História Permanent Vacation - Bad Liar

Sydney, Austrália. Março de 2017.

Acho que sou uma má mentirosa

Eu vejo como sua atenção cresce

É como olhar em um espelho

O seu toque é como uma pílula feliz

Mas ainda assim, tudo o que fazemos é ter medo, ah ah

O que poderia acontecer a seguir?

Podemos nos concentrar no amor?

MARGOT

Não tive tempo de afastar esse idiota de perto de mim, Luke me puxou com força pra perto dele sem me dar escapatória de tentar fugir. Eu queria me fazer de difícil, queria empurrá-lo e xingá-lo de tudo quanto é nome e bater a porta na cara dele. No entanto, eu estava cansada de fugir, cansada de tantas brigas e discussões sem cabimento.

Nossos rostos estavam próximos demais, o hálito de bebida dele estava me hipnotizando. Então, eu me entreguei.

Luke tomou meus lábios em um beijo ávido e desesperado, apenas isso foi capaz de acender a chama de desejo que estava meio apagada dentro de mim. Coloquei minhas mãos ao redor do pescoço dele, puxando os cabelos dele de leve enquanto continuamos se beijando.

Luke foi andando lentamente comigo até minha cama, suas mãos apertavam com firmeza minha cintura lançando choques por todo meu corpo. Quando dei por mim eu e Luke estávamos quase sem roupa, eu sentada no colo dele distribuindo chupões em seu pescoço.

— Porra Margot, você me deixa louco. — ele sussurrou com a voz rouca, a barba rala dele arranhando o lado direito do meu rosto. Ele mordeu o lóbulo da minha orelha e isso foi o suficiente pra que eu perdesse o controle.

— Posso deixar mais, se quiser. — mordi o lábio levemente, enquanto colocava as mãos atrás do sutiã, rapidamente alcançando o fecho e o abrindo.

Luke observou meus movimentos com aquela cara sexy que só ele sabe fazer. Joguei meu sutiã pra um canto do quarto, ficando apenas de calcinha no colo do Luke. Ele abriu um sorrisinho sacana, começando a massagear meus seios enquanto me encarava pra ver minha reação.

Fazia tanto tempo que a gente não se tocava, eu já estava sentindo falta.

— Melhor a gente não perder tempo, sabe, outra vez. — eu disse, contendo um gemido baixo.

— Claro, tem razão.

E então, o clima esquentou. Luke se livrou da sua cueca enquanto eu me livrava da minha calcinha. Ele pegou um preservativo no bolso da calça dele jogada pelo quarto e o colocou em seu membro, que eu já tinha visto e sentido o gosto algumas vezes. Não me leve à mal.

Engatinhei até Luke, montando em seu colo e colocando o membro dele devagar dentro da minha intimidade. Tanto Luke como eu gememos baixo quando finalmente nos unimos em um só. Eu estava com vontade de gritar: "Porra! Finalmente!", mas isso seria broxante e estranho então preferi continuar transando aqui com o Luke, obrigada de nada.

Comecei a me mover em seu colo, aumentando o ritmo à cada minuto. Meu corpo estava em chamas, eu não queria parar esse momento nunca. Luke passava as mãos nas minhas costas, deslizando os dedos lentamente, me arrepiando inteira. Suas mãos desceram pra minha bunda, apertando com força enquanto eu aumentava a velocidade dos meus movimentos. Nossos gemidos eram as únicas coisas que se podiam ouvir na casa.

Nos encaramos e eu me encontrei perdida na imensidão das suas íris azuis, tão gélidas, porém tão quentes que me faziam estremecer com alguma sensação forte e desconhecida. Luke me beijou brevemente, passando as mãos pelo meu cabelo em uma tentativa de ser carinhoso. Eu estava explodindo de felicidade.

Ele começou a distribuir beijos em meu pescoço, descendo até os meus seios. E então, trocou de posição assim como o resto da noite inteira.

— Vocês transaram?! — Sophie meio sussurrou meio gritou no meio da Universidade.

— Fala baixo! — puxei o braço dela, andando pra longe do pessoal. A situação na Universidade ainda estava tensa, as fofoquinhas sobre Luke, Beatrice e eu ainda não tinham parado.

— Desculpe, é que uma notícia dessas tem que fazer um escândalo.

