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História Perfect Sunset - Estranho herói


Escrita por: Myugah

Notas do Autor


Hello Hello...
Tudo bem suas lindas?
Eu sempre tive vontade de ler uma Fic que se passasse aqui no Brasil... como isso é uma coisa muito rara resolvi dar um incentivo as nossas autoras maravilhosas, quem sabe com a minha história outras meninas ou meninos comecem a escrever.
Neh...Dona Bárbara Araki Rainha do Drama.
Essa Fic é dedicada à cada coração que curtiu minha postagem no face.
Amo vocês!
Bom, vamos ao Cap.

Capítulo 1 - Estranho herói


Fanfic / Fanfiction Perfect Sunset - Estranho herói

Itália, Grécia, África, NY… Eu já passei por tantos lugares, a vida de modelo foi algo que eu sempre quis pra mim, mesmo com o assédio e pressão para se manter em um padrão de beleza quase impossível, cada lugar me recebia de uma forma acolhedora diferente, mas nenhum desses lugares me oferecem o conforto que minha cidade Natal oferece, estar sentada na areia da praia de Copacabana sentindo a brisa abraçando o meu corpo, o sol aquecendo a minha pele e o cheiro de água salgada me fazendo sentir em casa. Depois que terminei a campanha da Vogue implorei por férias, eu queria desfrutar da minha estadia no Rio, uma pena durar tão pouco. Levantei da minha canga e fui até água molhar os pés, cada vez que a onda recuava eles eram submersos por areia, fechei os olhos deixando que o vento levantasse o meu cabelo a brisa refrescava a minha pele, acabou que a brisa que era pra refrescar levou o meu chapéu, corria atrás dele como uma mãe corria atrás de um filho, ele rolava pela areia como se estivesse brincando comigo, me obrigando a fazer a corrida da humilhação, ele ficou parado próximo a água e quando eu achei que ia conseguir uma última rajada de vento o levou acertando o rosto de um rapaz que estava sentado lendo. Um homem branco e forte, me aproximei dele lentamente, de longe dava pra observar as tatuagens em sua perna e outra na lateral de seu corpo, ele tirou o chapéu do rosto e olhou para os lados procurando a vítima do vento, acenei pra ele e dei uma leve corrida pra chegar mais rápido.

-Obrigada! - Eu disse ofegante enquanto Ele me devolvia o chapéu, a corrida até ele fez com que meu cabelo ficasse todo espalhafatoso, prendi com um elástico que levava no pulso, tirei meus óculos escuros e pendurei na minha saída de praia.

-Imagina… Essa época do ano o vento na orla é muito forte.- Ele sorriu revelando dentes brancos e covinhas, mas logo depois sua testa se enrugou, sua cabeça inclinou e ele me encarou como se estivesse confirmando uma dúvida, segundos depois seu olhos mostraram quando ele me reconheceu.

-Eu já vi você em algum lugar? - Eu reparei quando seus olhos se acenderam, geralmente isso era seguido de gritos e pessoas correndo atrás de autógrafo.

- Sim… Mas por favor sem alarde, eu estou tentando tirar férias. - Falei um pouco sem graça, não gostava de ser grossa com os fãs, mas eu realmente precisava de um pouco de silêncio.

- Ah… Claro. Me desculpa?! - Ele era bem simpático, no normal as pessoas ignorariam o meu apelo e começaria o tumulto, mas ele aparentava ser uma boa pessoa.

- Então… O que traz uma supermodelo ao Brasil para tirar férias? - Ele voltou a se sentar na cadeira e retirou sua carteira e celular da cadeira ao lado e a indicou para que eu me sentasse, olhei desconfiada para ele.

- Perdoe se estou sendo abusado, é apenas uma gentileza de te convidar pra sentar, sinta-se à vontade para recusar.- Claro que eu estava desconfiada, não é normal serem tão educados sem nenhum interesse, principalmente que se tem noção da minha fama.

-Pode sentar… Não vou te sequestrar! - Disse rindo, mesmo desconfiada me sentei, ele soltou uma risada forte, provavelmente eu estava com uma cara de apavorada, observei ele, suas tatuagens tinham uma coloração viva que se destacava em sua pele clara, continuei olhando a sua volta, foi quando vi o livro ao seu lado.

