História Perigosa paixão - Vingança - Parte II

Perigosa Paixão

Por: laruchiha e Miyaakemi

Capítulo doze: Vingança – Parte II

O dia havia sido bem cansativo, mas não pelo o que muitos de seus colegas de trabalho poderiam pensar. Ele não estava cansado das três aulas de duas horas cada que deu, ou da ardência de tanto olhar para a tela do computador ou de ler trabalhos. Menos ainda pelo desconforto de garganta seca de tanto falar.

Não... Ainda que todos esses fatores contribuíssem para um cansativo dia de trabalho, não era isso que estava acabando com ele. O motivo de tudo tinha nome de flor e cabelos bem chamativos. Sakura Haruno, sua aluna de primeiro período e irritantemente hipnotizante.

Ele mexia consigo, mas não como outras alunas anteriores mexerem. E o que mais o surpreendia era que ela também não cedia como as outras. Era bem claro para ele que ela sentia-se atraída por si tanto quando ele por ela, mas, aparentemente, isso não queria dizer nada.

 Quando ela saiu da última aula acompanhada daquele branquelo, segurou-se fortemente para não ir atrás dela e arrastá-la para o carro. Ela não podia provoca-lo daquela maneira e depois simplesmente dizer que se sentia atraída por outro.

O perigo de acabar fazendo uma besteira que o demitisse era prontamente esquecido quando olhava para ela. E isso era frustrante, pois seu ego de macho alfa lindo fora literalmente pisado e jogado no lixo por uma caloura que preferia um branquelo com cara de retardado ao invés dele, Sasuke Uchiha.

E pensar que ainda quando a encontrou pela primeira vez, ajudando-a a achar o caminho de seu apartamento, já se sentira balançados por aqueles olhos. Grandes e brilhantes. Inocentes ao mesmo tempo em que misteriosos. Ela definitivamente não sabia o poder que tinha, mas acabara de descobrir. E pior, de descobrir o poder que tinha nele ao quase fazê-lo por tudo a perder com aquela camisa levemente transparente a sua bunda empinada.

Suspirou passando a mão pelos fios negros e balançou a cabeça despertando. Ela ainda o enlouqueceria.

Levantou juntando seu material para ir guardar algumas coisas na sala dos professores. Caminhou pelo corredor acenando com a cabeça para os poucos alunos que o cumprimentaram. Atravessava a área aberta, próximo o local de lazer dos alunos, quando algumas risadas chamaram sua atenção.

         Só pode ser brincadeira, pensou parando.

Sentada num dos bancos perto do chafariz estava ela. A Haruno ria daquele branquelo com cara de retardado. Uma loira que não conhecia e uma morena que também era sua aluna estavam com eles. O assunto do grupo não lhe interessava nem um pouco ao ponto de fazê-lo para o seu caminho, mas seus olhos negros fixaram-se na rosada rindo enquanto a mesma tocava o braço do rapaz. Ela estava linda e encantadora. Não tão provocante com aquela blusa de renda que usara na sua última aula, mas ainda sim levemente sexy.

Uma saia jeans deixava a mostra suas longas pernas e a blusa azul frente única valorizava seus seios – ainda que não fossem tão grandes quanto o da morena. Outro ímpeto de ir arrancar a garota de perto do outro estudante lhe subiu pela garganta e ele fechou as mãos em punho.

Bufou, balançando a cabeça. Aquele realmente não era o seu dia.

Continuou seu caminho e logo entrou na sala dos professores indo ao seu armário para deixar algumas folhas que precisaria para o dia seguinte. Porque, obviamente, essa noite ele não tocaria em nada. Nem tinha cabeça para tal.

-Sasuke? – Tsunade chamou. – Eu preciso que você me entregue... – o moreno virou-se para ela. – Nossa! Quem te atropelou?

O Uchiha revirou os olhos.

-O que quer Tsunade?

-No momento? Que você vá para casa e dê um jeito nessa cara. Não quero saber de reclamações sobre seu mau humor depois. – apontou o dedo, severa.

Ele deu um sorriso debochado.

-Muito bom saber que deixo seu dia mais interessante.