— Tá, mas se alguém ouvir isso as fofocas vão aumentar. — eu disse, começando a me arrepender só um pouco de ter transado com o Luke bem depois de ele ter transado com a Beatrice.

Eu ainda não sabia se o Luke estava falando a verdade esse tempo todo, ou se apenas estava me enganando mais uma vez.

— É bom que façam isso mesmo, pra ver se você toma vergonha nessa tua cara! — a baixinha aumentou a voz, se alterando de repente.

Fiquei encarando ela como se ela fosse um extraterrestre. Eu geralmente fico assim quando alguém é grosso comigo de repente.

— Do que você tá falando?

— Estou falando que você não tem um pingo de juízo pra ter feito o que fez, e logo depois de ele ter transado com aquela cobra! — ela sussurrou, a voz ainda alterada. — Sério Margot? Você não pensou nenhum pouco que ele poderia estar te usando de novo, e agora com sexo pra você acreditar nele?

Era irritante e impressionante como Sophie tem razão em quase tudo. Ela sempre está certa, sempre me ajudando à abrir os olhos quando eu começo a teimar que sei de tudo.

— Eu sei... Ai, que merda. — passei as mãos no rosto, frustrada. — Eu ainda estava sobre efeito de bebidas, não estava pensando direito.

— Devia ter fechado a porta na cara dele. — Sophie cruzou os braços, arqueando as sobrancelhas.

— Eu tentei! Mas ele colocou o pé no meio da porta.

— Então devia ter amassado o pé dele com a porta.

Revirei os olhos perante a maneira irritante que a Sophie estava me tratando. Eu sabia que era pro meu bem.

— Eu sei que eu fiz merda, ok? Só que agora não tem como voltar atrás. — suspirei, observando alguns alunos jogando Frisbee.

— E deixe eu adivinhar: Você não se arrepende nem um pouco.

Olhei pra cara da Sophie como se ela fosse um extraterrestre de novo.

— Não. — eu disse, derrotada.

— Como eu imaginei. — ela suspirou, balançando a cabeça de forma negativa. — Só que, enquanto toda essa fofoca não for esclarecida acho bem melhor você se manter longe dele, Margot. Não vai ser bom pra você e nem pra sua imagem aqui na Universidade.

Eu não queria ficar longe do Luke, porém eu sabia que a Sophie tinha razão. Se descobrirem o que aconteceu e eu manchar minha reputação mais ainda, é arriscado eu ser expulsa da Universidade. E aí adeus sonho, adeus Austrália, adeus Luke, adeus Sophie, adeus garotos, adeus tudo.

— Tem razão. Eu vou tentar ser mais cautelosa dessa vez. — torci a boca, nada contente. Eu odeio admitir que estou errada e odeio receber sermão.

Antes que a Sophie pudesse dizer mais alguma coisa, Luke apareceu no meu campo de visão. Ele estava ofegante e parecia ter corrido pra chegar até aqui.

— Você precisa vir comigo. — ele segurou meu braço, me arrastando pra longe da Sophie.

— Pra onde? Me solta, Luke. — tentei me desvencilhar do seu aperto, mas ele era mais forte que eu.

— Se tem uma maneira de provar pra você que eu não tenho culpa no meio dessas fofocas, tem que ser agora.

— Tem que ser agora o caralho! — Sophie berrou atrás de nós, me afastando com brusquidão de perto do Luke. — Deixa a Margot em paz.

Luke nos encarou surpreso, tentando entender o que estava acontecendo.

— Vocês querem saber quem é o culpado de verdade dessa fofoca? Então, venham comigo e vamos acabar com essa porra de uma vez.

Sophie continuou querendo voar no Luke.

— Não preciso saber, porque o único culpado aqui é você!

— Dá pra falar baixo? — ele reclamou.

— Eu disse a mesma coisa pra ela. — eu falei, torcendo a boca.

— Margot! — Sophie me deu um tapa no braço.

Mas o que essa garota tinha hoje?

— Vamos ou não? — Luke perguntou, sem paciência.

— A Margot não vai sem mim. — Sophie se colocou na minha frente, como se fosse maior que eu.

Eu quero rir da situação, mas eu sabia que não era apropriado e eu poderia ganhar outro tapa da Sophie.

— Certo, a baixinha irritante vem também. Andem. — Luke caminhou à nossa frente e nós o seguimos, com Sophie xingando Luke à todo minuto.

