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História Perdição no Paraíso - O Caminho Para os Elísios - Capitulo XXI


Escrita por: HecateAquarius

Notas do Autor


Ola meu amores e minha amoras !!
Faz tempo que não postava nada não é? Peço desculpa, mas não ta fácil trabalhar o dia todo e ainda ter aulas a noite. Fica difícil escrever.
Mas enfim, chega de desculpas. Este capitulo trás algumas surpresas e os próximos mais ainda.
E quero dedica-lo a uma pessoa!!
Este eu dedico a Luana Raccos, minha fiel leitora. Muitos parabéns já agora! Tudo de bom e um beijinho muito grande :) Espero que gostem!
Boa leitura :)

Capítulo 21 - Capitulo XXI


Fanfic / Fanfiction Perdição no Paraíso - O Caminho Para os Elísios - Capitulo XXI

                As últimas lutas do primeiro dia haviam sido intensas e um tanto desgastantes. Contudo, em alguns grupos já eram conhecidos os guerreiros que passariam a fase seguinte, enquanto noutros, a disputa pelo primeiro e segundo lugar continuava renhida. Independentemente de serem amigos, inimigos ou amantes, cada um lutou com a ferocidade de sempre, dando o melhor de si em cada luta. A mais intensa até ao momento havia sido a de Cristina contra Dohko. Até aquele momento, ela, Minos e o cavaleiro de Balança disputavam o primeiro lugar do grupo, não deixando pra ninguém.

                Durante as lutas realizadas até aquele momento, Cristina mostrara a fibra de que era feita, deixando os guerreiros de todas as divindades admirados. Os cavaleiros de Athena, acreditavam piamente que ela era igual aos espectros, contudo quando ela subiu a arena, pela primeira vez para lutar com Marin a coisa mostrou-se bastante diferente. Não havia odio no seu olhar e a luz que o seu cosmos emanava era tão pura quanto a de Athena ou qualquer outro deus. Seus golpes era precisos e elegantes, mais parecendo que dançava balé enquanto os executava. Todavia, a marca agressiva e explosiva de Thanatos fazia-se presente, sendo aquilo que mais atraiçoava os seus oponentes.

Com Dohko não havia sido diferente.  A luta começara pacífica, intensificando-se assim que os minutos iam passando. Nenhum dos dois estava disposto a perder, mas havia algo nela que fascinava o cavaleiro. Perguntava-se como uma pessoa como ela podia seguir o inferno de livre e espontânea vontade, contrariando todas as possibilidades. Devido aos anos passados com Hypnos, as táticas dela eram inteligentes e recorriam a estratégias de análise. Como a força de ambos era igual, Cristina apenas se dedicou a levar o chinês a exaustão sem que ele mesmo se apercebe-se disso. Claro que nada disso sairia barato, pois ela própria sofrera um desgaste tremendo, durante aquela disputa. Mas a sua obstinação, para chegar a fase seguinte, era grande e como tal, recorreu as suas últimas energias para acabar com Dohko de uma vez, atirando-o contra a segunda barreira com extrema violência. O cavaleiro bateu a cabeça com tanta força que acabou por cair inerte no chão, dando assim a vitória a Cristina que apenas se segurou em cima das pernas até ser aclamada a sua vitoria.

Aquela havia sido a última batalha daquele dia e como tal, Athena encerra o primeiro dia do torneio. Na manhã seguinte, os restantes combates de grupos seriam finalizados, para que da parte da tarde começasse a fase seguinte. Os deuses acabaram por liberar os seus guerreiros, deixando que eles fizessem o que queriam durante a noite. Um hotel de luxo havia sido preparado para todos eles, albergando todos os guerreiros, pelos inúmeros andares que este possuía. Suites de extrema elegância foram preparadas para os deuses e para Hilda, as quais ocupavam os últimos dois andares do hotel.

