História Permanent Vacation - Summer

Sydney, Austrália. 29 de Janeiro de 2017.

E podemos ficar juntos, baby

Enquanto o céu for azul

Você se faz de inocente agora

Mas você mentiu tão cedo

Quando eu te conheci no verão

Margot's POV

                Acordei com um barulho irritante de cliques e sons de luta vindos de algum lugar da casa. Estreitei os olhos e tentei abrí-los devagar, mas fechei meus olhos imediatamente quando veio uma luz forte na minha cara. Consegui abrir os olhos mesmo sentindo eles arderem, e vi o Josh abrindo as cortinas do meu quarto ainda vestindo seu terno impecável. Ele devia ter um monte desses ternos pelo jeito.

— Mas que merda, digo, porquê abrir as cortinas quando são... — eu disse com a voz arrastada pegando meu celular ao meu lado vendo as horas. — Onze da manhã? É domingo.

Josh abriu um sorriso irônico revirando os olhos.

— Já é hora suficiente para a senhorita ter levantado da cama quando todos já acordaram.

— Todos já estão acordados? — perguntei alarmada. Eu não queria dar a impressão aos pais do Luke de que eu era aquelas garotas preguiçosas que dormem até tarde e não fazem nada.

De fato eu já fui muito assim. Mas isso não vem ao caso.

— Estão, mas o Sr. e a Sra. Hemmings foram visitar alguns amigos do trabalho. — Josh se encaminhou até a porta com seu jeito pomposo de andar.

Meus pensamentos foram até o Luke e o dia anterior, quando ele me ajudou a superar mais uma das minhas crises nervosas por a falta dos meus remédios. Dei um salto da cama e Josh me olhou surpreso enquanto se preparava para fechar a porta do meu quarto.

Os barulhos de lutas, tiros, socos e vidros quebrando continuaram.

— O que é--

Fui interrompida por um grito escandaloso e alto que só poderia ser do Luke.

— O que está acontecendo lá embaixo? — perguntei assustada e confusa.

Josh gargalhou me olhando de forma divertida.

— É só o Luke jogando videogame lá embaixo.

Suspirei aliviada rindo comigo mesma. Essa eu não queria perder, ele deveria ficar "bem atraente" jogando videogame gritando desse jeito como se o mundo estivesse acabando.

— Seu café já está na mesa. — Josh acenou com a cabeça e sorriu ainda achando graça da minha cara de idiota, sumindo pelo corredor.

Fechei a porta indo escolher alguma roupa pra vestir depois de eu tomar um banho. Eu não sei porque eu estou tão preocupada com o que vou usar só porque Luke estava lá embaixo, ele nem perceberia minha aparência. Depois de ontem eu decidi não guardar ressentimentos do Luke mesmo tendo ficado bastante assustada com seu comportamento, porque eu sabia que ele tinha ficado muito estressado com tudo mesmo que ele tivesse agido como um filho da mãe.

Eu também havia ficado surpresa por ele ter me ajudado, Luke parecia tão protetor e adorável comigo tentando me acalmar ao invés de ter me deixado sozinha morrendo, que era exatamente o que eu esperava que ele fizesse. Luke pareceu ser sincero quando disse que talvez existia uma possibilidade de sermos amigos.

Claro que eu queria que o Luke e eu se pegasse alguma hora, mas isso também não vem ao caso. No entanto eu ficaria de olho nele pra ver se ele estava mesmo disposto à pegar leve comigo.

Estava bastante calor hoje, então escolhi uma blusa preta do Nirvana que caía em um lado do ombro e uns shorts curtos também pretos. Me encaminhei até o banheiro tomando outro susto ao ouvir o grito ensurdecedor e esganiçado do Luke lá embaixo.

— Caralho, passa pro lado porra! Pro lado seu burro! Oh, merda! Pro lado e não pro lado errado seu filho da puta! AHHHHH!!!

Comecei a rir entrando no banheiro. Garotos.

Desci as escadas e fui pra sala ver o que o Luke estava aprontando, os sons de tiros e vidros quebrados ficavam mais altos quanto mais eu me aproximava. Entrei na sala encontrando Luke sentado no tapete branco felpudo de costas pra mim, concentrado na televisão que estava ligada no seu videogame.

Luke ficava sexy até de costas.

Seus cabelos loiros estavam escondidos por um boné vermelho virado pra trás, de forma que apenas alguns cachinhos encaracolados do seu cabelo estavam fora do boné.

Me aproximei dele devagar enquanto ele apertava rápido os botões do seu videogame, que eu percebi que era o jogo Call Of Duty. Meu primo de doze anos que mora no Brasil é completamente viciado nesse jogo, quando eu ia ver minha prima — irmã mais velha dele — só se ouviam do quarto dele os gritos e palavrões feios do garoto.

Luke estava com um fone preto em um ouvido e um microfone pequeno estava do lado do seu rosto, ele parecia estar conversando — gritando — com alguém. Claro, o jogo Call Of Duty permitia que se comunicassem com outras pessoas que também estivessem jogando, mas que fizessem parte da lista de amigos do jogador. Eu já tinha jogado esse jogo algumas vezes e até que eu era boa, mas eu preferia jogar Tomb Raider.

— Porra, Calum! — Luke gritou no pequeno microfone ainda concentrado no jogo, disparando tiros pra todo lado. — Você tá atirando em mim seu filho da mãe!

Ouvi a risada do Calum pelos fones grandes do Luke. Eu estava feliz porque os dois pareciam ter voltado a se falar.

— Desculpa cara, eu achei que você fosse o inimigo. — a voz rouca do Calum era audível por causa do volume alto do fone.

Luke o ignorou continuando a jogar abaixando seu personagem, mirando em um inimigo. O personagem de Calum correu atrás do Luke tentando atrapalhá-lo e se não fosse por o barulho da TV, Luke já teria me ouvido rindo baixo.

— Vai se foder, Calum! Para de me atrapalhar! — Luke gritou começando a rir como uma foca engasgada.

Como eu amo essa risada.

— Michael Clifford chegando na área, saiam da frente seus filhos da puta! — a voz alta do Mike soou no fone.

Luke apertou os botões com mais força fazendo seu personagem correr pra longe do Mike.

— Corre Calum, o Mike vai roubar nossos alvos e ficar com mais pontos!

Calum gritou um "AHHH!" e Mike soltou uma gargalhada maliciosa.

— Não corram seus filhos da puta, meu controle não tá muito bom!

