Frisk começou a se aproximar mais e mais da porta do laboratório. Estava com medo, não sabia o que a aguardava do outro lado. Ficou um tempo parada quando viu que a porta era automática, e havia aberto sozinha. Ficou observando o breu que saía de dentro do local. Aquilo a deixava desconfortável, mas nunca deixou que aquilo diminuísse sua determinação.
Então, com o pouco de coragem que lhe restava, colocou o pé direito para dentro do laboratório. O que mais poderia acontecer? Acabou de lutar contra Undyne, a guerreira do subsolo. Aquilo não havia de ser nada.
Começou a vasculhar com dificuldade o local, já que todas as luzes estavam desligadas. Dentro do local, conseguiu identificar apenas um grande monitor. E... Parece que tinha alguém a vigiando dali, pois mostrava a garota na grande tela.
- Tem alguém me vigiando...? – Frisk questionou em voz baixa.
- Fique atenta. Pode haver alguém querendo nos atacar. – Chara falou em tom alerta.
- Esse lugar está vazio Chara, não há ninguém querendo nos matar aqui. Lembra-se da outra rota? Não apareceu ninguém e... – A garota falou, mas foi interrompida por um barulho.
- É na outra rota não tinha ninguém. Mas, se esqueceu de que você está em outra rota? Pode muito bem ter um monstro aqui para tentar te matar! – Chara exclamou olhando para os lados.
- Fique calma. Vamos resolver isso agora mesmo. Vamos procurar quem fez o barulho. – Frisk falou, equipada com seu pauzinho.
- Esse pauzinho não vai ferir nem uma formiga Frisk! – Chara exclamou brava.
- Já falei pra ficar calma! Eu sei o que estou fazendo! – A garota retrucou e começou a andar pela escuridão.
A garota andou por alguns minutos, até encontrar uma porta. Debaixo dela, podia-se ver uma luz amarelada saindo. Ficou curiosa para saber o que era. Então, ao som dos protestos de Chara, Frisk se aproximou da porta.
De repente ela abriu, assustando a garota, que foi direto ao chão. De dentro da porta, saiu um monstro que parecia uma mistura de lagarto com dinossauro. Ele era amarelado e usava um jaleco e óculos de grau.
- Oh meu Deus! Você já chegou aqui? Não tive tempo de arrumar o lugar, nem de tomar banho e me arrumar e... É... – O monstro falou desesperado, mas logo parou, encarando a menina.
- N-não se preocupe com isso! É... Quem é você? – Frisk questionou se levantando.
- Oh, que falta de educação a minha...! Eu sou a doutora Alphys! Sou a cientista real! – Alphys respondeu ligando as luzes do local.
- Entendo... Meu nome é Frisk! – A garota respondeu com um sorriso.
- Frisk hein? Então Frisk... Só queria dizer que não sou um dos caras maus... – Alphys falou timidamente.
- Não é? Quer dizer que não vai tentar me matar? – A garota questionou, com brilho nos olhos.
- Não! Pelo contrário! Eu estive observando toda a sua aventura através do meu computador...! Sabe, quando a gente assiste alguém por uma tela, meio que faz a pessoa torcer por ela...! – Alphys falou timidamente.
- Oh, entendo... Então é por isso que aquilo mostrava a nossa localização. – Chara falou, se referindo ao grande computador.
- Então... Só há um pequeno problema... – Alphys falou, sorrindo meio torto.
- E qual é o problema? – Frisk questionou curiosa.
- Antes de você chegar, eu estava trabalhando em um robô. Sabe, para entretenimento...! Só que aí, resolvi colocar nele... Ahn... Habilidades anti-humanas? – O monstro sorriu nervosamente.
- O que? Agora teremos um robô em nosso alcance? – Chara questionou nervosa.
- É claro que, quando eu vi você se aproximar, tentei tirar essas habilidades dele! Mas, não deu muito certo... – Alphys falou cabisbaixa.
- E-então vou precisar fugir dele? – Frisk perguntou aflita.
- Não se preocupe! Se tivermos sorte, você não trombará com ele! – A cientista falou animada.
Enquanto conversavam, ambas ouviram um barulho estranho. Junto com esse barulho, o chão começou a tremer. Frisk ficou estática. Será que era o robô? O quão azarada ela era? Então, o barulho foi aumentando, junto com os tremores no chão.
Foi aí que a parede perto das duas se quebrou. Frisk estava sem sorte no dia de hoje. Tudo o que conseguiu ver foi um monte de fumaça. E então, logo em seguida, pode ver uma forma quadrada se aproximar cada vez mais. Ela parecia estar... Segurando um microfone?
- Olá bonecos e bonecas! Bem vindos a mais um quiz show! – A forma quadrada falou animadamente.
- Qu-Quiz show? – Frisk perguntou receosa.
- Sim, minha querida! E você é a nossa estrela! O jogo é bem fácil! Ou você acerta a questão... Ou então morrerá! – O robô exclamou animado, começando uma luta.
Frisk ficou assustada com as perguntas que o robô lhe fazia. Elas não faziam nenhum sentido. Mas, a garota conseguiu responder a todas com a ajuda de Alphys. Ela lhe dava as respostas com gestos feitos pelas suas mãos. O robô não pareceu notar a trapaça, até a última pergunta.
