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História Perdição no Paraíso - O Caminho Para os Elísios - Capitulo XIII


Escrita por: HecateAquarius

Notas do Autor


Ola leitores.
Como vai esse fim de semana?
Então, hoje começa a verdadeira treta nessa fic. Pode-se dizer que o sossego dos nossos pacatos deuses vai ter um fim.
Essa é a parte da fic que mais receio me deu e que até me fez pensar em não postar quando escrevi.
Sinceramente, espero que gostem.
Boa leitura :)

Capítulo 13 - Capitulo XIII


Fanfic / Fanfiction Perdição no Paraíso - O Caminho Para os Elísios - Capitulo XIII

                Naquele imenso paraíso, Cristina acabou por se aborrecer, passando os seus dias a dormir ou simplesmente a roubar livros na biblioteca de Hypnos. Acabou por devorar todos os livros que falavam sobre os deuses, querendo a todo o custo aprender mais sobre aquele mundo, que para ela ainda era um pouco desconhecido. Evitava cruzar o caminho de Thanatos, embora o respeitasse como divindade que era, preferindo passar os seus dias ocupada com outra coisa e não a pensar besteira. Contudo, isso era quase impossível, uma vez que o seu tempo livre era infinito naquele lugar. Sentiu saudades das lutas, pois de certa forma já se havia acostumado aquela vida e havia sido aquilo, que a ajudara a suportar toda a sua perda.

                Para matar ainda mais o seu tempo, pediu autorização ao deus do sono para aprender a tocar a sua flauta, autorização essa que lhe foi concedida. Então, todos os dias ela tocava, descobrindo aos poucos como aquele instrumento de sopro funcionava. A música era a sua vida, para todos os efeitos, havia sido o caminho que ela escolheu, não fossem as intemperes da vida arrancarem-lhe tudo aquilo que ela amava.

Escondido, o deus da morte sempre apreciava-a a tocar aquele instrumento, encantando-se com a leveza com que ela tocava cada nota. Mesmo o seu cantar era o mais belo, que ele já ouvira em todos aqueles milénios.

- Thanatos! – Hypnos apanha o irmão a espirar a loira tocar, assustando-o.

- Que raio Hypnos!! – O deus da morte volta-se para trás e encara o irmão irritado. – Que foi?

- Que foi? Isso pergunto eu!

- Estava de passagem! – Thanatos responde, dando costas ao irmão, que apenas sorri de canto.

- Porque não vais ter com ela de uma vez? – Aquela pergunta fez Thanatos parar e voltar-se para trás confuso. – Não tens nada a perder, agora!

- Minha sanidade! – O prateado responde friamente.

- Tua sanidade vais perde-la se não fizeres alguma coisa. – Hypnos olha a loira, sorrindo amistosamente. – E vais leva-la junto contigo!

- Deves achar-te muito esperto… - Thanatos dá costas novamente, irritando-se com o irmão que apenas o observava. – Mete-te na tua vida!

- Hades chamou-nos para ir a Giudecca! – Hypnos fala um pouco mais alto, fazendo o irmão parar novamente para o ouvir. – E quer que a Cristina vá junto!

- O que ele quer?

- Não faço ideia…

                Thanatos apenas revirou os olhos e seguiu para o seu templo, tendo as palavras do irmão a martelar na sua cabeça. Por sua vez, Hypnos apenas abanou a cabeça, achando o irmão um completo idiota. Passou por entre os pilares brancos, que seguravam o seu templo e tirou a sua flauta das mãos da loira, que o fita admirada.

- Aconteceu alguma coisa? – Ela o fita confusa. – Porque me tirou a flauta?

- Nada, apenas temos de ir ao Inferno! – Ele a notifica também, não podendo deixar de reparar no sorriso que se desenhou no seu rosto. – Isso é tudo felicidade?

- Ah não, apenas me habituei a estar no inferno. – Ela baixa o olhar, ao receber aquela pergunta um tanto irónica da parte de Hypnos. – Só isso…

- O que te incomoda? – Ele segura o queixo dela, fazendo-a olhar diretamente pra ele.