Ela pôs as mãos na cintura.

-Para casa, Uchiha. – repetiu. – E tome um suco de maracujá para ver se te dá uma boa noite de sono. Embora eu tenha certeza que não é isso que está lhe faltando. – sorriu implicante, saindo enquanto ele segurava a língua para não xingar a própria chefe.

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Ela sabia que era arriscado estar por perto, mas não perderia aquilo por nada. Colocou o telefone no silencioso e abaixou-se atrás de um carro mais distante enquanto esperava. Ouviu passos e levantou o rosto bem a tempo de vê-lo destravar o carro com botão da chave.

O professor Uchiha, abriu a porta do motorista jogando sua mochila no banco do passageiro antes de entrar. Os faróis se acenderam fazendo-a abaixar rapidamente para não ser pega no campo de visão dele. O motor rugiu e o carro foi para frente.

Um barulho alto, um estrondo, soou no estacionamento deserto e ela teve que colocar a mão na boca para impedir o grito de susto. Levantou a cabeça outra vez. O professor permanecia estático e com os olhos arregalados. Os nós dos dedos estavam meio avermelhados pela força com que segurava o volante.

Ele olhou para os lados piscando, como se despertasse. Desligou o motor, mas os faróis ainda permaneciam acesos. Ela aproveitou a distração dele ao sair do veículo e correu para se esconder atrás de outro carro que lhe desse uma visão melhor.

Sasuke se abaixou próximo aos pneus dianteiros e viu uma pecinha dourada brilhando. Pegou o objeto. Uma tachinha metálica. Mas não como as de quadro de avisos, aquela era dura o suficiente para furar borracha. Pegou o celular do bolso e ligou a lanterna do aparelho ajoelhando-se para iluminar a parte de baixo do carro.

Mais de 20 tachinhas, posicionados na direção das rodas dianteiras de seu carro, brilharam sobre a luz e ele arregalou os olhos. Sasuke inclinou a cabeça para o pneu e ouviu o ar escapando. Seus dois pneus haviam sido furados pelas tachinhas.

-Mas o que diabos... – seus olhos ônix encontraram mais um elemento que o fez se calar. Ele esticou a mão por debaixo do automóvel sujando a manga da camisa azul social. Seus dedos abriram revelando a flor rosa. Ele franziu o cenho enquanto se levantava, pensativo. – Uma sakura?

A ansiedade brilhou nas esmeraldas observadoras quando o reconhecimento passou pelos ônix hipnotizadores. Ele levantou o rosto, os olhos vasculhando, caçando-a pelo local. Uma vontade de se revelar surgiu em seu interior. Queria estar à frente dele para saber o que ele lhe diria ou o que faria. Um desejo inexplicável de leva-lo ao limite, e saber o que aconteceria quando ele o atingisse, crescia nela cada vez mais. Porém, permaneceu onde estava.

As mãos sobre a boca continham uma risada ao vê-lo quase arrancar os cabelos de raiva. Ela viu quando ele pegou a mochila, quase quebrou a porta do carro ao fechar, e se dirigiu a saída com a intensão de pegar um táxi.

A rosada levantou-se esticando as pernas doloridas e ajeitando a bolsa nos ombros. Um sorriso se desenhou nos seus lábios enquanto ria, seguindo na direção oposta para voltar para o seu apartamento.

Depois do inferno que o Uchiha a fizera passar na faculdade, não estava nem um pouco arrependida. Se Ino soubesse da história, diria que ela até que tinha pegado leve. Mas a rosada reconhecia uma panela de pressão quando via uma. Ela já ligara o fogo, a explosão viria por conta do próprio professor. Era só esperar.

Por agora, era hora de se afastar para acabar não sendo atingida também. Embora sentisse o desejo de provocá-lo atiçá-la, ela não era estúpida o suficiente para continuar com aquilo. Aquele jogo – que ele mesmo começara – deveria ter um fim, ou do contrário poderia acabar muito mau.

O que nenhum dos dois desconfiava é que não se pode impedir imãs de se atraírem. Ainda que seguissem para lados opostos, como naquela noite, seus caminhos ainda se cruzariam muito mais do que imaginavam.