de pegar minhas coisas.

 -Já estava indo encontrá-los, só precisava conferir tudo. -Peguei a mochila e encarei Piper que me entregava uma xicara com um liquido verde, torci o nariz com o cheiro. -O que é isso?

 -Will pediu pra mim te dar, é um antidoto contra os efeitos causados pela poção, assim você terá mais facilidade em controlar suas emoções.

  Tomei tudo em único gole, fazendo o possível para não expressar o mau gosto que aquilo possuía; Piper riu.

 -Não adianta tentar disfarçar, Nico fez a mesma cara e á julgar pelo cheiro não é muito bom.

  Entreguei o copo de volta. –Eu adoraria ter uma...

 -Xicara de chocolate quente? –Piper sorriu e me entregou sua segunda xicara que tinha um cheiro muito melhor.

 -Obrigada. –Tomei um gole do maravilhoso liquido e sorri.

 -Não há de que.

 -Nico, Will, Rachel e Ella irão mesmo ficar?

 -Sim, alguém precisa defender o acampamento enquanto estivermos em missão. –Piper respondeu. –Além do mais Will se recusa a abandonar seus pacientes, ele tem esperanças de conseguir fazer um antidoto contra os pesadelos que as pessoas estão tendo.

  Franzi a sobrancelha. –Como pretende fazer isso?

 -Você e Nico foram o primeiro teste, caso funcione, Will ira apenas aprimorar o antidoto para funcionar como um bloqueio.

 -E como ele vai saber que funcionou?

 -Por esse motivo que Nico irá ficar, além de ajudar Will e Rachel á proteger o acampamento e Ella, ele passará por uma série de “testes” que avaliarão os resultados do remédio.

 -E como...

 -Não faço a mínima ideia, Will disse que é sigilo profissional.

 -Ok... E Tyson?

 -Ele está recebendo as instruções de Júlio sobre como manter o coração da serpente bem guardado durante a viagem e Percy já chamou a Sra.Oleary para leva-lo pelas sombras para o acampamento meio sangue.

 -Ótimo e...

 -Todos nós estamos te esperando no pequeno Tibre.

 -Já estão todos lá? –Falei surpresa.

 -Sim! Vamos?

 -Pode ir na frente, preciso ter certeza de que está tudo certo para partirmos.

 -Tem certeza de que não quer ajuda? –Piper parecia preocupada, sorri para tranquiliza-la.

 -Mais certeza impossível.

  Depois de hesitar por alguns segundos, Piper saiu. Passei a mão na face e respirei fundo, dei uma última olhada nos poucos pertences que haviam em meu quarto e fui em direção à janela assobiando; alguns segundos depois Guido apareceu, acariciei sua cabeça.

 -Ei amigão. Está pronto para uma aventura?

  Ele relinchou feliz; ainda estava um pouco desconfortável por leva-lo junto, mas segundo Percy, Guido implorou para ir conosco na missão, e achei melhor não discutir com alguém que fala a linguagem dos cavalos.

  Subi em seu lombo e passei a mão em seu pescoço.

 -Vamos?

  Em resposta Guido saiu em disparada pelo céu; resolvi fazer o caminho mais longo passando por Nova Roma, ainda era difícil ver que uma cidade tão agitada e cheia de vida, estava completamente deserta e silenciosa, eu daria tudo para ouvir pelo menos as lamurias dos lares que rodeavam a cidade. Mas sabia que isso voltaria a acontecer, tudo que precisava fazer era ter sucesso na missão.

  Assim que cheguei no Pequeno Tibre desmontei de Guido; Tyson estava se despedindo de Percy com um enorme abraço de urso, ele acenou pra mim e fiz o mesmo, então o grandão subiu nas costas do cão de estimação de Percy e com um único salto da Sra.Oleary, ambos desapareceram na escuridão, levando consigo o coração da serpente indestrutível.