- Já não aguento as ninfas. Elas são loucas! – A loira acaba rindo e o deus ri juntamente, abando a cabeça. – Hypnos, há uma coisa que me intriga a seu respeito…

- O quê? - O deus larga o queixo dela e fecha a cara, temendo o que raio ela iria-lhe perguntar

- Estou aqui a uns dias e já pude aperceber-me que as ninfas não se chegam muito a si e que o senhor também não olha muito para elas. – A loira ergue uma sobrancelha. – Porque não aproveita um pouco a companhia delas, como faz o Thanatos?

                Sempre vira Hypnos só e entregue ao silêncio daquele templo. Realmente aquilo intrigava-a, pois notara que as diferenças entre os dois irmãos eram realmente grandes. O deus do sono era inteligente, calmo e alguém com quem se podia partilhar uma boa conversa, simplesmente fazia-lhe confusão o fato de ele ser tão só, naquele imenso paraíso.

- Eu não preciso delas para nada! – Hypnos abre um sorriso vitorioso. – A muito que eu encontrei alguém com quem partilhar minha eternidade. Ao contrário de Thanatos, que não é capaz de se apegar a ninguém, a não ser ele próprio…

- Aaaaah tem menina no caso! – Cristina sorri e pisca o olho, tentando saber mais sobre o deus, que apenas ri com a sua atitude. – Conte, vamos lá!

- Sou casado, só isso… - O dourado apenas constata o óbvio, fazendo Cristina semicerrar os olhos.

- Com quem?!

- Uma deusa! - A loira revira os olhos e fita-o, como se pedisse uma informação que ela já não soubesse. – Seu nome é Eufrosina, filha de Zeus com Hera e a autêntica personificação da alegria.

                Cristina sorriu de canto ao ver o estupido sorriso apaixonado que Hypnos exibia, achando imensa agraça ao deus com aquela expressão.

- Porque não está com ela agora? Certamente que seria uma companhia melhor que eu ou Thanatos…

- Tenho a eternidade para estar com ela. Às vezes também precisamos respirar longe um do outro. – Cristina não fica muito convencida com a resposta de Hypnos mas acaba por aceitá-la. – Agora corre, vai-te arranjar. Hades espera-nos!

                A loira voltou a ficar séria, deixando Hypnos em paz, o qual apenas suspirou e deu costas. Num ápice, ela ficou pronta e ambos saíram do templo, encontrando Thanatos de braços cruzados a espera deles. Ela olhou o deus da morte, que desviou o seu olhar do dela, rapidamente.

Cada um deles, segurou numa mão da loira e sem perder tempo voltaram ao inferno, onde por incrível que pareça, era onde ela se sentia mais em casa. Num abrir e piscar de olhos, os três estavam em frente ao muro das lamentações e em silêncio, desceram para o salão principal, onde os juízes, Pandora e Hades já os aguardavam. Ao verem Cristina com a sua proteção, todos ficaram admirados, inclusive Hades, que viu a sua mão beijada pela loira em sinal de respeito. Sem perder tempo e com instruções de Hypnos, a loira tomou o seu lugar ao lado dos juízes. Para seu infortúnio, ficou mesmo ao lado de Minos, que apenas sorriu de canto ao vê-la bem perto de si.

Para surpresa de todos, Hades levantou-se do seu trono e parecia buscar as palavras para dar inicio aquilo que seria uma reunião. Era a primeira vez que Cristina assistia a uma e não sabia bem o que esperar daquilo. O deus do submundo estava mais sério que o normal e podia-se mesmo dizer, que alguma coisa o incomodava.

- Caríssimos, acabo de vir da Terra! – Hades começa a falar alto, prendendo a atenção dos presentes. – Athena convocou-me para uma reunião com Zeus, Poseidon e Hilda, com o intuito de se arranjar uma forma de por termo ao caos em que os humanos têm mergulhado a Terra.

                Thanatos apenas riu ironicamente, evitando tecer comentários a cerca dos humanos por causa de Cristina.

- O que se passa? – Hypnos decide quebrar o silêncio, querendo ser elucidado melhor a cerca daquele assunto.

- Nos últimos tempos, alguns humanos, movidos por religião ou apenas por cobiça, geraram guerras entre si. Essas guerras levaram a morte de milhares de inocentes por todo o globo… - Hades olha todos os presentes, fazendo uma breve pausa. Olhou Cristina, que baixou a cabeça ao ouvir aquilo, pois por mais que não quisesse admitir, em muita coisa os deuses tinham razão em odiar os humanos. – É óbvio que esses humanos sempre são punidos, muitos deles da forma mais severa, quando morrem mas ainda assim, Athena acha que nos devemos juntar e fazer alguma coisa para acabar com essas guerras.

