História Perfect Sin - What makes you beautiful

Point Of View Lauren Michelle Jauregui Morgado

        Camila tem medo de que eu a pressione para perder a virgindade, algo que jamais faria. Eu entendo ela, comigo foi por pura pressão das meninas, Dinah e Mani.

        —Eu não farei isso, vou esperar. – Roubei um selinho de seus lábios. – Eu sei o que é ser pressionada.

        —Como foi sua primeira vez? – A latina me perguntou.

        —Lá em casa eu te conto. – Respondi e ela assentiu. – Não me sinto confortável falando disso.

        O professor chegou na sala e paramos de conversar. A aula foi um tédio total, me deu bastante sono e acabei cochilando sem me importar se levaria advertência.

        —Lauren, acorda. – Ouvi a voz da Ally.

        —Laur, acorda. Precisamos ir embora. – Ouvi Camila e abri os olhos com dificuldade por conta da claridade.

        —Já acabou? – Perguntei sonolenta. Vi as meninas assentirem e me levantei. Juntei minhas coisas e fomos para os armários. Guardei tudo lá de qualquer jeito e Camila veio até mim.

        —Podemos ir buscar a Sofi? – Pediu com um olhar pidão e não aguentei.

        —Claro. – Camila me abraçou e pendurou em meu corpo. – Avisa sua mãe que iremos buscá-la.

        Camila saiu com o celular na mão e eu a observei. Dinah tem razão, essa latina maravilhosa tem uma bunda enorme.

        —Olhando a bunduda? – É só falar na peste que ela aparece. – Eu percebi que vocês estavam conversando sobre você respeitar ela.

        —Se você for zoar por isso, já aviso para me deixar em paz. – Falei ríspida.

        —Não vou te zoar, eu sei que tive culpa da sua primeira vez não ter sido como você imaginava. – Disse sendo sincera. – Eu posso ser brincalhona, mas sei quando o assunto é sério. – Assenti. – Eu queria te pedir para ir com calma. Dá para perceber que ela ainda se sente desconfortável com essa situação e que você sentirá falta de sexo.

        —Eu posso me segurar e não irei forçar ela. – Respondi calma. – Camila é diferente.

        —Todos podem perceber isso.

        —Eu nunca fui feliz como estou sendo agora, mesmo conhecendo ela há pouco tempo. – Expliquei e Dinah sorriu.

        —Faça ela se sentir especial e faça ser especial. – Assenti. – Agora eu tenho que ir, estamos de carona com a baixinha.

        Nos despedimos e ela caminhou para fora do colégio. Esperei por Camila, que demorou alguns minutos até voltar.

        —Ela disse que podemos ir e dispensou o motorista. – Disse animada e fomos até o estacionamento. – Sofi vai adorar a surpresa.

        —Podemos tomar um sorvete. – Sugeri e ela se animou ainda mais. Abri a porta do carro para ela e dei a volta.

        —Você prometeu me falar da sua primeira vez. – Dei partida.

        —É um assunto complicado para mim. Só as meninas, minha mãe, a sua mãe e Taylor que sabem. Bom, meu pai descobriu depois. – Ri com isso.

        —Não precisa falar caso não queira. – Liguei o som e dirigi em direção à escola de Sofi, que é um pouco longe.

        Demi me mandou uma mensagem com o endereço, então ficou mais fácil. Camila parecia estar aérea com seus pensamentos e apenas me concentrei em dirigir. Como a escolinha libera um pouco mais tarde, daria tempo de conversar com Camila enquanto esperamos sua irmã.

        —Taylor não deveria voltar com nós? – Perguntou do nada.

        —Sim, mas hoje ela disse que teria que fazer trabalho na casa de um amigo. – Desviei o olhar para poder olhá-la e voltei à atenção para o trânsito. – Acho que esse tal amigo é o ficante, ela não quer me contar.

        —Deixa sua irmã aproveitar. – Camila riu. – Se fosse a Sofi, eu não me importaria porque sei que quando for a vez dela, ela me contará quando se sentir preparada, assim como nós duas fizemos. – Explicou.

        —Eu e ela somos assim, só estou estranhando ela não querer me falar. – Parei em frente à escola da pequena. Já havia alguns pais esperando. – Podemos conversar enquanto a esperamos? – Pedi.

