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História Permanent Vacation - Over And Out


Escrita por: ilysmtae

Notas do Autor


Música do capítulo: Over And Out do 5 Seconds Of Summer.

Capítulo 7 - Over And Out


Fanfic / Fanfiction Permanent Vacation - Over And Out

Sydney, Austrália. 28 de Janeiro de 2017.


Luke's POV.



Então me aceite como eu sou, me aceite como todo

Substitua quem eu sou, por quem eu prefiro ser

Então me aceite como eu sou, me aceite como todo

Substitua quem eu sou



           


Entrei na sala de aula com Mike, Ashton e alguns amigos, estávamos conversando sobre os shows que iriam ter das nossas bandas preferidas. Eu não estava nem um pouco à fim de prestar atenção na aula de Artes hoje, eu odeio desenhar. Como se não bastasse aquela maluca da Sophie ter me dado um tapa na frente de todo mundo, agora o Calum está se aproximando daquela Margot Aproveitadora na maior cara de pau.

Se ele não decidisse logo em que lado ele está, então ele que vá se foder junto com aqueles dois projetos de ridículas. Meus pensamentos só conseguiam se voltar em como eu iria descontar tudo isso na Margot Aproveitadora, até porque foi a amiga dela que me deu um tapa, então como eu não convivo com aquela anã de jardim a Margot que vai pagar.

Ao menos uma parte da minha vingança estava feita com todos achando que a Margot tentou me assediar, eu não podia me sentir mais satisfeito.

Os outros garotos se dispersaram indo sentar no fundo da sala mais para o alto e eu fiquei sentado nos assentos do meio com Mike e Ashton. A professora chata de Artes entrou na sala de aula e eu suspirei revirando os olhos, pegando meu celular começando a responder algumas mensagens de umas garotas parvas marcando de se encontrar comigo.

— Ei cara, você viu o Calum? — Mike perguntou ao meu lado.

— Não, e não me interessa onde porra ele está. — respondi secamente sem tirar os olhos do meu celular.

Mike me encarou com as sobrancelhas erguidas.

— O quê? — perguntei começando a me irritar.

— Ele é nosso amigo, Luke. — Mike continuou me encarando, o que me irritou mais ainda.

— Se fosse nosso amigo ele não estaria por aí com a Margot.

— A Margot não é má pessoa, não vejo problema que ele ande com ela depois do que você fez. — ele passou as mãos no seu cabelo loiro colocando seu boné pra trás.

Olhei bem pra cara dele estreitando os olhos. Sorte do Mike que eu gostava mais dele, senão eu já teria esmurrado sua cara nesse exato momento.

— Vai ficar do lado dela também? Eu vi você de conversinha com ela e a anã de jardim de cabelo roxo.

Mike sorriu revirando os olhos.

— Como eu disse, a Margot e a Sophie são boas pessoas.

— Então porquê não vai lá ficar com elas, Mike? Caralho, quanto blá blá blá! — esmurrei a mesa não me importando se estavam olhando na minha direção.

Mike levantou as mãos como se tivesse se rendendo e voltou sua atenção à professora em algum lugar na frente da sala.

Aquela manipuladora da Margot está conseguindo colocar meus próprios amigos contra mim, e isso eu não ia permitir nem que eu passasse dos limites nas minhas brincadeiras. Ninguém chega na minha casa e de uma hora pra outra decide colocar todos contra mim, ninguém. Se ela queria achar que podia comigo então que ache, porque isso ela nunca vai conseguir.

— Muito bem alunos, hoje vocês irão criar uma arte com o tema: "O que mais te irrita ou te tira do sério". — disse a professora que eu não tinha me dado o trabalho de lembrar do nome. — Quero os desenhos prontos na minha mesa cinco minutos antes do sinal bater.

Imediatamente pensei na Margot e no quanto ela me deixava puto, mas de jeito nenhum eu desenharia aquela aproveitadora. Ia levantar suspeitas e eu não quero nada que envolvesse ela comigo. Mike e Ashton começaram a desenhar concentrados e eu fiquei batucando na mesa olhando para minha folha em branco do caderno de artes. Eu queria ir logo pra casa e sair desse lugar entediante.