- Era suposto ficarmos quietos e deixar os humanos tomar as suas próprias decisões… - Thanatos pronuncia-se de forma irónica, contendo-se para não insultar os humanos. – Por isso que foi assinado um tratado de paz, não é mesmo? Que aliás, foi proposto pela santa Athena!

- É verdade! – Hades confirma. – Mas aparentemente a situação está a fugir do controle!

- Com todo o respeito senhor, mas talvez isso seja problema dos humanos, não nosso! – Aiacos, que ouvia tudo atentamente, pronuncia-se furtivamente.

- Não é de todo minha vontade intervir! – Hades finalmente é sincero, respirando fundo. – Mas perante o tratado assinado, sou obrigado a fazê-lo.

- E qual é o plano? – Pergunta Hypnos, não gostando muito do rumo daquela reunião.

- Athena quer evitar a todo o custo o derramamento de sangue. Este seria apenas o plano B… - Hades responde, torcendo o nariz a tudo aquilo.

- E qual seria o A? – Thanatos ergue uma sobrancelha, fechando o cenho.

- Mostrarmo-nos ao mundo! Revelarmos quem somos e fazer um aviso… Mostrar de uma vez por todas que os humanos não estão sozinhos no universo, como eles pensam. - Hades deixa aquela bomba cair, deixando todos chocados. – Caso isso não funcione, aí sim partimos para o ataque e impomo-nos a força!

- Não vai funcionar! – Cristina pronuncia-se num fio de voz, voltando a baixar o olhar por ter interrompido. Contudo, aquela atitude chamou a atenção de Hades.

- Porque dizes isso? – O deus a questiona, descendo as escadas e ficando mesmo a frente dela.

- Simples! Eu própria não acreditei até ver! E mesmo vendo, custou-me um pouco a assimilar tudo isso. – Ela olha os dois deuses, lembrando-se da época em que ambos se revelaram a ela. – As pessoas apenas vão achar que vocês são meia dúzia de maluquinhos sem mais nada para fazer!

- Pelos vistos Poseidon tinha razão! – Hades coça o queixo, dando costas a ela novamente. – Por mim também acabávamos logo com isto. Mas são três contra dois, portanto, teremos de fazer como Athena deseja.

- Quando acontecerá isso? – Hypnos questiona, fechando a cara a tudo aquilo.

- Hoje a tarde… - Hades olha os dois deuses, que ficaram em choque pela velocidade que tal assunto estava a levar. – E vocês vêm comigo!

                Hypnos levou as mãos a cabeça e Thanatos respirou fundo, tentando não rebentar com nada a sua volta. O silêncio abateu-se no local, pois ninguém sabia o que dizer.

- E nós, senhor? – Radamanthys que apenas observava tudo em silêncio, fica desejoso por saber qual seria o lugar deles em tudo aquilo.

- Vocês e a Cristina vêm connosco e ficaram alerta! Tenho a certeza que Poseidon, Athena e Hilda não irão sozinhos, será melhor eu precaver-me!

                Perante aquelas palavras, os três espectros e Cristina apenas concordam com a cabeça, voltando a ficar quietos no canto deles, esperando apenas a hora de partir. Hypnos ainda tenta convencer Hades de que aquilo era uma loucura, porém o soberano apenas o fez entender que não havia escolha. A última coisa que os gémeos queriam era expor-se daquela forma, mas perante a ordem de Hades, não havia nada que eles pudessem fazer.

                O tempo que levou a todos ficarem prontos foi pouco e rapidamente, a frota do submundo estava a caminho da Terra. Nenhum deles concordava com aquela revelação ao mundo, pois muitas consequências poderiam cair sobre os seus ombros. Mesmo Cristina, que ficara a maior parte do tempo em silêncio, achava que tudo aquilo era uma loucura descabida e que talvez, Athena não tivesse pensado direito sobre tal decisão. Hilda de Polaris, que apenas representava Odin, compartilhava da mesma opinião que Athena, achando que derramar sangue seria desnecessário para já. Já Zeus decidiu não envolver-se diretamente no assunto, mas ainda assim acabou por concordar com a filha. Apenas Poseidon e Hades partilhavam a opinião de que o mal devia ser cortado pela raiz, sem ser necessários eles exporem-se daquela forma.

