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História Perdição no Paraíso - O Caminho Para os Elísios - Capitulo XI


Escrita por: HecateAquarius

Notas do Autor


Hellooo amores :v
Tudo bem? Espero que sim :P
Aqui está mais um e não sei, mas acho que haver aí alguns gritos de alegria cof cof...
Boa leitura :)

Capítulo 11 - Capitulo XI


Fanfic / Fanfiction Perdição no Paraíso - O Caminho Para os Elísios - Capitulo XI

                O dia estava incrivelmente luminoso, os pássaros cantavam e o vento passava levemente na copa das árvores, agitando as suas folhas. Na beira de um lago, aos pés do castelo de Hades, Cristina tocava tranquilamente a sua guitarra acústica, olhando a calmaria daquelas águas cristalinas. Não saia da sua cabeça aquela luta, que travara com Minos e da forma vergonhosa como havia lutado contra aquele espectro. Queria deixar os seus “mestres” orgulhosos, mas não via maneira de tal acontecer tão depressa. As notas saiam pesadamente daquela guitarra, desconcertando um pouco a paisagem paradisíaca a sua volta.

- Vejo que alguém se encontra distante hoje! – A voz de Hypnos atrás dela, fê-la parar de tocar e olhar para trás, encontrando o deus com um sorriso, a encara-la.

- É! Hoje não estou nos meus dias… - Ela responde um tanto abatida, pousando a guitarra sobre a relva, enquanto Hypnos se sentava ao seu lado a olhar o lago.

- Que se passa? – De certa forma, o deus do sono preocupava-se com o bem-estar dela e gostava das longas conversas que tinham, afeiçoando-se desta forma a jovem.

- Gostava de poder deixar-vos orgulhosos… - Ela pousa a cabeça sobre os joelhos, reparando que estava com aquele maldito vestido grego no corpo. Não se lembrava de o ter vestido e agora que pensava melhor no assunto, também não se lembrava de como havia ido ali parar, nem de como havia saído do Inferno. – Nós estamos na minha cabeça, não é mesmo?

- É o único lugar onde posso conversar contigo neste momento! – O deus deixa o seu corpo cair para trás, descontraindo em cima da relva com os braços atrás da cabeça.

- Logo vi! – Ela responde sarcasticamente. – É assim tão grave o meu estado?

- Não, apenas te recusas a acordar… Mais uma vez!

- Se calhar seria melhor não acordar mesmo! – Revoltada, ela pega na guitarra novamente.

                O deus apenas a fita sério, vendo que ela não estava a brincar e que tinha plena consciência de tudo aquilo que se estava a passar fora da sua mente.

- Estás com medo de quê? – O deus levanta o tronco, a encarando seriamente.

- Não tenho nem coragem de olhar para vocês! – Ela baixa o seu olhar, fazendo de conta que mexia nas cordas da guitarra. – Passei dois anos a treinar com dois deuses poderosos e mal consegui tocar num maldito espectro…

- Qual a ultima coisa de que te lembras? – Hypnos semicerra os olhos, desconfiando de que ela não se lembrava de tudo aquilo que acontecera.

- Estar presa nos fios invisíveis do Minos e… - Fez uma pausa antes de concluir o seu raciocínio, olhando as águas do lago. - … o Thanatos!

- Tu despertas-te o teu cosmos e atacas-te o Minos com tamanha violência, que nem ele próprio percebeu o que aconteceu! – O deus concluiu, deixando Cristina com uma expressão admirada. Gentilmente, ele segura o seu queixo e a faz olhar diretamente nos seus olhos. – Não nos podias ter deixado mais orgulhosos, pois aquele combate foi em tudo desigual. Minos não é alguém para ser levado de ânimo-leve numa luta e só o facto de o teres conseguido derrubar, já foi muito…

- Eu… - A loira não sabia o que responder perante aquela revelação, perdendo a voz.

- Thanatos não saiu da tua beira desde que perdes-te os sentidos, nem tão pouco deixa alguém aproximar-se, tal como quando foste atingida por aquela bala! - Só o facto de saber aquilo, fez um sorriso ligeiro aparecer no rosto da jovem, o que não passou despercebido aos olhos do deus. – Fica o tempo que precisares, apenas não demores, pois os teus treinos ainda não acabaram…

                Após aquele pequeno aviso, Hypnos levanta-se e vai embora, deixando a loira na beira do lago. A relação que ela tinha com o irmão intrigava-o, chegando mesmo a temer que algum envolvimento surgisse entre os dois, pois ele sabia que Thanatos tentava a todo custo reprimir qualquer sentimento que nutrisse por ela. Contudo, quando chegava a hora da verdade, era sempre o prateado que estava lá ao lado dela, contra todas as possibilidades. Não que fosse algo fora do normal deuses e humanos envolverem-se, mas ainda assim não deixava de ser estranho e preocupante, principalmente porque poderia colocar todo aquele projeto em causa.  

