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História Perdido L.S - Forty-four


Escrita por: brunah179

Capítulo 44 - Forty-four


 

Levantei-me num salto, eu queria torcer seu pescoço, pisar na sua cabeça até os olhos saltarem. Mas, ao invés disso, apenas encarei a mulher que bagunçou minha vida com toda a raiva que eu sentia. 

— Por quê? — perguntei trincando os dentes. 

Ela não respondeu, apenas me contemplava com olhos gentis. Minha raiva aumentou. 

— Por quê? — repeti, sentindo o sangue ferver nas minhas veias. — Por que fez isso?

 — Você tinha que passar por isso. Tinha que conhecer Harry. — ela disse com sua voz suave e musical.

 — E pra que?

 — Ele estava no seu destino. — ela deu de ombros. — Não tive outra alternativa. Precisei reuni-los como pude!

 Eu não entendia o que ela me dizia. Nada fazia sentido.

— Vou explicar melhor, querido. Imagine que todas as pessoas tem sua outra metade e, que algumas vezes, passam por ela sem nem mesmo notar. Outras pessoas são mais atentas e as notam e tem a chance de escolher, de ser feliz por toda a vida. 

Eu ainda a encarava sem entender. 

— Acontece que ocorreu um pequeno erro e você não teve esta chance. Sua metade não vivia no mesmo presente que você. Precisei reuni-los para equilibrar as coisas.

 — Reunir? Você acabou com a vida de Harry e com a de Gemma! E a minha também! — eu gritei. 

Ela não pareceu abalada. 

— Bem, sim. Mas você aprendeu o que precisava. 

— Aprendi! Aprendi a nunca confiar em estranhas que querem ferrar com sua vida usando um sorriso gentil no rosto!

 Ela levantou uma sobrancelha. 

Eu bufei.

 — É claro que aprendi. Mas não precisava ter estragado a vida de outras pessoas para fazer isso, não de pessoas tão boas como eles. Se queria me ensinar a ser menos fútil, podia ter dado outro jeito. 

— Não é bem a isso que estou me referindo. Nunca foi sobre sua futilidade. 

— Ah! Não? E porque você fez aquela cara quando me vendeu o celular?

— Porque, sendo você como era naquela época, eu sabia que sofreria mais em sua experiência do que outra pessoa. Muitas pessoas estão habituadas a uma vida mais simples. Seria mais fácil se você fosse assim, só isso! — deu de ombros. — Me referia ao seu autoconhecimento. 

— Então... então... — agora é que eu não entendia nada mesmo! 

— Na verdade, Louis, como eu disse, foi tudo um erro de planejamento.

 — Um erro?

 — Sim, querido.

 Ela estava me irritando profundamente com os seus "queridos". 

— Então, Harry está sofrendo por um erro seu? Como você pode fazer isso com ele? Por que não me deixou quieto com minha vida vazia? Me deixasse passar pela vida sem vivê-la. Nunca deveria ter me mandado para lá! Nunca! Eu não posso continuar... 

Não depois de saber que Harry... — meu peito doía ao pensar que tinha sido infeliz em sua vida. E tudo o que eu mais queria era que ele fosse feliz. 

— É por isso que estou aqui, querido. — ela disse sorrindo maternalmente. — Vamos consertar algumas coisas?

 Olhei para ela, desconfiado, e querendo muito que não estivesse brincando comigo. Eu já estava no limite! 

— Não estou brincando. Vamos resolver isso de uma vez. Tenho outros... Clientes por assim dizer, que preciso visitar.

 — Por falar nisso, quem era a tal pessoa que estava lá também? —perguntei, querendo resolver finalmente este mistério. 

— Eu não disse que era uma pessoa. — e sorriu. 

— O que? 

— Storm era seu protetor, se tivesse prestado mais atenção teria percebido. — ela disse meio ríspida. 

O cavalo? Meu protetor?

 — Eu procurava por um homem e era um cavalo o tempo todo? 

— Eu jamais te deixaria sozinho, Louis. Mas não podia envolver mais pessoas neste caso. Storm foi perfeito para esse trabalho. Ele te ajudou diversas vezes, não foi? — apontou. 

Comecei a juntar as coisas: Storm no quadro me deixou fascinado, depois que o conheci fiquei ainda mais ligado a ele. E foi por culpa de Storm que Harry e eu acabamos nos enroscando e caindo na estrada, o que levou ao nosso primeiro beijo. Ele me encontrou quando tentei fugir e me levou para casa quando chegou a hora de voltar. 

— Claro! — eu disse, sacudindo a cabeça tristemente. — Como fui estúpido! 

— Estúpido não. Apenas desatento. — ela me corrigiu.

— Como você faz isso? Como sabe o que eu estou pensando? 

