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História Perdido L.S - Nine


Escrita por: brunah179

Capítulo 9 - Nine


— Senhor Louis, podemos conversar um pouco? — Harry perguntou, todo educado, tirando minha atenção da janela da carruagem, quando já estávamos a caminho da vila.

 Era a primeira vez que eu entrava em uma carruagem. Muito diferente do carro e muito diferente do que eu imaginava por “carruagem”.

 Quando era criança, eu fantasiava que era um rei indo para o baile dentro de uma daquelas, mas as minhas sempre eram enfeitadas e cheias de cor dourado por toda parte. 

A carruagem de Harry, no entanto, era marrom, com quatro grandes rodas de madeira e duas lamparinas pendiam nas laterais — imaginei que fossem os faróis. A cabine era fechada como uma caixa de fósforo, apenas duas pequenas janelas nas laterais, uma delas estava coberta por um tipo de cortina de tecido. Dentro dela, caberiam quatro ou cinco pessoas. Os assentos e as paredes eram forrados por um tecido grosso e estampado de fundo bege, uma minúscula lamparina em um dos cantos, que provavelmente servia para iluminar a pequena cabine em viagens noturnas. 

A viagem dentro dela era cheia de solavancos e lenta, mas supus que, num acidente de trânsito entre duas carruagens, não haveria vítimas fatais. Talvez os cavalos se ferissem. 

— Claro. Sobre o que quer falar?

 — Sobre hoje. — ele limpou a garganta. — Sobre o café da manhã. 

Claramente, Harry estava constrangido. Suas mãos inquietas pareciam não saber onde queriam descansar.

 — Tudo bem — eu disse cauteloso. 

Não queria voltar ao assunto, especialmente por que não queria ficar irritada com ele. — Fala aí.

 — Você disse — ele pigarreou outra vez e, então, começou a falar rapidamente. Para não perder a coragem, pensei, depois do que eu ouvi. — O senhor disse algumas coisas que me deixaram confuso. Muitas palavras que não reconheci, mas algumas delas eu conheço. Fiquei espantado que um jovem rapaz como o senhor as conhecesse também — seus olhos se abriram um pouco mais. — E as usasse! Mas você disse algo que me deixou inquieto. 

E ele estava inquieto, realmente. 

Imaginei que, se a carruagem fosse mais alta e ele um bom tanto menor, começaria a andar de um lado para o outro, como fazem nos filmes.

 — E que coisa foi essa? — perguntei. 

— Sobre ir para a cama com homens casados. — ele baixou a cabeça. Ficou mexendo nos joelhos da calça como se tivesse alguma coisa presa ali. 

— Eu nunca fui, já disse! Não estou mentindo.

 — Eu acredito, senhor. Mas — ele continuava com a cabeça baixa, sua voz ficou um pouco abafada. — A questão é que me pareceu que o senhor conhece bem o assunto. Ir para cama com um homem quero dizer. — sua voz diminuiu até um sussurro.

Oh! Esse assunto!

 — E conheço. — eu tinha vinte e quatro, já conhecia há muito tempo.

— Foi o que pensei. — murmurou, levantando a cabeça olhando pela janela. 

Eu não podia ver seu rosto, apenas seu pescoço e seus cabelos negros. Esperei que ele continuasse, mas ele não continuou.

 —E você pensa que eu não deveria conhecer, acertei? 

Ele se virou e me olhou nos olhos. Olhou profundamente. Senti a força deles me arrastando, exatamente como um ímã. A força era tanta que recuei um pouco, assustado. 

— Certamente que não devia! Jovens solteiros não devem conhecer certos assuntos até que estejam formalmente comprometidos. — ele parecia muito irritado. Mais que isso, parecia furioso. — E quando digo formalmente comprometidas me refiro ao matrimônio com uma mulher. - Senti a amargura em sua voz.

— Harry... — minha voz estava um pouco rouca, com medo. Do que? Daqueles olhos? — Eu tenho vinte e quatro anos, sou solteiro. O sexo faz parte da vida das pessoas com certa frequência. Onde eu vivo pelo menos é assim. E mesmo que eu não conhecesse na prática, minha mãe me explicou como tudo funcionava quando eu tinha onze anos.