Como não tinham grandes oportunidades de se divertir, os cavaleiros aproveitariam aquela noite para sair ou simplesmente, conviver no bar do hotel. Os asgardianos juntaram-se num pequeno salão de jogos, onde jogaram poker e entornaram várias garrafas de vodka. Entre eles, apenas Siegfried não se encontrava presente, pois este temia pela segurança de Hilda, mesmo que esta o tivesse liberado. Já os marinas começaram a noite juntos, mas acabaram por se dispersar, sempre que as fãs apareciam com aquele seu jeitinho sedutor. Apenas Krishna ficou quieto no seu quarto a meditar, não querendo correr o risco de cair em tentação e no pecado. Contudo, os espectros apenas se aborreciam na sala de convívio, olhando uns para os outros. Aquele mundo era novo para eles e não sabiam bem o que fazer ali.  

- Quero voltar o inferno… - Bufa Radamanthys descontente.

- Talvez a gente devesse aproveitar para dormir… - Sugere Minos. – Desde que eu morri, que não sei o que isso é!

                Os dois companheiros concordam com a cabeça, dando-lhe razão. Por mais ridículo que pareça, realmente dormir era algo desejado por muitos espectros, mas também era algo que jamais podiam fazer.

- Dormir?! Qual é? – Milo, que passava por ali, ouve a conversa. Os três juízes olham para trás, vendo um sorriso estupidamente alcoolizado no rosto do escorpiano e erguem uma sobrancelha. – Vocês estão cheirando a leitinho, cara!!

- Milo! Cala a boca… - Camus, que se encontrava a beira do escorpiano, agarrava o braço dele, sorrindo um tanto constrangido para os espectros.

- Camus, eu amo você… Só por isso, eu vou deixar passar dessa vez! – Para surpresa de todos, inclusive de Camus, Milo agarra o rosto do aquariano e dá-lhe um rechonchudo beijo na testa.

- Esses dois nunca me enganaram! – Comenta Aiacos.

- É… Quero nem saber que tipo de surubas acontecem naquelas doze casas! – Remata Minos, ainda chocado com o que viu.

- Enlouqueceste de vez, Milo? – Camus reclama, mas é ignorado pelo amigo que vai ao encontro dos três juízes.

                O escorpiano parou diante dos três, analisando cada um seriamente, enquanto coçava o queixo. Camus apenas leva a mão a testa, prevendo que aquilo iria dar treta. Por seu lado, os juízes encaravam o Milo, devolvendo-lhe o olhar sério que este lhes lançava.

- Queres uma fotografia nossa? Capaz de durar mais tempo! – Minos pronuncia-se de forma azeda, semicerrando os olhos para o escorpiano.

- Opa, na verdade esse é um dos meus sonhos… - Milo abre um grande sorriso e sem que os juízes contassem, este sentasse no meio dele, tirando o telemóvel do bolso. – Nem acredito que vou ter uma foto com os três espectros mais f*** do inferno. Camus tira a foto cara!

                O escorpiano estende o aparelho ao amigo, que fica com cara de parvo a olhar para ele, assim como os três juízes.

- Desculpem lá a cena! Ele ta bêbado… - ao invés de pegar no telemóvel, Camus agarra o escorpiano e tira-o do meio dos três, para descontentamento do mesmo.

- Ah qual é, Camus? – Milo solta-se e volta a olhar os juízes, que permaneciam em silêncio. – A gente está socializando aqui… Imagina que massa levar esses três com a gente para a balada! Só gatas vei… Gatas everywhere, caindo no nosso colo.

- Até parece que precisas deles para isso, Milo! – Camus cruza os braços, após fazer a observação.

- Nem todo o mundo tem a tua bundinha Chanel de capa de revista. – Rebate o escorpiano, fechando a cara. – Embora eu seja o gato mais gato da Grécia, minha fama não está assim tão alta, picolé da Chanel… Concorrência está alta esses dias!

Os juízes apenas se entreolharam, não entendendo nada daquela briga entre os dois cavaleiros.

- Só uma perguntinha! – Aiacos pronuncia-se, levantando o dedo indicador, como se pedisse permissão para falar. – Porque vocês estão aqui a lavar roupa suja a nossa frente?

- Este maluco quer levar-vos para a balada… - Camus responde sem rodeios.

- E isso seria o quê? – Radamanthys fica curioso, recebendo um sorriso de canto do escorpiano.

                2 Horas depois…

- “Eu gosto de mamar

  Nos peitos da cabritinha

  Ai eu gosto de mamar

  Nos peitos da cabritinha…” - Milo cantava animado no Karaoke do bar onde tinha ido com os juízes.