        —Sobre o que quer conversar? – Virou-se para mim, tirando o cinto de segurança e fiz o mesmo.

        —Você está curiosa para saber da minha primeira vez. – Ela assentiu. – Vou te contar como aconteceu e vai entender meus motivos de não querer falar.

        —Tudo bem, não precisa se preocupar. – Sorriu de maneira confortante. – Não vou te julgar, eu sou virgem. – Falou envergonhada.

        —Eu tinha quinze anos, faz uns três anos que isso aconteceu. – Comecei a falar e a morena ao meu lado estava prestando atenção. – Normani e Dinah já haviam perdido a virgindade delas, foi com garotos. – Camila soltou uma risada baixa. – Elas ficavam falando disso e eu me sentia excluída por ainda não ter feito. Ally nunca se importou com isso, mas eu ligava. Teve uma festa, eu havia bebido muito e foi um pouco antes de me assumir bissexual, então eu só ficava com os garotos. Eu estava bêbada e as meninas também. Tinha um menino me dando mole, então as duas me incentivaram a ficar com ele, me pressionaram e eu fui.

        —Sinto muito. – Sussurrou e neguei com a cabeça.

        —Começamos com um beijo e fomos para um quarto vazio. A festa era na casa de uma conhecida nossa que estava indo morar em outro lugar e deu a festa como uma despedida. – Expliquei calmamente. – Eu estava muito bêbada e não me lembro dos detalhes. Eu só sei que perdi minha virgindade com um desconhecido, não sei nem se usamos camisinha ou se foi bom. No dia seguinte, Dinah e Mani comemoraram por eu ter tido minha primeira vez, já Ally havia percebido que eu não havia gostado.  Eu falei com elas a verdade, as duas se sentiram culpadas e até hoje sentem quando tocamos nesse assunto.

        —O que sua mãe disse?

        —Ela falou que queria que tivesse sido diferente, que eu merecia algo melhor. – Ri ao lembrar. – Minha mãe sempre me deu apoio. Meu pai quase delirou quando soube, mas nada se compara quando revelei minha opção sexual. – Falei triste. – Demi me deu apoio e depois Taylor soube, fizemos uma festa do pijama porque eu estava me sentindo usada por ter feito algo que deveria ter sido inesquecível ter virado algo que me arrependi. Tive bastante ajuda de todas.

        —E quando você foi pra cama com alguém e gostou? – Camila me olhou curiosa, mas havia algo diferente em seu olhar.

        —Depois que fiquei com uma menina, que percebi ter uma enorme atração por mulheres, pude perceber que queria só meninas. Depois disso eu fiquei com alguns garotos, mas nada além de beijos.

        —Você só vai para a cama ou já fez amor? – É como dizem, um assunto leva a outro.

        —Eu nunca fiz amor. – Fui sincera com ela, que arregalou os olhos. – Eu só fui para a cama, nunca fiz amor. Nunca amei alguém, nunca soube ainda o que é amar.

        —Você acha que comigo vai ser mais uma transa, ir para a cama ou fazer amor? – Perguntou e não sabia o que responder para ela, que me olhava enquanto esperava uma resposta.

        —Espero que você me ensine isso. – Falei sorrindo. – Minha primeira vez foi horrível, nem sabia o nome do garoto e eu só lembro que depois ele foi embora e me largou lá, de qualquer jeito.

        O vento atrapalhou meu cabelo e arrumei. Camila me olhava sorrindo e rapidamente sorri para ela.

        —Você é linda, nunca farei isso. – Ela disse e acariciou meu rosto. – Baby you light up my world like nobody else. The way that you flip your hair gets me overwhelmed. But when you smile at the ground it ain't hard to tell. You don't know, oh oh. You don't know you're beautiful. If only you saw what I can see. You'll understand why I want you so desperately. Right now I'm looking at you and I can't believe. You don't know, oh oh. You don't know you're beautiful oh oh. But that's what makes you beautiful. – Camila cantou baixinho e depois me olhou. Foi impossível deixar de sorrir com isso.

        —One Direction é mesmo a sua cara. – Rimos juntas. – Eu adoro estar com você.