- Você está indo bem...! Agora, vou com artilharia pesada! Vamos lá! Em Duper Gatinhas, qual é o sabor de sorvete preferido da personagem principal? – O robô perguntou.
- Aaaahh!! Eu sei, eu sei! É sorvete de lesma! Foi em um dia que a principal queria pagar sorvete para todas as suas amigas! Mas só ela gostava desse sabor de sorvete e... E... – Alphys foi parando de falar, quando viu a besteira que fez.
- Alphys, Alphys... Você esteve ajudando a nossa convidada o tempo todo? Por que não me disse antes? – O quadrado falou, repreendendo a criadora.
- N-não! Não é nada disso! – Alphys exclamou nervosa.
- Ok, agora é a hora da pergunta final humano! – O robô falou.
- Que não seja difícil, que não seja difícil...! – Frisk falava baixinho para si mesma.
- De quem a doutora Alphys gosta? – O robô perguntou. Frisk viu a expressão de vergonha da cientista.
- Ahn... Qual eu escolho...? – Frisk perguntou para si mesma.
- Clica na Undyne! Só pra sacanear ela! – Chara exclamou rindo.
- Não vou sacanear ela... – Frisk respondeu, olhando para a opção “Undyne”.
- Ora, faça isso logo! O tempo está acabando! – Chara exclamou brava.
- Ok, ok! – A garota respondeu e, sem pensar muito, foi na sugestão de Chara.
- Você acertou! Sabe Alphys, isso já está na cara! Até a humana reparou! Sabe humana... Ela nomeia variáveis de programação com o nome dela, cria histórias das duas juntas, dividindo uma vida doméstica! – O robô falou animado.
- Ahn... É verdade Alphys...? – Frisk questionou confusa.
- C-claro que não! Não fique acreditando no que ele diz! – Alphys falou corada, escondendo seu rosto com as mãos.
- Ora, não adianta negar, Alphys querida! Bom, vamos encerrar por hoje. Com a doutora te ajudando, o programa não teve tensão dramática. Nos vemos no próximo programa meus lindos! – O robô falou e, logo depois, saiu voando.
- Ahn... Isso foi meio diferente...! – Alphys exclamou nervosa.
- Sim... Muito diferente...! – Frisk falou assustada.
- Ah! Deixa eu te dar meu número de telefone! Assim, podemos nos falar e... – Alphys falou e foi parando quando viu o celular da garota.
- Ok, é uma boa ideia! – Frisk falou, pegando seu velho celular.
- Oh meu Deus! Esse celular é ancião! Onde o conseguiu? No lixão? Ele nem tem como mandar mensagens! – A cientista questionou horrorizada.
- Não fale assim dele! Foi um presente de uma pessoa muito especial pra mim... – Frisk respondeu magoada.
- Oh, me desculpe... Vamos, dê-me ele aqui um pouco! – Alphys falou e pegou o celular das mãos da menina.
- Hey, o que vai fazer com ele? – Frisk questionou assustada.
- Só alguns upgrades, nada demais! – A cientista falou e subiu algumas escadas no fim do corredor.
Frisk esperou por um tempo. Já havia pensado em ir atrás da cientista, pensando que ela havia roubado seu celular para jogá-lo fora. Porém, logo descartou essa ideia, pois ouvia vários barulhos de ferramentas diferentes.
Não demorou muito para Alphys descer pelas escadas e lhe entregar seu novo celular. Tinha que confessar, ele havia ficado show.
- Viu? Agora ele tem um sistema de mensagens, caixa de itens, vários outros upgrades e até um chaveiro! – Alphys exclamou animada.
- Nossa... Muito obrigada! Como consegue fazer tudo isso? – Frisk questionou com os olhos brilhando.
- Bom, quando você é uma cientista real sem muitos amigos, o mínimo que se pode fazer é estudar... – Alphys falou cabisbaixa.
- Não fique assim... Isso está incrível! – A garota falou, tentando consolar a cientista.
- Tudo bem... Obrigada... Ah! Falando em sistema de mensagens de texto, eu te registrei na rede social número 1 do subsolo! Agora somos oficialmente amigas! – Alphys exclamou animada.
- Rede social? Que legal! Assim, poderemos conversar! – Frisk respondeu sorrindo.
- Sim! Ahn... É... Preciso ir ao banheiro! – A cientista falou e saiu correndo para a porta de onde ela tinha saído. Então aquilo era um banheiro?
- Ótimo. Tudo acabou. Já estava ficando entediada. – Chara falou desanimada.
- Não fale assim Chara. Temos que ser gentis com todos! – A garota respondeu.
- Isso é da sua natureza, não da minha. Vamos seguir em frente. – Chara falou ainda desanimada.
- Sinto que sua natureza está mudando aos poucos, minha amiga...! – A garota falou sorrindo.
- O que? Claro que não! E eu não sou sua amiga. Agora vamos! – Chara exclamou corando um pouco e cruzando os braços.
- Tudo bem, vamos seguir em frente...! – Frisk respondeu rindo um pouco.
Então, sem mais demoras, Frisk saiu pela outra porta do laboratório. O que viu foi inacreditável. Estava em um lugar com um rio de lava e caminhos estreitos para passar. Fora as esteiras elétricas que tinham por toda a parte. Ver tudo aquilo enchia a garota de determinação.
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