História Perdoe-me, por favor - Pesadelo

Frisk dormia em um sono tranquilo. Mesmo com todos os problemas que terá que enfrentar, ela dorme serenamente na aconchegante cama da pousada. Tudo estava tranquilo, até sonhar com algo estranho. A garota nunca teve problemas com pesadelos, esse era o primeiro que ela estava tendo depois de muito tempo. A menina começou a suar frio. Debatia-se um pouco na quente cama e gemia de medo.

~~ Pesadelo On ~~

Frisk estava andando por Snowdin, quando resolveu seguir caminho. Ela já havia se acertado com Sans e este a tratava muito bem agora. Eram amigos inseparáveis desde que se entenderam. Porém, já era hora de seguir em frente. Precisava salvar a todos ali trancados.

Seguindo até o caminho para Waterfall, a garota encontrou Papyrus. Ficou feliz em vê-lo, já que ele havia sumido faz um tempo. Quando chegou perto dele a surpresa. Ele tinha um grande corte em seu peito.

- Papyrus, o que aconteceu? – Frisk perguntou desesperada.

- O-o que aconteceu...? E-eu pensei que você fosse uma boa pessoa... – Papyrus falou com dificuldades antes de virar poeira.

- E-eu o matei...? De novo...? – Frisk não podia acreditar naquilo.

- Você... Por que fez isso? Eu realmente pensei que tinha mudado! – Sans apareceu diante dela, como mágica.

- Mas eu mudei! Não fui eu quem o matou! – Frisk falou desesperada.

- Não...? E o que é essa faca na sua mão? Com a poeira do meu irmão? – Sans questionou, apontando raivosamente para a faca nas mãos da garota.

- O-o que está acontecendo...? Não fui eu! – A garota largou a faca na hora, caindo de joelhos.

- Eu não devia ter acreditado em você. Afinal, pessoas não mudam assim de uma hora para outra. Até sua imagem está distorcida. – Sans falou encarando o chão, onde estava a poeira de seu irmão.

- D-distorcida...? – A menina questionou com medo.

- Sim. Olhe seu reflexo nas águas. Você não é humana. Nem monstro. Você é uma criatura repugnante! – Sans falou com raiva.

- Não... Não pode ser... Essa não sou eu! – Frisk falou desesperada, vendo seu reflexo distorcer-se entre o de Chara e o seu.

- Não é você? Não me faça rir. Agora você terá o que merece! – O esqueleto mais velho falou, preparando seu ataque.

- Não, não faça isso! – Frisk falou, desviando de alguns ossos.

- Você vai pagar de novo pela morte dele! E dessa vez eu não morrerei! Eu darei um jeito de você não resetar mais! – Sans exclamou com raiva em sua voz, atacando a garota novamente.

- Acredite em mim, não fui eu quem o matou! – A garota desviava dos ataques com dificuldade, enquanto chorava.

- Agora será o seu fim! – O esqueleto vociferou, fazendo vários ossos acertarem o corpo da garota.

- S-Sans... N-não fui eu... – Frisk disse, antes de morrer.

- Eu sei que foi você. Pessoas não mudam fácil assim. – Sans falou, pegando a alma da menina e saiu andando na direção que estava o castelo do rei.

~~ Pesadelo Off ~~

A garota acordou assustada, sobressaltou da cama e pôs uma das mãos no coração, que estava batendo rapidamente. Que tipo de pesadelo era aquele? Seria algum tipo de efeito da outra linha do tempo? Não sabia responder. Só queria acalmar-se um pouco antes de tentar dormir de novo.

Desceu da cama e caminhou até a mesinha que tinha no quarto. Em cima dela, havia uma jarra d’água e um copo. Aquele desespero todo poderia ir embora com um simples copo d’água, a garota pensou. Pegou o copo d’água e dirigiu-se a cama novamente, sentando-se nela. Bebeu o líquido vagarosamente, aproveitando o gelado em sua garganta.

Estava tão atenta em seus pensamentos, que só notou a presença de outra pessoa no local depois que ela fez barulho, esbarrando na mesa onde continha o jarro, agora pela metade. A menina se assustou, mas logo se acalmou, vendo quem era.

- Por que está aqui...? Pensei que me odiasse... – Perguntou calmamente, ainda segurando o copo.

- Meu irmão parece gostar muito de você, então estou vendo se está tudo bem por aqui. – O esqueleto disse, dando de ombros.

- Não me parece que é só por causa disso que está aqui... – Frisk disse desconfiada.

- Você estava se debatendo. Estava tendo um pesadelo? – Sans desconversou.

- Sim... Fazia tempo que eu não tinha um... Só espero que isso não seja frequente. – A garota falou desanimada.

- Que tipo de pesadelo foi...? – Sans perguntou interessado.

- N-não foi nada demais. Até esqueci já! – Frisk falou, colocando uma de suas mãos na cabeça, lançando um sorriso amarelo.

- Não parece que esqueceu. Mas não vou insistir no assunto. Bom, vou indo, até amanhã. – O esqueleto falou, saindo pela janela.

- Até amanhã... – Frisk respondeu em tom baixo.

Depois da breve conversa, Frisk levantou-se de sua cama e foi até a mesa, depositando ali o copo vazio. Retornou e deitou-se novamente. Estava se esforçando para dormir, mas aquele pesadelo insistia em tomar-lhe a mente. Foi assim até o finzinho da noite, quando conseguiu adormecer um pouco.

Um tempinho depois a garota acordou, com dores no corpo todo por ter se mexido a noite inteira e uma dor de cabeça insuportável por causa dos pesadelos. Não sabia se conseguiria seguir viagem por hoje, então resolveu explorar mais um pouco os arredores de Snowdin.

O dia foi tranquilo e passou vagarosamente. Deu tempo de ver quase toda a redondeza da linda cidade. Enquanto voltava pra casa, encontrou-se com Sans no meio do caminho. A menina tinha a impressão de que o esqueleto a seguia ás vezes. Mesmo com esses pensamentos lhe invadindo a mente, resolveu falar com ele.

- Sans...? O que faz por aqui? – Questionou interessada.

- Estou fazendo minha patrulha diária oras... Preciso trabalhar também, apesar de não estar nem aí pra você no momento. – O esqueleto respondeu.

- Só perguntei, não precisava ser rude. – Frisk disse tristonha.

- Ok, ok. E você, o que faz aqui ainda? Não era para ter seguido viagem? – Sans perguntou cruzando os braços.

- Era, mas acordei meio ruim hoje. Então resolvi passar mais um dia aqui. – Frisk respondeu educadamente.

- Entendo. Teve mais pesadelos? – O esqueleto perguntou. Não parecia, mas estava um pouco preocupado com ela.

- Tive a noite toda... Foi horrível... Mas prefiro não comentar sobre eles por enquanto... É capaz de você me odiar ainda mais se eu o contar a você... – Frisk comentou receosa.

- Não te odeio criança. Só não confio mais em você. Como eu disse, terá que mostrar que mudou mesmo. – Sans respondeu indiferente.

- Eu não sou criança mais. E vou provar que mudei você vai ver. – Frisk disse, seguindo caminho.

- É o que eu espero... – Sans comentou, antes de a menina sumir de sua vista.

O resto do dia passou. Logo era noite, hora de ir dormir. Frisk foi para a pousada novamente, alugou o quarto por mais uma noite e ali se hospedou. Por algum milagre, essa noite a garota conseguiu dormir bem. Sem pesadelos, sem assombrações lhe atormentando o sono, tudo tranquilo.