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História Perfect Partner - Book Two - Fairy Tale


Escrita por: Sasciofa

Notas do Autor


Olá pessoas do meu ❤
Peço desculpa pela demora em atualizar, porém problemas pessoais me impediram.
Espero que esse capítulo recompense a demora 😉

Capítulo 60 - Fairy Tale


Fanfic / Fanfiction Perfect Partner - Book Two - Fairy Tale

Fairy Tale ?

 

 

Fairy Tale

 

And I was wrong, I know I don't deserve this

Don't stay too long, I need to hear those words you use to tellme

From way back when we were just friends

Before this love affair began

 

Tell me how I love you wins

Or how a broken heart can mend

Just tell me this is not the end

Please tell me now

How the fairy tale begins

Or how it was supposed to end

Please tell me that part again

 

Now tell me what's wrong, I never meant to hurt you, nobaby,ooh

Was it the home, the car, or darling all those thing we thoughtwe needed

Tell me even if it ain't true

But baby please don't say we're through

 

Tell me how I love you wins

Or how a broken heart can mend

Just tell me this is not the end

Please tell me now

How the fairy tale begins

Or how it was supposed to end

Please tell me that part again

 

I wanna know that

Feelin' that's from way back

A time when it was true that, love was sweet and innocent

When you and I could still be friends

Make all the wrong be right again

Where true love never has to

 

Tell me how I love you wins

Or how a broken heart can mend

Just tell me this is not the end

Please tell me now

How the fairy tale begins

Or how it was supposed to end

Please tell me that part again

 

Conto de Fadas

 

E se eu estava errada, eu sei que eu não observei isso

Não demore tanto, eu preciso ouvir as palavras que você costuma me dizer...

Lembra quando tempos atrás nos éramos somente amigos

Antes deste caso de amor iniciar...

 

Diga-me agora...

como eu amo suas vitórias

Ou como um coração partido pode ser emendado

Só me diga, isso não é o fim

Por favor me diga agora

Como começa o conto de fadas

Ou como ele deveria terminar

Por favor me conte esta parte novamente

 

Agora me diga o que esta errado, eu nunca quis lhe ferir, não baby não

Era a casa, o carro, ou querida...

todas as coisas que pensávamos e precisávamos

Diga-me mesmo que não seja verdade

Mas por favor baby, não diga que nós terminamos...

 

Diga-me agora...

como eu amo suas vitórias

Ou como um coração partido pode ser emendado

Só me diga, isso não é o fim

Por favor me diga agora

Como começa o conto de fadas

Ou como ele deveria terminar

Por favor me conte esta parte novamente

 

Eu quero saber de..

Sentir o que sentia antes

Um tempo quando era verdadeiro amor...doce e inocente

Quando você e eu podíamos ser somente amigos

Fazer com que tudo de errado seja certo novamente

Onde o amor de verdade nunca termina

 

Me diga agora...

Como eu amo suas vitórias

Ou como um coração partido pode ser emendado

Só me diga que isso não é o fim

Por favor me diga agora

Como este conto de fadas começa

Ou como ele deveria terminar

Por favor me conte esta parte novamente

 

 

JADE

 

Eu nunca acreditei em contos de fadas, apesar de sempre ter sonhado escondido em encontrar um amor, que me fizesse sentir como nessas histórias. 

E Noah provou que a realidade é sem sombra de dúvida, muito melhor que qualquer fantasia !!!

Na verdade, ele já tinha dado mostras durante o nosso relacionamento do companheiro sensacional e amoroso que seria, mas por conta das nossas brigas e separações eu não soube apreciar. 

Contudo, agora eu estou vivendo uma realidade de felicidade, mesmo com as dificuldades do dia- a- dia. 

Cada momento, mesmo que singelo, tem tanto significado. Do sorriso ao acordar, até a maneira como nossos corpos se encaixam para dormir. 

Apesar de não termos tido lua-de-mel, por conta dele ter sido operado cinco dias depois do casamento, aproveitamos intensamente esses momentos antes da cirurgia. 