Luke gargalhou se distanciando mais ainda com o personagem de Calum ao seu encalço. Mike tentava seguí-los mas era atingido por um inimigo.

— Ashton Irwin Profissional chegando, câmbio! — a voz engraçada de Ashton soou no fone.

— Profissional, aham. — Luke murmurou rindo.

Observei os nomes dos personagens dos garotos, e minha ideia de continuar espiando escondida o Luke jogar videogame foi por água à baixo, porque eu comecei a rir como uma retardada.

Personagem de Luke, nome: lukeyzinho pinguinzinho.

Personagem de Calum, nome: calum osso duro de roer.

Personagem de Mike, nome: clifford berinjela colorida. (esse foi o que eu mais achei engraçado)

Personagem de Ashton, nome: ashton monkeys banana.

— Margot? — Luke virou pra trás com seus olhos azuis arregalados, mas teve que voltar pro jogo. — Você tá aí por quanto tempo?

Me sentei no sofá achando graça da sua cara de quem foi pego no flagra. Ele me observou pelo canto do olho tentando se concentrar no jogo.

— A Margot tá aí? — ouvi Calum perguntar.

— Aham. — disse Luke concentrado em atirar em vários inimigos.

— Hey Calum! — gritei torcendo pra que ele pudesse ouvir. — Hey garotos!

— Hey Margot! — eles disseram ao mesmo tempo e eu abri um sorriso. Eu adorava esses caras.

— Quem está ganhando? — perguntei ao Luke que ainda estava concentrado no jogo.

— An, todos estamos ganhando mas o Mike ficou pra trás. — ele disse me olhando pelo canto do olho de novo.

Escutei o som do Mike choramingando.

— Vocês são péssimos amigos! Voltem aqui e me ajudem nessa porra!

Luke riu ao mesmo tempo que eu, o que o fez tossir parecendo sem graça. Ele mordeu a bochecha por dentro da boca e eu percebi que ele fazia isso quando ficava sem graça ou nervoso, o que estava sendo uma novidade já que Luke era sempre autoconfiante.

Fiquei apenas observando Luke jogar, prestando atenção em como seus braços ficavam rígidos quando ele apertava com mais força os botões do controle do videogame, fazendo suas veias ficarem visíveis. Eu me atraía por caras com essas veias nos braços e nas costas da mão. Fiquei imaginando o que o Luke poderia fazer com suas mãos.

Ok, eu acho que tenho algum tipo de fetiche por mãos de garotos com veias, seja aquelas por causa dos músculos ou as veias normais da cor verde.

— "Lukeyzinho Penguinzinho"? A sério? — perguntei tentando não rir dizendo a última frase em português, que era mais como uma gíria de Portugal que eu achava fofa.

Luke revirou os olhos com um sorrisinho na cara, o que fazia seu lip ring ficar mais inclinado.

— Não tenho culpa, eu e os garotos escolhemos esses nomes quando estávamos bêbados.

— Está explicado então. — falei ouvindo meu estômago roncar.

Luke fez uma careta com as sobrancelhas loiras juntas.

— O que você tinha dito antes? A ser o quê?

Comecei a rir levantando do sofá.

— "A sério", eu disse em português. É uma gíria de Portugal.

— A sério. — Luke repetiu a frase de um jeito engraçado, que saiu como "a sériou". — Vai pra onde, senhorita?

— Tomar meu café da manhã, senhorito. — coloquei as mãos na cintura fingindo falar em um tom arrogante.

— Parem de enrolação e se comam logo! — Mike gritou dando risada.

Meu rosto deveria ter ficado vermelho, porque o descarado do Luke me encarou arqueando as sobrancelhas enquanto mordia o lábio evitando sorrir.

— Oh, vocês estão mesmo se comendo?! — Mike gritou outra vez.

— Cala a boca, Mike! — gritei de volta deixando escapar um sorriso, e saí dali antes que aquele Hemmings Desgraçado continuasse me provocando.

Eu estava sentada na varanda ao lado da cozinha mexendo no meu celular vendo as notificações do Instagram, postando algumas fotos que eu tirei da mansão, e falando em alguns grupos do Whatsapp de algumas bandas e séries que eu gosto. Hoje o dia estava perfeito pra uma tarde na piscina e eu poderia aproveitar pra finalmente fazer uso da minha câmera Instax branca.

Mas ir pra piscina sozinha era chato pra caralho, Luke deveria ter outros planos pra hoje então minhas esperanças de diversão na piscina eram nulas. Suspirei sentindo o vento fresco bagunçar meus cabelos e fiquei de pé apreciando a vista linda de Sydney. Ao longe dava pra ver a linda ponte acima do rio e os prédios imensos, casas bonitas e luxuosas e a praia aqui perto que eu já tinha ido depois do Natal.

— Margot? — a voz grossa de Luke me tirou dos meus pensamentos.

— Eu. — continuei olhando a vista pra não demonstrar minha inquietação por ele estar perto.

Escutei a porta de vidro da varanda ser puxada pro lado e senti seu perfume forte e agradável. Olhei pelo canto do olho Luke vindo na minha direção parecendo curioso, ele não parava de olhar pro meu corpo e isso era o suficiente pra eu sentir meu ego aumentar.

— O que está olhando? — ele apoiou os braços musculosos na sacada, tentando ver a mesma coisa que eu.

— A vista. — gesticulei ao redor e Luke soltou um riso baixo.

— Ah, a vista. Claro. — ele me encarou por alguns segundos e eu encarei ele de volta como no jogo do sério. — Você está bonita.

— Aham, pode falar o que você quer. — revirei os olhos escondendo bem meu constrangimento.

Luke jogou as mãos pro ar como se estivesse se rendendo.

— Os garotos estão vindo aqui, vamos ficar na piscina a tarde toda bebendo, ouvindo música alta e zoando pra caralho. Quer vir?

Meus olhos se iluminaram ao ouvir a palavra "piscina" "bebendo" e "música alta", era isso que eu estava planejando pra hoje.

— Ainda pergunta?! Quando eles chegam?

— Whoa, quantas perguntas Margôzinha. Está ansiosa pra ver o Hood?

— Estou ansiosa pra ver todos, você quis dizer. — enfatizei o "todos" esbarrando de propósito no ombro dele, saindo da varanda.

Luke me seguiu rindo minha risada preferida.

— Tá a fim de ficar bêbada hoje? — ele perguntou me alcançando no corredor.

— É minha especialidade. — abri um sorriso malicioso.