- “Eu gosto de mamar

  Nos peitos da cabritinha

  Mamo a hora que eu quero

  Porque a cabrita é minha” – Completamente bêbado, tal como Milo, Radamanthys acompanhava o seu novo melhor amigo na música.

                Numa mesa afastados, Camus, Minos e Aiacos apenas os observavam estupefactos. Mas uma coisa era certa, os dois estavam a fazer sucesso entre a mulherada ali presente, mesmo a fazer uma figurinha deprimente devido ao álcool. Continuando a cantar o resto da música em dueto, os dois abraçaram-se e começaram a dançar em cima do palco. A um dado momento, os dois retiram as suas camisas, rodando-as no ar para loucura das jovens que apenas gritaram ao ver aqueles dois corpos esculturais. Divertiam-se como se fossem dois velhos amigos, deitando para trás das costas os acontecimentos passados, pelo menos por uma noite, onde apenas a diversão devia existir.

- Com licença senhor… - A atenção de Camus sobre os dois é quebrada por uma das empregadas de mesa do local, que lhe colocou uma bebida a sua frente. – Aquela senhora pediu para lhe entregar.

                Com o recado dado, a moça afasta-se do campo de visão do aquariano. Diante dos seus olhos, uma bela loira de olhos claros e vestido vermelho curto, encarava-o enquanto mordia a beira do seu copo. O batom vermelho dos seus lábios marcava a borda do copo como se desafiasse Camus a ir travar uma batalha com ela, entre quatro paredes.

- Essas loucas querem drogar-me e retirar-me os órgãos para vender no mercado negro… - Resmunga Camus, sob o olhar atento dos outros dois juízes.

- Vai-te divertir, oh picolé da Chanel… - Aiacos dá uma chapada nas costas do aquariano, incentivando-o.

- É cara… Olha o teu amigo! – Conclui Minos. – Aproveita que estamos em paz e relaxa. Alias, é exatamente isso que eu vou fazer… Tem ali umas gatas que não param de olhar para mim, vou ver o que elas querem…

                Com um sorriso malicioso, Minos levanta-se da mesa, deixando os dois sozinhos. Sem qualquer receio ou pudor, o juiz de Griffon aproximou-se do grupo de meninas, passando os seus braços por cima dos ombros de duas. As jovem ficaram de boca aberta ao ver um dos juízes de Hades ali com elas, todo sorridente e disposto a socializar, ou por outras palavras, disposto a ter uma noite bem passada. 

- Vai de uma vez! – Sem qualquer delicadeza, Aiacos empurra Camus da cadeira, forçando-o a levantar-se. – Não deixes a moça a espera, ou vais ficar com fama de frouxo, seu frouxo!

                O aquariano apenas arregalou os olhos e pegou o copo da mesa, indo em direção a moça como se estivesse com medo. Contudo, após alguma conversa, acabou por descontrair. Naquela enorme mesa, Aiacos viu-se sozinho, observando apenas o ambiente, enquanto bebericava a sua vodka com Red Bull.

- Shura, os peitos da tua prima são bons pra cacete! – Milo grita no micro, provocando a risota geral no bar.

                O escorpiano agarra-se a Radamanthys para não cair, o qual também ria que nem um desalmado. Numa mesa ao fundo do bar, o capricorniano apenas levanta o dedo do meio ao Milo, enquanto Saga e Aiolos, que o acompanhavam, riam das figuras que o escorpiano fazia. No mesmo bar, encontravam-se Ângela e Filipe, que aproveitavam um pouco aquela viagem depois do primeiro dia do torneio. Os dois encontravam-se encostados ao balcão, também eles a rir do que acontecia ali. No entanto, o olhar da loira ficou voltado para o juiz, que bebia sozinho na mesa. Queria falar com ele, pois sentia-se mal por ter-lhe causado problemas, mas ali com Filipe era quase impossível.

A noite continuou animada, durante a qual os vários guerreiros ali presentes foram dispersando. Os dois bêbados da noite, Milo e Radamanthys, foram raptados por um grupo de jovens que fizeram questão de os embebedar ainda mais. Por sua vez, Minos acabou por desaparecer com algumas jovens, após algumas rodadas de shots e vários beijos quentes trocados com elas. E Camus, bem esse sumiu também com a loira, indo para parte incerta.

