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História Perdiction - A song that made me feel


Escrita por: sonyeondream

Notas do Autor


EU SEI, EU SEI, EU TENHO 780 ZILHÕES DE FANFICS COMEÇADAS!
Oi, amoras ♥♥♥
Eu ia terminar todos os capitulos dessa antes de postar, mas quem disse que eu aguento esperar? Postei mesmo! ♥
A música tema da fanfic é Liebestraum, por Franz Liszt. Se alguém tiver curiosidade, é uma boa pesquisar os significados dela ♥ Amor vocês ♥

Capítulo 1 - A song that made me feel


Fanfic / Fanfiction Perdiction - A song that made me feel

 

Quando eu acordei naquela manhã, já não tinha esperança nenhuma.

Não é como se eu não estivesse perfeitamente acostumado a isso, mas, de certa forma, acabei por alimentar algumas esperanças de que tudo desse certo dessa vez, afinal. Ledo engano.

O próprio tempo parecia servir como um mau agouro, um sinal de que eu devia ficar em casa, de que sair seria um grande erro. Mas, se eu não tivesse ignorado todos os sinais, afinal, não seria eu. Resignado, saí porta afora, a cabeça coberta por um grosso capuz numa tentativa fútil de me manter tão invisível para o mundo quanto estive nos últimos tempos.

As ruas estavam vazias, e a garoa leve encharcava minhas roupas pouco a pouco. O caminho era curto, mas a sensação era a mesma de caminhar pelo corredor da morte.

E sim, eu sabia como era essa sensação.

Avistei minha sina se aproximando cada vez mais ao final da rua. O prédio era grande, branco e muito limpo. Limpo demais. As múltiplas janelas pareciam olhos famintos prontos para devorar o pouco de sanidade que eu tanto havia lutado para reconstruir. Parei sob uma arvore à frente dos portões altos, cercados em ambos os lados por um par de gárgulas grotescas. Meu olhar pousou sobre a porta frontal do lugar. A porta do inferno.

Eu sei, eu com certeza parecia um pessimista, deprimido e com tendências suicidas. Mas o fato é que eu tinha motivos de sobra para isso naquela época. Nada nunca deu certo para mim, e nada indicava que a semente da mudança começaria a germinar naquele dia.

Adentrei os portões, conformado. O pátio amplo e arborizado estava vazio naquele dia, devido à chuva torrencial que caíra durante a noite toda e que ameaçava voltar a qualquer momento. O caminho ladeado de pedras e cercado por arbustos estavam escorregadio, uma armadilha mortal. Tudo parecia cinza, árido e estéril. Nada fora do comum aos meus olhos.

Quando coloquei os pés para dentro do saguão, me arrependi instantaneamente. Centenas de adolescentes histéricos se amontoavam, corriam e gritavam naquele espaço pequeno demais. Era apavorante e claustrofóbico. Eu teria de bom grado virado as costas, voltado para a minha casa e explicado para a minha mãe que ainda não estava pronto para aquilo, e que achava que nunca estaria, se aquela criatura não tivesse surgido ao meu lado.

-OLÁ! –Uma voz estridente gritou ao meu ouvido. Em outras épocas eu o teria xingado de todos os nomes possíveis por ser tão escandaloso e por gritar estando a menos de dois passos de mim, mas não havia ânimo nem ao menos para isso. –Você é o aluno novo?

Ele parecia um gnomo, no melhor dos significados. Era baixinho, musculoso e hiperativo. Seu sorriso não vacilou por um segundo sequer, mesmo quando eu o olhei entediado. Os olhos, já pequenos, se apertavam ainda mais quando ele sorria. Parecia o tipo de cara em quem as meninas caíam matando. E eu não o queria perto de mim.

-Ei... Oi? –Ele balançava a mão exageradamente na frente do meu rosto, e sua expressão transparecia uma leve dúvida. –Tudo bem com você?

-Sou. –Eu respondi, simples.

-O que? –Ele parecia confuso e um tanto burro ao me perguntar isso, enquanto me encarava.

-Eu sou o aluno novo. –Eu declarei, cansado. Aquela provavelmente foi a frase mais longa que eu proferi em meses.