— Você fica interessante bêbada. — ele passou a língua no seu lip ring. Merda, esse garoto precisa parar com isso.

— Você mais ainda, Hemmings. — consegui fugir dele indo na direção das escadas. Seja o que ele estiver aprontando pra me provocar, eu não ia cair nessa.

Eu ainda lembrava bem quando ele fingiu me seduzir só pra derramar Vodka no meu vestido novo, não ia ser trouxa novamente.

— Vai fazer o quê lá em cima? Os garotos chegam daqui à dez minutos. — ele disse olhando as horas no seu celular.

Revirei os olhos.

— Colocar um biquíni, o que mais seria?

Luke arqueou as sobrancelhas parecendo estar me imaginando de biquíni, então subi as escadas de uma vez. Estava sendo o dia dos constrangimentos.

— Essa eu quero ver. — ele murmurou baixo achando que eu não ouviria.

As risadas altas e as conversas dos garotos dava pra ouvir do andar de cima. Terminei de amarrar a parte de baixo do meu biquíni preto dando uma olhada no espelho, meu cabelo estava comportado e meu rosto estava bonito. Me direcionei às escadas sentindo que eu estava esquecendo alguma coisa.

Quando eu estava no final das escadas me lembrei que eu havia esquecido de colocar meus shorts, ou seja, eu estava totalmente exposta.

Os meninos estavam vindo de algum lugar da casa. Merda, merda, merda. Comecei a subir as escadas correndo.

— Uh, hey Margot. — a voz rouca de Calum soou atrás de mim e eu congelei no lugar, sabendo que ele estava tendo a ilustre visão da minha bunda que o biquíni não cobria.

Me virei pra frente me arrependendo de imediato porque agora Calum estava olhando o meu corpo todo e os meus peitos, ele era intimidante me secando daquele jeito. Se eu estivesse um pouco mais vestida eu até acharia a cena boa, Calum era fodidamente gato.

Mas agora eu estava querendo dar uma de Liam de Teen Wolf e me esconder em algum buraco urgentemente.

— Calum, oi! Que surpresa. — abri um sorriso amarelo tentando inutilmente me cobrir com as mãos.

— Eu que o diga. — ele me olhou novamente da cabeça aos pés com um pequeno sorriso maroto nos lábios.

Luke apareceu conversando animadamente com Mike e Ashton, mas parou a conversa quando me viu parada nas escadas de biquíni. Ele piscou os olhos quatro vezes e sua boca se abriu lentamente. Ah, que ótimo! Agora eu estava me sentindo em um daqueles filmes que os leões ficam rodeando a presa totalmente indefesa.

— O que está acontecendo aqui? — Luke perguntou lentamente sem tirar os olhos do meu corpo, assim como os meninos.

— A Margot resolveu fazer um desfile sensual pra gente? Que ótimo! Nem precisamos contratar de novo aquelas strippers--

Luke tapou a boca do Mike com os olhos azuis esbugalhados e eu só queria dar o fora daqui.

— Você vai assim pra piscina? — Luke gesticulou com as mãos ainda sem tirar os olhos do meu corpo, mais especificamente meus peitos.

Pensei por um minuto antes de falar.

— Aham, está muito calor sabe? — resolvi zoar com a cara dele.

Calum suspirou sacudindo discretamente sua camiseta regata da banda Red Hot Chilli Peppers.

— É, eu estou sentindo o calor.

Luke pareceu voltar à realidade e entrou na minha frente com os braços cruzados.

— Vazem. Alguém tem que levar as caixas de som lá pra baixo.

Os meninos protestaram e Luke ficou sério. Prendi o riso diante da sua cena de garoto protetor, eu estava gostando disso de alguma forma.

— Para de viadagem, Luke! — Mike revirou os olhos. — Deixa a Margot fazer um desfile sensual pra gente.

— Ela não vai fazer desfile sensual nenhum, idiota! — Luke suspirou continuando na minha frente. — Vazem.

— Que estraga prazeres. — Mike murmurou saindo do corredor com os meninos.

Calum me lançou uma última encarada e Luke fuzilou ele com o olhar. Luke virou na minha direção quase dando de cara com os meus peitos, seus olhos azuis ficaram arregalados de novo e ele tossiu fingindo clarear a voz.

— E você, vai colocar uma roupa por cima disso. — ele apontou para o andar de cima se esforçando pra focar o olhar no meu rosto.

Eu queria irritá-lo mesmo sabendo que ele poderia explodir à qualquer momento.

— Não. — empinei o nariz e cruzei os braços.

— Como é?

— Isso que você ouviu: Não. Quer que eu diga em espanhol também? No. — eu disse tentando imitar o Stiles de Teen Wolf.

Luke estreitou os olhos e eu comecei a rir.

— Tudo bem, vai ser do meu jeito então.

Olhei pra ele confusa mas não pude pensar direito porque ele passou os braços ao redor da minha cintura me jogando no seu ombro, subindo as escadas calmamente.

— Me põe no chão, Hemmings Desgraçado! — gritei dando socos nas costas dele.

Luke meteu um tapa de leve na minha bunda, me surpreendendo.

— Cala a boca, Margôzinha. Sorte sua que os garotos estão aqui, porque você está gostosa pra caralho.

Senti um arrepio por todo o meu corpo me sentindo mais exposta ainda. Sorte dele que eu não estava à fim de fazer meus jogos de provocações.

— Me põe no chão! — gritei novamente sacudindo minhas pernas.

Luke gargalhou abrindo a porta do meu quarto com a mão esquerda e ainda sem me soltar, abriu meu guarda-roupa bagunçando tudo numa falha tentativa de achar alguma roupa.

— Onde é que você guarda aqueles seus blusões de bandas de rock? — perguntou ele bagunçando as roupas mais ainda.

Distribuí mais socos nas suas costas me sentindo enjoada por estar numa posição tão desconfortável, ainda mais sabendo que a minha bunda estava à mínimos metros do rosto do Luke.

— Dá pra me soltar e parar de bagunçar minhas roupas?

Luke riu ainda procurando alguns dos meus vários blusões masculinos de bandas de rock.

— Oh, não me culpe assim Margot. Eu sou destro sabia? — revirei os olhos sentindo outro enjôo. — Achei um blusão! Vamos ver de qual banda é... Blink-182! Eu amo essa banda!

— Eu vou vomitar na sua camiseta. — eu disse com uma voz de doente, mas ainda com irritação na voz.

