Ouvimos o sinal tocar e descemos do carro. Várias crianças corriam para o responsável e a latina ao meu lado sorria. Entrelacei nossos dedos e praticamente a puxei para irmos buscar Sofi. Entramos e procuramos pela sua sala.
—Bom dia. – Desejou uma moça ruiva. – Vieram buscar quem? – Perguntou enquanto sorria para mim.
—Sofia Cabello. – Respondi de maneira seca. – Tem como chamar minha cunhada? – Seu sorriso se desfez.
—Claro. – Saiu e Camila me olhava.
—Sei que sou bonita. – Brinquei e ela ainda continuava séria. Já vi esse olhar antes. – O que foi? – A abracei por trás e deixei um beijo em seu pescoço.
—Percebi que ela sorria para você. – Tentou se afastar, mas apertei-a mais ainda. – Não gosto disso.
—Eu percebi, mas ignorei. – Beijei o topo de sua cabeça. – Não fica brava, apesar de que você fica linda assim.
—Odeio quando quero ficar com raiva e não consigo. – Virou e me roubou um breve beijo. – Acho que estão nos observando.
—É sempre assim. – Olhei em volta. – Depois você se acostuma. Você só tem que ignorar tudo.
—Kaki! – A pequena abraçou a irmã. - Lauren! – Disse animada e lhe dei um beijo na bochecha.
—Gostou da surpresa? – Camila perguntou.
—Muito. – Respondeu animada. – Meus coleguinhas falaram que eu não tenho irmã porque eu disse que tenho uma irmã muito bonita.
—Concordo com você. – Sorri. – Ela é extremamente bonita.
—Kaki, vem comigo. – Puxou a mão da mais velha até a sala e paramos em frente uma mesa. – Essa é minha irmã. – Apresentou para algumas crianças.
—Eu sou Camila, e vocês? – Perguntou docemente.
—Essa é a Emma e esse é o Tyler. – Sofia disse. – Essa é a namorada da Kaki. – Apontou para mim.
—Oi. – Acenei e eles olharam confusos. – Me chamo Lauren.
—Vamos Sofi? Vamos dormir na casa da Laur. – Camila disse e a pequena não parou de sorrir.
—Antes vamos tomar sorvete. – Peguei-a no colo e caminhamos até o carro.
Durante o caminho Camila segurou minha mão, parecendo ficar triste por ter pessoas olhando e cochichando. Sofi estava animada para tomar sorvete. Coloquei Sofi no banco de trás e ajeitei o cinto. Guardei a mochila no porta-malas e depois abri a porta para Camila entrar. Dei a volta e liguei o carro, dirigindo para a sorveteria que eu amava ir.
Camila ligou o som e parecia estar distante, o que me deixou preocupada. Dirigi até a sorveteria, fazia meses que não ia e nunca levei ninguém. Camila e Sofi são as primeiras pessoas que levo, nem mesmo as meninas. Taylor e eu costumávamos ir todo final de semana com nossos pais.
Estacionei o carro e desci junto com Camila. Ela soltou o cinto da irmã e caminhamos para dentro do estabelecimento. O sino da porta soou, isso me fez sorrir. Pegamos uma mesa no canto e logo uma figura conhecida por mim apareceu para nos atender.
—Quanto tempo. – Sorriu para mim.
—Eu sei, faz bastante. – Rimos. – Hoje eu trouxe duas pessoinhas importantes para mim.
—Um milagre, já que sempre vem sozinha. – Comentou. – Qual será o pedido? – Tirou um bloquinho de seu bolso e uma caneta.
—Eu vou querer um milk-shake de bombom. – Fiz o pedido e ela anotou.
—Eu quero sorvete de chocolate. – Sofi disse.
—O meu pode ser sorvete de morango. – Camila disso e logo estávamos sozinhas.
—Sofi, tem brinquedos ali. – Apontei e seus olhos brilharam. – Pode ir. Preciso conversar com a Kaki. – A pequena saiu correndo. – O que houve com você, pequena? – Acariciei seu rosto e seu olhar encontrou com o meu.
—As pessoas olhavam para nós e cochichavam depois. – Seu tom de voz era triste. – Para você pode não ser nada, mas isso me incomoda.
—Eu estou do seu lado para passarmos por isso juntas. – Segurei sua mão e ela sorriu. – Eu gosto de te ver assim, sorrindo lindamente. – Toquei seus lábios com meu dedo, passando carinhosamente em volta. – Não se importe com os outros, se importe com nós, com quem está ao seu redor e te quer bem.
—Olha os pedidos. – Colocou na mesa. – Bom apetite. – Se retirou.
—Sofi deve ter um radar, ela já está vindo. – A garotinha veio correndo e sentou ao lado da irmã.
Comemos e Sofi se sujou, o que fez Camila ir limpar a irmã no banheiro. Estava esperando elas, já havia pago a conta e estava pensando em levar elas para almoçarem, mesmo Camila não ter aceitado.
—É sua namorada? – Levei um susto ao ver Vero sentada ao meu lado. – Fico feliz por ter trago ela aqui.
—Não é namorada, mas é algo do tipo. – Respondi. – Camila é diferente das outras. E você, como está a vida?
—Terminei meu namoro já tem um mês. – Disse um pouco triste. – Tenho que seguir.
—Podemos marcar de você ir lá em casa e bebermos um pouco. – Sugeri e ela sorriu. – Qual dia você não vai trabalhar?
—Quinta eu consegui folga, dá pra ir.
—Então vai ser na quinta. – Ela sorriu para mim. – Vou ver se a latina vai querer ir.
—Ela parece ser legal. – Olhou para algo e segui seu olhar. Camila voltava com Sofi, que pulava.
—Lauren. – Camila me chamou e me levantei.
—Mila, essa é Vero, uma amiga que trabalha aqui. – Apresentei e ela sorriu de forma simpática. – Essa é Sofi, a irmãzinha dela. – Falei para Vero.
—Eu preciso voltar para o trabalho. – Disse apressadamente. – Até quinta. – Se despediu.
—Agora vamos almoçar. – Segurei a mão de Camila e depois de Sofi. Andamos a até o carro e segui até um restaurante de comida italiana.
—Eu falei para não almoçarmos fora. – Camila disse irritada. – Você deveria me escutar. – Desceu do carro assim que estacionei. – Vem Sofi. – Pegou a irmã no banco de trás.
—É só um almoço. – Retruquei e entramos. Pegamos uma mesa e logo o garçom veio.
Optei por comer um pedaço de lasanha, Sofi preferiu macarrão colorido com molho e alguns legumes e Camila escolheu macarrão a bolonhesa.
—Está muito gostoso. – Sofi disse enquanto terminava de comer.
Camila e eu terminamos, só faltava Sofi para irmos embora. Aproveitei e fui até o caixa pagar a conta sem Camila me ver, pois estava distraída com Sofi. Paguei a conta e comprei alguns chocolates. Voltei para a mesa e as duas se levantaram. Fomos para o carro e logo estava dirigindo para o condomínio.
Sofi cantava a música que tocava na rádio, Camila acompanhava e eu apenas olhava de relance para elas. Quando parei no sinal fechado, coloquei minha mão sob a coxa da latina, apertando de leve.
—O que você tem hoje? – Perguntei e ela me olhou confusa. – Você estava feliz, agora está mais triste. Tem momentos que está brava e depois já está sorrindo.
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