- Bem, vamos para o hotel? – Pergunta Filipe, pagando as últimas bebidas que ambos tinham tomado.

- Hmm se calhar fico mais um pouco, ainda está cedo. – Olhando uma última vez para a mesa onde estava Aiacos, Ângela responde.

- Não acho seguro ficares aqui sozinha!

- Pois, mas eu vou ficar… - A loira encara o moreno, bebericando um pouco da sua bebida.

- Ok, tu é que sabes. Se precisares de alguma coisa, liga. – Sabendo que não valia a pena insistir, Filipe dá costas, deixando-a ali sozinha no bar.

                Como quem não queria nada, Ângela foi observando o juiz, vendo-o dispensar algumas moças que se aproximavam dele. Aiacos parecia estar mais interessado em ouvir as músicas que passavam no bar, do que propriamente conversar. Ainda assim, a loira pediu duas bebidas e foi ao encontro dele. Pelo caminho respirou fundo, porque apesar de tudo ela tinha medo dele. Com algum receio, ela pousa a bebida a frente dele e senta-se ao seu lado, para surpresa do juiz, que não a reconheceu de imediato, devido a fraca iluminação naquele canto.

- Olha moça…

- Calma, não venho aqui dar-te cantada. – Ângela interrompe-o antes de levar um fora e aproxima um pouco o seu rosto do dele, iluminando-o um pouco. – Apenas quero pedir desculpa pelo incómodo que te causei mais cedo…

                O juiz ergueu uma sobrancelha, não entendendo nada daquilo. Contudo, ao olhar melhor para ela, logo a reconheceu e abriu um sorriso de canto, pegando na bebida que ela lhe havia trazido.

- Espero que te tenha servido de lição, coelhinha… - Aiacos apenas pousou os seus cotovelos na mesa, enquanto bebia.

- Serviu sim, senhor juiz. – Ela pega também a sua bebida, corando pelo nome que ele lhe dera. – Gostei muito de te ver lutar hoje…

                A loira tentava puxar algum tipo de conversa, com aquele homem frio, que naquele momento não lhe passava qualquer cartão e nem sequer se dera ao trabalho de lhe responder. Um pouco frustrada ela suspira e pousa o seu copo na mesa, dando-se conta que não ia longe ao tentar conversar com ele.

- Bem, mais uma vez desculpa… Eu vou… Eu vou indo! – Com um meio sorriso, ela levanta-se, deixando a sua bebida para trás.

                Mas antes que se conseguisse afastar, viu o seu pulso agarrado por Aiacos. Surpresa, ela o fita, vendo aquelas enormes orbes liláceas sobre si. Novamente, a pele gelada da mão dele tocava a sua, mas desta vez, a sensação que percorreu o corpo dela fora diferente e boa. Um arrepio atravessou o seu corpo, principalmente, quando um pequeno sorriso amigável se abriu no rosto dele.

- Fica! Estou farto de estar aqui sozinho… - Os olhos de Aiacos examinavam cada traço da loira.

                Além de corajosa, por entrar na área mais perigosa daquele coliseu, ela era linda. Instantaneamente, ele se encantou pelos olhos azuis-esverdeados da loira, que não parecia ser tão cabeça de vento, quantos as outras jovens que se aproximaram dele.

- Eu realmente só queria pedir desculpa e não incomodá-lo. – Ângela responde receosa. – Parecia estar tão divertido a ouvir…

- Por favor! – Aiacos interrompe-a, amaciando um pouco as suas expressões sérias. – Eu respondo a tudo o que quiseres sobre a Cristina, se ficares aqui comigo!

                Um sorriso travesso desenhou-se no rosto dele, enquanto tentava aliciar a loira. De certa forma, ela acabou por se sentir mais a vontade perto dele, deixando que a sua curiosidade tomasse uma decisão por ela.

- Estás com medo de quê? – Aiacos pergunta, assim que ela se senta, notando que ela termia um pouco. – Sou assim tão assustador?