Luke gargalhou me jogando no chão sem delicadeza nenhuma. Me desequilibrei pro lado e agarrei sua camiseta regata pra não cair. Luke me encarou surpreso com as sobrancelhas arqueadas deixando ele mais sexy do que já é, mas me segurou pela cintura pra me ajudar a não cair com ele junto.

— Foi mal. — abriu um sorriso torto. — Levanta os braços.

— Pra quê? — franzi a testa sem entender o que ele estava tramando.

Luke revirou os olhos impaciente e eu tentei não rir.

— Pra eu vestir a blusa em você, anda. — ele segurou o meu blusão nas mãos com a cara séria.

Eu estava adorando irritá-lo quando ele ficava dando um de garoto mandão e protetor.

— E se eu não quiser Lukeyzinho Penguinzinho? — enfatizei o nome do personagem dele do seu jogo Call Of Duty.

Luke suspirou e eu comecei a rir da sua cara de "eu mereço".

— Caralho, você fica agindo como uma criança irritante às vezes. — ele levantou meus braços e eu resolvi parar de brincadeiras, ele estava fofo assim e eu não queria que ele ficasse irritado como ontem.

Ele passou meu blusão por a minha cabeça e eu enfiei meus braços nele. Luke foi descendo o blusão até a altura certa dele, passando discretamente as mãos na curva da minha cintura. Nos encaramos pela segunda vez no dia como no jogo do sério, e dessa vez eu ganhei de novo mesmo estando frente a à frente de um cara que mais parecia uma estátua de Adônis.

— Boa garota, vai ganhar um biscoito. — ele bateu nas minhas costas como se eu fosse um animal.

Estreitei os olhos na sua direção e saí do quarto deixando ele pra trás. Oh merda, minha câmera Instax tinha ficado no meu quarto.

Voltei pra trás esbarrando no Luke que vinha logo atrás de mim.

— Você é mesmo interessante Margot, depois o bipolar sou eu. — ele estava com aquele sorrisinho torto enquanto passava a língua no seu lip ring.

— Qual é garoto, eu só esqueci a minha câmera Instax no quarto. — empurrei de leve seu ombro passando pro meu quarto.

Suspirei tentando manter a paciência. Luke me tirava do sério mas também me deixava nervosa, e isso me irritava. Eu não queria ter algum tipo de sentimento por ele em tão pouco tempo, não sou do tipo que se apega ou que abro mão da minha liberdade pra ficar só com uma pessoa que provavelmente vai dar o fora.

Depois de eu ter namorado cedo demais anos atrás e não ter dado certo, resolvi parar com essa coisa de namoro por tempo indefinido. A vida é feita pra ser vivida e não presa à alguém porque, se você é capaz de desapegar de algo depois, considere-se uma pessoa de sorte. Essa era minha frase da vida.

Mas Luke Hemmings parece que veio pra me fazer questionar quase todos os meus planos e pensamentos.

— Pra que você vai precisar de uma câmera se nós vamos ficar na piscina? — Luke perguntou me tirando dos meus pensamentos enquanto eu saía do quarto.

— Porque eu amo tirar fotos, registrar momentos. E eu sinto que hoje vai render boas fotos de todo mundo bêbado e zoando. — eu ri ao mesmo tempo que Luke. — E a sua casa é linda pra deixar a oportunidade de tirar uma foto.

Luke tirou seu boné vermelho e jogou seus cabelos pro lado com as mãos fazendo pose de metido. Achei graça e começamos a rir enquanto estávamos descendo as escadas, ele colocou de novo seu boné na cabeça virando-o pra trás. Calum tinha mesmo razão quando disse que Luke poderia ser legal se eu tentasse entender o lado dele, mesmo que ainda assim ele seja mais irritante ainda.

Chegamos na área de trás da mansão onde ficava a piscina. O lugar era enorme, os muros altos ao redor eram cobertos por folhas verdes e cercas elétricas acima, no caso se alguém tentasse invadir a casa.

Estremeci com o pensamento.

A enorme piscina ficava no meio e ao redor dela tinha várias espreguiçadeiras brancas na sombra de guarda-sóis coloridos. Havia uma janela de vidro no meio do muro coberto de folhas, de forma que dava pra ver a linda cidade de Sydney. Calum e Ashton estavam arrumando as caixas de sons, e Michael estava jogando as caixas de cerveja e mais bebidas em uma mesa ao lado da churrasqueira.

Luke moveu a porta de vidro pro lado e caminhou na minha frente animado, e eu segui logo atrás. Calum ao me ver abriu seu lindo sorriso fofo que deixava seus olhos quase fechados e acenou. Eu retribuí o gesto não conseguindo ficar séria com aquele tipo de sorriso. Já disse que amo sorrisos?

— Hey, tudo pronto? — Luke perguntou olhando ao redor.

Mike bufou revirando os olhos enquanto pegava uma garrafa de Vodka do outro lado.

— Claro, falta só escolher as músicas pra tocar e assar as carnes. Tudo pronto! — ele jogou as mãos pro ar de uma forma engraçada, dizendo tudo com ironia.

— Vai se foder. — Luke mostrou o dedo do meio pro Mike e ele o ignorou levando a garrafa de Vodka aos lábios.

Eu estava ansiosa pra beber depois de três dias.

— Você podia ajudar. — Calum disse ligando as caixas de som.

— Ok. — Luke jogou as mãos pro ar como se tivesse se rendendo. — Eu fico com as carnes.

E caminhou na direção da churrasqueira pegando as carnes. Hmm, então Luke sabia cozinhar. Interessante.

— Bem, e eu fico com a parte de chamar alguns amigos. — peguei meu celular recebendo os olhares dos garotos.

— Er, não pretendemos dar tipo, uma festa. Não hoje. — disse Ashton com uma cara de quem pede desculpas.

Revirei os olhos não desistindo fácil.

— Eu só vou chamar minhas duas amigas, prometo que não vou chamar a universidade toda. — eu disse me referindo à Sophie e a Beatrice.

— Como se você tivesse os números de todo o pessoal da universidade. — Luke ironizou enquanto cortava as carnes. Como ele ficava atraente dando um de chef.

— Continua cortando suas carnes aí, senhor Popular. — disquei o número de Sophie e levei o celular ao meu ouvido.

— Tem certeza que essas suas duas amigas não vão chamar mais pessoas? — Calum perguntou com as sobrancelhas juntas de preocupação. — Sabe como é, somos conhecidos por também dar as melhores festas.

Prendi meu olhar no Calum não conseguindo me irritar com seu comentário, esse garoto era muito fofo pra despertar minha irritação. Ele só estava preocupado e não sendo irônico como o Hemmings Desgraçado.