 

FLASHBACK ON

 

Com pouco dias antes de passar por um procedimento cirúrgico de grande extensão, sugeri a Noah que fossemos à uma pousada para descansar e repor as energias. 

Estava me sentindo receosa ao sugerir o local simples e sem o luxo, ao qual ele está acostumado. Porém, ele aceitou de imediato e fomos para a pousada que ficava à duas horas apenas de Boston. 

E a uma hora do hospital em que ele faz tratamento, precaução necessária, mas que ele nem imaginava. O percurso foi tranquilo e depois de um tempo, ele acabou adormecendo. Provavelmente, cansado pelo esforço e tensão dos últimos dias. 

Chegamos com o cair da noite e da temperatura, o que me deixou preocupada. Mas decidi agir como uma noiva comum, o que tem sido cada vez mais difícil, quando percebo que as dificuldades e o sofrimento dele têm aumentado. 

- Ei, Ursão chegamos. – disse beijando seus lábios. 

- Já ? – perguntou sem abrir os olhos – Está tão gostoso aqui ...

- Amor, deixa de preguiça. Vem ...

- Só se você me der um beijo de verdade. – falou finalmente me encarando.

Me perdi naquela imensidão azul e não tinha como negar nada aquele homem. 

Comecei com um beijo casto, mas ele me puxou e me fez sentar em seu colo. Logo senti sua ereção e aprofundei o beijo, sugando a língua dele e depois os lábios. 

- Vem, agora vamos entrar. – disse interrompendo o beijo, assim que ele gemeu de prazer. 

- Você gosta de me torturar, senhora Montgomery. – disse me fuzilando – Como vou andar assim ?!

Mostrou a ereção nítida na calça jeans e revirou os olhos. 

- Ah, vida ... sei que consegue.- disse saindo do carro e dando a volta para ajudá-lo. 

- Carinho, você não perde por esperar ... eu vou descontar essa.- sorriu maliciosamente. 

- Eu espero que isso seja uma promessa. – ri e dei uma piscadela marota.

 

 

Já acomodados na suíte simples, porém de extremo bom gosto, notei que ele estava incomodado com alguma coisa. 

- Vida, há alguma coisa errada ?

- Não, carinho. Por que ? – respondeu evitando o meu olhar. 

- Você parece incomodado, inquieto ...

- É que esfriou muito e você sabe que o que acontece. – disse calmamente, enquanto atravessava o quarto com seu andar claudicante mas que eu achava o mais sexy do mundo. – Contudo, eu já aumentei o aquecedor

- Por que não me disse, eu teria ...

- Justamente, para evitar esse ar preocupado. -sorriu, me fazendo deitar na cama- Eu quero minha esposa calma e relaxada. Ok ?

- Ok. Mas ...

- Jade, não tem mas e nem meio mas. – me interrompeu decidido, enquanto brincava com os bicos dos meus seios por sobre a blusa do pijama – Eu estou bem e se sentir dor te aviso. 

Segurou meus braços acima da minha cabeça e distribuiu beijos e leves mordidas por toda a extensão do meu pescoço e colo. Mantinha seu corpo próximo ao meu o suficiente para que eu sentisse o seu calor, mas não me tocava.

Isso sim era uma dolorosa tortura. 

Passou a sugar meus seios por cima do pijama e o atrito, além da umidade me deixaram louca. 

- Está gostoso? – ronronou rouco no meu ouvido. 

- Sim ... por favor ...mais ...

Ele soltou meus braços e abriu minha camisa, tirando- a sem muita delicadeza. Colocou um dos meus seios na boca e o sugou com volúpia, enquanto dava atenção ao outro em suas mãos fortes.

Desceu a mão pelo meu ventre e tocou minha feminilidade que já estava encharcada, me penetrando com os dedos longos. 

- Hum ... já está pronta para mim. 

- Sim,..

- O que você quer ?!

-Você. 