                No quarto, Thanatos apenas observava o irmão fazer o trabalho dele, tal como da primeira vez, ansioso para que ele trouxesse consigo a loira. Contudo, Hypnos desperta mas Cristina permaneceu da mesma maneira, para inquietação do deus da morte.

- Então? – Pergunta Thanatos ansioso.

- Ela vai voltar, nem que seja para te ver! – Responde Hypnos secamente, afastando-se da jovem.

- Como assim?

- Esta miúda venera-te até aos ossos e fará de tudo para te deixar orgulhoso. Mas sinceramente, isso tu já sabias, portanto não entendo o motivo desta conversa!

- Porque tanta agressividade em tuas palavras? – Thanatos fecha o cenho, perante a atitude do irmão.

- O que tu lhe fizeste? Por que raio ela te venera tanto?

- Nada, não fiz absolutamente nada… Não entendo o teu ciúme, se é a ti que ela admira! – O deus da morte lança aquelas palavras ao irmão, deixando-o surpreso. – É isso mesmo! Se há alguém aqui que ela ouve, és só tu!

- Isso não é verdade! – Hypnos cruza os braços, tentando prevalecer por cima naquela discussão.

- É sim! Ela é inteligente, certamente que almeja ser como tu. O ponderado, o calmo…

- Pára com a ironia!

- Querem parar de discutir? – A voz fraca de Cristina fez os deuses calarem-se e olharem para ela. – É impossível dormir quando vocês os dois gritam como babuínos!

- Como te sentes? – Pergunta Hypnos, desprendendo a sua atenção do irmão.

- Parece que me passou um camião por cima! – A loira tenta sentar-se na cama, fazendo uma expressão de dor cada vez que se mexia. Havia ouvido parte da discussão e sentia-se um tanto desconfortável por eles estarem a discutir por causa dela. – Eu gosto e admiro vocês os dois da mesma forma! Quanto as minhocas que coloquei na cabeça, isso só a mim diz respeito…

                Ela olha Thanatos, corando um pouco ao dizer aquilo, mas não podia deixar de ser sincera.

- Quando voltamos aos treinos? – Ela pergunta friamente, olhando-os séria.

- Em breve… - Thanatos tentava não dar qualquer importância ao assunto discutido anteriormente, mas destas vez não tinha como ficar indiferente. – Hypnos, se não te importas, sai! Preciso falar com ela…

- Atenção, Thanatos! – Hypnos olha o irmão pelo canto do olho. – Há muito em jogo aqui…

- Não te preocupes!

                Após a resposta seca de Thanatos, o deus do sono saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Sentia ciúme da aproximação dos dois, mas lá no fundo sabia que ela não queria mais a um do que o outro.

                Sozinhos naquele quarto, Thanatos e Cristina encararam-se seriamente, como se buscassem as palavras certas para iniciar um diálogo. Durante os dois anos que haviam passado juntos, nunca haviam sentado para conversar, algo que nunca aconteceu com Hypnos, que fazia sempre questão de saber mais sobre ela. Thanatos havia decidido afastar-se dela e limitar o convívio de ambos unicamente aos treinos. Não conseguia lidar com seus conflitos interiores a volta dos humanos e consequentemente, a volta dela.  

- O que queria falar comigo? – Cristina ajeita-se na cama, sentindo dor pelo corpo todo sempre que se mexia.

                Para seu desagrado, o deus nada respondeu, ficando apenas a olha-la de uma maneira diferente do habitual.  Movido pela sua forma impulsiva, Thanatos senta na cama ao lado dela, para surpresa da loira, que apenas mergulhou nos prateados olhos do deus. Sem pedir qualquer permissão, o deus agarra o corpo dela de rompante, o colando no seu. A loira nada disse, nem sequer reclamou das dores que sentiu, deixando-se simplesmente envolver pelos braços forte dele. O deus aproximou o seu rosto do dela, fazendo os lábios quentes apenas roçarem, como se estivesse indeciso em relação a tudo aquilo. A respiração acelerada da loira, chocava com a sua, dando a ele uma sensação de leveza e intensificando o seu desejo por provar aqueles lábios, que a muito chamavam pelos dele em silêncio. Subiu uma mão a nuca dela e comprimiu os lábios de ambos, num beijo inocente e quente ao mesmo tempo.

