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História Perdido L.S - Thirteen


Escrita por: brunah179

Capítulo 13 - Thirteen


 

Harry já havia partido para seu compromisso quando encontrei as garotas na sala de jantar prontas para o compromisso com a costureira. Decidi deixar o celular no quarto. Se a costureira fosse tomar minhas medidas e encontrasse um retângulo duro e prateado que nunca viu na vida no meu bolso poderia começar a fazer perguntas. E eu não queria perguntas. 

Queria respostas! 

Ao chegamos na vila, notei que o movimento era bem maior do que o que eu tinha visto no dia anterior. Os prédios de paredes e portas igualmente altas estavam abertos. Fiquei surpreso com o tipo de comércio que vi. Na verdade, não achei que realmente se tratasse de comércio, era mais uma feira livre ou coisa assim. Diversas carroças se amontoavam na rua de pedras, com os mais variados produtos: galinhas e porcos vivos, verduras e legumes, artigos de decoração, um tiozinho esquisito vendia o elixir da vida por apenas uma moeda. Gemma me mostrou o que pensei ser a padaria nem de perto se parecia com uma, apenas uma banca na calçada estreita, repleta de pães variados. Vi o tal boticário, um senhor idoso, mas de uma vitalidade impressionante: Teodora me contou que ele fazia algumas poções que podiam curar doenças tipo um remédio homeopático, imaginei. Um dos comércios que passamos em frente tinha aparentemente tudo que dava para se ter ali, de sabonete a sacos de farinha, talvez fosse o precursor do supermercado. Fiquei atenta a qualquer pessoa suspeita ou, de repente, um objeto que pudesse ser o que eu estava procurando.

 Imaginei que, num lugar tão enfadonho, qualquer notícia nova devia correr como pólvora. Tive essa suspeita confirmada quando madame Georgette — não tinha a menor ideia do porquê todo mundo se referia a ela como madame — me cumprimentou. 

— Então este é o Monsieur Louis , — ela disse, com seu sotaque francês. — Fiquei curriosa a seu respeito. É encantador, chérrie! 

— Err... Mérci? — arrisquei.

 — Oh! Chérrie! — ela juntou as mãos sobre o colo farto. — Quanta delicadeza! Não me admirra que mademoiselle Valentina tenha dito que o Senhor Styles parrecesse tão encantado com você, meu caro!

 Ah! Que ótimo! Agora a família dele era a fofoca do dia!

 — Mas este seu terno! — ela fez uma careta, desaprovando. —Não está lhe favorrecendo, chérrie. Veja! Está frrouxo e grande demais! Uma beleza como a sua prrecisa ser valorrizada. — papo de vendedora, tão antigo quanto a vaidade feminina.

Ela me mostrou diversos ternos quase prontos. Não me empolguei muito, não era meu estilo, mas Gemma ficou esfuziante. 

— Me ajude a escolher um, Gemma. — pedi. Por mim, não levaria nada. Ela separou diversos deles para que eu provasse. Gostou muito de um cinza claro, mas consegui convencê-la de que, para quem tinha poucos ternos— ou nem um —, cores escuras seriam mais práticas, por não mancharem com tanta facilidade. Acabei ficando com um terno preto e outro azul — Gemma não permitiu que eu ficasse com apenas um, disse que o compraria de uma forma ou de outra, não me deu outra escolha. A costureira era muito hábil, apenas uma assistente a ajudava. A grande sala de seu atelier de costura estava escura, entulhada de tecidos e papéis por toda parte. Parecia que acabara de acontecer um terremoto. E eu pensei que meu apartamento se parecesse com uma zona de guerra... 

Enquanto fazia alguns ajustes nos ternos, madame Georgette me lançava um olhar reprovador toda vez que tocava minha cintura. Puxou a barra da calça para fazer a bainha e sua testa se franziu. 

— Humm... — resmungou —... seus sapatos são muito interresantes, chérrie. 

Gemma escolheu seu vestido rapidamente — marfim, mangas curtas, com alguns bordados delicados e ampla saia. Pelo desenho, achei a cara dela. Teodora, porém, deu mais trabalho. 

Disse diversas vezes que o vestido tinha que ser especial, digno de uma rainha!

Madame Georgette devia conhecer muito bem suas clientes, pois pegou um rolo de tecido dourado e encorpado e o abriu sobre a mesa. 