- Um pouquinho, sim… - Ela ri sem jeito, recendo um olhar frio da parte dele. – Ah quer dizer, não é que seja assustador, na verdade é lindo… Mas é que nem todos os dias a gente…

                O juiz riu ao vê-la engasgar-se, enquanto respondi a pergunta dele. Ao notar que já falava besteira demais, Ângela cala-se e pega no seu copo, bebendo um bom bocado do seu conteúdo.

- Desculpa, tenho tendência a falar demais quando estou nervosa…

- Só sabes pedir desculpa? – Aiacos ergue uma sobrancelha.

- Desculp… Certo! – Ângela baixa o olhar, por achar que estava a fazer papel de idiota e decide ir logo direta ao assunto. – Ora então, o que sabes sobre a Cristina? O que aconteceu com ela, ao certo?

- Para ser sincero, não sei muito… Sei que o deus Thanatos a salvou da morte, depois disso levou-a para o inferno…

- Para o inferno? – A loira fica admirada ao ouvir aquilo. – Coitadinha…

- Coitadinha porquê? Ela própria escolheu o seu caminho, ninguém a forçou a nada!

- Duvido, Cristina jamais escolheria servir os seres das trevas! – Indignada, ela responde sem pensar, recebendo um olhar nada simpático de Aiacos.

- Primeiro, nós não somos seres das trevas. Servimos Hades, o deus do submundo…

- Não deixa de ser o inferno…

- O submundo não é apenas o inferno!

- Então por que razão Cris foi lá parar?

- Porque nos Elísios, onde normalmente os gémeos estão, não são permitidas batalhas…

- Os campos Elísios? – Ângela fica admirada com aquela revelação, achando que aquele lugar não passava de pura mitologia grega.

- Sim! Pelo que eu ouvi dizer, a tua amiga pediu aos gémeos que a treinassem. E foi isso que eles fizeram, no inferno.

- Nada disso faz sentido… Cris amava demais o Filipe, era muito chegada a família e aos amigos. Simplesmente, não consigo entender o que se passou na cabeça dela, para abandonar tudo. Tudo aquilo que ela construiu, a carreira musical que ela estava a começar a erguer…

- Infelizmente, não tenho a resposta para isso, apenas ela tem! – Aiacos fita a loira, que parecia um tanto desolada. – Mas vou-te dar um conselho, coelhinha! Esquece a Cristina, esquece que ela está viva… Só vais trazer-lhe problemas.

- Como assim?

- Os gémeos deram-lhe uma escolha. Ou ela voltava para vocês ou ficava e os servia. Ela escolheu servi-los. – A expressão séria do juiz fez Ângela temer as palavras que pudessem sair da boca dele. – Se por algum motivo, ela ficar com duvidas em relação a sua escolha, as consequências cairão sobre ela e não sobre vocês…

- Que consequências?

- Os gémeos jamais irão aceitar uma traição da parte dela. Não penses que ela pode simplesmente voltar as costas aos dois. Principalmente, a Thanatos…

- O deus da morte…

- Exacto, o deus da morte. Ele, mais do que o Hypnos, é capaz de tudo por ela. Raramente nos deixava aproximar dela, era como se a guardasse a sete chaves… Ele odeia humanos e não vai aceitar uma traição da única humana em quem ele depositou a sua confiança e sete anos da sua vida.

                Com aquelas palavras de Aiacos, o silêncio abateu-se entre os dois. Em choque, a loira tentava digerir toda aquela informação, bebendo o resto do conteúdo no copo. Jamais podia imaginar, que a amiga escolheria aquele caminho, de livre e espontânea vontade. Mas pior do que isso, era Thanatos, que apesar de tudo poderia ser a maior ameaça da amiga.

- Obrigada por tudo, Aiacos. Mas eu acho que vou andando… - Ângela levanta-se, um pouco abatida. – Acho que bebi demais, não me estou a sentir muito bem.

- Eu vou contigo… - O juiz levanta-se também, fitando os olhos da loira, como se lesse a tristeza na sua alma. – Posso não ser deste mundo, mas conheço bem os males que pairam sobre ele…

- Ah não, eu sei cuidar de mim… Não quero incomodar mais. – Ela sorri fracamente, pegando a bolsa da cadeira. – Certamente que precisas descansar para as lutas de amanhã!