E lá estava o Luke mandão e blasé novamente. A coisa devia ser mesmo séria pra ele nem me olhar diferente, como um sinal de que ele lembrava da noite passada. Ou talvez ele nem lembre. E eu não devia estar decepcionada com isso.

Continuamos seguindo o Luke pra dentro da Universidade. Ele estava andando na direção do corredor das estatuas gregas e romanas, que era perto da diretoria e das salas de aula. Luke olhou pra trás, conferindo se estávamos seguindo ele. Passamos por as salas de aula e caminhamos na direção de outro corredor com estátuas de monstros mitológicos gregos e romanos.

Acho que o diretor fez esse corredor pros alunos se assustarem e não quererem ir parar na diretoria da Faculdade. Passamos por uma estátua da Medusa, com seus famosos cabelos de cobra. Sophie estava agarrando meu braço quase arrancando ele do lugar.

— Não gosto desse lugar. — ela sussurrou.

— Eu gosto e não gosto ao mesmo tempo. — Gosto porque amo mitologia grega/romana. Não gosto porque a estátua da Medusa parece se mexer toda vez que eu passava perto dela.

— Luke, o diretor não está na sala dele? — perguntei, minha voz ecoando no corredor. De novo, eu estava me sentindo em um cenário de Percy Jackson.

Ele parou de frente da porta da diretoria.

— Não, pelo menos por uma hora. Temos que ser rápidos. — ele se abaixou e afastou o tapete em frente à porta, tirando uma chave dourada debaixo dele.

— Ser rápidos em quê? — perguntei, enquanto Luke começava a abrir a porta.

— Ouvi o diretor conversando com a Beatrice, ele disse que ela deveria deixar o celular dela na diretoria, por causa das... — ele franziu a testa, parecendo desconfortável. — fotos que ela espalhou. Então, essa é a única chance de pegar o celular dela e ver se tem alguma prova da minha inocência.

— Uau, será que ele está lendo seus livros de Sherlock Holmes? — Sophie perguntou, ainda provocando o Luke. Mas eu sabia que ela estava curiosa.

— Talvez. — Luke piscou pra mim e entrou na diretoria.

Mordi o lábio por dentro da boca, tentando não ficar vermelha ou sorrir. Sophie revirou os olhos, se afastando de mim. Eu entrei na diretoria primeiro que ela, olhando pros lados com medo de aparecer alguém ou o próprio diretor.

Luke já estava fuçando o celular da Beatrice. Caminhei na direção dele, com Sophie logo atrás de mim.

— Essa merda tem senha. — ele disse, frustrado.

— É meio que óbvio. A Beatrice não seria tão idiota de deixar o celular sem senha. — me apoiei na mesa do computador do diretor, tomando cuidado pra não tirar nada do lugar.

— Só que eu sei um jeito de descobrir a senha. — Luke abriu um sorrisinho, pegando o celular dele.

Sophie pela primeira vez sorriu, observando Luke procurar algo no celular dele, encostando o mesmo no celular da Beatrice.

— Esse método aí eu também conheço. — ela disse, empolgada.

Luke sorriu pra ela, esperando alguma coisa do celular dele enviar pro da Beatrice.

— Senha desativada. — ele comemorou, arqueando as sobrancelhas. — Estou me sentindo o Caleb de Pretty Little Liars.

— Só que o Caleb é mil vezes melhor que você. — Sophie disse, com tom de deboche.

— A questão, baixinha, é que eu consegui acessar o celular da Beatrice.

Eu estava boiando no assunto deles, tirando a parte do Caleb de Pretty Little Liars. Fiquei encarando os dois com aquela cara de: "O que porra esses dois estão falando?". E desde quando Luke assistia PLL?

— Que foi? — Luke perguntou ao mesmo tempo que a Sophie, que agora deu pra voltar a ser "amiguinha" do Luke.

— Vocês são estranhos. — continuei com a minha cara de What a Fuck.

Eles riram, e Luke se concentrou no que estava fazendo. Cheguei mais perto dele pra ver o que ele estava procurando no celular da vadia falsa. Luke apertou na galeria do celular, e as fotos que estavam lá me fizeram congelar no lugar.

— Mas que porra é essa?! — Sophie perguntou, assustada, assim como eu estava agora.