  Annabeth, Hazel e Piper apareceram e me abraçaram, não hesitei em retribuir o gesto, já faz mais de meses que temos nos aproximado e devo admitir que as considero grandes amigas.

 -Até logo Reyna. –Hazel falou

 -Tenham cuidado e nos mantenham informados. –Foi à vez de Annabeth falar.

 -E acima de tudo. –Piper começou. –Não se deixe levar pelos sentimentos negativos.

 -Podem deixar. –Sorri pra elas. –Vocês também tenham uma boa viagem e assim que encontrarem a ilha tentem me comunicar.

 -Com certeza. –As três responderam juntas.

 -E dou a minha palavra que pelo menos eu voltarei viva da missão. –Falei olhando com o canto dos olhos para Júlio que conversava com seus amigos.

 -O que eu acabei de dizer sobre sentimentos negativos? –Piper cruzou os braços e tentou ficar séria; nós três rimos.

 -Vou tentar me controlar.

  Elas me abraçaram novamente e deram passagem para Jason, Percy e Frank; todos eles me abraçaram (não de uma vez como as meninas).

 -Então é isso. –Jason começou. –Boa sorte na busca de vocês e nos vemos em breve.

 -Igualmente Jason.

  Ele sorriu e se afastou indo para o lado de Piper, por mais que ainda me doesse vê-los juntos, já não é com a mesma intensidade de um ano atrás, muitas coisas aconteceram e me fizeram perceber que nunca daríamos certo juntos.

 -Adeus parceira. –Sai de meus pensamentos e prestei atenção em Frank. –Sei que você conseguirá e ainda chegará primeiro que a gente.

  Levantei uma das sobrancelhas. –Isso é um desfio?

  Ele riu e deu de ombros. –Vamos ver se consegue cumpri-lo.

 -Fechado. –Apertei sua mão e logo em seguida ele saiu. Foi à vez de Percy.

 -Tenham cuidado e nos mantenha informados de tudo. Ok? –Ele falou sério e não pude deixar de rir.

 -Annabeth falou a mesma coisa.

 -Isso é pra ver se enfiamos na sua cabeça que você não está indo na missão sozinha e apesar do modo como começaram precisam confiar um no outro.

 -Vou tentar me lembrar.

  Ele franziu as sobrancelhas. –Vou considerar isso um sim.

  Depois das despedidas, os nove saíram dos limites do acampamento e não pude mais avistá-los, fiz um último pedido de proteção à qualquer um que estivesse do nosso lado.

 -Não se preocupe com eles. –Nico apareceu do meu lado. –Vai dar tudo certo.

 -Não é com eles que estou preocupada. –Falei olhando ao redor.

 -Essa doeu! –Ele falou com a mão no peito. –Não precisa se preocupar com o acampamento que farei o possível para não enchê-lo de mortos vivos.

 -Se pensar nessa hipótese eu o tornarei um deles. –Falei fingindo estar zangada.

 -É por isso que estou aqui. –Will falou se aproximando. –Para por ele na linha. –Ele colocou a mão em um dos ombros de Nico fazendo o garoto sorrir.

 -Fico feliz de Rachel e Ella estarem aqui para tomar conta de vocês. -Falei rindo da cara de ofendidos que eles fizeram.

 -Na gente você pode confiar. –Rachel apareceu sorrindo.

 -Estou mais tranquila agora.

 -Com licença. –Júlio pigarreou um pouco nervoso. –Sei que a conversa está ótima, mas é que Guido já terminou de comer e precisamos ir antes de escurecer.

 -Claro.

  Falei um pouco receosa, me despedi deles, dei um último aviso para Nico e montei em Guido, Júlio subiu logo em seguida; infelizmente não havia outro Pégaso acordado ou que pudesse chegar aqui sem correr o risco de um deus ataca-lo, ou seja, havia uma grama ambulante atrás de mim.

 -Já fiz o feitiço de proteção, agora podemos ir.

  Concordei com a cabeça e fiz Guido alçar voo pelo céu; segundos depois, já não víamos mais o acampamento.