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História Perdida no País dos Horrores - Espelho, Espelho Meu.


Escrita por: AnonimousDirect

Capítulo 5 - Espelho, Espelho Meu.


POV Charlie

— Ela está apenas um pouco confusa. Ela é atormentada desde que adoeceu. 

— Eu não perguntei o que aconteceu! Faça com que ela controle o poder, e rápido. 

O rei diminui tom de voz, tentando se acalmar. 

— Sim, vossa majestade. — Termino baixando a cabeça 

Levanto rangendo os dentes, após uma reverência desajeitada, saio da sala do trono soltando fumaça pelos ouvidos. 

— O que ouve? Você parece chateada. — Comenta ironicamente uma voz que eu bem conheço. 

— Como se você não soubesse, raposa bisbilhoteira. 

— Me chame só de Dark, Ally. Inclusive, onde se meteu Anny? 

— Se mantenha longe da minha irmã. — O tom ameaçador não pediu permissão de uso. 

— Shiii... Veja como fala com o sucessor do trono, garota. 

A raposa irritante me prendeu contra a parede, apertando o meu pescoço. 

“Maldita raposa, me solta agora ou mato você.”, me defendo. 

— Seu desejo é uma ordem. — Ele afrouxa os dedos e retira a mão. 

Tusso um pouco, espantando a coceira na garganta. 

— Pensa que sou burra como a White? Olha aqui, eu não ligo nem uma gotinha do meu sangue se você é o futuro rei. 

O garoto sorri sarcasticamente, como o costumeiro. 

— E se eu pegar a sua coelhinha? Você se faz de fria e durona, mas é só mexer com o que é “seu” que você amolece rapidinho. — Completa sorrindo. 

— Eu não sou a Red. Nem quero ser, mas se tocar na Alice, corto sua cabeça. 

— Enquanto fizer o seu trabalho. — Vira as costas e sai andando. 

Saio daquele lugar vermelha de raiva, passo pelos muitos guardas daquele maldito castelo, cansada de receber ordens desses malditos egoístas e cansada de salvar a bunda de todo mundo e não ser reconhecida. 

— Ally. — Ouço a doce voz de minha irmã no fundo do corredor, enquanto bato os dedos nervosamente sobre a mesa de madeira. 

— Anny, onde se meteu você e aquela gatinha preguiçosa? — Pergunto me acalmando um pouco mais. 

— Estávamos no espelho de Alice. 

— Ela está mais perto de acordar… se ela morrer, estamos todos mortos. — Friso. 

— A morte pode morrer? — E então a voz oscilou e riu loucamente. 

— Maddelyne o que faz aqui? — perguntamos uníssonas. 

— Bem, aqui também é o meu lugar, afinal, todos aqui somos loucos. — E tornou a rir. 

— É aquela raposa que me tira do sério. — Digo massageando os dois lados da cabeça com as pontas dos dedos. 

Anny sorriu, tentando me confortar, ultimamente este lugar está muito movimentado. 

— Castle deveria ter mais cuidado. — Aviso. 

— Sim Ally, mas como diz Mad, todos aqui são loucos. — Anny responde. 

— Psicopatas você quer dizer. 

— Chegou quem faltava. — Comento impaciente. — O que quer raposa intrometida? 

— Primeiramente, só Dark, e que vá buscar ela, falta uma hora e meia. 

Bufo, enraivecida, fazendo uma reverência totalmente reta e saindo com Anny e Mad em busca de Castle. 

Procuramos por meia hora e não a encontramos. Bato o pé de raiva. Agora falta apenas uma hora para que Agadore consiga destruir o espelho que Alice vivia. 

— Já sei! 

Mad pegou um pouco de pó em sua bolsa. 

— Em que isso vai nos ajudar? — Pergunto confusa. 

— É pó do vidro do espelho da White e outras coisinhas. 

— Isso quer dizer? 

— Pode nos mostrar onde está qualquer pessoa. — Completa ela sorrindo e espalha o pó pelo ar, formando um espelho que nos mostra a Castle dormindo em uma árvore. 

Mad salta dentro do espelho e a puxa. Contenho a risada que estava prestes a vir. 

— Precisamos ir sua gata preguiçosa! — Diz Mad, revirando os olhos. 

— Isso doeu Maddelyne! 

— Cala a boca, Castle! — Grito impaciente. 

Ela fica quieta e caminhamos pela trilha que nos leva a toca de Rabbie. 

— Ora, ora. — Ouve-se de dentro do espelho a frente das nove tocas de coelho. 

— Número cinco, estou com pressa. 

— A apressada antes era eu. — Diz a coelhinha, dentro do espelho ela faz sumir todas as outras tocas, restando só uma. 

— Obrigada. — Diz Anny. 

Pulamos dentro todas juntas, Mad ria o tempo todo, enquanto Anny gritava e Castle flutuava pelas curvas. Todas caíram no chão, exceto eu. 

— Pensei que já estavam acostumadas. — Digo rindo. 

— Eu não caí. — Fala Castle. 

— Você estava com preguiça? — Pergunta Anny. 

— Ai! — resmunga Mad. 

Saímos em direção à casa de Alice, só nos resta a meia hora. 

— Castle pode nos ajudar? — Pergunto. 

— Uma por vez. 

Concordo com a cabeça e ela sai arrastando, uma por uma, pela mão e sumindo com fumaça no ar. 

Quando chega a minha vez, tusso algumas vezes, aliviando a coceira na garganta que dava sinais de que não ia embora tão cedo. 

Bato na porta algumas vezes. Alice abre a porta devagar e hesitante. 

— Vinte minutos. — Anuncia Anny. 

— Precisamos ir, agora! — Digo entrando porta adentro. 

— O que? 

— Onde está a coragem de ontem? — Pergunta Mad rindo. 

— Quem são elas? 

— Não temos tempo para isso. — Digo. 

— Quinze minutos. — Diz Castle entediada. 

— Droga, vamos logo Alice! 

— Calma, Ally. — Pede minha irmã, segurando a minha mão. 

Respiro fundo algumas vezes e tento me acalmar. 

— Esse mundo vai ser destruído. Agadore já está no centro dele, e faltam dez minutos. — Digo. 

— Não estou entendendo nada. 

— Não queremos que entenda, só que não morra. — Diz Castle revirando os olhos bicolores. — Enquanto você fica tentando entender algo se passaram mais oito minutos. 

— Meu chazinho de hortelã do céu! — Mad encarava o mundo começando a se destruir. 

— Começou! — Foi a vez de Anny. 

— A diversão! — Então Mad, soltando um sorriso psicótico. 

— Vamos sair daqui! — grito. 

As paredes começam a derreter e saímos da casa o mais rápido possível. No meio da rua, os carros batem uns nos outros. 

Havíamos apenas nós no espelho de Alice, precisávamos chegar até Agadore, ou estaríamos mortas… 


Notas Finais


Charlie é um amorzinho.


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