 — O senhor conhece na prática? — temi que seus olhos fossem saltar das órbitas. Seus rosto se retorceu em desaprovação e... tristeza? 

— Mas é claro, Harry. — talvez não fosse tão óbvio para um rapaz do século dezenove, mas eu não pretendia mentir para ele. Estava sendo muito gentil comigo, me ajudando desde que me encontrou.

 Ainda mais gentil por me ajudar, sem nem mesmo saber a história toda. — As coisas são diferentes por lá. 

— Não gosto de como as coisas funcionam nesse seu lugar. E sua mãe fez muito mal. — sua testa estava vincada, suas sobrancelhas quase unidas. — Muito mal, realmente! 

— De forma alguma! Acho que ela fez certinho. Uma pessoa precisa saber o que acontecesse com seu corpo na adolescência e para que servem as mudanças, ou o número de rapazes com AIDS e adolescentes grávidas seria maior do que já é.

 — Há muitas delas grávidas? —ele parecia não acreditar no que ouvia.

 — Sim, muitas. E, em sua maioria, por culpa de uma mãe negligente que não cumpriu seu papel de educadora, como fez a minha. — pensar em minha mãe sempre me acalmava. 

Como se ela pudesse, ainda, me acalentar. Suspirei. Sentia uma saudade terrível dos meus pais.

 — E a castidade? E a pureza? Não existe valores onde você vive? - perguntou indignado. 

Eu ri. 

— Ah, Harry! A virgindade não é tão importante desde mil nov... Faz tempo! Eu não quebrei as regras. Acredito que ainda existam jovens virgens. Todas as de doze anos, pelo menos.

 — Ouso dizer que esse lugar não é adequado para uma jovem viver!

— Bom, é adequado pra mim! — dei de ombros. — Não conhecia outra forma de viver até ontem. Gosto muito de lá. Espero conseguir voltar logo. 

Harry estreitou um pouco os olhos.

 — Creio que passar um tempo aqui possa lhe fazer algum bem. Novos costumes, novos conhecidos Talvez acabe gostando.

 Duvido muito. 

— Bem, é claro que primeiro eu preciso encontrar um jeito de voltar, depois eu vejo isso.

 Sabia que não conseguiria convencê-lo que sexo fazia parte da vida, assim como sentir sono ou sede. Ele devia ter sido criado pensando que garotas eram virgens até o dia do casamento, sem exceções à regra.

 Ele voltou a olhar para a janela. 

— Chegamos. — disse ele, depois de algum tempo em silêncio.

 Era estranho demais olhar a cena. Ruas de pedras irregulares, construções sem cor e antigas — sem a ação do tempo, porém — homens vestindo casacas e com bengalas nas mãos, mulheres com vestidos antigos e bufantes, chapéus cheios de laços, sombrinhas rendadas nas mãos enluvadas. Até as crianças que vi pareciam sair de um quadro antigo, usando roupas demais para crianças. E cavalos. Muitos cavalos e carruagens. Tudo estranho. Eu ri. Era como se eu estivesse numa das histórias dos meus livros.

 Estava ansioso demais para procurar pela tal pessoa, mal esperei a carruagem parar totalmente para descer. Harry suspirou ao meu lado, claramente insatisfeito. Imaginei que fosse por causa da conversa que tivemos.

 Olhei para ele, seu semblante estava ofendido.

 — Ao menos poderia esperar até que eu desça primeiro e abra sua porta? — reclamou irritado. 

Oh!

 — Eu... É que nunca... Ninguém nunca abriu a porta do carro... carruagem pra mim antes. Me desculpe, foi força do hábito. — sorri sem graça.

 Ele suspirou novamente. 

Eu não disse nada. Sabia que precisava me esforçar mais para não parecer um ET para as outras pessoas e não colocar Harry numa situação constrangedora, mas era muito difícil. Eu queria voltar logo para casa. Precisava voltar logo! 

Liam devia estar maluco de preocupação com o meu desaparecimento repentino e, se eu não apareço no escritório na segunda de manhã... 