                Uma grande rede televisiva, a nível mundial, havia sido contactada pela fundação Graad e pelas empresas Solo, onde havia sido agendada uma conferência de imprensa, que passaria em direto por todo o mundo. A hora marcada, tanto os deuses como Hilda de Polaris encontraram-se na estação televisiva. Uma pequena sala havia sido reservada para eles, sendo que o último a chegar havia sido Hades. O clima lá dentro era tenso, pois os guerreiros ainda tinham presentes, em suas mentes, as rivalidades geradas em guerras anteriores.

                Do lado de Athena, apenas Seiya, Dohko e Shion estavam presentes, sendo que os dois últimos funcionavam como conselheiros da deusa, por serem os mais velhos em todo o seu exército. Poseidon havia levado consigo Sorrento e Krishna, que permaneciam em silêncio absoluto, olhando com desdém os espectros que acabavam de chegar. Já Hilda fazia-se acompanhar por Siegfried, Syd e Mime, os quais rodeavam a princesa de forma furtiva. Zeus apenas havia dado o seu voto, preferindo ficar por fora de todo aquele assunto, não se fazendo presente naquela conferência. 

                Depois da assinatura do tratado de paz, ambas as partes haviam ressuscitado os seus guerreiros, mortos em combate por razões sem sentido. Como era óbvio, Hades não havia ficado satisfeito com o desfalque que sofrera no inferno, contudo não estava mais para se chatear por ninharias e acabou por ceder as almas.

- Hades, Hypnos e Thanatos, é bom ver-vos! – Athena decide quebrar o silêncio mórbido que se instalou naquele lugar, aproximando-se deles com um sorriso amigável.  

- Que bom! Pena que nem todos possamos compartilhar esse sentimento… - Thanatos responde da forma mais sarcástica que conseguiu, sorrindo forçadamente.  

- Acredito que não seja necessário guardar rancor em nossos corações… - O sorriso de Athena apaga-se, encarando o deus séria. – O passado já vai lá atrás.

- Não se trata do passado, minha querida. Trata-se dos atos impensado que podem levar-nos a ruina. – Hypnos entrevem, falando calmamente, como já era hábito seu.

- Tenho a certeza que tudo correrá bem. Os humanos vão compreender… - Ela impunha a sua opinião, não se demovendo perante o descontentamento dos dois deuses.

- Não adianta irmão. Quem nasce burro, burro fica até morrer! – Thanatos corta de imediato o assunto, insultando a deusa sem qualquer problema.

                Com aquela resposta, Athena fica um tanto constrangida e como não podia deixar de ser, Seiya logo se coloca entre ela e o deus da morte, o encarando de forma furtiva e ameaçadora. O deus e o cavaleiro de bronze encararam-se por um tempo, relembrando nas suas mentes a luta que haviam travado, a qual levara a derrota de Thanatos nos Elísios. Perante o avanço de Seiya, Cristina fecha a cara e marca o cavaleiro, reconhecendo-o pela sua armadura como aquele que havia vencido seu mestre e deus. Sem grandes cerimonias, ela coloca-se entre os dois, peitando assim Seiya sem qualquer problema.

- Posso ajudá-lo com alguma coisa? – A loira semicerra os olhos, olhando o cavaleiro com desprezo.

- Seria simpático não insultarem a deusa… - Seiya responde num tom ameaçador, que fez a loira ri.

- Então seria bom pores uma trela na tua deusa… - Cristina desvia o seu olhar para Athena, por momentos. – Dadas as circunstâncias, é bom ela apenas falar pra nós quando for solicitada. 

                Perante aquela atitude, Thanatos apenas sorriu de canto ao ser defendido pela sua guerreira pela primeira vez, a qual não teve problema nenhum em fazê-lo de uma forma extremamente cordial. Do outro lado da sala, Dohko e Shion apenas observavam, notando alguma coisa em Cristina que não batia certo com os espectros que acompanhavam Hades, para além de que não reconheciam aquilo que ela trazia vestido como proteção, que em quase tudo era diferente de uma súplice. O deus do submundo coçou o queixo, ao ver a forma ferina com que ela defendeu o seu lado, não tendo problema algum em usar palavras afiadas com Athena, que apenas baixou o olhar ao que ela disse.