Sem pestanejar, ele arrancou a calça do pijama e a camiseta que vestia, fez o mesmo com a minha e me penetrou vigorosamente. 

Cheguei a perder o fôlego tamanho ímpeto, mas como sempre o nosso ajuste era ideal e logo começamos a nos mover em um ritmo perfeito. Eu o apertava, explorava os músculos bem definidos querendo me fundir a ele, beijava com sofreguidão como se aquela fosse a nossa primeira e também última vez.

- Noah ... isso ... gostoso...

Sentindo o ápice se aproximar, comecei a me contrair com mais força e logo me derramei nele, que sorriu satisfeito, mas continuou a bombear com mais intensidade. 

- Agora é minha vez, Ursão. 

Fiz com que ele se deitasse e o montei. Comecei a cavalga- lo freneticamente.

- Puta que pariu !!! Como você é gostosa !!! 

Ele segurava minha cintura com força e  cada movimento a penetração se tornava mais profunda e deliciosa. 

Por um momento, contraí as paredes vaginais e rebolei no pau dele o olhando firmemente, suspendendo o movimento.

- Eu te amo, você é meu.

- Porra !!! Eu também !!!

Voltei a rebolar e ele me deu um tapa na bunda.

- Caralho, vou gozar !!! Jade ... Jade te amo.

Senti ele me inundar e tremer sob mim, que sensação maravilhosa !!!

Me deixei levar e logo explodi em sensações novamente. 

Ficamos um tempo apenas deitados, apreciando as sensações e nos curtindo.

- Carinho, posso te perguntar uma coisa ?

- Hum... pode .- disse me aconchegando a ele, entrelaçando nossas pernas. 

- Que parada foi aquela ?!

- Parada ?! – repeti confusa. 

- É quando você disse que me ama. Se você fizer aquilo com raiva pode arrancar o meu pau fora !!!

Não consegui me conter e caí na gargalhada.

- Noah, que exagero !!! E  aquilo, sei lá ... eu só parei e falei o que estava sentindo. – desconversei – Você está ficando igual ao Gabe !!! Arrancar seu pau ...

- Sei ... 

- Você não gostou ?! – interrompi preocupada.

- Adorei e quase perco totalmente o controle. E ia te deixar na mão ...

- O que não ia ser nenhum problema, Ursão.- sorri maliciosa, colocando a mão dele na minha entrada molhada – Você é ótimo nisso também. 

- Senhora Montgomery ... que perigosa hein !!!- disse rindo, massageando meu clitóris e me fazendo me contorcer sob sua mão. 

- Ah, senhor Montgomery ... nem queira saber ...

 

FLASHBACK OF

 

Os dois dias que passamos serviram para recarregar nossas energias, para enfrentar a cirurgia e o longo período de recuperação que veio em seguida. 

Por sorte, Dr. Pinne descartou a necessidade de realizar a operação no joelho esquerdo, portanto, só o problemático pé direito teve os ossos de dois dedos reconstruídos e o metatarso, que é a base do pé. 

Dessa vez, Dr. Pinne estava mais preocupado e me chamou para uma conversa  séria em seu consultório, logo o pós -operatório. 

Senti uma tristeza e ao mesmo tempo uma determinação me dominarem, fosse lá o que ele tivesse para dizer, eu estarei para sempre ao lado do meu Ursão. 

Entrei no consultório e o encontrei, recostado em sua cadeira com os olhos fechados. 

- Dr. Pinne. – O chamei suavemente. 

- Oi, Jade. Sente – se, querida.- disse ajeitando – se na cadeira e me encarando triste – Bem, vou ser objetivo ...

Contudo, parou de falar com a voz embargada e desviou o olhar. 

- Por favor,  Dr. Pinne acabe com esse suspense.- disse aflita. 

Ele passou as mãos pelo rosto e tentou se recompor. 

- Jade, você já percebeu que apesar da aparente melhora, os movimentos de Noah estão mais limitados, certo ? – assenti e ele prosseguiu – A doença teve um avanço inesperado, e o risco de novas fraturas aumentou, devido ao enrijecimento das articulações. Infelizmente, ele já está fazendo tratamento com esteróides e corticóides, que eram nossas últimas esperanças e não houve remissão. 