— Onde deseja ir primeiro? — Harry perguntou, já ao meu lado. 

— Não sei bem. Pensei que talvez pudéssemos andar por aí, perguntar sei lá. Honestamente, você não acha que se mais alguém como eu estiver de fato por aqui será meio fácil de identificar?

— Muito fácil! — e sorriu.

 A irritação ainda não havia deixado seus olhos, mas ele parecia mais controlado agora. — Talvez possamos pedir informações a alguns comerciantes. 

— Beleza! — ele me olhou confuso. Ah!— Beleza, bacana, joia. — ainda confuso. Suspirei. — Que ótimo! 

Eu precisava tentar me comunicar melhor. Gírias definitivamente não eram boa ideia.

Harry concordou com a cabeça. Era tão surreal! Eu tinha a impressão que, a qualquer momento, o Senhor Darcy em pessoa sairia de alguma daquelas portas de madeira acompanhando Lizzy Bennet.

 Harry começou a caminhar ao meu lado, nossos braços se roçavam as vezes.

 Eu me sentia um pouco estranho quando ele ficava perto de mim daquele jeito. Meio sem equilíbrio e inquieto, até meu estômago se comportava de forma anormal. 

 — Como tem passado, Senhor Styles? Não o vejo desde a semana passada! — cumprimentou uma garota de vestido rosa bebê, com cabelos muito loiros, cheios de cachos que pareciam ter sido feitos no babyliss sob o chapéu branco, um laço em seu queixo, acompanhada de uma mulher mais velha, talvez sua empregada, pelas roupas mais modestas. 

Elas inclinaram ligeiramente.

Harry se curvou também. 

— Estou muito bem, senhorita Valentina. Estive fora em uma viagem de negócios. Voltei apenas ontem. Como tem passado? — um sorriso educado se espalhou em seu rosto. 

— Estou muito bem, Senhor Styles — ela piscava repetidamente, irritantemente.

 — Espero que tenha feito bons negócios. Fiquei alarmada por não vê-lo aqui no vilarejo. Pensei que talvez estivesse padecendo de algum mal! — e então me notou. Avaliou-me de cima a baixo. Seus olhos se fixaram nos meu pés.

 Que ótimo, pensei. Então medir as pessoas era um mal muito mais antigo do que eu imaginava!

 — Não me apresenta seu amigo, Senhor Styles? — ela continuou, piscando muito.

— Mas é claro. Este é o senhor Louis.. — ele parou incerto de como continuar. 

— Tomlinson. Como vai? — estiquei minha mão para cumprimentá-la. 

Ela olhou para a mão estendida, depois para Harry e de volta para mim. 

Ah! Deixa pra lá.

 — Tomlinson? — Ian perguntou, suas sobrancelhas arqueadas.

 — É. Meu bisavô era inglês. 

— Oh... Certo. Senhor Louis, esta é a senhorita Valentina de Albuquerque. Uma antiga amiga da família, e sua criada, senhora Veiga. 

— Prazer em conhecê-lo, senhor Louis. — ela se inclinou, me encarando de um jeito estranho. — Está hospedada em sua casa, Senhor Styles?

 — Sim. Ele está em uma... Viagem de descanso. — ele mentia muito mal. Até eu, que o conhecia há apenas um dia, percebi que sua voz se alterou quando mentiu. 

— Mas eu vou embora logo. — assegurei a ela, que pareceu não gostar da novidade. — Só preciso resolver umas coisinhas e aí me mando.

 Ela olhou para Harry sem compreender. Suspirei, cansado.

 —Sabe que é bem-vindo em minha casa pelo tempo que desejar. — Harry me disse, gentilmente. 

Sorri para ele, encantado por sua bondade. Valentina, porém, não sorriu. Seus olhos faiscaram. 

Oh! Ela gostava dele!

 Meu sorriso desapareceu.

 — Eu sei, H... Senhor Styles. E agradeço a sua hospitalidade. — murmurei sem jeito. 

Um momento de silêncio constrangedor se seguiu, ninguém disse nada. Eu comecei a ficar inquieto. Estava perdendo tempo. 