Uma batida na porta da sala me fez parar de batucar na mesa. A professora levantou indo abrir a porta e quase todos os alunos estavam observando curiosos. O diretor Peter apareceu na porta e todos se endireitaram voltando às suas atividades, assim como eu, mesmo estando apenas fingindo rabiscar alguma coisa. Eu não podia ser um motivo de desconfiança do diretor, que logo contaria para os meus pais.

— Com licença, professora. O aluno Luke Hemmings se encontra nessa sala? — ele perguntou olhando para todos os alunos.

Mas o que merda ele queria comigo?

— Estou aqui. — levantei a mão com o semblante sério.

O diretor me lançou um olhar severo e estranho. O que porra estava acontecendo aqui?

— Me acompanhe até a minha sala, Hemmings.

Todos me olharam curiosos e eu franzi a testa saindo do meu lugar. Eu esperava que não tivesse acontecido nada com meus pais. Uma pequena parte de mim me fazia querer se preocupar com a Margot, então mandei essa parte pra puta que pariu enquanto seguia o diretor. Eu só queria saber o que tinha acontecido de tão grave que fosse preciso me tirar da sala, mas talvez só fosse algo relacionado às minhas notas boas que eu tentava inutilmente manter se quisesse sair daqui depois desse ano.

Chegamos na sala do diretor e quando ele abriu a porta dei de cara com a pessoa que eu menos queria ver nesse momento: Margot. Ela estava sentada de frente pra mesa do diretor com um sorrisinho no rosto, como se estivesse esperando alguma coisa acontecer.

— Mas o que--

O diretor me interrompeu gesticulando pra que eu entrasse na sua sala.

— Sente-se, Hemmings. — entrei dentro da sala me sentando ao lado da Margot, fuzilando ela com o olhar.

Seja o que essa manipuladora estivesse tramando, não ia funcionar.

— Oi Luke. — Margot me cumprimentou com o tom de voz irônico.

Desviei meu olhar do seu rosto e encarei o diretor sentado à nossa frente de cara fechada. Ele suspirou direcionando seu olhar de águia pra mim.

— Pode me explicar porque acusou a senhorita Alves de o ter assediado? — ele perguntou me deixando mais confuso ainda.

— Eu apenas disse o que ela tinha feito. — respondi franzindo a testa levemente.

— Não, não, Hemmings. Você mesmo abriu o zíper da sua calça para acusá-la injustamente.

Senti meu corpo congelar no lugar.

— Está acreditando nas mentiras dela agora? — apontei na direção da manipuladora, sentindo a raiva dentro de mim.

— Não são mentiras, e fale baixo Hemmings. — ele aumentou sua voz pesada.

Bufei irritado cruzando os braços enquanto encostava minhas costas na cadeira.

— Você tem provas pra me acusar assim? — perguntei, agora pouco me fodendo se eu estava faltando com respeito com o diretor.

— Sim, eu tenho provas. Veja.

O diretor virou seu notebook cinza à minha frente apertando play em um vídeo. Eu sabia a resposta de tudo aquilo, só não queria me convencer de que era mesmo o que eu estava pensando. O vídeo eram imagens de ontem na sala de aula quando eu inventei aquela mentira sobre a Margot. Observei no vídeo a câmera mostrando perfeitamente eu abrindo o zíper da minha calça e a Margot saindo dali sem ter feito nada.

Como essa filha da puta conseguiu fazer isso? Que eu saiba as câmeras das salas estavam desligadas. Agora eu sabia que eu estava fodido, e muito.

— Vai dizer que esse vídeo é uma montagem? — o diretor encerrou o vídeo colocando o notebook no lugar de antes.

Olhei pra Margot que estava me encarando triunfante.

— Como você pôde fazer isso? — eu disse furioso quase chegando perto dela, que se esquivou de mim assustada.

— Hemmings! Comporte-se ou eu terei que lhe dar uma suspensão. — disse o diretor entrando no nosso meio.