- O que o senhor quer dizer propriamente ?!

Eu sabia exatamente o que significava tudo isso , mas preferia ouvir dele, como qualquer familiar leigo .

- Que para manter o que lhe resta de mobilidade, ele deve fazer uso em definitivo da cadeira de rodas. – ele abaixou a cabeça e vi quando as lágrimas escorreram por seu rosto – Dessa forma, ele não vai depender de ninguém para tomar banho por exemplo ...

- Definitivamente ?! Mas ele está bem !!! – o interrompi na esperança de que ele pudesse ter se enganado - Nós acabamos de nos casar e ele voltou para empresa, para a rotina de antes...

- Jade !!! Por favor !!!

Fiquei em silêncio e deixei que as lágrimas corressem livremente pelo meu rosto. 

- Eu sei de tudo isso e você não tem ideia do quanto me dói, ter que recomendar que ele faça isso. Porém, é para o bem dele. – me encarou e segurou minhas mãos – Essa aparente melhora é o que chamamos de falsa remissão, porque quando vier a acontecer o surto, será agressivo e com uma intensidade que poderá deixar sequelas irreversíveis. E nos exames de imagens, encontramos novas lesões e também antigas ativas.

- Meu Deus !!! Ele vai ficar arrasado...

- Por isso, eu quis falar com você primeiro. – seu olhar depositava toda esperança em mim – Ele vai precisar muito de você, da sua força e coragem. Principalmente, do seu amor. Afinal, o que ele mais temia aconteceu. 

Coragem ?!

Eu só queria poder fugir com ele de tudo isso.

- E quanto às dores ? – perguntei tentando ser prática. 

- O pé direito já é crônico, são seguidas lesões no mesmo membro. Nos demais membros tendem a aumentar, conforme o enrijecimento. Justamente, por isso, ele não pode abandonar a fisioterapia de modo algum !!! E nós sabemos que é a primeira coisa que ele vai tentar fazer .

- Sim, infelizmente. 

- Mas eu também tenho uma boa notícia !!! – disse animado. 

- Graças a Deus !!! –  tentei sorrir tristonha. 

- Quanto ao estudo genético que ele fez, a probabilidade de ter um filho com a mesma condição genética é de 20%. Portanto, ele pode parar com essa besteira de não querer ter filhos biológicos, ou pedir ao Gabriel ou ao Ethan para cederem material. Como qualquer outra doença degenerativa, como a Esclerose Múltipla ou  Esclerose Lateral Amiotrófica, a Espondiloartrite Aniquilosante não tem cura e infelizmente não sabemos se é genética. Todavia, isso não impede os portadores de constituírem família. Noah está sendo preconceituoso. 

Apesar de chocada, tentei não demonstrar minha surpresa. 

- E depois tenho certeza, que se vocês tivessem um filho portador da E.A ,seriam pais maravilhosos. 

- Sim, com certeza. – eu estava completamente atordoada – Dr. Pinne, quando o senhor for falar com ele sobre o prognóstico, eu já estarei mais preparada. E mais uma vez, obrigada por tudo. 

- Nós mais uma vez, enfrentaremos juntos essa nova fase.- disse emocionado – Eu gosto de vocês, como se fossem meus filhos. 

Ele me acompanhou até a porta e me abraçou. 

Voltei ao quarto onde ele ainda dormia sob efeito da anestesia, completamente em choque. 

Não tanto pelo prognóstico, mas sim pelo novo segredo. 

Eu pensei que isso de esconder os sentimentos e ações, tivesse acabado entre nós.

A decisão de ter ou não filhos por conta da condição dele, não cabia somente a ele. Eu deveria ter sido consultada desde o início.