— Que tal este, mademoiselle Teodorra? Não há tecido mais nobrre nem mesmo na Eurropa! 

Depois de meia hora, depois de muitos: este não está à altura de uma rainha, Teodora escolheu um modelo cheio de detalhes, com muitos bordados e de mangas bufantes. 

— Não vai escolher o seu traje, chérrie? — me perguntou madame Georgette, piscando várias vezes seus cílios longos. 

— Ah, não. Não sei se estarei aqui no sábado e, se por acaso ainda estiver, posso usar um destes dois aqui.

 As três se entreolharam e depois olharam de volta para mim.

 — Você deve escolher um traje de baile, Louis. — me disse Gemma. Adorei a forma casual que usou para dizer meu nome. Sem frescuras, como fazia seu irmão, — Estes são para os dias normais. Já lhe disse que muitos amigos da família estarão lá. Quero que lhe admirem, e não que sintam pena. Além disso, Harry foi muito explícito esta manhã, quando me pediu para que lhe ajudasse a escolher o traje, já que você não está familiarizada com a moda local. — ela se aproximou. — Eu lhe ajudo! 

Elisa colocou suas mãos em meu braço e me guiou gentilmente até a mesa onde estavam os desenhos de madame Georgette. 

— Este ficaria muito bem em você, o que acha?

Dei uma olhadela no desenho. Tinha detalhes demais.

 — Ainda acho que não é necessário, Gemma. Eu agradeço sua preocupação, mas realmente... 

— Louis, eu vou escolher sozinha se continuar sendo intransigente. — e sorriu calmamente.

 Suspirei.

 — Preferia algo menos elaborado então. — fiz uma careta involuntária para o desenho. — Não quero chamar muita atenção. — sussurrei.

 Gemma sorriu e continuou a virar as folhas grandes de papel amarelado.

 -Já souberram da novidade? Ontem à tarde um chevalier se hospedou na penson de dame Herbert. A pobrre viúva ficou assustada quando o homem bateu em sua porta, todo sujo, sem bagagem e sem crriados! Mon Dieu! 

Opa!

 Virei-me para poder ver melhor o rosto da costureira, mas acabei esbarrando sem querer numa bacia cheia de botõezinhos que estava sobre a mesa. Milhares de bolinhas se esparramaram pelo chão.

 — Caramba! Desculpa, madame. — me abaixei para recolher os pequenos botões enquanto sua assistente vinha a meu socorro. 

— Não se preocupe, chérrie. Anelize cuidarrá disso. — disse a costureira, me levantando do chão. 

— Foi sem querer, eu juro! — meu rosto ardia.

 —Já disse parra não se prreocupar com isso! O que estava dizendo? Oh! Sim, sobrre o forrasteirro. Parrece que foi assaltado, pobrre homem! Mas, felizmente, não foi ferrido! — ela balançou a cabeça, fazendo seus cachos louros sacudirem. 

— Onde disse que ele está, madame Georgette? — perguntei aflito.

 — Na penson Herbert.

 — Que coincidência! Parece-me que a história desse cavalheiro e a sua são parecidas... — Teodora começou e foi interrompida por Gemma rapidamente. — Teodora, veja aquela fita! Acho que é perfeita para seu novo chapéu. 

Gemma não queria que a costureira soubesse que eu também tinha uma história muito parecida. Pelo menos era o que ela e Harry pensavam, mesmo eu tendo dito diversas vezes que não havia sido assaltado.

 — Onde, senhorita Gemma? Oh! É perfeita! Ficará linda em meu novo chapéu. — completamente distraída pela fita, Teodora se levantou da cadeira e foi até um bolo de fitas coloridas penduradas num varal. O assunto esquecido. 

— Qual é o nome dele? A senhora o conheceu? — não pude me segurar. Eu precisava saber mais sobre ele. — Não o conheci ainda, mas o vi hoje de manhã alugando um cavalo. Crreio que está forra da vila no momento. Você o conhece? — suas sobrancelhas finas arquearam, a curiosidade crescer em seu rosto pálido.

 — Ah, não! — dei de ombros torcendo para que minha expressão não demonstrasse a frustração que sentia por não obter mais detalhes. — Apenas... Fiquei curioso. Aqui parece ser um lugar tão tranquilo! 

— Oh! Há muito tempo que já não é assim, chérrie. Os tempos moderrnos estão trrazendo muitas coisas desagradáveis. 