                O tempo a volta de Cristina mais parecia ter parado, pois esperava tudo dele, menos aquilo. A muito que não era tocada daquela forma, que instantaneamente aqueceu o seu corpo e a fez apertar as costas dele sem cerimonia. Não sabia bem explicar o que sentia pelo deus, até porque nunca havia nutrido qualquer esperança em relação a algo tão inatingível como ele, contudo sentiu-se no céu ao ver tal possibilidade abrir-se diante de si. Seus lábios eram quentes, seu cheiro doce e seu toque divino, a fazendo esquecer qualquer sentimento que pudesse ainda nutrir em seu peito.

                Sucumbindo aos seus desejos, Thanatos agarra o corpo dela de forma faminta o puxando para cima do seu e o apertando com suas mãos, como se o mapeasse por inteiro. A loira gemeu a cada toque, completamente entregue a ele, como se o resto não importasse. Contudo, numa última réstia de sanidade, o deus afasta-se e a olha sem saber ao certo o que dizer. Viu, o rosto dela, rubro e sua respiração ofegante, sentindo cada vibração do seu frágil corpo pedir por mais um pouco de si.

- É melhor descansares! – O deus simplesmente dá um beijo na testa dela, fechando os olhos para acalmar a excitação em que havia mergulhado naquele momento. – Eu tenho de ir…

- Não, Thanatos…- Cristina agarra o seu braço, impedindo que ele se levantasse. – Eu sei que tudo isto é louco e… Enfim, eu apenas quero estar em seus braços.  

                Ela ganha coragem de dizer alguma coisa, contudo o deus apenas ficou calado, com uma expressão séria em seu rosto. Por milénios, desprezara os humanos e agora via-se apaixonado por uma. O seu conflito interior era demasiado grande, para que ele próprio pudesse pensar em dizer alguma coisa a ela.  

- Teu corpo precisa de descanso e Hypnos espera-me! – Um pouco frustrado, ele responde, colocando o seu dedo indicador sobre os lábios dela. – Recupera e tenta dar-me o soco que me prometeste. Pois um dia eu irei cobrar se não conseguires.

                Com aquelas palavras, o deus sorri de forma carinhosa, dando um último beijo nos lábios dela antes de se levantar. Embora a arder de desejo, a loira apenas se resignou a aceitar a decisão do deus. Jamais havia provado algo tão divino e maravilhoso como os lábios dele, que a deixaram nas nuvens de forma inexplicável. De forma inocente, ela mordeu o lábio enquanto ele saia, deixando-a novamente sozinha naquele imenso quarto.

                Os dias foram passando e os dois não mantiveram mais qualquer contato, pois Thanatos fizera questão de se isolar por completo. Não demorou para que os três voltassem novamente para o inferno, onde os treinos de Cristina apenas se intensificaram. Seu cosmos era puxado ao máximo por ambos os deuses, levando Cristina ao limite de suas forças na maior parte das vezes. Os dois deuses haviam ficado mais rigorosos, fazendo mesmo a jovem estranhar o comportamento deles. Jamais havia visto Thanatos daquele jeito, duro, malvado e mesquinho, sempre querendo mais esforço do que aquele que ela já fazia. Também Hypnos havia mudado, ficando mais severo nos seus treinos, chegando mesmo a lutar com ela corpo a corpo.

                O deus da morte acabou por sucumbir as suas duvidas, optando por ignorar qualquer coisa que sentisse por ela. Queria que ela ficasse uma guerreira a altura e no máximo das suas forças. Não eram só as suas dúvidas que insistiam em atrapalhar aquele romance improvável, os seus medos também. Temia que um envolvimento entre os dois atrapalhasse todo aquele projeto, que ele e Hypnos haviam criado com ela. Acabou por se resignar a afastar-se completamente dela, mesmo que o seu corpo pedisse pelo dela a cada vez que a visse.

                Os anos foram passando e sob aquelas condições, Cristina acabou por deixar de lado as suas pequenas fantasias com Thanatos, chegando mesmo a esquecer por momentos aquela breve conexão que haviam tido. Não entendera aquela mudança de atitude por parte do deus, contudo chegou a um ponto que sinceramente, já nem lhe importava mais. A doce Cristina acabou por mudar, tornando-se mais dura e séria, consoante a sua força ia crescendo, deixando que as sucessivas desilusões do passado moldassem aquela sua personalidade. De certa forma, acabou por abraçar o cosmos, imposto de uma forma brutal, pelos deuses a ela, durante os treinos. Suas meditações com Hypnos ajudaram-na a encontrar a sua verdadeira força interior e a ligar-se com os elementos que a rodeavam, nomeadamente as trevas que sempre pairavam nas profundezas do inferno. A frieza, do deus da morte, acabaram por deixá-la mais violenta e menos delicada, tal como ele o próprio era.