-Aaah... –O sorriso se espalhou novamente pelo rosto dele, e ele passou a mão no cabelo, deixando-o levemente bagunçado. –Eu sou Park Jimin, muito prazer. –Ele me estendeu a mão, e a manteve esperando por uma resposta durante pelo menos um minuto, antes de concluir que eu não iria cumprimenta-lo. Recolheu-a, então, timidamente, e a manteve dentro do bolso do moletom. –Me mandaram mostrar o prédio a você.

 

-Eu não preciso. –Declarei, e virei as costas, me direcionando às escadas no canto esquerdo do salão, enquanto fazia o possível para me desviar das centenas de pessoas que pareciam fazer questão de esbarrar em mim.

-Sabe... –Quando a voz irritantemente feliz soou ao meu ouvido novamente, eu realmente pensei que fosse morrer de susto. Era até mesmo irônico pensar que, depois de tudo pelo que eu passei, algo assim fosse capaz de me assustar. Eu poderia até mesmo rir, se me lembrasse de como fazer isso. -... Se você realmente não precisasse, estaria indo para o lado certo.

Cogitei dizer-lhe que ele nem ao menos sabia para onde eu queria ir. Cogitei deixa-lo falando sozinho e continuar andando. Cogitei até mesmo bater nele. Eu só queria passar o mais despercebido possível e continuar sendo invisível pelo resto do ano, até que aquela tortura a que eu estava sendo submetido tardiamente acabasse. Porém, ele não parecia o tipo que desistia fácil, e eu não queria falar. Portanto, apenas assenti. E ele pareceu indescritivelmente feliz com isso.

Veja bem, eu não fazia mais o tipo simpático; porém de alguma forma o anão irritante ao meu lado se manteve tagarelando sobre coisas que eu não queria saber e pessoas que eu não queria conhecer durante todo o tempo em que me guiou pelos corredores cinzentos e intermináveis. Ele me apontou diversas portas, mas o nome de cada uma delas me escapou assim que ele o proferiu. Continuamos assim por alguns minutos, mas aos meus ouvidos desabituados ao som de vozes humanas, pareceram horas. Se eu pudesse definir aquilo, diria que era o meu inferno pessoal.

-Bom, é aqui. –Ele guinchou, escandaloso; eu nem tinha percebido, mas havíamos parado em frente a uma porta grande e semiaberta. Ele estendeu a mão para a porta, num gesto semelhante ao de "primeiro as damas". Talvez eu devesse me sentir incomodado com aquilo. –Vamos lá, não precisa ter medo. –E completou, risonho: -Eu não sou dessa turma, então não posso entrar com você. Infelizmente.

Eu o olhei, meio atônito. Não conseguia entender os caminhos que tomavam os pensamentos daquele ser. O cérebro dele parecia funcionar de forma diferente do resto do mundo. Estranho, era a única palavra que o definia. Mas eu, afinal, não estava em posição para julgar ninguém.

Virei-lhe as costas e adentrei na sala ampla. Nem notei que as poucas pessoas que estavam ali viraram de supetão em direção à porta escancarada, e arregalaram levemente os olhos quando me viram. Provavelmente estavam pensando no quão detonado eu parecia. Dirigi-me a um lugar no canto esquerdo da sala, o único em que não havia ninguém nos arredores.

-Se eu fosse você... –Um garoto de pele de marfim sentado na fileira ao lado começou a dizer. -... Eu não sentaria lá. –Ele completou, parecendo incomodado. Se eu soubesse naquela hora as consequências que aquele pequeno e insignificante ato provocaria, teria dado mais atenção a ele.

Ou talvez não.

Eu era um cético nato, afinal.

A carteira estava rabiscada como todas as outras, e não havia nada que a diferenciasse das demais. Soltei a mochila sob o tampo manchado e me joguei de qualquer jeito na cadeira, puxando os fones de ouvido do bolso. Havia esgotado minha capacidade de comunicação pelo resto do dia.

Podiam ter se passado horas ou minutos, mas de repente o som de cadeiras arrastando no piso de linóleo preencheu o ambiente. E eu continuava olhando pela janela para as nuvens escuras que se acumulavam no horizonte, o rosto apoiado tediosamente em uma das mãos.