— Senhorita Valentina. — comecei com cautela. — Por acaso, não teria visto alguém... Novo por aqui? 

— Alguém novo? Aqui? — ela pareceu espantada. —Não. Ninguém novo na vila, além de você, senhor Louis.

 Talvez ela não soubesse ainda. Assim como não sabia da minha chegada até alguns minutos atrás. Suspirei desanimado. Obviamente, não seria assim tão fácil encontrar a outra alma condenada àquele hospício cheio de regras de etiqueta! 

— Bem, senhorita Valentina, — Harry disse, parecendo entender que eu queria continuar procurando. — Se nos der licença, eu e...

 — Oh! Claro, Senhor Styles, não quero interromper seus afazeres, mas posso perguntar se o baile de sábado está confirmado?

Harry olhou pra mim e depois para ela, parecendo indeciso. 

— Eu havia me esquecido. Mas acredito que Gemma não tenha mudado de ideia. Até onde fui informado, o baile acontecerá no próximo sábado.

 — Excelente! — ela disse, quicando e batendo palmas. — Estou muito ansiosa para o baile. Os bailes em sua residência são os melhores da região. 

— Fico feliz que lhe agrade, senhorita. — e sorriu. 

Pudera ela gostar dele! Cheio de sorrisos e bailes para agradá-la! 

— Eu vou... perguntar por aí, Harry. Eu quero resolver isso logo. — notei que o sorriso de Valentina se fora quando sem pensar o chamei pelo nome. — Te vejo depois. Foi um prazer conhecer vocês duas. Até logo! 

Sai andando, sem saber bem para onde ir. Estava irritada com aquela garota que se parecia com uma boneca de porcelana e que piscava sem parar.

Ouvi Harry se despedir apressadamente. 

— Você podia ficar batendo papo com elas enquanto eu procuro. Não precisa ficar me seguindo pra todo lado. — avisei assim que ele me alcançou.

 — Não estou seguindo! Estou te acompanhando. Por que está irritado? — Foi pelo que disse a senhorita Valentina, sobre não haver ninguém de fora da vila? 

— Foi! — menti. 

Mas eu não sabia dizer por que não havia gostado daquela fulana ou por que ela me irritou tanto. Talvez fosse TPM masculina. Quem sabe os efeitos que uma viagem no tempo pode causar no corpo humano! 

— Não se preocupe. Se mais alguém estiver aqui, vamos encontrá-lo. — ele disse, confiante.

 — Eu espero que sim, Harry. — eu ainda estava um pouco irritado. — Espero que esteja certo. 

Minha cabeça estava ficando cada vez mais confusa. Tudo ali era confuso. E, cada vez mais, eu não conseguia entender minhas reações exageradas.

 Andamos quase a manhã toda, perguntando a todos os conhecidos de Harry. Entretanto, não foram muitos.

 A maioria ainda estava na igreja. Não, ninguém novo na vila, era a resposta de todos. 

Paramos para conversar com algumas garotas sorridentes e enfeitadas, que lançavam olhares meigos para Harry e de estranhesa para mim.

 Teodora não mentiu quando disse que Harry tinha muitas pretendentes. 

Distraí-me diversas vezes com as fachadas rústicas do comércio e das casas e com as maneiras das pessoas. Tudo parecia parte de um cenário gigante de um filme.

 Não conseguimos perguntar aos comerciantes. Era domingo, tudo estava fechado, apenas uma carroça vendia frutas e galinhas vivas.

— Talvez fosse melhor procurarmos amanhã. — Harry sugeriu, depois de algumas horas de andança. 

— É — concordei desanimado. — Acho que dará mais tempo para notarem se alguém diferente apareceu por aqui. 

— Podemos ir, então? Estou com um pouco de fome. Não consegui terminar meu café. — ele disse brincalhão.

 Eu corei. 

— Me desculpe, Harry. Não sei o que deu em mim naquela hora. É que eu estou numa situação meio... Difícil. Desculpe, de verdade.

— Não se preocupe senhor. Já me esqueci do incidente. Vamos?