- Você está lendo A duquesa de Konoha? - Ele pegou o livro e alisou a capa antes de se dirigir a mim.

- Sim… Mas estou questionando seriamente se termino ou não… Eu to no segundo capítulo mas a personagem principal já sofreu tanto que não sei se vou terminar… - Eu dei uma risada escandalosa, daquelas que levei anos pra aprender a controlar antes de ser uma supermodelo. De fato A autora conseguiu fazer com que a gente sentisse um ódio mortal do seu protagonista e dela também, que tipo de ser desalmado e sem coração escreveria tanto sofrimento assim? Mas uma coisa ninguém poderia negar, a vaca escreve bem pra caralho.

- Amigo desculpa te decepcionar, mas você vai sofrer muito ainda. Bárbara Araki é a escritora mais sem coração que eu tive o prazer de ler. - Ele gemeu jogando a cabeça pra trás, pegou a garrafa d’água ao seu lado, deu um gole e me ofereceu um pouco.

- Acho que nunca sofri tanto com uma leitura essa mulher é um monstro… Mas então, podemos conversar ou ainda acha que eu sou um psicopata? - Eu sorri, esta conversa estava tomando um rumo engraçado.

-E quem disse que achei que você era um psicopata? - Ele sorriu pra mim como se eu tivesse acabado de contar a melhor piada do mundo.

- É porque você não viu a sua cara quando eu te convidei pra sentar…- Ele continuou rindo enquanto eu cobria o meu rosto com a mão na tentativa de esconder a vergonha dele ter descoberto meu medo assim tão rápido.

- Tudo bem. Vamos conversar mas saiba que eu ainda não confio em você. - Ele levou a mão ao peito como se tivesse sido ferido.

-Não culpo você por não confiar, no mundo em que vivemos hoje confiança é algo que tem que ser conquistado e provar que de fato é verdadeira. - Isso era verdade todos que se aproximaram de mim após a fama foi por puro interesse.

Perguntei novamente qual era a sua pergunta, ele limpou um pouco de areia da mão antes de voltar a falar comigo.

- O que uma supermodelo, duas vezes ganhadora da mais bela foto pela Vogue faz sentada sozinha na areia da praia de Copacabana? Levantei uma sobrancelha assustada pelo seu conhecimento sobre prêmios de fotografia.

- E o que um homem todo tatuado, forte e que conhece meus prêmios, melhor do que eu faz sentado na areia da praia? - Dessa vez foi ele que me levantou um olhar questionador.

-Eu até responderia, mas quem perguntou primeiro foi eu. - Isso era verdade, sorri pra ele colocando atrás da orelha pequenas mechas do meu cabelo que a leve brisa insistia em soltar.

- Eu nasci aqui… Gosto de voltar pra casa quando tenho tempo. - Ele balançou a cabeça em concordância e levantou os óculos escuros que usava, no mesmo instante meu olhar ficou preso no preto de seus olhos que fazia contraste com o branco de sua pele, sacudi a cabeça pra sair do transe em que estava.

- E você? É daqui? - Ele acenou que não enquanto tomava mais um gole da sua água.

- Sou do Japão, mas fui criado desde pequeno aqui no Brasil, essa branqueza toda não tem como ser daqui… - Eu também era muito branca pela descendência japonesa, aproveitei que ele mencionou sua cor pra deixar meus olhos deslizar sobre o seu corpo.

- Olha que eu posso te provar o contrário. Conheço umas modelos brasileiras bem brancas..- Ele riu concordando, levantou e me deu a mão pra que me levantasse também, mas já estávamos indo? Eu estava gostando da conversa e da visão que ela estava me proporcionando.

- Eu vou comprar uma água de coco quer me acompanhar? - Peguei minha bolsa e coloquei meu chapéu, dessa vez usando um grampo de cabelo para mantê-lo no lugar.

-Você faz o que dá vida? - Tinha um quiosque próximo de onde a gente estava, sentamos em uma mesinha, de onde estávamos a vista era bem bonita de se apreciar.