- Mortos não precisam descansar! – Aiacos rebate, fazendo-a piscar várias vezes os olhos devido a informação.

- Como assim, mortos? – Ângela engole em seco, olhando-o de cima a baixo.

- Anda, explico-te pelo caminho… - O juiz sorri e oferece o seu braço a loira, saindo com ela do bar.

                Embora receosa, ela aceitou a escolta de Aiacos. De certa forma, até se sentia segura perto dele, notando que talvez ele não fosse assim tão mau quanto queria mostrar que era. Lentamente, os dois foram caminhando pela calçada, onde o juiz ia explicando-lhe, resumidamente, como funcionavam as coisas no submundo. Por sua vez, ela nem deu conta do tempo a passar, acabando por relaxar perto dele. Num abrir e fechar de olhos, eles chegam ao hotel onde ela está instalada, para frustração de ambos, que até estavam a apreciar a conversa que trocavam.

- Bem, é aqui… - Ela o fita, um tanto desanimada.

- Já?! – Aiacos fecha o cenho, ao olhar o hotel.

- Pois é… Então até qualquer dia, ne?

- É… - Os olhos dele, subitamente fixaram-se nos lábios dela, sentindo algo conhecido mas nada comum, florescer nele.

- Então ta, ne? Obrigada! – Foi a custo, que ela deu costas ao juiz e empurrou a porta do hotel, decidida a entrar.

                Sucumbindo ao desejo repentino que se apoderou de si, Aiacos agarra-a novamente e a puxa de encontro ao seu corpo. A loira nem reagiu, ao ver os seus lábios capturados pelos frios do espectro, que sem qualquer rodeio, prensou o seu frágil corpo com o dele, contra a porta de entrada do hotel. Um beijo quente e húmido foi ganhando intensidade, onde as suas línguas se entrelaçavam num bailado frenético. O sabor das bebidas, que ambos haviam tomado, ia-se misturando naquela entrega um tanto inusitada. Ali mesmo, as mãos da loira pousaram sobre o corpo do juiz, sentindo em todo o seu esplendor os contornos definidos e apetecíveis, que a excitaram instantaneamente. Os dedos de Aiacos, apenas envolveram o cabelo dela enquanto seguravam a sua nuca, procurando por mais um pouco do sabor da boca dela. Contudo, o ar faltou a frágil humana, nas mãos do grande e tenebroso juiz, fazendo-a quebrar aquele beijo intenso. Os dois olharam-se por alguns segundos, incapazes de dizer alguma coisa um ao outro, que apenas se haviam deixado levar pelo impulso.

- Estou a ver que no inferno há doutoramentos em beijos escaldantes. – Ângela corta aquele silêncio, antes que se tornasse constrangedor. Suas bochechas queimavam com a vergonha, devido aquela proximidade de corpos, que ao mesmo tempo lhe dava calor.

- Pena não estares a sentir-te bem… - De forma provocante, Aiacos roça os seus lábios nos dela, usando a sua voz rouca e o seu olhar sedutor, para tentar quebrar qualquer barreira que ainda pudesse existir entre eles.

- Não é que de repente eu melhorei! – O medo que ela sentia pelo juiz esbateu-se, assim que aquela voz sedutora inundou os seus ouvidos, aquecendo ainda mais o seu corpo. – Deve ter sido o passeio.

- É assim tão bom passear comigo? – De uma forma incompreensível, o juiz de Garuda desejou aquela mulher, a qual ele protegera do próprio Hades. A muito que não se sentia assim e nem mesmo se lembrava de quando havia sido a ultima vez, que havia beijado uma mulher.

                Seu olhar analisava-a famintamente, soltando assim a sua mente as intensas perversidades que se permitiu imaginar. A loira apenas se perdia no olhar dele, desejando-o como jamais havia desejado outro homem, contudo tinha receio. Nunca havia sido beijada daquela forma tão quente e dominadora e para sua surpresa, havia gostado demais daquela adrenalina. Ao ver tantas dúvidas passear na mente dela, Aiacos simplesmente segura a cintura dela e a beija novamente, ainda mais intensamente que na primeira vez. O beijo apenas foi correspondido pela loira, que passou um braço a volta do pescoço dele, puxando-o consigo, enquanto abria a porta do hotel com a outra.