— Querida, eu conheço todos os meus... clientes, profundamente. Digamos que eu esteja em sintonia com sua cabeça. — ela sorria pra mim como se fosse minha amiga. — E eu sou! Então, vamos acertar tudo? Agora que se conhece verdadeiramente, me diga o que realmente deseja, Louis.

 — Quero voltar! — eu disse firme. —

 Não posso permitir que viva essa experiência outra vez. — seu rosto ficou sério. — É contra as regras. 

Assenti, sentindo parte de mim morrer naquele instante. 

— Então faça Harry feliz. Faça com que esqueça que me conheceu ou que se apaixone por outra pessoa ou qualquer outra coisa que o deixe feliz. — implorei, cansado. 

— Tem certeza de que quer mesmo isso? — suas sobrancelhas arquearam. — Ele não se lembrará de nada do que viveram juntos. Não se recordará nem mesmo que a conheceu. 

— Eu não me importo! — eu disse abrindo os braços, meus olhos inundados. Eu me lembraria e isso me bastava. —Desde que ele esteja feliz, não me importo com mais nada.

 Ela me observou por um longo minuto.

 — Estou muito orgulhosa de você, Louis! — seu sorriso iluminou seu rosto delicado. — Muito bem, então! Me devolva o aparelho, por favor? — pediu esticando a mão. 

Peguei o celular que eu passei a gostar no bolço do meu terno. Ele tinha me levado até Harry e agora estava indo embora para arrumar o estrago que eu causei. Coloquei o aparelho na mão dela rapidamente. Quanto antes ela fizesse sua mágica mais rápido Harry deixaria de sofrer.

 —Tem certeza? — perguntou mais uma vez. 

— Você não disse que conhece cada segredo de minha alma? — retruquei. — Faça logo e o deixe viver em paz! 

Ela abriu um enorme sorriso eufórico. — Você manda! — disse apertando o botão verde. Obviamente, com ela, o aparelho funcionou.

 A luz branca me cegou. Dessa vez, porém, não me assustei. Esperei que a cegueira passasse para que eu pudesse voltar para meu apartamento e me enfiar no meu nada outra vez. Mas quando tentei fazer meus olhos focalizarem a rua, não fui capaz. Não por que ainda estivesse cega ou por não haver luz alguma, mas por que não existia rua alguma. Tudo havia sumido.

Olhei em volta com o coração retumbando no peito, a luz prateada da lua me permitiu ver onde eu estava, ver a pedra perto de meu pé, o cedro ainda pequeno, o gramado que cobria todo o chão e a ela que ainda estava ali na minha frente. 

— Mas você disse que... — comecei sem entender. 

— Que não poderia repetir a experiência. E não pode. — ela sorriu. — Mas você pode escolher, Louis. Agora que você sabe quem realmente é, o que realmente quer, poderá escolher. Ficar aqui ou voltar para o seu tempo, mas seja qual for sua decisão não haverá retorno. — ela ameaçou. — Não é uma ameaça! Estou apenas te avisando, para que não hajam mais erros. 

Eu não precisava pensar.

 — Fico aqui. — eu disse, enfático. Meu coração martelava nas costelas, um sorriso se apoderou de meus lábios. — Fico aqui com Harry. 

Ela assentiu sorrindo. 

— Imaginei que me diria isso. 

— Posso ir? — eu tinha pressa, passei mais tempo sem ele do que podia suportar. 

— Pode sim, querido. Seja feliz! 

Dei alguns passos, mas depois voltei. Atirei meus braços em volta dela e a apertei forte.

 — Obrigada, seja lá quem você for! Obrigada por trazê-lo para mim! Ela não pareceu surpresa com minha reação.

— Sei que os mecanismos de magia se modernizaram um pouco ao longo dos anos, mas não pode ser tanto assim que você não me reconheça! — disse zombeteira.

 Eu a soltei e olhei em seus olhos. 

— Você é uma... fada? — experimentei dizer. Só podia ser! Como não pensei nisso antes? Talvez por que fosse ridículo demais, mas...

— Quase isso. Você pode adivinhar. Vamos, Louis, pense! Eu lhe mandei um príncipe charmoso, um vestido de baile, uma carruagem... — ela sorria divertida. 

A compreensão me atingiu como um raio. 

— Você é minha f... — mas a luz branca voltou e ela desapareceu. Seu riso ecoou na noite prateada.

 Fada Madrinha? Eu tinha uma fada madrinha? Ao que parecia, do tipo mais estranho que eu já tinha ouvido falar. Que te dava aquilo que você ainda nem sabia que queria. Mas eu estava onde queria estar, então, agradeci por ela existir e, assim que a cegueira passou, me pus a correr em direção ao caminho que me levaria até Harry.


Notas Finais


Voltei mais cedo dessa vez pra avisar que agora só volto depois do ano novo porque vou viajar okay bjo amores boa leitura...


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