- Eu luto. Não profissionalmente, mas eu ganho um bom dinheiro dando aulas. - Agora que ele falou que luta eu reparei melhor em toda a sua masculinidade, seu corpo exalava testosterona e suas veias ficavam em destaques, me desculpe, mas a maioria dos modelos que eu convivia eram muito magros… O padrão de beleza graveto serve para ambos os sexos.

- Então me explica como um lutador…- Parei de falar enquanto o garçom trazia o coco até nós.

- Obrigada. - Agradecemos, dei um gole deixando o frescor da água acalmar o calor que estava forte demais.

-Voltando… Como um lutador sabe tanto sobre prêmios da Vogue? - Ele pediu licença pra pegar o Iphone e deslizou o dedo na tela.

- Olhe pra cima e pense na sua lembrança mais feliz… Algo que te faça sorrir sinceramente. - Ele pode não acreditar, mas só essa conversa esquisita com um completo estranho já estava me fazendo rir, fiz o que ele pediu.

- Por isso que eu sei tanto sobre prêmios fotográficos, não apenas os da Vogue. Fotos revelam a identidade da sua alma.- Ele estendeu o celular me devolvendo ele, quando eu olhei pra tela vi uma foto minha, com o pouco recurso e dando atenção ao fato de que ele não tinha nenhum cenário, a foto era linda, todos os dias eu via 5 ou 6 fotógrafos tentar capturar a essência que ele pegou, minha pele levemente rosada do sol que já começava a se esconder, a risada larga que eu tentava reprimir... Pela primeira vez em anos eu me vi em uma foto.

- Meu Deus… Isso é muito bom!- Continuei analisando a foto, de canto de olho reparei umas pessoas apontarem pra mim, provavelmente me reconheceram. Parece que o passeio estava no fim.

- Tenho que ir embora, o sol já está se pondo e logo mais vai escurecer… - Levantei da cadeira e peguei o dinheiro pra pagar água, mas ele negou com a cabeça fazendo seus cabelos um pouco longo cair sobre os olhos.

- Bom… Até a próxima capa de revista…- Ele sorriu e acenou.

- Até! - Sorri um pouco sem graça enquanto ele se virava pra ir embora. Segui caminhando pela orla, daqui pro Copacabana Palace não era muito chão, e eu fui aproveitando pra ver o sol se esconder atrás do mar, o vento que antes refrescava agora causava um arrepio de frio, as luzes dos prédios começaram a se destacar e o céu ganhou um tom roxo indicando que a noite estava caindo. Não tinha andado nem 5 metros, senti um grupo de homens se aproximar de mim.

- Hey… Gostosa?! - Apertei o meu passo pra que eles não me alcançassem, mas acabou sendo um esforço em vão. Um deles correu e parou bem na minha frente, tentei dar a volta e continuar ignorando quando senti minha bolsa sendo puxada junto com a minha saída de praia.

-Onde você pensa que vai??? - O mais alto deles tirou os óculos do meu rosto, senti seu olhar descer por todo o meu corpo como se eu fosse um prato saboroso a sua disposição.

- O dinheiro tá na bolsa, podem levar…- Todos os quatro tiram da minha cara como se eu fosse uma atração circense. O medo tomava conta do meu corpo, o choro estava preso na minha garganta… A vontade de gritar era imensa, mas tinha medo de que se fizesse isso seria tudo muito pior.

-Pagaram bem mais que isso pra gente te largar em um beco qualquer… - Eu comecei a chorar implorando pra que me largasse quando ouvi uma forte freada de carro, um conversível preto parou ao nosso lado, a princípio pensei que era o carro onde eles me colocariam e essa ideia fez todos os membros do meu corpo congelarem de medo, mas o estranho que a minutos estava me fazendo companhia desceu do carro e veio em nossa direção.

- Acho melhor os senhores soltarem a moça. - Ele disse com uma voz imponente, um dos homens se aproximou do desconhecido amigo e estalou os dedos como se o estivesse desafiando.