Respirei fundo tentando me controlar. Eu não podia ser um idiota na frente daquela manipuladora. Ela conseguiu me sujar na universidade e eu não estava querendo admitir.

— O que vai fazer com isso? — me referi à minha culpa e ao vídeo.

— Vou descontar quatro pontos nas suas notas. — arregalei os olhos não querendo acreditar no que eu estava ouvindo. — E comunicarei os seus pais.

Eu quase saltei da cadeira.

O quê?! Não, você não pode dizer nada à eles! — aumentei a voz começando a me desesperar. Eu odiava perder o controle desse jeito.

Margot olhava a cena com o semblante tenso. Mas que droga de garota! Agora os meus pais vão me dar um sermão e me tratar diferente. Eu prometi à eles que eu não iria mais ser motivo de reclamações ou de coisas que manchasse nossa reputação.

Eu sou o diretor, você está errado. Portanto sim, eu posso fazer isso. — ele levantou uma sobrancelha esperando que eu o desafiasse novamente. Fiquei em silêncio não podendo fazer mais nada. — A aula acabou, vão para casa. Vou mandar uma mensagem na secretária eletrônica dos seus pais, Hemmings. Espero que isso lhe sirva de lição.

Não esperei que ele terminasse e saí pela porta furioso, caminhando à passos firmes e rápidos até a saída dessa porcaria. Escutei as vozes do Mike e do Ashton avisando que estavam com a minha mochila, mas ignorei eles completamente tamanha era minha raiva. Cheguei no campus da universidade com a respiração ofegante, parecia que eu estava enxergando tudo em vermelho e a minha cabeça parecia que ia explodir. Isso estava me deixando louco.

— Merda! — chutei a lata de lixo com força, o que a fez rolar com tudo para o outro lado sujando a grama com copos do Starbucks e papéis.

Os alunos ao redor passaram me olhando chocados e só isso aumentou mais a minha raiva.

— O que foi, caralho? O que estão olhando? — gritei com um tom de voz furioso.

Eles não responderam saindo de perto assustados. Puxei meus cabelos loiros com força e dei um murro no muro de pedras perto das árvores, sentindo vontade de gritar. Eu era um idiota, como eu pude deixar que aquela manipuladora de merda me colocasse nessa posição? Eu deveria mostrar pra ela quem era que mandava nessa porra.

E era exatamente o que eu iria fazer quando estivéssemos sozinhos. Respirei fundo tentando me controlar quando escutei passos atrás de mim.

— Você mereceu, idiota.

Era ela. Sua voz liberou mais uma onda de raiva dentro de mim.

— Cai. Fora. Daqui. — eu disse pausadamente e baixo, sem virar na sua direção.

Ela pareceu me ouvir e foi embora, me deixando aqui mais furioso do que eu já estava. Percebi que a maioria das pessoas tinham visto meu ataque de raiva, e Mike, Ashton e Calum estavam me olhando tensos. Eu só precisava beber alguma coisa agora.

Caminhei à passos rápidos até os garotos sem paciência alguma pra conversas ou pra dar importância aos olhares das pessoas ao redor. Mike me entregou minha mochila sem dizer nada e eu a abri procurando minha garrafa de Vodka.

Dei as costas pra os garotos sabendo que eles me entenderiam.

— Ei cara, você vai ficar bem? — Mike perguntou aumentando a voz enquanto eu me distanciava.

— Aham! — acenei com a mão sem virar pra trás, bebendo um gole demorado de Vodka.

Fechei os olhos sentindo o líquido descer queimando por minha garganta, era disso que eu precisava.

— Eu não sou um perdedor. — inclinei a cabeça pra trás bebendo mais outro gole de Vodka. — Eu não sou um perdedor.

A Margot não perdia por esperar quando eu chegasse em casa, se ela foi capaz de tentar me vencer então é capaz de conversar comigo cara à cara.

A limusine estacionou em frente à universidade e eu não esperei Josh sair pra abrir a porta pra mim, entrei dentro do carro me jogando no banco de couro.

Eu me sentia cansado, como se um trator tivesse passado por cima do meu corpo. E pensar que tudo isso é culpa daquela manipuladorazinha que se achava a esperta. Eu não via a hora de fazer algo que fizesse ela ser expulsa de vez da minha casa.