Tempos muito modernos, realmente. 

Não fiz mais perguntas. Não queria colocar Gemma numa situação constrangedora. Já era ruim saber que toda a vila estava falando da família dela por culpa minha, não queria complicar as coisas ainda mais. Esperaria até poder falar com Harry  e pediria sua ajuda.

Outra vez! 

Gemma escolheu o modelo do meu traje de baile e eu mal prestei atenção quando ela me mostrou o tecido — cinza claro, ela insistiu.

 Minha cabeça girava violentamente. Eu estava certo. Tinha mais alguém ali. Alguém que no momento não estava exatamente ali — não no vilarejo, onde eu poderia facilmente abordálo — e que, provavelmente, estava em algum outro lugar procurando como sair daquele pesadelo.

 Louis tem uma forma de falar um pouco diferente da nossa, madame Georgette. Ele é de longe! — esclareceu Gemma, sorrindo para mim. 

— Muito diferrente! — olha quem está falando! — Au revour, mademoiselles  e Monsieur Vemo-nos em brreve. 

— Até. — Disse Teodora.

— Até logo. — cumprimentou Gemma. 

Eu não disse mais nada. Apenas acenei um tchauzinho bem rápido e sai. 

Obriguei Gemma e Teodora a andarem pela vila até chegar perto da tal pensão. Um prédio antigo que precisava de uma mão tinta com urgência. Ficava numa esquina, uma placa de madeira, com o nome da pensão entalhada nela, pendia sobre a porta estreita e alta. Observei atentamente as pessoas que vi, especialmente os homens — já que agora sabia pelo menos que era um homem — mas, obviamente, ele não estava ali. Ninguém diferente das pessoas que eu conheci até então. Ninguém que se comportasse como eu.

Fui obrigado a suportar o percurso de quinze minutos dentro da carruagem. Teodora não calou a boca um único minuto. 

— Que coisa estranha, não é? Duas pessoas assaltadas e praticamente no mesmo dia! Oh! O que a guarda está esperando? Por que não capturam esses bandoleiros de uma vez? Não posso acreditar que estejam muito longe. Não acha que tenho razão, senhor Louis? — ela agora olhava para mim. — Se conseguisse se lembrar ao menos de como eram os rostos dos agressores e relatasse aos guardas, talvez os encontrassem mais depressa. 

— ela não me deu chance de explicar que eu não poderia ajudar. Que não vi rostos porque não havia rostos. Apenas um rosto, e eu tinha certeza que ela estava em algum lugar em 2010, curtindo com a minha cara e fazendo vodu para algum outro otário desavisado. 

— Vou pedir ao meu pai que contrate mais criados. Deus sabe se não estão atrás de... 

Seu tagarelar continuou e tentei me desligar dele. De fato, não ouvia o que ela estava dizendo, mas aquele zumbido irritante ao fundo me impediu de pensar claramente.

 Assim que chegamos, corri até o quarto e, com desânimo, vi meu celular desligado como sempre. Pensei que haveria alguma coisa ali, uma mensagem ou outra coisa. Afinal, eu estive na vila. Na mesma vila em que estive na manhã anterior. Então, por que agora não havia nada? 

— Gemma, se importa se eu for visitar Storm? Eu queria vê-lo outra vez. — na verdade, queria ficar sozinho e pensar.

 — É claro que não, senhor Louis. Estaremos na sala de leitura. Poderá nos encontrar lá mais tarde.

 — Beleza. — concordei tentando sorrir.

 Desci até os estábulos, distraído. Eu ainda não entendia o que estava acontecendo. E precisaria da ajuda de Harry, mais uma vez. Precisaria que me levasse até a vila no dia seguinte para confirmar se o tal cara já tinha voltado e se tivesse, tentar descobrir o que sabia. 

Storm estava solto no estábulo, parecendo feliz com a liberdade. 

Aproximei-me da cerca e fiquei observando o cavalo correr mais rápido quanto corriam os meus pensamentos. 

Por que eu estava ali afinal? Qual o motivo real daquela brincadeira de mau gosto? Esse homem também tinha comprado um celular da mesma vendedora? Também tinha que encontrar algo? Procurava pela mesma coisa que eu procurava? Seria uma caça ao tesouro e quem o encontrasse primeiro voltaria pra casa? Ele fazia alguma ideia do que seria “essa coisa” pelo menos? 