Veja, eu não estava incomodando ninguém. Mas, de certa forma, parecia que não importava o quanto eu tentasse me manter longe da confusão, ela nunca se manteria longe de mim. Eu sempre fui um imã para problemas. Por isso não foi nenhuma surpresa quando meu fone foi arrancado tão violentamente que minha orelha chegou a sangrar.

-Ei, idiota. Você é surdo? Eu estava falando com você.

Eu olhei para cima e acabei sorrindo debochado involuntariamente. Era um daqueles típicos valentões de filme colegial clichê. Alto e forte, com cara de mal, cabelos tingidos e brincos em ambas as orelhas. Patético.

-Do que você está rindo, estupido? –Um tapa foi desferido contra a minha cabeça, mas nem chegou a atingir o seu objetivo. Interceptei a mão dele no ar, e segurei seu pulso com firmeza. Olhei diretamente em seus olhos e me levantei, ainda o encarando sem nunca pestanejar. Eu sabia muito bem o que ele estava vendo no meu olhar; a chama do ódio queimava sutil, mas nunca invisível. A única vantagem de ser um amargurado é que eu nunca precisava fazer esforço para parecer ameaçador. Empurrei-o um passo para trás e me afastei da cadeira, andando calmamente e deixando para trás um covarde chocado e com o orgulho ferido.

-Pode ficar com o seu lugar.- Falei, ainda de costas para ele, enquanto me dirigia para a frente da sala. -Mas eu vou levar a sua dignidade. -As vozes, que tinham silenciado gradativamente durante o nosso breve conflito, agora se erguiam novamente em cochichos e risadinhas. Eu poderia ter me sentido satisfeito, em outra ocasião. Naquele momento, porém, eu só queria sair dali. E foi o que eu fiz.

Talvez tenha sido uma péssima ideia sair pelo colégio gigante –e desconhecido, para mim- sozinho. Eu queria apenas encontrar o banheiro e analisar a situação da minha orelha, já que sentia um pouco do sangue se acumular na gola da minha camisa, mas acabei fazendo jus ao meu titulo de desafortunado. Acabei por encontrar, sem querer, aquele que seria o motivo da minha perdição.

Perambulei pelos corredores por alguns minutos antes de admitir que não fazia a menor ideia de onde estava. Nenhuma das portas tinha identificação e eu me arrependi imediatamente por não ter prestado atenção na explicação do pigmeu irritante. O dia, afinal, não podia ter começado pior. Ou talvez pudesse, e eu apenas não tinha consciência do quão cruel o universo ainda podia ser comigo.

Eu estava começando a cogitar a hipótese de nunca mais conseguir sair de lá e me tornar um eremita que vivia vagando pelos corredores do colégio, quando ouvi aquele som.

Chama-lo de música seria praticamente um insulto. Era mais que isso. Era como se todas as coisas mais maravilhosas do mundo estivessem arranjadas em uma sinfonia perfeita, e mesmo que completamente diferentes, combinassem perfeitamente entre si. Como se tivessem nascido para ficar juntas.

Eu nunca fui um grande apreciador de música clássica, mas aquele som... Eu poderia ouvi-lo para o resto da minha vida e tinha plena certeza de que nunca me cansaria disso. Ele preenchia o ambiente por completo, até os mais profundos recônditos eram ocupados pelas notas melodiosas proferidas pelas mãos divinas do ser que tocava aquele piano com a sutileza de algum grande mestre esquecido pelo tempo.

Eu nem percebi quando cheguei à porta; não soube nem ao menos quando comecei a andar e como consegui encontrar aquele lugar. Eu me vi, então, frente a frente com uma porta de auditório marrom escura, minha mão apoiada no trinco, apenas a um passo de descobrir quem era o dono daquele som inigualável. Mas hesitei.

Hesitei, porque hesitar era a única coisa que eu sabia fazer.

Hesitei, porque hesitar foi a única coisa que eu fiz durante toda a minha vida.

Hesitei, porque se outrora tivesse hesitado, tudo agora seria diferente.

Hesitei demais. E a música se foi.


Notas Finais


E ENTÃÃÃÃÃO?
Primeiramente, o link da música: https://www.youtube.com/watch?v=R7nPePlfET8
Segundamente: Obrigada a quem leu (isso se alguém tiver lido, pq né KJAHSDFJKAHSKJDFH)
Terceiramente: Amo vocês, e prometo que volto logo ♥ Beijão ♥


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