Na verdade, gostaria que ele tivesse confiado em mim o suficiente para se abrir e contar sobre esse temor de gerar um filho portador de E. A . Que tivesse me falado sobre o estudo genético e na possibilidade que pensou para termos a nossa família. Contudo, mais uma vez, ele preferiu omitir de mim essas coisas tão importantes. 

Aposto que Liv deve saber !!!

Por mais que eu a ame, essa conexão dos dois me corrói de ciúmes. Porque é algo que sei, que nunca terei com ele. Ela alcançou uma parte inacessível para mim.

Todavia olhei para ele tão frágil e mesmo magoada, decidi dar o benefício da dúvida. Nada de precipitação dessa vez.

 Talvez, ele fosse me contar, assim que pegasse o resultado. Ou quando se sentisse pronto...

É isso !!! 

Ele estava esperando o resultado, para conversarmos sobre o assunto. 

Eu vou esperar que ele se sinta preparado para tocar no assunto, vou respeitar o tempo dele.

Mesmo que isso exija um exercício de paciência e um grande sacrifício, vou me conter. 

Ele começou a se mexer inquieto e a gemer, provavelmente o efeito da anestesia tinha passado.

- Jade ... Ahn...  – gemeu ainda de olhos fechados. 

- Oi vida, estou aqui. – disse acariciando os cabelos dele e apertando a campainha para chamar a enfermagem. 

- Hum ... está doendo muito. – reclamou. 

- Eu sei, já vai melhorar. 

Molhei os lábios dele, que estavam ressecados e o ajudei a se acomodar melhor. 

- Olá, Senhor Montgomery. Sou Lisa, a enfermeira que está responsável pelo senhor. 

Uma senhora de aproximadamente cinquenta anos, entrou no quarto e se apresentou. Parecia ter decorado um texto, mas a princípio não dei muita atenção. 

- Olá, Lisa. Sou Jade, a esposa dele.- me apresentei, já que ela aparentemente não tinha percebido minha presença – E ele está com muita dor. Verifique por favor, qual a prescrição do Dr. Pinne.

Ela me olhou de soslaio e deu um sorriso frio, que  me provocou um arrepio.

- Oh !!! Desculpe, senhora Montgomery, eu não tinha reparado na sua presença. Vou verificar imediatamente. 

Uma sensação ruim me dominou diante da presença dela, mas afastei esse pensamento. 

Voltei para perto dele, que permanecia de olhos fechados e estava lívido. 

- A enfermeira já vem amor. – disse segurando a mão dele, que estava livre de acessos. 

- Espero que ela seja mais rápida,  do que demonstrou ser atenta.- falou mordaz.

- Pensei que estivesse morrendo de dor para prestar atenção a esse tipo de coisa.

- Eu vivo com dor, carinho. – seu olhar tinha certo humor – Só acho impossível alguém não notar uma mulher como você. 

Me puxou e me deu um beijo quente.

- Com licença. 

Lisa nos interrompeu e seu tom de repreensão, me fez corar. 

Me afastei da cama para que ela pudesse aplicar a medicação e num impulso, questionei o que era. Apesar da careta de desagrado, ela me respondeu friamente :

- Tramadol. 

- Obrigada, Lisa. – usei meu tom mais gentil para agradece- la. 

Assim  que ela saiu, liguei na chefia da enfermagem e pedi que trocassem a enfermeira que está atendendo o senhor Montgomery e me limitei a dizer, que era um desejo do mesmo.

- Carinho, você leu meu pensamento. – disse sorrindo levemente. 

- Eu não gostei dela, vida. Sei lá ...- falei voltando a acariciar o cabelo dele -  E a dor , está melhorando? 

- Também não gostei, a achei sinistra. Quanto à dor, tem como arrancar esse pé e trocar por um novo ?- sorriu sem humor, fechando os olhos em seguida. 

Mal sabia o que o esperava ...

 

 

Dr, Pinne deixou para o dia da alta, a recomendação sobre o uso da cadeira de rodas e como esperado, a reação foi extremamente negativa. 