- E se a gente não soltar você vai fazer o que? - Meus olhos não foram ágeis o bastante para registrar o momento em que o meu amigo puxou o cara pelo pescoço acertando uma joelhada em seu nariz fazendo o sangue jorrar dele, assim o primeiro homem caiu no chão com o rosto ensanguentado os outros foram pra cima, meu defensor estava acertando uns socos na cara do outro homem quando um terceiro pulou em suas costas acertando socos na lateral de seu rosto, o desconhecido de cabelos escuros chutou o que estava no chão já desacordado e se deixou cair deitado por cima do homem que estava em suas costas, o quarto homem que ainda me segurava me empurrou pra cima do meu amigo e correu quando reparou que não tinha muito o que fazer com três de seus “amigos” desmaiados.

- Tudo bem com você? Está machucada?- Ele perguntou enquanto alisava o meu rosto procurando por lesões, seus dedos ainda tinham um pouco de sangue da briga. Não consegui responder, eu até queria, mas meu corpo não cooperava.

- Eu estava indo embora quando vi eles mexendo com você… Vamos embora, eu te levo. - Ele me ajudou a subir em seu carro, ainda estava em choque pelo acontecido, já tive homens e mulheres vindo atrás de mim pra pedir autógrafo e fotos, mas nunca com a intenção de me fazer mal. Quando caiu a ficha de que eles iam me matar se o estranho não tivesse me visto, isso fez com que meus olhos se enchessem de lágrimas e o soluço que estava preso na garganta fosse solto…

- Hey… Fica calma, não aconteceu nada. - Ele dizia enquanto dirigia com uma mão e me confortava com outra.

- Me diz onde devo te levar? - Falei pra ele, não era como se precisasse do endereço, qualquer morador do Rio saberia chegar ao CP. Não passamos nem 5 minutos dentro do carro, quando ele estacionou na frente do prédio o manobrista já veio em nossa direção.

- Bem… Eu tenho que te agradecer de alguma forma, vamos jantar juntos? Tem uns amigos meus aqui também. - Ele ficou um pouco sem graça e tentou declinar da proposta.

-Por favor, você salvou a minha vida eu tenho que te agradecer. - De tanto que eu insisti ele acabou aceitando e deu a chave do carro dele na mão do manobrista. Quando chegamos a recepção do hotel eu fui chamada.

- Senhora Haruno, seu amigo tem que preencher um cadastro antes de subir. Sinto muito, mas é o protocolo. - Voltei com ele até a recepção, foi então que eu reparei que ainda não sabia o seu nome, o cara passou a tarde comigo, me salvou, me deu carona e eu ainda não sabia o seu nome.

- Desculpa a demora pra isso… Mas qual o seu nome? - Ele sorriu enquanto pegava a sua identidade para recepcionista.

-Sasuke… Achei que não ia perguntar. - Sorri ficando levemente vermelha de vergonha…

- Desculpe novamente, é que devido aos acontecimentos eu acabei esquecendo. - A moça do balcão tirou uma foto dele e entrou um cartão de acesso provisório.

- Tudo bem… Você está mais calma? - Assenti enquanto passávamos pela roleta que dava acesso aos elevadores, digitei o meu andar e esperei que o computador dissesse qual dos 5 elevadores séria o nosso.

- Você não parece estar intimidado com o ambiente?! - Reparei que ele estava bem à vontade com o hotel mesmo sendo 5 estrelas, até mesmo familiarizado com os procedimentos, para falar a verdade até seu carro não era uma modelo qualquer. Subimos no elevador indicado.

- Só porque eu moro no Rio, sou lutador e tenho tatuagens você já acha que eu tenho que ser pobre ou ter a minha educação diferenciada? - Eu tomei um susto com o que ele disse, só reparei que estava falando sério quando ele fechou o rosto completamente ofendido pelas minhas palavras.

- Deus… Não! Não foi isso que eu quis dizer… Bom na verdade não com esse significado. - Ele continuava sério demais, eu só faço merda. Essa não era a minha intenção quando perguntei.