Margot não era como as garotas que ficaram na mansão e caíam de amores por mim, ela era diferente, marrenta e durona. Isso me intrigava pra caralho, eu estava acostumado a ter várias garotas aos meus pés.

Mas como eu disse, com a Margot era diferente. E uma pequena parte de mim gostava disso. Mas eu não podia sentir pena dela, ela merecia uma lição.








Entrei em casa me segurando nas paredes pra conseguir andar. Eu havia bebido mais do que o normal durante o caminho e só queria um banho gelado e a minha cama confortável. Subi as escadas com certa dificuldade enxergando tudo lentamente e um pouco embaçado, minha cabeça doía pra caralho. Nota mental: Nunca mais beber demais quando eu estiver voltando da universidade estressado.

A casa estava silenciosa, à não ser o barulho de um secador de cabelo e alguma música que eu não conseguia assimilar no estado que eu estava. Consegui alcançar o banheiro do andar de baixo e entrei quase tropeçando no chão, começando a tirar minhas roupas sem saber se eu estava fazendo do jeito certo. Me enfiei debaixo do chuveiro sentindo minha cabeça latejar.

— Merda! — levei as mãos à cabeça trincando os dentes. Eu tinha certeza de que a minha cabeça ia explodir nesse momento.

Minha cabeça parou de latejar aos poucos e eu tentei tomar um banho decente. Ficar bêbado sozinho era uma droga, eu sempre ficava sozinho nessa mansão enorme à não ser quando eu ia na casa dos garotos, sair com alguma garota ou ir pra alguma festa ou show.

Terminei meu banho e usei algumas roupas minhas que estavam guardadas nos armários do banheiro. Abri a porta do banheiro indo em direção à cozinha, eu precisava tomar uma aspirina antes que a minha cabeça doesse ainda mais.

Estranho eu não ver nenhum sinal da Margot por aqui. Era até melhor, não sei se eu conseguiria me controlar se eu me encontrasse com ela agora.

Observei um bilhete na mesa e tentei ler o que estava escrito, era um recado da Rosie dizendo que tinha ido no mercado fazer compras. Revirei os olhos engolindo uma aspirina e enchendo um copo de água pra ajudar a descer o comprimido.

No que merda eu tinha me metido? Aquela garota foi a primeira a conseguir me ultrapassar e eu não conseguia aceitar isso. Eu precisava que Margot pagasse na mesma moeda, mas eu não estava entendendo porque uma parte de mim estava hesitante em fazer isso como se quisesse me deixar com a consciência pesada.

Talvez se eu escolhesse deixar isso pra lá e tentasse ser amigo da Margot...

— Não. Não vou fazer isso. — encarei o teto me sentindo irritado com esses tipos de pensamentos.

Um perfume doce e intenso me fez olhar pra entrada da cozinha, revelando a pessoa que eu realmente desejava não encontrar agora. Margot me encarou de cara fechada e abriu a geladeira tirando algumas besteiras pra comer. Observei todos os seus movimentos enquanto ela preparava um sanduíche e pegava um monte de chocolates e outras besteiras.

Eu não queria admitir, mas ela estava linda usando apenas um vestido preto simples naquele estilo tomara que caia. Margot tinha um corpo bastante desejável e eu me peguei pensando como ela seria por baixo das roupas.

O que você está pensando, Luke?

— Vai ficar me olhando com essa cara de idiota? — ela perguntou me encarando de forma irônica.

Mais rápido do que esperava eu estava novamente me sentindo irritado, mais ainda por ter uma boa quantidade de Vodka no meu sistema.

— Olha como fala comigo, você está na minha casa e não na sua. — sustentei seu olhar tentando intimidá-la.

A manipuladora apenas riu tomando sua coca.

— Corta essa, Hemmings Desgraçado. Eu também moro aqui, esqueceu?

Trinquei os dentes com força tentando me controlar. Porquê essa garota me tirava tanto a paciência?

— Mas eu sou o dono de tudo. E você só vai ficar aqui por pouco tempo.