Ele ouviu toda a explicação minuciosa de Pinne em silêncio e impassível, parecia até mesmo que não era com ele. Quando o médico terminou, ele permaneceu quieto por mais alguns segundos e depois disse simplesmente :

- Não.

- Não ?! – Dr. Pinne e eu repetimos em uníssono.

- Como assim, não ?! – Dr.Pinne  perguntou chocado – Você entendeu as implicações do que eu disse Noah ?!

- Sim. – ele nos encarava firmemente. 

- Jade, fale com ele, filha !!!- Pinne me pediu aflito. 

- Dr. Pinne, eu compreendi perfeitamente as consequências que posso vir a sofrer, caso eu não passe a fazer uso de imediato e em definitivo de uma cadeira de rodas para me locomover. Contudo, eu me recuso terminantemente. – falou com uma calma determinação – E enquanto eu puder manter os meus movimentos, eu vou fazê – lo. Pretendo manter a minha rotina, a fisioterapia e tudo o mais que eu encontrar que possa adiar essa situação, irei fazer.

- Noah, meu amor ... a degeneração é ...

- É progressiva e está avançando rapidamente, eu sei. Mas enquanto, eu puder me manter em pé e ativo, é assim que ficarei.

O olhar dele obstinado e a fala decidida, não admitiam contestação. 

Olhei para o Dr. Pinne e nós nos demos por vencidos.  Só nos cabia, apoia- lo.

- Certo, Noah. – Dr. Pinne disse por fim – Você sabe que pode contar comigo para o que precisar.

- Eu sei e sou muito grato ao senhor. -disse o olhando amorosamente – Sei que o senhor nunca desistiu de mim, mesmo quando os outros especialistas já o tinham feito. Pena que foi um tempo desperdiçado. 

- Nunca diga isso !!! Você ainda é minha esperança de encontrarmos um paliativo ao menos para a E. A.

- Por falar em paliativo, há alguma outra medicação mais forte, que não me faça desejar durante às 24h do dia, arrancar meu pé fora ? – perguntou com um sorriso sem humor. 

- Infelizmente, não. Você já está com Tramadol e além dele só morfina, Noah. 

Dr. Pinne olhou para ele compadecido, porém impotente diante da situação. 

Ele assentiu e disse tentando dissipar o clima triste :

- Eu tinha que tentar . Vai que o senhor liberasse ...

- Noah !!!

- A esperança é a última que morre.- sorriu genuinamente.

Ficamos ainda conversando por algum tempo  e Dr. Pinne, fez algumas últimas recomendações.

Assim que o médico saiu , olhei para ele e não pude me conter :

- Vida, será que não é muito arriscado ...

- Jade, nem tente tocar nesse assunto. – me interrompeu firmemente – Eu já tomei minha decisão e você tentar me demover, só vai fazer com que nos desgastemos à  toa.

- Mas Noah ...

- Não adianta. Eu não vou, me entregar. – me encarou e havia tanta determinação em seu olhar que me senti tocada – Já passei por tanta coisa para justamente agora, quando achei que a doença tinha se estabilizado, descobrir que ela está avançando. Aquele Noah, que diante dessa notícia iria se entregar e nunca mais querer sair de casa, não existe mais. Eu vou continuar lutando em pé, enquanto puder e mesmo depois. 

Sem palavras, o abracei. E se é possível, apaixonar- se de novo, eu tinha acabado de me apaixonar por aquele homem forte e determinado à minha frente. 

 

 

ALGUM TEMPO DEPOIS 

 

Apesar  das dificuldades que incluíam  tentar ajustar os nossos ritmos de trabalho e as crises de dores que tinham se tornado mais frequentes , tínhamos estabelecido uma rotina .

Noah ainda não tinha tocado no assunto do estudo genético, mesmo tendo se passado mais de três meses de ter pego o resultado. Contudo, eu continuava esperando por uma atitude dele, em um gesto de confiança. 

Passei a atender Adam, apenas duas vezes por semana, sob o olhar rigoroso de Eliane. Que depois de algumas sessões e insistência da minha parte, percebeu que somos somente amigos e depois disso, mostrou sua real personalidade. 