— Tenho certeza, Cal. — pisquei o olho pra ele que rapidamente abriu seu sorriso adorável, mas sem mostrar os dentes.

Me afastei da piscina me distanciando um pouco dos garotos e esperei Sophie atender. Ela atendeu no terceiro toque.

Suspirei me aproximando dos garotos que já estavam ligando uma música que eu não sabia o nome inteiro, apenas que era eletrônica cantada por uma tal de Lily Wood com o Robin Schulz. A música era agradável e dançante, as batidas eram daquelas músicas que você ouve e imediatamente lembra do mar e da praia.

Calum veio na minha direção já com um copo de bebida na mão.

Ele estava sem camisa, assim como os outros garotos e cara, se isso não era um sonho era o paraíso. Eu só conseguia alternar olhares tanto nos braços musculosos e no tanquinho definido do Calum, tanto no corpo atleta de Luke. Seus braços eram levemente musculosos e seu abdômen não era musculoso como o de Calum, mas ainda assim era de fazer qualquer uma babar. Mike e Ashton não ficavam pra trás, principalmente o Ashton. Esses caras vão me deixar louca.

— Secando o corpo dos caras? — Calum abriu um sorrisinho bebendo sua bebida.

Pisquei os olhos rapidamente sem saber o que dizer.

— Eu? Imagina. — fingi estar afetada. — Está bebendo o quê?

— Vodka, quer? — ele me ofereceu seu copo.

— Não, pode beber a sua bebida Cal. Eu pego pra mim. — pisquei o olho pra ele e o vi mordendo o lábio levemente.

Luke estava terminando de assar as carnes todo concentrado. Ele mexia o corpo devagar acompanhando a batida da música e meu olhar parou nas suas costas largas, eu também tinha fetiche por costas de garotos gatos.

Respirei fundo enchendo um copo de Vodka, eu não podia ficar secando o Luke quando os garotos estavam no nosso mesmo lugar. Eles poderiam perceber e eu não queria ser motivo de piadinhas idiotas.

— Quem vai ser as suas amigas que vão vir? — Luke perguntou quando eu me preparava pra ir onde o Calum estava.

— Você vai ver quando elas chegarem. — saí de perto dele tomando um longo gole de Vodka, sentindo o líquido descer queimando.

— Suas amigas são tipo, gostosas? — ele perguntou e eu apenas mostrei meu dedo do meio pra ele, andando até Calum que estava sentado em uma espreguiçadeira.

Escutei Luke gargalhar minha risada preferida e reprimi um sorriso.

— Hey, não vai entrar na piscina? — me sentei na outra espreguiçadeira perto de Calum.

Ele me encarou da cabeça aos pés com aquele olhar que me dava a impressão de que ele podia me ver sem roupa.

— Agora não, quero beber um pouco e ficar conversando com uma garota bem gata. — Calum bebeu sua Vodka lentamente sem tirar os olhos de mim.

Esse garoto de alguma forma mexia comigo. Quando ele me olhava assim e abria esse seu sorriso safado, o tom de voz rouco. Não sei, eu sentia como se a Vodka estivesse soltando um líquido quente na minha barriga. Isso soou estranho. Que confusão, puta que pariu.

Ser geminiana não é fácil.

— Ah é? E quem é a garota? — entrei no seu jogo arqueando uma sobrancelha.

— Ela está bem na minha frente. — ele prendeu o olhar por tempo demais nas minhas coxas.

— Uh, que garota de sorte ficar frente à frente com Calum Hood. — observei pelo canto do olho Mike e Ashton se jogarem na piscina gritando.

— Uhum, muita sorte. — Calum disse se aproximando, totalmente alheio à cena engraçada dos garotos.

Ele pegou uma mecha do meu cabelo e enrolou em seu dedo, fiquei apenas sustentando seu olhar com nossos rostos próximos demais. Eu já sabia o que iria acontecer mas eu não queria que fosse agora logo no começo do dia, gosto de fazer as coisas sem pressa com algumas provocações.

— Vão ficar só flertando e ignorando todo mundo? — Luke disse com irritação na voz aparecendo do nada.

— Que susto, Luke. — me afastei do Calum com o coração batendo rápido. Porquê merda eu estava agindo assim?

Olhei pra ele que estava de braços cruzados e de cara séria, olhando pro Calum como se fosse brigar ali mesmo.

— Calma aí nervosinho, já estávamos indo pra piscina. Não é Margot? — Calum piscou o olho pra mim e eu concordei adorando ver o Luke irritado.

Luke estreitou os olhos ainda de cara séria e eu só conseguia prestar atenção no seu corpo definido. Não era como se eu nunca tivesse visto um cara sem camisa, mas porra, era o Luke Hemmings que estava na minha frente sem camisa.

— Eu vou pra piscina depois Cal, vou ficar esperando as meninas chegarem. — eu disse praticamente gritando por causa do som alto.

— Ok gata, só não demora. — Calum me deu um beijo demorado no canto da minha boca e foi pra perto da piscina, pulando dentro da água com as suas costas e braços musculosos à vista.

Olhei pro Luke e ele parecia que estava quase tendo um treco de tão vermelho que o rosto dele estava. Isso seria ciúmes ou sua irritação habitual? De toda forma era bonitinho vê-lo agindo assim.

— Você está bem, Luke? — perguntei tentando não rir.

— Não te interessa. — e saiu de perto de mim, pulando na piscina com boné e tudo.

Fiquei olhando pra piscina onde os garotos estavam brincando de enfiar a cabeça do outro dentro da água, tentando entender essas reações bipolares do Luke. Observei ele submergir à superfície passando as mãos nos seus cabelos loiros encharcados de água, seus olhos estavam fechados o que o fez parecer aqueles galãs de comerciais em câmera lenta quando saem da piscina.

Nossos olhares se encontraram de novo e eu não desviei. Luke levantou uma sobrancelha com um pequeno sorriso no canto dos seus lábios, que não sei por qual motivo fez meu coração acelerar.

As meninas tinham acabado de chegar sendo acompanhadas por Josh e eu corri para dentro da casa pra encontrá-las. Ficamos conversando sobre os garotos sem camisa enquanto íamos pra área de trás onde estava a pequena festinha. Quando cruzamos a porta, Luke estava passando com um copo de bebida e seu olhar pairou sobre Sophie e Beatrice.

— Olha se não é a anã de jardim de cabelo roxo e a sapata. — disse Luke fechando a cara.