Margot me olhou atentamente como se estivesse pensando em alguma coisa. Ela ficava atraente até quando fazia um pequeno gesto desse.

— Você ou seus pais? Que eu saiba não foi você que construiu tudo isso, mas seus pais sim.

Me aproximei devagar ficando à sua frente com apenas a mesa enorme nos separando.

— Pode até ser, mas eu sou o filho deles. Então abaixa a sua bola.

Levantei uma sobrancelha deixando escapar um pequeno sorriso ao ver que ela não sabia o que dizer. Ela se levantou da mesa parecendo também irritada.

— Está assim todo nervosinho só porque eu te desmascarei? Aw, tão perdedor o menino Hemmings. — ela fez um beicinho me lançando um olhar de pena numa mistura de ironia.

Senti meu sangue ferver ao ouví-la me chamar de perdedor e do apelido que eu mais odiava. Eu poderia ser tudo, menos um perdedor.

— Repete o que disse. — me aproximei dela devagar só conseguindo sentir mais raiva.

— Desculpe Hemmings, mas eu não sou um gravador. — ela piscou o olho pra mim saindo da cozinha. — Oh, esqueci! Perdedores não conseguem entender as coisas.

Aquilo foi o que bastou pro resto da minha paciência se esvair. Caminhei até onde ela tinha passado não tendo controle algum dos meus atos, mesmo sabendo que eu deveria parar e não me descontrolar com ela. Margot olhou na minha direção percebendo meu estado e começou a subir as escadas tentando fugir de mim, mas eu fui mais rápido. Segurei seu pulso com força a forçando a parar e olhar pra mim.

— Me solta. — ela tentou se desvencilhar do meu aperto, mas apertei seu pulso ainda mais não deixando ela fugir.

— E se eu não quiser, hã? Ah é, você só sabe fugir quando as coisas ficam sérias. — meu tom de voz estava mais grave ainda, eu queria intimidá-la pra ela saber com quem estava brincando.

— Eu disse pra me soltar!

Encostei ela na parede com força dessa vez prendendo seus dois pulsos com tanta força que eles estavam ficando vermelhos, mas eu não me importava. Eu estava furioso e de saco cheio dessa garota intrometida.

— Vai fazer o quê? Gritar? — abri um sorriso irônico. — Eu disse pra não se meter no meu caminho, não disse?

— Você está me machucando! — ela gritou tentando criar forças pra se soltar.

Me aproximei mais ainda dela de forma que nossos corpos estavam colados.

— Oh, sério? Eu não sabia que isso machucava. — coloquei mais força no meu aperto. Uma parte de mim gritava pra eu parar, mas eu não conseguia.

— Para de me machucar! Qual é a sua, merda?! — ela tentou me empurrar e eu percebi que ela estava tentando não chorar.

Não, eu não podia ter pena dela agora. Não podia. Ela veio pra foder com a minha vida e eu tinha que foder com a vida dela também.

— Qual é a minha?! — comecei a gritar também, minha voz ficando mais grossa e furiosa. — Qual é a minha? Você veio pra arruinar a minha vida assim como aquelas outras putas que ficaram aqui! Eu estou de saco cheio de você!

— Primeiro foi você que começou com tudo isso! — ela gritou de volta não deixando se intimidar. — Eu estava disposta a ser educada com você, mas foi você que agiu como um imbecil primeiro!

Esmurrei a parede quase perto de onde a sua cabeça estava encostada. Ela deu um salto fechando os olhos, e eu sabia que eu estava a assustando.

— Cala a porra da boca! Eu não sou obrigado à gostar de ninguém, você escolheu ficar aqui e não eu! — esmurrei a parede mais uma vez apertando seus pulsos com toda a força que eu tinha. — Então cala a porra da boca!

— Me solta eu fico longe do seu caminho, merda! — ela disse muito rápido com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas. — Eu posso dizer pro diretor não dizer nada pra os seus pais, se é o que você quer!