Storm interrompeu minha concentração quando se aproximou.

 Chegou tão perto que eu podia tocá-lo.

 — E aí cavalinho, curtindo a liberdade? — Claro que ele não respondeu. Só estava faltando isso: cavalos começarem a falar. Estiquei meu braço e toquei pelo brilhante. Ele bufou, mas achei que foi de contentamento.

 — Por acaso, você não viu por aí uma máquina do tempo, viu? —sussurrei. — Imaginei que não. Mas, se de repente você encontrar uma, não esquece de me avisar! 

Continuei a acariciá-lo e sorri. Eu estava contando meus problemas a um cavalo! — A vida aqui é bem diferente, não é? Se bem que talvez vida de cavalo seja igual em todo lugar. Você é um cavalo de sorte. Não tem que puxar carroças, nem leva chicotadas. Aposto que até deve ter muitas éguas de olho em você... 

— Parece que já são bastante íntimos. — uma voz ao fundo respondeu. 

Virei-me bem a tempo de ver Harry se aproximando, antes que eu pudesse fantasiar que tinha sido o cavalo que me respondera. — Se já estão falando sobre relacionamentos amorosos. — ele sorria.

 — Storm é um amigo muito bom. — brinquei. — Fala quase nada e me escuta sem reclamar. Um amigo muito compreensivo.

 Ele parou ao meu lado e também acariciou o cavalo. — Storm, creio que você tenha um fã. — falou, me observando, com certeza para ver minha expressão ao ouvi-lo usar a palavra que eu havia ensinado a ele. E realmente fiquei surpreso. Meu rosto não escondeu isso. 

Harry riu. — Como foi na vila? Conseguiu encontrar algum terno? — perguntou, ainda alisando o pelo de Storm. 

— Encontrei. Valeu, Harry. Não precisava fazer isso. — eu disse, um pouco desconfortável.

 — Não precisava! Eu quis fazer. — ele parecia muito satisfeito por eu ter aceitado seu presente.

 — Como foram seus negócios? —inquiri tentando puxar conversa.

 — Excelentes. Entendemo-nos rapidamente.

 Parei de alisar o pescoço do cavalo por um instante. Storm sacudiu um pouco a crina quando parei, como se dissesse: Continue, não pare!

— Encontrei mais coisa lá na vila. — voltei a acariciar Storm, mas olhava para Harry de esguelha.

 — Não me diga que encontrou a tal pessoa que está procurando! — ele não gostou da notícia. 

— Mais ou menos. — sussurrei. — Tem um cara que diz ter sido assaltado e está numa pensão. Ele não estava lá hoje, saiu cedo para fazer alguma coisa importante. — arqueei uma sobrancelha sugestivamente.

 — Que coisa é essa? — ele também sussurrou.

— Não sei. Mas acho que talvez esteja tentando encontrar uma forma de voltar pra casa. 

— Acredita que ele saiba como fazer isso, senhor? — seus olhos intensos me observaram atentamente. 

— Talvez sim, talvez não. Mas ele deve estar tentando. É o que eu estou fazendo, não é? Tentando encontrar um jeito de voltar.

 — Certamente. — depois de alguns segundos acrescentou: — Posso perguntar por que estamos sussurrando?

 Endireitei-me na cerca.

— Não sei! — eu ri, Harry também. — Pretendo ir até lá amanhã para ver se ele já voltou de viagem.

 — Irei até a vila amanhã, se quiser me acompanhar será... 

— Eu quero! — interrompi, tirando as mãos do cavalo e agarrando seus braços numa euforia desenfreada.

Nossa! Quem poderia imaginar que Harry teria os braços tão definidos e fortes e... 

Tirei as mãos dele rapidamente e recuei. Fiquei constrangido por tê-lo tocado daquela maneira e ainda mais constrangida por ficar fantasiando sobre seus bíceps expostos numa camisa de mangas curtas.

 — Desculpa, Harry. Eu me empolguei. — não consegui olhar para ele, fitei o chão. 

— Não se desculpe, senhor. — sua voz estava mais alta que o normal. — Já percebi que seus costumes são diferentes. Não há razão para se desculpar.

 Não pude ver sua reação, mas sua voz parecia perturbada. Tive medo que ele pensasse que eu estava me insinuando para ele. Ainda mais depois da conversa que tivemos sobre casamento. 