Sapata? Que porra de apelido era esse?

— Uh, olha quem temos aqui: O retardado metido à rico. — disse Beatrice encarando Luke com o mais puro ódio.

— Metido à rico não linda, eu sou rico, saca? — ele levantou o copo de vidro como em um cumprimento ainda sem desviar seu olhar de ódio em Beatrice, que fazia o mesmo. — Porquê não disse que eram essas as suas amigas, Margot?

Fiquei olhando pra ele com cara de paisagem tentando entender o que o Luke e a Beatrice tinham um com o outro pra se tratar com tanto ódio, e isso não parecia ser de agora, mas de muito tempo.

— An... — cocei a cabeça tentando disfarçar. — Digamos que eu não sabia que você e a Beatrice se odiavam tanto.

Luke revirou os olhos.

— Que ótimo, hoje o dia começou tão bom! — ele abriu um sorriso falso gesticulando pro alto com ironia.

Beatrice soltou um riso baixo como se dissesse: "Eu mereço isso".

— Faz o favorzinho de ir tomar no cu, Hemmings. É uma festa, a Margot me convidou e eu não vou sair daqui. Passar bem. — e saiu com seu jeito de andar parecendo que ela estava desfilando de um jeito largado.

Luke achou graça encarando eu e a Sophie.

— É uma festa, vamos se divertir. — ele disse fazendo um tom de voz fino.

— Vamos falar com os garotos, Sophie. — puxei ela pra longe do maluco do Hemmings.

Os garotos estavam sentados na beira da piscina zoando e conversando com a Beatrice, eles pareciam gostar dela e ela também parecia se dar bem com eles, o que era bom. Eu não queria mais desentendimentos por aqui.

— Aquele Luke tem problemas. — Sophie bufou ajeitando seus cabelos roxos. — Mas eu estou ansiosa pra ver alguma briga dele com a Beatrice, vai ser como assistir à um programa de luta.

Fiquei alguns segundos encarando a Sophie tentando entender o que estava acontecendo com todo mundo hoje.

— Vocês estão todos estranhos, puta que pariu hein. — revirei os olhos indo me sentar perto do Mike na beira da piscina.

Sophie se sentou timidamente do outro lado dele e eu estreitei meus olhos começando a desconfiar.

— Margot e Sophie! Finalmente chegaram pra zoeira. — Mike sorriu animado e eu acabei sorrindo junto. Esse garoto era contagiante.

— E qual é a zoeira senhor Michael? — sussurrei fingindo conversar apenas com ele.

Michael me olhou de uma forma meio estranha e intensa, mas mudou de expressão rapidamente quando Luke passou atrás de nós pra ouvir a conversa.

— Estávamos falando dos nossos momentos mais... embaraçosos. — ele sussurrou a última parte fazendo mistério e todos riram.

— Tipo aquele que a gente desafiou o Mike à correr de cueca no telhado lá em cima e gritar: "Chupem minha berinjela, bitches!". — Calum comentou parecendo animado demais.

Começamos a rir como idiotas e eu comecei a me sentir imediatamente bem ao redor deles.

— E você Margot? Diz aí um momento embaraçoso. — disse Luke com um sorriso malicioso nos lábios.

Virei a garrafa de Vodka nos meus lábios mais interessada em beber primeiro.

— Não acham que está muito cedo pra isso? — me levantei, pronta pra dar um mergulho na piscina.

— É, podemos fazer isso quando estivermos bêbados! — Ashton sugeriu. — Vai ser bem mais legal e engraçado.

Todos concordaram e eu me senti aliviada por finalmente alguém ter concordado comigo. Luke se aproximou devagar atrás de mim e eu fiquei alerta observando o que ele queria.

— Acho que não está cedo pra fazer isso. — disse me empurrando com tudo pra dentro da piscina.

Afundei alguns metros podendo enxergar as paredes e o piso azul de azulejo da piscina, mas antes que eu ficasse claustrofóbica e começasse a me desesperar, nadei até a superfície. Se esse Hemmings Desgraçado achava que eu não sabia nadar ele se enganou direitinho.

— Ficou maluco?! — joguei um jato de água no seu rosto.

— Ela poderia ter se afogado ou se machucado seu idiota! — gritou Sophie que já estava de pé parecendo decidir se empurrava Luke na piscina ou se dava um tapa na cara dele de novo.

O descarado apenas ergueu as mãos como se estivesse se rendendo.

— Qual é, vamos nos divertir nesse caralho ou não? — perguntou revirando os olhos.

Mike se levantou deixando seu copo de bebida no chão.

— Claro, baby! — e empurrou Beatrice dentro da piscina.

Calum empurrou Ashton e se jogou na piscina. Mike veio logo atrás pulando com tanta força que espirrou água pra todo lugar e todos gritamos nos afastando.

— Seu filho da puta! — Beatrice deu um tapa no braço do Mike, mas ela não parecia estar realmente brava com ele.

— Ei, respeita a minha mãe sua louca! — Mike se fingiu de bravo sacudindo os cabelos como um cachorro se secando.

Luke pulou na piscina e veio parar ao meu lado encarando meu blusão molhado, imediatamente soube que ele estava olhando a marca dos meus peitos grudados na camiseta que mesmo eu estando de biquíni por baixo, não disfarçava.

A música mudou pra One Dance do Drake e só isso bastou pra eu me sentir solta. Sophie pulou na piscina deixando sua timidez de lado e nadou pra perto do Mike, ela parecia uma sereia de cabelos roxos nadando. Mike ficou olhando pra ela parecendo impressionado. Eu já estava shippando esses dois.

— Eu amo essa música caralho! — Beatrice gritou e ficamos cantando a letra em alto som, praticamente gritando.

— I NEED A ONE DANCE! — cantamos todos juntos rindo como idiotas. Mike gritou feito um gay no fundo recebendo mais risadas.

Ficamos nos molhando e brincando de afundar o outro na água e eu não poderia pedir mais diversão que isso. Resolvemos nos sentar na beira da piscina pra tomar um ar, Calum se aproximou trazendo as bebidas e eu não perdi tempo. Peguei meu copo misturando Vodka com Smirnoff Ice e levantei o copo pro alto sendo imitada por todos.

— Um brinde à essa festa e à curtição! — gritei recebendo os gritos escandalosos de Mike.

— Yeah! — disseram todos se aproximando pra brindar nossos copos.

Bebemos as bebidas ao mesmo tempo e balançamos a cabeça devagar, gritando por a bebida descer queimando.