 — Vamos. — concordei.

 — Valeu. — agradecia aceitando sua mão como apoio para entrar nela.

 — Direto para casa, Isaac. — ordenou ao rapaz que conduzia a carruagem. Ficamos em silêncio por um tempo. 

— O que achou da vila, senhor Louis?

 — Pensei ter ouvido você prometer me chamar apenas de Louis. — lembrei a ele.

 — Eu sei, mas não me parece muito educado! 

— É irritante esse negócio de senhor, Senhor Styles — brinquei com ele.

 Seus lábios se abriram num sorriso enorme.

 Então, me lembrei.

 — Você tem muitas fãs por aqui. — tentei fazer minha voz soar indiferente.

— Perdoe-me, senhor, tenho o que? 

— Muitas fãs. Muitas garotas atrás de você. Muitas pretendentes. — foi impossível não notar seu constrangimento.

 Ele corou. Pareceu não gostar que eu tivesse notado que era um ímã para garotas.

 — São apenas amigas da família. — disse claramente desconfortável. 

— Valentina parece gostar muito de você. — insisti.

 — A senhorita Valentina e eu nos conhecemos desde a infância. Nossos pais sempre foram amigos. Mas não há nenhum interesse romântico envolvido. — sua voz estava baixa, assim como sua cabeça. 

— Talvez não de sua parte. Você viu como ela te olhou? Pensei que fosse te comer vivo! - E a mim elas lançavam olhares estranhos.

Harry apoiou um braço no joelho e se virou para me encarar meio sorrindo. 

— Isso é culpa sua, não minha! Creio que todos a olhavam. Não me lembro de alguma vez ter visto um jovem sair de casa sem cobrir seus cabelos com uma cartola.

Hã?

 — Um rapaz não costuma sair de casa sem sua cartola — ele explicou, quando viu a confusão estampada no meu rosto. 

— E você não pensou em me avisar sobre isso antes? — Lancei um olhar severo em sua direção.

 — Depois de seu comportamento tempestuoso durante o café? — deu de ombros. — Nem que eu fosse louco! — e riu.

 Fiquei observando seu rosto, completamente fascinado.

 Harry era lindo demais.

 Seus cabelos marrons e cacheados caiam na testa fazendo um contraste perfeito com a pele clara. Seus olhos, verdes como esmeraldas, de alguma forma refletiam raios prateados. Seu nariz reto lhe dava personalidade. Suas bochechas esticadas sobre os ossos do rosto e seu maxilar marcado o deixavam com um aspecto ainda mais másculo. Tudo isso sustentado por um corpo que faria qualquer um perder o juízo. Poderia facilmente ganhar a vida como modelo.

 Percebi que Harry também me observava e, depois de nos encararmos por alguns segundos, me virei para a janela. 

De algum modo, seu olhar me perturbava e eu não conseguia encontrar uma explicação para isso.

 Ficamos em silêncio o restante da viagem. Às vezes, sentia seus olhos em mim, mas não me virei pra ter certeza. Não queria arrumar mais confusão e tinha certeza que olhar muito para Harry me colocaria numa tremenda confusão. 

Ele me ajudou a sair da carruagem assim que chegamos a sua casa, quando ouvi um barulho.

 BSS. BSS. BSS.

Harry também ouviu. 

— Escutou isso? — ele perguntou, procurando em volta. Eu sabia o que era. Sabia muito bem! 

— Não, não ouvi nada. — respondi rapidamente. — Eu... Eu... Preciso usar a casinha! Te encontro lá dentro, está bem?

 Sai correndo e disparei para a casinha. Não olhei para ver qual foi a reação de Harry.

 Entrei rapidamente tentando fechar o trinco da porta com as mãos trêmulas. Peguei o celular. A tela estava acesa, você tem 1 nova mensagem escrito nela. 

Toquei a tela com o dedo.

 Ler agora?

 Apertei o SIM. 

Muito bem, Louis. Você iniciou sua jornada com sucesso.

 Depois piscou e voltou a desligar.

Votem e qualquer erro me avise por favor!!!



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