E eu compreendi o porquê, de tanto Noah e depois Adam, terem se apaixonado por ela. Uma mulher generosa, sagaz e sempre bem-humorada. Nós nos tornamos boas colegas e eu a ensinei, algumas técnicas para cuidar de Adam, que ainda se sentia constrangido em alguns momentos. 

Além disso, decidimos descobrir quem armou para separa – la de Noah e o porquê. Assim, como o que Katherine estava armando, quando acabei desabafando com ela a situação pela qual Noah estava passando. 

Ele estava tenso, porque o bebê já deveria estar com uns dois meses  ou mais e Katherine havia sumido sem deixar rastros. 

- Jade, eu tenho que te confessar uma coisa.- Eli disse me encarando hesitante – Eu voltei para Boston para me vingar de Noah, por mim e por Katherine. 

- O que ?! Como assim  ?! – falei, sentindo uma leve tontura. 

- Você está bem  ?! -perguntou preocupada – Está tão pálida !!!

- Estou bem, tenho tido esse mal-estar há alguns dias. Mas me explique direito essa história. – disse imperativa. 

- Eu morava em Londres e ...

Ela me colocou a par de como conheceu Katherine, a história que a mesma contou e como ela se sentiu tocada.

- Meu Deus !!! Essa mulher é louca !!! – falei indignada – Ela a mando da mãe dele, estava dopando- o e foi assim que ela recolheu o material. Ele teve um surto tão grave, que correu risco de amputar a perna direita !!! Essa vagabunda, se eu coloco as minhas mãos nela de novo ...

- Eu não sabia de nada disso, do contrário jamais daria abrigo à ela !!!

- Eu acredito em você. – disse tremendo de raiva – O problema é que não sabemos onde ela está e a imprensa...

- Por minha culpa, também. – falou se sentindo culpada- Mas eu não te conhecia, te achava uma oportunista. E quando o Adam te defendeu, eu fiquei com mais ódio ainda. Não publiquei nada, mas deixei que vazassem “ sem querer “ algumas informações. Me desculpe, Jade. O que eu puder fazer, para ajudar pode contar comigo. 

- Tudo bem e obrigada. Nós precisamos encontrá – la e descobrir o que ela está tramando. Antes que ele fique se flagelando pensando nesse possível filho, se sentindo o pior ser humano do mundo.

- Ah, é pra já !!! – pegou o celular, apertou um número e colocou no viva-voz – Kate, Eli.

- Oi !!! Seu afilhado nasceu e nem pude te avisar.- respondeu com um tom triste.

- O que aconteceu ?! Onde você está ?!

- Tive que fugir !!! Sair de Londres, eu te disse que os Montgomery são perigosos. 

- Mas onde você está Katherine ?! O bebê está bem ?!

- Estou mais perto do que eles pensam. – riu cruelmente – Ele estava lindo no casamento e você também ...

- Como sabe disso ?! Quer dizer ...

- POR QUE VOCÊ ME TRAIU ?! SABE DE TUDO O QUE ELE ME FEZ !!! E AQUELA MALDITA MÃE DELE !!!

- Katherine, acalme -se . Eu não te traí. – Eu a olhava desesperada para que ela não perdesse o contato – Apenas voltei com o Adam e as famílias são amigas, tem negócios. Você sabe disso, além do que se está acompanhando as publicações, eu estou fazendo a minha parte.

O silêncio que se seguiu foi enervante, até que ela disse :

- Desculpe. Eu estou muito nervosa ... vê -lo casando com aquela maldita, foi a gota da água para mim !!! Mas sei que quando ele vir nosso filho, não vai resistir. Ele é igualzinho a ele, os mesmos olhos azuis ... não tem nada parecido comigo. 

- Como ele se chama ?

- Joshua, mas eu o chamo de Josh.- a meiguice na voz, não combinava com a pessoa que falava e era capaz de dopar um homem para ter um filho dele -  Tenho certeza, que Noah vai ficar apaixonado pelo filho. Ele é tão perfeito. 