- Estamos pronto para começar! – Um produtor entra na sala e avisa-os, desfazendo o clima pesado que se instaurou ali e o qual Hades estava a achar imensa graça.

                Para a sala de conferências, apenas os deuses e Hilda seguiram, deixando os seus guerreiros do lado de fora, atentos a qualquer movimentação estranha.

- Cuidado com o Pégaso! – Minos sussurra ao ouvido de Cristina, fazendo-a olhar de lado para ele, sem entender o que o juiz queria dizer com aquilo.

                Os guerreiros tinham visão privilegiada sobre as suas divindades e por questões de rivalidade, decidiram manter-se afastados uns dos outros. No entanto, Cristina sentia-se observada por Shion e Dohko, que continuavam a tentar decifrar o que raio ela era, parecendo duas comadres a cochichar entre eles.

- Ainda gostava de saber, por que motivo aqueles dois me olham constantemente… tenho alguma coisa na testa por acaso? - Ela fala baixo para Minos, que estava ao seu lado. Este apenas sorri de canto, continuando a olhar para Hades, que assumia prontamente a sua posição.

- Possivelmente já repararam que tu não és um espectro! – Minos responde no mesmo tom, cruzando os braços. – Os cavaleiros são astutos, não te deixes levar pela sua aparência simpática e descontraída.

                Dentro da sala de conferências, uma mesa longa estendia-se, sendo o lugar central ocupado por Athena, na pele de Saori Kido. A sua direita, sentaram-se Poseidon, na pele de Julian Solo, seguido logo de Hilda, que ficara numa das pontas. Ao lado esquerdo de Athena sentou-se Hades, seguido de Hypnos e de Thanatos, que ocupou a outra ponta da mesa. Todos ali ergueram as suas cabeças e assim que as camaras foram ligadas, um repórter fez questão de os apresentar ao mundo, como reais entidades que eles eram. O rapaz olhou estranhamente para o papel na sua mão, relendo-o várias vezes para ter a certeza de que não estava equivocado e de que aquilo era mesmo a sério.

                A imagem dos deus começou a ser transmitida por todo o globo, chamando a atenção de toda a gente, inclusive de quem trabalhava. O mundo parou para os ouvir. Em Portugal, no bar da praia, onde Cristina havia trabalhado, Ângela encontrava-se a arrumar alguns copos descontraidamente, quando a notícia fê-la olhar para a televisão. O copo que estava em suas mãos cai no chão, assim que a imagem dos gémeos apareceu na tela, deixando a loira mais pálida do que aquilo que ela já era. 

- Que se passa rapariga? – Filipe, que entretanto havia comprado aquele bar, aproxima-se da loira assim que ouve o copo estilhaçar-se no chão, preocupando-se com o estado da loira, que mais parecia ter visto um fantasma.

                Ela nada respondeu, apontando apenas para a televisão, onde o rosto de Thanatos aparece em grande plano. O moreno arregalou os olhos ao ver de novo aquele homem e em choque, por este estar designado como sendo a própria morte em pessoa. Desta vez, nada daquilo era fruto da sua imaginação, pois Thanatos estava visível a todos que quisessem ver.

- A Cristina! – Ângela colocou a mão a frente da boca, apertando os olhos de onde escorregaram algumas lágrimas. – Ela bem dizia que ele lhe dava medo sempre que o via. Agora eu entendo porquê!

                A esperança, que ela ainda tinha que a amiga estivesse viva, apagara-se pois ao ver que a morte em pessoa a tinha levado foi um choque demasiado grande.

- Isto é impossível… - Filipe ri ironicamente, olhando a loira. – Isto é um bando de riquinhos que não têm mais o que fazer. Deuses gregos? Representantes de deuses nórdicos? O que vem a seguir? O apocalipse ou o pai natal?

- Cala a boca Filipe! – A loira irrita-se e bate com a mão em cima do balcão, assustando-o. – Não entendes? Tu viste o mesmo que eu naquela noite e estás a ver o mesmo que eu agora… Isto não é nenhuma coincidência!

- Foi tudo fruto na nossa imaginação! – Filipe insiste, olhando Ângela com cara de poucos amigos.

- Não foi não… Eu sei bem o que vi naquela noite! – Ela responde agressivamente, voltando a olhar a televisão, onde os deuses estavam prestes a fazer o comunicado.