Controlei minha respiração olhando no fundo dos seus olhos castanhos. De alguma forma eu pude sentir a angústia e o medo que ela estava sentindo apenas por olhar em seus olhos tão misteriosos e belos. Soltei minhas mãos dos seus pulsos me sentindo um lixo pelo que eu tinha acabado de fazer.

Eu nunca fui agressivo assim com as mulheres minha mãe sempre me ensinou a tratá-las bem, mas hoje eu havia passado dos limites das minhas brincadeiras. Eu fui um filho da mãe descontando minha raiva na Margot, mas a merda já tinha sido feita e eu não podia consertar.

Margot massageou seus pulsos com a respiração ofegante. Ela se afastou de mim assustada e isso foi como um murro na minha face, eu estava me sentindo um monstro.

— Desculpa. — foi tudo o que eu consegui dizer sem conseguir olhar em seus olhos.

Desci as escadas me sentindo um merda, eu odiava ter problemas de bipolaridade e raiva. Eu odeio magoar as pessoas quando fico assim, isso só me lembra um passado que eu não quero lembrar. Passei as mãos na cara tentando não chorar feito um cuzão, eu precisava sair daqui e ir pra um lugar que era como meu refúgio quando eu ficava mal ou estressado.

Mas o som de uma respiração ofegante demais me fez parar no meio das escadas e apurar os ouvidos. Era como se alguém estivesse sufocando e meus pensamentos se direcionaram na Margot.

— Merda! — subi as escadas correndo com o coração acelerado.

Se alguma coisa acontecesse com ela eu nunca iria me perdoar.

Encontrei a Margot ainda nas escadas se segurando na parede, seus olhos estavam arregalados e ela respirava pela boca ofegante como se tivesse tendo um ataque de asma.

— Margot! Você está bem? — tentei me aproximar dela, mas ela se afastou.

Ela pareceu se desesperar mais ainda, seu rosto estava ficando mais pálido do que já era.

— Eu não consigo... — ela tentou falar, mas continuou lutando pra respirar pela boca produzindo um chiado agonizante. — Não consigo respirar!

Olhei pra ela alarmado percebendo o que estava acontecendo: Ela estava tendo um ataque de claustrofobia, e tudo por minha culpa.

— Hey, hey, calma. — segurei sua mão não sabendo o que fazer. — Respira Margot, você precisa se concentrar em respirar.

Ela apertou minha mão com força enviando uma pequena corrente elétrica ao me tocar. Margot estava tão desesperada, eu não sabia o que fazer.

— Está... Está muito abafado... Me ajuda eu não quero morr--

— Não diga isso, vamos, eu não vou deixar você sozinha. — passei rapidamente meus braços ao redor da sua cintura colocando ela no colo.

Margot segurou minha camiseta com força ainda tentando respirar pela boca e eu comecei a correr para as escadas na direção do jardim. Eu estava desesperado, como eu pude deixá-la assim? Eu nunca vou me perdoar se eu não conseguir ajudá-la.

Deitei ela na grama tentando memorizar como acalmava alguém com um ataque de claustrofobia.

— Luke--

— Shh, respira devagar. — eu disse com o tom de voz suave segurando sua mão. — Eu estou aqui, apenas respire devagar.

— Eu não consigo Luke, eu estou tentando mas não consigo encontrar ar! — ela começou a mexer as pernas sem parar.

— Olhe para o céu e continue mexendo as pernas o mais rápido que você puder, não olhe pro chão. — continuei segurando sua mão pra mostrar à ela que eu estava aqui.

Margot me obedeceu olhando pro céu e mexendo as pernas rápido, como se estivesse chutando o ar. Tentei me concentrar no seu rosto pra não ter que olhar pro seu vestido curto mostrando mais partes do corpo dela que o necessário, enquanto ela mexia as pernas.

Sua respiração começou a normalizar e ela parou de mexer as pernas prendendo seus olhos castanhos nos meus. De alguma forma eu senti um frio na barriga estranho e não consegui desviar meus olhos dos seus. Essa garota mexia comigo de uma forma estranha e boa.

— Você está melhor? — perguntei ainda preocupado.

Margot apenas acenou de forma positiva com a cabeça. Ela abriu um sorriso pequeno e até fofo sem ter soltado minha mão ainda.