- Olha acredite quando eu digo que tenho dinheiro o suficiente pra comprar esse hotel ou até mais que isso, minha educação é perfeita e eu falo mais de 5 idiomas, mas o dinheiro não compra caráter… Esse é o valor do qual eu me orgulho. - Deus… Se eu pudesse me esconderia em um buraco de tanta vergonha...

- Me desculpa se eu te ofendi, mas essa não foi a minha intenção… E só pelo fato de você se defender dessa maneira, sem precisar me menosprezar já vi que você é uma pessoa maravilhosa… A falta do dinheiro não mudaria isso e educação é questão de escolha. Sinto muito se entendeu de forma errada… - Baixei minha cabeça ainda envergonhada pela situação. O elevador anunciou a chegada ao meu andar, saímos dele mas antes que eu possa abrir a porta do meu quarto ele segura o meu braço.

- Eu que peço desculpas, ainda estou nervoso com a que aconteceu… Sei o que homens como aqueles fariam com você antes de te matar… Nenhuma mulher merece isso, só de imaginar…- Seu punho estava fechado e sua mandíbula trancada, o ódio emanava do seu corpo. Segurei sua mão, meus dedos finos quase sumiram em contato com seus dedos forte e calejados de lutar.

- Hey… Eu estou bem, graças a você! - Seu corpo relaxou diante daquele simples toque, ele abriu os olhos e encarou a aquela mísera união dos nossos corpos, minha pele começou a esquentar como se estivesse reagindo ao contato dele e apenas por causa dessa reação eu passei a observar mais profundamente o preto de seus olhos, a forma como os desenhos de suas tatuagens abraçando a sua pele a forma…

-Sakura? - A voz da Ino interrompeu os meus pensamentos e fez com que eu largasse a mão dele imediatamente.

- Ino… Você não sabe o que aconteceu. - Falei enquanto a abraçava ela soltou um grito assustada quando reparou em meu rosto manchado de lágrimas, seus braços me apertaram com força enquanto ela falava.

- O que aconteceu? Você está fria? Quem é Ele? Isso é sangue em sua mão? - Peguntou apontando pra mão do Sasuke. Ela me puxou pra dentro do apartamento e se sentou comigo no sofá da ante sala, contei tudo o que tinha acontecido, pouco antes da metade a história Naruto e Hinata se juntaram a nós, todos horrorizados com o que tinha acontecido, mas gratos pelo Sasuke que me ajudou.

- Vamos jantar… Quero comer uma pizza. Sasuke você vem com a gente. - Disse o Naruto, que foi até o seu quarto pegou umas roupas e trouxe para ele.

- Mas antes de tudo você tem que tomar um banho, vocês estão cheio de areia. - Ele disse enquanto sorria, levando um tapa da Hinata.

- Vem… Vou te levar até o banheiro. - Fui com ele até o banheiro e só entreguei uma toalha limpa.

- Eu vou usar o outro… - Deixei ele no banheiro do corredor enquanto ia ao meu quarto me banhar também.

A água escorria pelo meu cabelo e pelo meu corpo tirando o sal acumulado do dia, de fato foi uma grande susto que eu levei hoje, mas o que me assustava era o fato de um estranho ter me salvado e eu ainda o ter trazido pra casa. Enrolei meu cabelo em uma toalha e sai em busca do meu vestido no quarto, coloquei um conjunto de lingerie que tinha ganhado de um estilista amigo. Merda… O vestido preto que eu queria está na mala da Hina lá na sala, como todos tinham descido pra guardar nossos lugares no restaurante não tinha como pedir que me trouxesse a peça aqui, tudo bem o Sasuke estava no banheiro… Dava tempo de eu ir na sala. Sai bem devagar do meu quarto, correndo pelo corredor como um rato que se escondia do gato, fui até a sala e graças a Deus a mala da Hinata era organizada e fora que não seria tão dificil encontrar o meu vestido preto em meio às suas roupas claras, estava voltando ao quarto.

-Acho que essa camisa não vai…- Sasuke saiu do banheiro apenas de bermuda, deixando a mostra todo o seu abdômen sarado e aquele “v” que fazia em sua cintura, o problema de ter essa visão maravilhosa é que tinha dado de cara comigo vestindo apenas roupas íntimas.