                O local estava deserto, devido a hora alargada daquela noite. Entre beijos e amassos quentes, no elevador e ao longo do corredor, os dois finalmente chegam ao quarto dela. Sem largar os lábios frios do juiz, Ângela procurou a chave na sua bolsa, que mais parecia um buraco negro, onde as coisas se perdiam. As mãos dela tremiam de ansiedade, desejo e excitação, deixando a chave cair no chão. Sem grandes demoras e impaciente, Aiacos apanha-a do chão e abre a porta, empurrando a loira para dentro. Esta fecha-se atrás dele, deixando-os finalmente a sós e longe dos olhares curiosos. Fervorosamente, ele vai até ela e agarra-a novamente, a beijando enquanto a despia com as suas mãos fortes, apenas aumentando o desejo dela a cada toque delas pelo seu corpo. Uma por uma, as peças de roupa de ambos foi caindo no chão, dando apenas espeço a caricias e beijos, pela pele de ambos.

                Sem grande esforço, Aiacos segura-a pela cintura e ergue-a nos ares, onde rapidamente as pernas dela envolveram a dele. A cama nem foi opção, pois ambos estavam a transbordar desejo. O corpo da loira foi pousado sobre uma pequena mesa no quarto e Aiacos, tendo-a sob o seu corpo, rapidamente levou a sua mão a intimidade húmida e latejante dela, arrancando assim os primeiros gemidos. Se ele estava excitado, mais ficou, voltando a atenção para os mamilos duros e eretos, que chamavam por sua boca incessantemente. Os seus cabelos escuros foram agarrados impiedosamente, pelas mãos da loira que se contorcia de prazer, esquecendo por completo quem ele era e o que representava.

                Ao sentir seu membro latejar de desejo, Aiacos segura a mão dela e a conduz até ele. A loira envolveu rapidamente o falo duro, suspirando de desejo ao sentir a sua real magnitude e qualquer sem pudor, começou a acaricia-lo. Os gemidos de prazer de ambos misturaram-se, enquanto se acariciavam e aumentavam apenas a vontade de se entregarem. O vai e vem frenético dentro dela, com os dedos, cessou e deu espaço a um outro vai e vem, mais gostoso ainda. Segurando firmemente as ancas dela, Aiacos a penetra, ali em cima da mesa. Os lábios de ambos procuraram-se, não para abafar os gemidos, mas sim porque necessitavam do sabor um do outro, no meio daquela loucura que tendia a durar noite dentro.

                No hotel onde os deuses estavam instalados, Hypnos encontrava-se apenas de roupão, enquanto preparava um banho relaxante, já que não tinha mais nada para fazer ali. Aproveitaria a grande banheira e os sais, reclamando apenas por não ter ninguém para preparar o banho por ele. Contudo, o seu sessego é interrompido, assim que um bater na sua porta soou.

- Que raio! Quem ousa?! – Depois de um dia difícil, ele apenas queria relaxar e não tendo essa possibilidade, caminhou pesadamente até a porta, bufando e resmungando. Abriu a porta de forma violenta, arregalando os olhos ao ver quem estava do outro lado. – Hades?

- Preciso de um favor teu, Hypnos! – Sem grandes rodeios, o deus do submundo entra no quarto, deixando Hypnos estupefacto a olhar pra ele. – Fecha a porta, rápido!

- Em que posso ajudar? – O deus do sono fecha a porta, cruzando os braços devido ao seu descontentamento, por ser incomodado aquela hora.

- Primeiro promete que não vais julgar-me, fazer perguntas e que guardas segredo! – Ao ouvir aquilo da boca de Hades, Hypnos apenas ergueu uma sobrancelha, prevendo que não viria coisa boa dali.

- Está bem, eu prometo guardar segredo, seja lá do que for…

- Ótimo! Então eu preciso…

Continua…


Notas Finais


Hmmmm o que será que o Hades precisa assim de tão urgente? XD
Isso trás agua no bico e gato escondido no arbusto... Enfim! Espero que tenham gostado. Até ao próximo :)


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