Era fim do dia e eu já estava totalmente alterada, louca, animada ao extremo e ousada. Depois de muitos copos de bebidas, comidas e de termos cantado várias músicas conhecidas, estávamos bebendo novamente. Eu estava me soltando enquanto dançava algumas músicas do Drake, principalmente uma que ele canta com a Rihanna.

Eu não me importava com o resto, apenas estava mexendo minha cintura de acordo com as batidas da música fazendo minha própria coreografia ousada. Se tinha uma coisa que eu mandava bem além de cantar, escrever e fotografar bem, era dançar, eu tinha feito algumas aulas de dança no Brasil. Ashton e Beatrice estavam dançando colados demais em um canto e Luke estava me observando enquanto bebia sua bebida lentamente.

Continuei dançando agora de olhos fechados com um sorriso na cara, até que senti dois pares de mãos fortes na minha cintura. Imaginei que seria Luke e não parei de dançar. Virei para a frente e percebi que era Calum, que estava acompanhando meus movimentos de dança.

Apesar de eu sentir alguma atração por Calum, não deixei de me sentir um pouco decepcionada por não ser o Luke no seu lugar. Mas eu estava sobre o efeito de bebidas e não me importei por muito tempo.

— Você sabe dançar essa música? — perguntei aumentando a voz sem parar de dançar.

Calum abriu um sorriso lindo que mostrava sua fileira de dentes perfeitos.

— Aham. — ele continuou com as mãos na minha cintura me puxando pra perto dele enquanto estávamos movendo nossos quadris. — Eu sei fazer tudo o que você quiser também.

Deixei escapar um sorriso malicioso ao perceber o duplo sentido nas suas palavras. A cada toque do garoto na minha cintura ou subindo por minhas costas eu sentia um rastro de fogo. Não sei se era o efeito da bebida que me deixava excitada rápido, ou o "Efeito Calum" sobre mim.

— Hmm, é mesmo? — colei nossos corpos mais ainda.

Calum me encarou intensamente. Estávamos demonstrando nossas provocações enquanto estávamos dançando com os corpos bastante colados, de forma que eu podia sentir seu volume por dentro da sua bermuda preta. Nossos quadris se moviam ao mesmo tempo, ele mexia minha cintura acompanhando o ritmo da música e eu movia os ombros. Minhas mãos estavam soltas alternando entre seus ombros ou seu cabelo desgrenhado, deixando a dança mais ousada do que já era.

Calum desceu suas mãos perigosamente por minha bunda, passando as mãos de leve sobre ela. Se esse garoto estava querendo me provocar ele estava conseguindo.

— Você me deixa louco, sabia?  — ele sussurrou no meu ouvido me lançando arrepios por todo meu corpo.

Calum mordeu devagar o lóbulo da minha orelha sem parar de dançar comigo e foi descendo até o meu pescoço, eu sabia que esse era o meu ponto fraco. A música parou de repente e nos afastamos frustrados.

Luke estava mudando a música nas caixas de som e eu bufei frustrada por a sua intromissão.

— Qual é, Luke! A música estava boa! — Mike gritou ao lado de Sophie que também parecia meio bêbada, o que era raro.

— Estava, mas eu quero colocar outra música. — seu tom de voz era seco e eu não estava entendendo o porquê da sua reação.

Luke mudou pra música Don't Let Me Down do The Chainsmokers e caminhou na minha direção decidido.

— Cai fora Calum, minha vez. — ele entrou na frente do Calum e me encarou com aquele seu sorriso cafageste passando a língua no seu lip ring.

— O que você quer, Luke? — revirei os olhos tentando não demonstrar que eu estava feliz com ele perto de mim.

— Dançar com você, o que mais? — sua voz estava rouca e sexy. — Quer um desafio? Vamos tentar dançar a coreografia da música totalmente iguais evitando errar demais.

Levantei uma sobrancelha gostando da ideia. Eu adorava batalhas de dança, era moleza pra mim que já sabia quase todas as coreografias das músicas eletrônicas.

— Ok, Hemmings. — me aproximei lentamente do seu corpo sentindo seu perfume intenso misturado com o cheiro de Vodka.

A música começou a tocar e Luke imitou meus movimentos sem errar. Nossos movimentos foram de lentos pra rápidos e logo no refrão estávamos nos mexendo de um lado para o outro como em uma dança de rap. Nós estávamos tão combinados que parecíamos que tínhamos ensaiado. Eu me movia pro lado e Luke também se movia, eu mexia a cintura de um jeito largado e jogava os cabelos pro lado, Luke fazia a mesma coisa. Vez ou outra eu e ele ficávamos rindo como idiotas. O sorriso dele era tão perfeito e hipnotizante, dava vontade de ficar vendo ele sorrir por vários minutos.

Ele ficava extremamente lindo e atraente dançando daquele jeito. Se Luke quisesse ganhar pontos comigo, ele já tinha ganhado vários por acertar uma coreografia tão difícil sem errar nenhum movimento. Terminamos de dançar com nossos corpos colados, eu podia sentir sua respiração ofegante e seu hálito de bebida e menta. Isso era como uma droga pra mim.

Eu queria tanto beijá-lo agora. Puta que pariu, como eu queria agarrar esse loiro gostoso agora mesmo.

— Mandou bem. — disse ele em seu tom blasé sem tirar os olhos do meu rosto e depois da minha boca.

— Você arrasou, não sabia que tu manjava nessas coisas de dança. — eu disse não querendo desviar meu olhar do seu.

— Eu costumo ser bom em tudo, sabe? — ele sorriu de canto mordendo de leve seu lábio.

Sem pensar muito aproximei meu rosto pra mais perto do dele me deixando levar por o momento, eu estava me sentindo solta sem pensar nos meus atos. Luke prendeu seu olhar nos meus lábios e foi aproximando seu rosto do meu também, suas mãos foram parar ao redor da minha cintura me trazendo pra mais perto dele.

Era o momento perfeito pra eu finalmente beijar Luke Hemmings, mas o grito escandaloso do Mike cortou todo o clima e nos separamos imediatamente, parecendo recobrar um pouco dos nossos sentidos.

— Parou com as putarias! Vamos jogar o jogo do "Eu Nunca", seus putos!

 O jogo do "Eu Nunca" era basicamente dizermos alguma coisa e quem já tivesse feito aquilo, bebia uma bebida. No nosso caso seria Vodka. Me afastei do Luke me sentindo constrangida e caminhei até o pessoal que já estavam se sentando nas cadeiras ao redor de uma mesa.