- Eu quero conhecer meu afilhado. – Eliane insistiu – Vocês estão precisando de alguma coisa ?

- Não. Estamos ótimos !!! Privilégios que somente sendo uma alta executiva da Montgomery se tem acesso. 

- Mas há meses você não trabalha mais para a empresa. 

- Para uma das empresas e nem para o senhor Noah Montgomery, como assistente pessoal. – riu debochada – Contudo, você está falando com uma hacker e estamos lidando com uma holding, com filiais praticamente no mundo todo. 

O modo como ela se gabava da própria desonestidade, era asqueroso. 

- Logo você irá conhecer o pequeno Joshua, o mais novo herdeiro Montgomery. E em breve, Noah terá uma adorável surpresa. 

Ao fundo o som da campainha, indicou que ela encerraria a conversa.

- Agora preciso desligar. Mas não se preocupe e nem pense em me trair. Até breve.

Desligou sem esperar resposta. 

 

Ficamos nos olhando atônitas e sem reação por alguns instantes, até que dissemos em uníssono :

- Ela está aqui !!!

- Só pode estar nos EUA e em Boston. – Eli afirmou.

- Eliane, obrigada !!! – falei pegando minha bolsa e saindo em disparada. 

- Jade, tenha cuidado !!!

Acenei e entrei no carro, saindo à mil.

Precisava falar com Noah urgente !!!

Impaciente, liguei do carro e ele atendeu depois da minha segunda tentativa :

- Onde você está ? 

- Oi carinho, tudo bem ?

- Noah !!! Preciso falar com você urgente e ...

- Jade, acalme – se .- disse  ansioso – Estou em casa, acabei de chegar. 

- Ok. Em cinco minutos estarei aí. 

-Jade, o que ... ?

Desliguei, antes que ele pudesse terminar de formular a pergunta. 

Os minutos seguintes foram torturantes. 

Que surpresa, ela pretendia fazer para ele ?! 

O que essa maldita louca estava tramando dessa vez ?!

Estacionei e entrei em casa. Assim que o vi, pulei nos braços dele e o abracei com toda a força que podia. 

- Ei carinho, o que foi ?! Você está tremendo ... – retribuiu o abraço. 

- Eu te amo, Noah. – disse antes de tocar no assunto desagradável - Você é a minha vida. 

- Eu também te amo. – segurou meu rosto com delicadeza – Eu vivo por você. Mas ter ver assim tão nervosa, está me deixando aflito. O que está acontecendo, carinho? 

- Vem cá, vamos nos sentar. Tenho algo para te contar  ...

Quando terminei, ele estava lívido e eu pensei que ele fosse passar mal.

- Joshua... – repetiu – Se é que é meu ...

- A confiança dela e aquele primeiro exame, não dão margem para dúvidas. 

Nesse instante, Peter entrou seguido por uma Brenda, visivelmente descontrolada brandindo um envelope. 

- Senhor Noah, senhora Jade, desculpe ...

- Tudo bem, Peter. Pode deixar. – disse sorrindo. 

- Noah, você pode me explicar o que significa isso ?! – falou agressivamente e jogou o envelope no colo dele, espalhando o conteúdo. 

Fotos de um bebê de cabelos escuros e olhos azuis, assim como um laudo de exame ficaram expostos. 

Imediatamente ao olhar para o bebê, reconheci o furinho no queixo que Noah e o pai tem. Meu coração se partiu mais uma vez em milhares de pedaços. 

Eu sempre soube que contos de fadas não existiam, ok. Porém, as histórias de terror com as suas bruxas, podem ser bem reais. E eu descobri isso, da maneira mais dolorosa possível : participando de uma delas.

Ainda bem, que tenho meu príncipe, meu amor. 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Trilha : Fairy Tale - Tony Braxton
https://youtu.be/DEDZdKwMMoA
E então meus amorecos, consegui me redimir ?
😕😙


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