-Ai que susto…- Ele se virou na mesma hora e tampou os olhos com a mão, mas não segurou o riso que escapou de seus lábios.

- Desculpa… Eu não imaginei que você...Deixa pra lá…- Coloquei meu vestido de forma desajustada no corredor mesmo, mas antes de avisar que já estava vestida observei suas costas omoplatas e fortes.

- Tudo bem. Pode se virar, não tem porque se desculpar não é como se já não tivesse visto isso em revista…- Ele se virou para mim e deu um sorriso de lado.

- Se eu soubesse não teria virado…- Olhei bem séria pra ele e fui até o meu quarto buscar a minha sandália.

Descemos até o restaurante do hotel, todos estavam a mesa já partilhando de uma pizza enorme. Todos riam e se divertiam enquanto saboreava a quatro queijos gigante na frente deles acompanha de um vinho.

-Chegamos!- Nos juntamos a eles na mesa redonda de mogno, era um ambiente meia luz com luminárias baixas e leve música ambiente, a pouca iluminação fazia o bar ao fundo ganhar destaque com as luzes coloridas, era uma contradição de romantismo com boate, mas de fato era ambiente aconchegante.

O garçom nos trouxe pratos e taças, eu acabei por pedir uma pizza integral de ricota com espinafre e vinho tinto.

- Tá de sacanagem Sakura. Você está de férias nem assim você come direito? -  Mostrei meu dedo do meio ao Naruto que só fez rir e voltar a comer. Sasuke comia da mesma pizza que eles de forma descontraída

- Ino?!- Ela estava com um olhar distante em seu rosto, parecia um pouco preocupada e até mesmo triste.

- Amiga, tá acontecendo alguma coisa? - Ela saiu dos seus devaneios me dirigindo um sorriso tímido.

- Você me conhece bem né? - Ela apoiou sua cabeça em meu ombro enquanto sua mão apertava firmemente a minha.

- Conheço e sei que essa não é você. Aconteceu alguma coisa com o Gaara? - Ela mais uma vez me direcionou um olhar triste, não suportava ver minha amiga dessa forma, ela é sempre a mais alegre.

- Sim e não. Ele está bem, mas essa viagem dele que não acaba nunca, essa distância tá me destruindo. - Uma risada tirou minha atenção dela por um segundo, reparei que o Sasuke tinha entrado em uma conversa animada com o Naruto e a Hinata.

- Não fica assim meu amor, nós poderíamos ir fazer uma visita a ele…- Ela me abraçou mais uma vez e deu um tapinha no meu nariz como sempre fazia quando éramos criança.

-Acho melhor não ele está trabalhando. - Ela soltou uma respiração profunda, deu uma conferida em seu celular e ajeitou sua bolsa no ombro.

- Eu vou subir, não estou me sentindo bem. - Alisei seu cabelo quase branco e pedi que me avisasse caso precisasse.

- Sakura?! - Me chamou o Naruto, sua pele branca já estava levemente corada citado pelo álcool em seu sangue e também já estava beijando a Hina na frente de todos, coisa que ela odiava.

- Sabia que seu amigo desconhecido é o herdeiro da maior frota de navios de Turismo de todo o mundo?! - Engasguei com o vinho olhando incrédula para o Naruto e o Sasuke continuava comendo sua pizza como se nada tivesse acontecido. Ele não brincou quando sugeriu que poderia comprar este hotel.

- Isso é verdade? - Ele baixou a taça de vinho e chupou o lábio inferior, sua boca estava levemente tingida da coloração do vinho.

- Bom na verdade quem vai herdar é o meu irmão mais velho, eu nunca gostei desse ramo. - Eu não podia acreditar no que ele estava dizendo, eu já tinha posado em uma dúzia dos navios do pai dele e só agora eu reparei a semelhança.

-Eu gosto de viajar e lutar, se um dia souberem de um emprego assim me avisem. Eu aceitaria sem nem pensar - Todos nós rimos do descaso que ele tinha com a sua herança.