— Obrigada.

— Eu só fiz o que era o certo a fazer. — olhei pra grama não conseguindo encarar seu rosto.

— Obrigada mesmo assim. Eu não sei o que poderia ter acontecido comigo se você não estivesse aqui. — seu tom de voz estava suave e baixo, eu queria que ela continuasse falando no seu inglês que mais parecia uma mistura de francês.

Consegui finalmente olhar pro seu rosto me sentindo culpado por o que tinha acontecido.

— Desculpa, sério. — passei a língua nos lábios sem conseguir dizer as palavras certas. Era difícil eu estar me desculpando com alguém. — Eu não devia ter--

— Hey, eu te entendo. Eu também tenho ataques de raiva e já cometi muitas merdas por causa disso. — ela fez um carinho na minha mão me pegando de surpresa. — Eu não costumo ter essas crises, é que os meus remédios ainda estão em falta na farmácia porque são do Brasil e...

Ela continuou falando sem parar e eu fiquei com receio que ela ficasse sem ar novamente. Mas eu queria que ela continuasse falando, eu queria escutar sua voz. Porra, eu estava sendo tão gay.

— Eu vou falar com meus pais mais tarde sobre os seus remédios estarem em falta. Isso é sério, Margot. — eu disse realmente preocupado, observando ela sentar na grama ajeitando seu vestido. — Quer dizer, quem sabe eles não dão um jeito.

Ela sorriu sem mostrar os dentes, e eu fiquei olhando pra ela feito um babaca.

— Obrigada Luke.

Dei de ombros fingindo indiferença. Eu não queria baixar minha guarda, mas eu também não queria pegar tão pesado com ela depois de hoje.

— Não vai achando que a gente vai virar amiguinhos de uma hora pra outra. — revirei os olhos e ela sorriu abertamente. Como era linda.

— Então ainda tem a possibilidade de sermos amigos?

Mordi o lábio evitando sorrir.

— Talvez.

Margot continuou sorrindo enquanto balançava a cabeça de forma negativa.

— Você é tão idiota, Luke Hemmings. Como seus amigos te aguentam?

Estreitei os olhos na sua direção, prendendo o riso.

— Vai se foder.

— O quê? — ela me deu um tapa no braço.

Abri um sorriso olhando pro seu rosto.

"E se não te aceitarem do jeito que você é, bem, então mande-os se foder." — eu disse citando a frase que ela tinha dito pra mim no telhado, durante a queima de fogos no Ano Novo quando ficamos bêbados.

Margot olhou pra mim parecendo surpresa, sua boca estava aberta em um "O" que me lembrou do Calum.

— Você está andando muito com o Calum Hood. Margot Alves. — enfatizei seu nome e baguncei seu cabelo curto.

Eu ainda não iria parar de irritar a Margot, até porque eu adoro irritar as pessoas. Mas pensando bem, não seria uma má ideia tentarmos ser amigos


Notas Finais


Primeiramente preciso pedir um monte de desculpas pela demora em atualizar, eu nunca tinha demorado tanto pra atualizar essa fic. Eu estou sem WiFi ultimamente, já que o otário do meu primo não me passou a senha do WiFi dele, então estou usando o 4g até eu me mudar de cidade mês que vem.

Mas consegui acessar o spirit pelo 4g e quase chorei de felicidade quando as notificações carregaram, deu pra responder os comentários no cap anterior e escrever esse (que na verdade já estava pronto, só editei).

Enfim, comentem o que acharam, suas teorias, etc. Apareçam everybody! Hahaha. As coisas ficaram pesadas nesse cap e meio que foi inspirado nas minhas crises de claustrofobia e raiva (que já estão mais controladas).

Nos próximos caps o Luke vai pegar mais leve com a Margot, mas as provocações continuam, só que com o Luke um pouco mais legal, fofo mas ainda assim muito irritante hahaha, claro senão não seria ele.

Talvez na madruga boladona tenha mais um cap duplo que já está quase pronto, então fiquem ligados! É isso amores, até o próximo cap.

Bjo, bjo! ;)


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