Tentei me recompor, afinal, eu era uma garota do século vinte e um, pelo amor de Deus! 

— Você... hã... Tem muitos arrendatários? — perguntei a primeira coisa que me veio à cabeça. 

— Não muitos, — sua voz mais composta agora. — Apenas alguns em pequenas propriedades

 — É disso que você vive? Sua renda, quero dizer.

 — Disso também. Meu pai nos deixou um patrimônio bastante generoso. Mas me dedico mais aos cavalos. É o que eu gosto de fazer.

 —Você vende os cavalos?

 — A maioria deles. Criamos cavalos muito bons aqui. A família real já comprou diversos deles, aliás, — disse orgulhoso, cruzando os braços sobre o peito e atraindo meus olhos novamente para seus bíceps. Mesmo sob o casaco, eram bastante generosos. Como não notei isso antes?

 — Então é por isso que tem tantos deles. Eu fiquei pensando o porquê de tantos músculos. 

err... cavalos se você só tem uma carruagem... — meu rosto ardeu.

— Nós criamos e treinamos até que eles estejam prontos, depois os vendemos. É um ramo muito lucrativo e extremamente prazeroso — Eu imagino que sim, — espiei pelo canto do olho e vi que ele tentava não olhar em minha direção, sem muito sucesso. Fiquei ainda mais nervoso. 

Minhas mãos começaram a suar. 

O que estava acontecendo com meu corpo?

 — Eu gosto disso, senhor Louis. Gosto de criar animais. É muito mais gratificante que uma plantação de café. — Harry se aproximou mais de onde eu estava. — Não imagina como fico feliz em poder dizer que meu estábulo está cheio de potrinhos e que logo se transformarão em garanhões puro sangue que servirão a muitas famílias. 

— Ga-garanhões? — gaguejei estupidamente, recuando, um passo.

 A palavra não tinha a mesma conotação para ele que para minha mente suja. 

— É claro que também criamos éguas, não dá para escolher — e sorriu. Seu sorriso tão lindo me deixou sem equilíbrio. — Mas os garanhões são os mais procurados. 

— Ah! São mesmo! — concordei. 

Tentei me acalmar e continuar conversando com ele normalmente. O problema era que eu não conseguia me concentrar em nada. A rigidez de seus braços não me permitia pensar em mais nada que não fosse arrancar sua camisa, deslizar meus dedos nas curvas de seus músculos...

 — Acho que vou entrar, Harry, se não se importar. Gemma está me esperando na sala de leitura. — eu disse apressado. 

— Eu o acompanho até lá. — ofereceu educadamente.

 — Não! — gritei. — Não precisa. Eu sei chegar lá. Fica aí com Storm, ele deve estar precisando de... de... alguma coisa de cavalo. 

Ótimo. Meu cérebro virou geléia! 

— Tudo bem. — respondeu lentamente. — Me permite lhe fazer uma pergunta? 

— Manda. — eu estava perturbado. 

Minha cabeça girava com a confusão de sentimentos que eu sentia. Harry ficou confuso também. — Faz a tal pergunta. 

— expliquei. Já estava ficando cansativo ter que explicar todas as palavras que saiam de minha boca. — Fiz alguma coisa que lhe desagradou? — perguntou ansioso.

 — Não. — assegurei a ele, nervoso.

 — Então, por que está fugindo?

 Ai, droga!

 — Eu? Fugindo? Que ideia! — ele tinha notado. Claro que tinha notado. Será que notou meu constrangimento depois que o toquei? Pior! Será que notou a... curiosidade que surgiu em meu rosto quando o toquei? Ainda pior! Será que as fantasias em minha cabeça estavam nítidas também em meus olhos?

 ARGH!

 — Eu mal cheguei aqui e você se apressa em voltar para a casa. Pareceu-me que estava se divertindo com Storm e, de repente, ficou tão nervoso! Por que não fica um pouco mais? Podemos conhecer o resto da propriedade. Acredito que irá gostar muito e o passeio nem é tão longo... 

— Não dá. Eu tenho mesmo que voltar. Prometi a Gemma. Quem sabe outra hora? — e sai apressada, sem me importar com o que ele iria pensar disso. 

Que pensasse que eu era covarde!

 Melhor assim. Bem melhor que pensar que eu estava interessada nele ou naqueles braços rígidos e fortes que pareciam feitos de granito. E eu realmente não estava interessado! Definitivamente não estava!

 

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