- Você poderia ser segurança da Sakura, com todo o assédio que ela anda sofrendo vai acabar precisando de um, principalmente com o último acontecimento. - Ele sorriu e tirou da carteira um papel que direcionou a mim.

“Sasuke Uchiha -Instrutor de luta e defesa pessoal.

Contato: 21 93583-1275”

Guardei o cartão na parte de trás da capa do meu celular apenas por consideração, acho exagerado o pensamento de que eu iria precisar de um segurança.

- Bom gente quero agradecer pela pizza e pelas risadas, mas tenho treino amanhã cedo e já são quase 22 horas. -  Ele se levantou já abrindo a carteira, mas Naruto o parou insistindo que ele pagaria a conta.

- Vamos, eu vou te acompanhar até o seu carro. - Seguimos até a saída do prédio, a noite estava fria, o céu estava parcialmente nublado dando indícios de que poderia chover.

- Obrigada por me ajudar hoje. - Falei enquanto mexia o meu pé desconfortavelmente. Mesmo sendo uma modelo a anos eu ainda era muito tímida em algumas situações.

- Imagina, sempre que precisar de um herói é só me chamar. - Sorri um pouco sem graça, o manobrista chegou com o seu carro.

- É aqui que a gente se despede. Boa noite Sakura! - Ele se aproximou de mim e depositou um beijo em minha bochecha, ao contrário do seu corpo que era forte e de aparência rígida de uma forma que se podia ver as veias destacar em seu braço, a sua boca era macia e seus lábios delicados, esse pequeno contato fez com que toda minha pele se arrepiasse e meu rosto ficasse ruborizado.

- Quem diria, modelo a anos, mas ainda fica vermelha com uma despedida. - Ele entrou no carro e deu partida, enquanto eu ainda viajava na minha imaginação, só depois reparei que nem retribui o Boa noite.

Retornei para o restaurante ainda sentindo a sua boca em meu rosto e ostentando um sorriso estúpido de quem tinha ficado feliz com esse contato ridículo de um desconhecido, é Sakura… Carência é uma merda.

Quando cheguei a mesa reparei que Hinata também começava a mostrar sinais de embriaguez, pedi a um garçom que cortasse o fornecimento de álcool a nossa mesa e apenas servisse água, suco ou refrigerante. A noite se estendeu por algumas horas onde eu só conseguia pensar nas minhas férias que já estavam no fim, eu viajaria pra Dubai pra fazer um ensaio de fotos e depois voltaria pro Brasil pra fazer uma campanha fotográfica, eu ficaria no Brasil durante dois meses, mas apenas a trabalho.

-Hina, como ficou o esquema de ensaio da Prada? - Ela me olhou querendo me estapear por pensar em trabalho agora, mas também não se recusou a responder.

- Eles desistiram da Ino, querem apenas você na campanha. Ela não ligou muito afinal de contas ela já vai estar ocupada com a Fendi.- Eu e a Ino fazíamos a maior parte das campanhas juntas.

- A estou recebendo várias mensagens tristes das minhas fãs, elas ficaram bem tristes depois que descobriram que além de não ser gay o meu maquiador ainda está noivo. - Era engraçado ver a quantidade de cuecas que o Naruto recebia pelo correio.

- Pelo amor de Deus vamos parar de falar disso, ontem tinha um homem chorando no meu carro alegando que eu troquei ele pela Hina. - O corpo da Hinata tremia de tanto que ela ria, ela acariciou o rosto do noivo e deu um beijo rápido em seus lábios.

- Qual problema?? Eu não posso ser homem e maquiador? - nós alisamos o ombro consolando ele pela sua aposentadoria gay.

-Ok. Nós já bebemos demais. - Enquanto ele foi pagar a conta eu a Hina fomos nós adiantando pro quarto, como já era 2 da manhã o elevador chegou bem rápido.

Tiramos os nossos sapatos antes de entrar, peguei a chave em minha bolsa enquanto ria com a Hinata imaginando o garçom dando em cima do Naruto, nossa risada foi cortada quando abrimos a porta do apartamento e nos deparamos com o caos total. O apartamento estava destruído e na lateral no sofá vimos a Ino desmaiada.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Bjs de luz.


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