POV Charlie
— Ela está apenas um pouco confusa. Ela é atormentada desde que adoeceu.
— Eu não perguntei o que aconteceu! Faça com que ela controle o poder, e rápido.
O rei diminui tom de voz, tentando se acalmar.
— Sim, vossa majestade. — Termino baixando a cabeça
Levanto rangendo os dentes, após uma reverência desajeitada, saio da sala do trono soltando fumaça pelos ouvidos.
— O que ouve? Você parece chateada. — Comenta ironicamente uma voz que eu bem conheço.
— Como se você não soubesse, raposa bisbilhoteira.
— Me chame só de Dark, Ally. Inclusive, onde se meteu Anny?
— Se mantenha longe da minha irmã. — O tom ameaçador não pediu permissão de uso.
— Shiii... Veja como fala com o sucessor do trono, garota.
A raposa irritante me prendeu contra a parede, apertando o meu pescoço.
“Maldita raposa, me solta agora ou mato você.”, me defendo.
— Seu desejo é uma ordem. — Ele afrouxa os dedos e retira a mão.
Tusso um pouco, espantando a coceira na garganta.
— Pensa que sou burra como a White? Olha aqui, eu não ligo nem uma gotinha do meu sangue se você é o futuro rei.
O garoto sorri sarcasticamente, como o costumeiro.
— E se eu pegar a sua coelhinha? Você se faz de fria e durona, mas é só mexer com o que é “seu” que você amolece rapidinho. — Completa sorrindo.
— Eu não sou a Red. Nem quero ser, mas se tocar na Alice, corto sua cabeça.
— Enquanto fizer o seu trabalho. — Vira as costas e sai andando.
Saio daquele lugar vermelha de raiva, passo pelos muitos guardas daquele maldito castelo, cansada de receber ordens desses malditos egoístas e cansada de salvar a bunda de todo mundo e não ser reconhecida.
— Ally. — Ouço a doce voz de minha irmã no fundo do corredor, enquanto bato os dedos nervosamente sobre a mesa de madeira.
— Anny, onde se meteu você e aquela gatinha preguiçosa? — Pergunto me acalmando um pouco mais.
— Estávamos no espelho de Alice.
— Ela está mais perto de acordar… se ela morrer, estamos todos mortos. — Friso.
— A morte pode morrer? — E então a voz oscilou e riu loucamente.
— Maddelyne o que faz aqui? — perguntamos uníssonas.
— Bem, aqui também é o meu lugar, afinal, todos aqui somos loucos. — E tornou a rir.
— É aquela raposa que me tira do sério. — Digo massageando os dois lados da cabeça com as pontas dos dedos.
Anny sorriu, tentando me confortar, ultimamente este lugar está muito movimentado.
— Castle deveria ter mais cuidado. — Aviso.
— Sim Ally, mas como diz Mad, todos aqui são loucos. — Anny responde.
— Psicopatas você quer dizer.
— Chegou quem faltava. — Comento impaciente. — O que quer raposa intrometida?
— Primeiramente, só Dark, e que vá buscar ela, falta uma hora e meia.
Bufo, enraivecida, fazendo uma reverência totalmente reta e saindo com Anny e Mad em busca de Castle.
Procuramos por meia hora e não a encontramos. Bato o pé de raiva. Agora falta apenas uma hora para que Agadore consiga destruir o espelho que Alice vivia.
— Já sei!
Mad pegou um pouco de pó em sua bolsa.
— Em que isso vai nos ajudar? — Pergunto confusa.
— É pó do vidro do espelho da White e outras coisinhas.
— Isso quer dizer?
— Pode nos mostrar onde está qualquer pessoa. — Completa ela sorrindo e espalha o pó pelo ar, formando um espelho que nos mostra a Castle dormindo em uma árvore.
Mad salta dentro do espelho e a puxa. Contenho a risada que estava prestes a vir.
— Precisamos ir sua gata preguiçosa! — Diz Mad, revirando os olhos.
— Isso doeu Maddelyne!
— Cala a boca, Castle! — Grito impaciente.
Ela fica quieta e caminhamos pela trilha que nos leva a toca de Rabbie.
— Ora, ora. — Ouve-se de dentro do espelho a frente das nove tocas de coelho.
— Número cinco, estou com pressa.
— A apressada antes era eu. — Diz a coelhinha, dentro do espelho ela faz sumir todas as outras tocas, restando só uma.
— Obrigada. — Diz Anny.
Pulamos dentro todas juntas, Mad ria o tempo todo, enquanto Anny gritava e Castle flutuava pelas curvas. Todas caíram no chão, exceto eu.
— Pensei que já estavam acostumadas. — Digo rindo.
— Eu não caí. — Fala Castle.
— Você estava com preguiça? — Pergunta Anny.
— Ai! — resmunga Mad.
Saímos em direção à casa de Alice, só nos resta a meia hora.
— Castle pode nos ajudar? — Pergunto.
— Uma por vez.
Concordo com a cabeça e ela sai arrastando, uma por uma, pela mão e sumindo com fumaça no ar.
Quando chega a minha vez, tusso algumas vezes, aliviando a coceira na garganta que dava sinais de que não ia embora tão cedo.
Bato na porta algumas vezes. Alice abre a porta devagar e hesitante.
— Vinte minutos. — Anuncia Anny.
— Precisamos ir, agora! — Digo entrando porta adentro.
— O que?
— Onde está a coragem de ontem? — Pergunta Mad rindo.
— Quem são elas?
— Não temos tempo para isso. — Digo.
— Quinze minutos. — Diz Castle entediada.
— Droga, vamos logo Alice!
— Calma, Ally. — Pede minha irmã, segurando a minha mão.
Respiro fundo algumas vezes e tento me acalmar.
— Esse mundo vai ser destruído. Agadore já está no centro dele, e faltam dez minutos. — Digo.
— Não estou entendendo nada.
— Não queremos que entenda, só que não morra. — Diz Castle revirando os olhos bicolores. — Enquanto você fica tentando entender algo se passaram mais oito minutos.
— Meu chazinho de hortelã do céu! — Mad encarava o mundo começando a se destruir.
— Começou! — Foi a vez de Anny.
— A diversão! — Então Mad, soltando um sorriso psicótico.
— Vamos sair daqui! — grito.
As paredes começam a derreter e saímos da casa o mais rápido possível. No meio da rua, os carros batem uns nos outros.
Havíamos apenas nós no espelho de Alice, precisávamos chegar até Agadore, ou estaríamos mortas…
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