Mike encheu cada copinho com Vodka e eu estava começando a ficar animada, eu tinha jogado esse jogo no Brasil mas já fazia um tempo. Luke se sentou do lado de Ashton evitando me olhar demais, e Sophie veio toda sorridente se sentar do meu lado direito. Beatrice estava no meu lado esquerdo ao lado de Calum. Mike se sentou na cadeira com um sorriso malicioso que me deu vontade de rir.

— Muito bem, quem começa? — ele perguntou batucando os dedos na mesa.

Antes que alguém pudesse responder, eu me intrometi:

— Espera, antes eu quero colocar uma música muito foda do Brasil pra vocês conhecerem. Sabe, pra eu me sentir mais em casa. — eu disse rapidamente sabendo que o que eu falava não estava fazendo sentido.

Os meninos e Beatrice estavam me olhando curiosos, Sophie parecia saber qual seria a música que eu iria colocar já que era a nossa música preferida no estilo reggae/dance. Me levantei indo até o notebook do Luke que estava em cima de uma caixa de som, e comecei a digita apenas a letra da música porque eu não estava me lembrando o nome do cantor e da música.

Rapidamente achei a música e cliquei nela, que começou a tocar alto me fazendo sentir uma boa nostalgia do Brasil. A voz do cantor parecia o daqueles funkeiros e essa música era contagiante. Beatrice e os meninos estavam escutando a música atentamente parecendo gostar do ritmo dançante, mesmo sem entender a letra.

Comecei a cantar fechando os olhos:

— Esperando o nascer do sol! Admirar um canto de um rouxinol!

Sophie completou cantando alto e sorrindo:

— (...) Se fosse verdade!

Continuei não disposta a parar de cantar:

— Ah se não... fosse só... coisas do... meu imaginar! Esperando o nascer do sol, a admirar o canto de um rouxinol!

Todos começaram a rir da minha cena.

— Gostei dessa música e da batida. — disse Luke e todos concordaram.

— Vamos começar o jogo ou não? — Mike perguntou impaciente.

— A Margot começa. — Sophie aproximou o copinho de Vodka pra perto de mim. Essa garota estava bem solta hoje.

— Ok. — tentei pensar em uma boa pergunta, mas meus pensamentos estavam um pouco bagunçados. — Quem nunca beijou uma pessoa do sexo oposto ao seu?

Apenas eu e Beatrice bebemos nossa Vodka e eu olhei pra ela surpresa por saber que ela também já tinha beijado uma garota. Agora era a vez da Beatrice. Todos estavam olhando pra ela inseguros com o que ela iria perguntar.

— Quem nunca transou? — ela arqueou suas sobrancelhas grossas olhando pra todos nós.

Todo mundo bebeu a Vodka e os garotos olharam surpresos pra Sophie.

— Caralho, você já transou Sophie? — Mike perguntou alto demais.

Sophie estava vermelha feito um pimentão e eu sabia que esse assunto a incomodava. Resolvi intervir na conversa pra não deixarem Sophie mais constrangida.

— É, todo mundo já deu, Mike.

Mike abriu a boca parecendo afetado e eu já sabia o que ele iria dizer.

— Ei, eu nunca dei--

— Você entendeu Mike.

Os garotos riram e Ashton era o próximo.

— Hmm... — ele colocou a mão no queixo. — Quem já se masturbou?

Todos beberam a Vodka e mais uma vez os garotos olharam chocados pra Sophie. Ela bufou irritada.

— Vocês acham que eu também não posso fazer coisas pervertidas? Qual é, eu sou uma garota!

Os garotos prenderam o riso parando de encarar Sophie. Mike ficou olhando pra ela por tempo demais e eu achei melhor não imaginar o que ele estaria pensando. Tinha chegado a vez do Luke e eu fiquei nervosa de repente.

Ele me encarou por um segundo e foi direto ao ponto.

— Quem nunca se imaginou transando com algum de nós aqui?

Arregalei os olhos percebendo sua indireta. Todos beberam a Vodka e eu demorei pra beber a minha. Luke me encarou com as sobrancelhas erguidas, eu queria dar um tapa nesse descarado. Bebi a Vodka recebendo um olhar satisfeito dele.

— Hum, quem já fumou cigarro ou maconha? — Calum perguntou quando chegou sua vez.

Todos beberam a Vodka menos Sophie.

— Minha vez! — Mike abriu um sorriso animado. — Quem já fez um boquete? Apenas as garotas bebem. Quem já fez um oral em uma garota? Apenas os garotos bebem ou as garotas.

Apenas eu e Beatrice bebemos e eu queria saber se ela já tinha feito oral em uma garota, apesar de ela ter cara de quem já fez. Depois foi a vez de todos os meninos beberem, informando que já fizeram uma oral em uma garota. Luke ficou me encarando parecendo estar me imaginando nessa cena constrangedora e eu desviei meu olhar dos dele.

E o jogo continuou animado, no final eu estava cambaleando de tão bêbada. Quando o jogo acabou me sentei no chão parecendo uma drogada. Beatrice estava fumando maconha ao ar livre soprando fumaça da sua boca, e se eu já estava bêbada, com esse cheiro de maconha eu estava mais brisada ainda.

Eu não sabia onde Sophie estava e Mike estranhamente não estava aqui, Ashton e Calum tinham ido no banheiro e Luke estava por aí. Decidi tentar me levantar e beber um copo de água pra amenizar um pouco minha "brisa" e caminhei um pouco cambaleante até a entrada pra dentro da casa. Eu nem tinha percebido que eu não estava mais com meu blusão, mas sim com meu biquíni mostrando todas as minhas curvas.

Em que momento eu havia tirado meu blusão?

Quando entrei dentro de casa e tentei subir as escadas, dois pares de mãos fortes puxaram minha cintura pra um canto. Eu pensei em gritar, mas nem pra isso eu tinha força nesse momento. Consegui enxergar dois pares de olhos azuis, um rosto perfeito com uma barba rala e me acalmei sabendo de quem era.

Luke me virou pra frente e grudou nossos corpos, minha bunda estava encostando no seu membro por baixo da sua bermuda fina. Ele passou as mãos pela minha cintura e encostou seus lábios macios e quentes na minha orelha, me fazendo arrepiar ao sentir sua barba rala no meu pescoço.

— Agora você não me escapa, Margot. — ele sussurrou no meu ouvido com o tom de voz rouco e sexy.