                Os gritos de agonia das almas, no Tártaro, deixaram de a incomodar e até mesmo lhe dava um certo prazer ouvi-las, pois ela sabia que se elas estavam ali é porque mereciam, porque mais nenhum lugar no inferno era capaz de puni-las como aquele. Do cimo do penhasco de onde as almas caiam no foço, Cristina observava seriamente o destino daqueles seres fracos, que haviam acabado ali. Já se haviam passado cinco anos, desde que deixara toda a sua vida para trás, mas todos os dias ela ia ali, olhar aquelas almas que em tudo lhe lembravam a sua família e a pessoa que um dia ela amou. Não havia mais lágrimas em seus olhos para chorar e de certo modo, os deuses gémeos haviam conseguido aquilo pelo qual tanto tinham batalhado. Um soldado quase prefeito.

- Porque vens aqui todos os dias, boneca? – Uma voz conhecida retirou-a dos seus pensamentos, fazendo-a olhar para trás e encontrar novamente aquele sorriso que ela tão bem conhecia.

- Minos! – Ela cruza os braços assim que se volta, o encarando. – O que te trás a profundeza do inferno?

- Dei por mim a pensar o que seria feito da minha bela marioneta… - O juiz sorri de canto, cruzando também ele os braços. – Todos os dias eu te sigo, como uma sombra. Posso dizer que nunca vi um olhar tão triste como o teu, nem mesmo nas almas condenadas. Parece que não te encaixas neste lugar. Estou errado?

- Tu não sabes nada a meu respeito… - Ela responde secamente, dando-lhe costas e voltando a olhar o fundo do penhasco.

- Sei mais do que tu julgas, boneca… - Ele responde de forma sarcástica. – Sei que tem alguém no teu coração. Alguém que não dizes o nome nem a ti própria, só não sei por que motivo. Pra não falar da tua alma misteriosa, que parece ser uma verdadeira caixinha de surpresas!

- Tudo o que sai da tua boca é um bando de besteira, Minos de Griffon… - Ela volta-se novamente para trás, gritando com ele, irritada.

- Será? – Ele ergue uma sobrancelha, permanecendo calmo perante a atitude dela. – Eu não me engano nas minhas leituras, não é a toa que sou o juiz principal de Hades. Aquele que fecha o destino de todas as almas. Mas enfim, já deu para ver que estás mais forte desta vez, mas ainda não o suficiente para me vencer…

- Pois podes ter a certeza que eu vou-te fazer engolir cada fio que sai desses teus dedos… - Minos apenas sorriu ironicamente, adorando o facto de a ter deixado irritada.

- Uiii como eu amo toda essa agressividade, fico louco! Estou ansioso para que morras, pois nesse momento, nem os teus deuses poderão fazer nada por ti. Pertencerás a Hades e principalmente, a mim. – Um riso estridente inundou o local, fazendo Cristina fechar mais a cara. – Tornar-te-ei o meu bichinho de estimação…

- É o que veremos! – Entre dentes, ela responde, odiando cada vez mais aquele juiz.

                Sem mais a dizer, Minos apenas abriu as suas asas e levantou voou, deixando Cristina novamente sozinha no penhasco. Com raiva, a jovem dá um soco num bloco de rocha que se desfaz por completo. As palavras de Minos fizeram-na pensar e questionar muita coisa que acontecera na sua vida. Fizeram-na lembra-se que tinha um prazo de validade, como qualquer humano e que nem mesmo os deuses podiam evitar isso. Até hoje tentava entender por que motivo Thanatos havia-se afastado daquela maneira, depois de lhe mostrar que realmente a queria. Havia muita coisa que não batia certo na sua cabeça, mas essa era a que mais doía, mesmo que ela tentasse negar a si própria. 


Notas Finais


Sacanagem isso oh Thanatos -.-'
É muito besta mesmo... Tanto faz ser homem humano ou homem Deus.... Falo nada XD
Minos ta que ta... Vamos lá acalmar a pita oh senhor juiz de Griffon U.U
Enfim, espero que tenham gostado e até ao próximo...
Bjnhs :)


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