                Na estação televisiva, Athena buscava as palavras para dar início aquela conferência e sentia-se um tanto nervosa, sob os olhares atentos dos repórteres, que esperavam que ela começasse.  

- É do conhecimento de todos os habitantes deste planeta, que os dias que correm não têm sido fáceis para ninguém. – Ela faz uma breve pausa, respirando fundo. – Inúmeras guerras e atos de terrorismo têm afetado várias populações, que apenas desejam ter uma vida normal e tranquila. Como guardiã oficial deste planeta, venho por este meio pedir que todo o mal que causam uns aos outros seja cessado de uma vez por todas, ou então nós seremos obrigados a intervir.

- Este é o primeiro e único aviso que fazemos a quem insiste destruir aquilo que é nosso… - Poseidon intervém de forma agressiva, assustando até Athena que estava ao seu lado.

- Não queiram conhecer o inferno ainda em vida! – Hades aproveita a deixa de Poseidon, acrescentando também ele algumas palavras calmamente, enquanto sorria de forma maldosa. Já que ali estava, aproveitaria também para espalhar o terror. – Ao contrário de Athena, eu não tenho problemas em enviar os meus espectros ou até mesmo a morte e o sono para vos fazer pagar pelos vossos atos.

                O deus do submundo apenas aponta para os dois deuses ao seu lado, que sorriam de canto ao ouvi-lo. 

- Sejam razoáveis! – Hilda, que ficara desagrada com o andamento da conversa, decide levantar-se e falar diretamente para as camaras. – Eu, tal como vocês, sou humana. Não é de todo minha vontade que haja derramamento de sangue. Por favor, pensem bem nos vossos atos, pois os deuses aqui ao meu lado, não serão tão compreensíveis.

                Com aquelas palavras de Hilda, a conferência termina. A equipa televisiva que acompanhava a transmissão apenas ficou em choque ao ouvi-los falar, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Ao olharem os guerreiros, que se encontravam atrás das camaras, tiveram a perceção de que nada daquilo era uma brincadeira, só faltava saber mesmo se eles eram deuses na realidade. No bar da praia, Ângela e Filipe haviam ouvido toda a conferência até ao fim, reagindo de forma diferente a situação.

- A gente devia fazer queixa daquele gajo a policia, isso sim! – Resmungava Filipe, batendo com o punho no balcão. – Nem ao menos nos deixou despedir da Cristina devidamente. Simplesmente desapareceu com ela. Cambada de palhaços, devem pensar que nos metem medo! Cá para mim, aquele assalto até foi organizado por ele… Se calhar até tens mesmo razão, se calhar nem foi fruto da nossa imaginação, mas sim algo feito por aquele tipo que de deus não tem nada…

                A loira apenas ouvia, sem nada responder. Contudo, ela acreditava naquela história, ficando um tanto receosa por já ter visto a própria morte a sua frente. Lembrara-se perfeitamente de já ter servido os irmãos, antes de Cristina desaparecer, notando já naquela altura, que eles tinham alguma particularidade. Jamais poderia imaginar, que eles fossem deuses do submundo, que serviam Hades.

                Após o término da conferência, ambos os deuses e Hilda saíram, cada um dirigindo-se aos seus guerreiros que os aguardavam do lado de fora. Como era óbvio, nem mesmo eles passaram despercebido naquela estação televisiva, pois cada um portava as suas vestes, não fosse preciso intervir para proteger os deuses a qualquer altura. Nenhum dos intervenientes se despediu, nem mesmo os deuses, embora tivessem assinado o tratado de paz. Para todos os efeitos, aquilo não passava de algo para salvaguardar os humanos e nada mais do que isso, não obrigando necessariamente a que os deuses se dessem bem.

                Por uma questão de facilidade, Hades decidiu que ficariam na Terra, mandando Pandora preparar o castelo para a chegada deles. O deus achava que seria melhor ficar por ali, até haver alguma reação da parte dos humanos a cerca daquela conferência. Encontrava-se curioso quanto a forma como as pessoas iriam reagir a tudo aquilo. 


Notas Finais


E então que acharam?
Os deuses revelando-se para o mundo é algo inédito XD
Próximos capítulos serão mais tensos. Mas queria opinião sincera a cerca desta ideia meia louca.
Bjnhs e até ao próximo :)


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