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História Pérola Negra - Capítulo X


Escrita por: ohprince

Notas do Autor


Boa leitura! :3

Capítulo 10 - Capítulo X


Fanfic / Fanfiction Pérola Negra - Capítulo X

– Tem certeza que está bem para ficar sentado? – Yixing desviou os olhos do livro que lia para encarar Luhan parado de pé ao seu lado onde se sentava na cadeira de madeira a qual Kris havia trazido para a varanda. O sol naquela manhã, visto da janela do seu quarto, estava bastante agradável e Yixing pensou que seria desperdício se ficasse dentro da pensão.

– Não sinto dores enquanto estou parado. – respondeu, sorrindo. – Estou bem, obrigado.

– Sendo assim... – balançou a cabeça, retribuindo o sorriso e desviando o olhar para o quintal onde Sehun, Zitao, Jongin e Kyungsoo treinavam com suas espadas. Tudo havia começado com a implicância de Jongin para cima de Kyungsoo sobre o cozinheiro estar enferrujado e não saber manejar uma espada por ser um cozinheiro. – Qualquer coisa que precisar é só dizer.

– Eu já estou cuidando disso, não se preocupe. – Kris apareceu ao lado dos dois, em seguida entregando um copo de água para Yixing que agradeceu com um sorriso. – Ei, eu trouxe água para vocês também! – gritou na direção dos outros quatro.

A atenção de Jongin foi desviada quando Kris se pronunciou e por conta disso não percebeu quando Kyungsoo aproveitou da sua distração para impulsionar o corpo para frente, as espadas raspando em um som agudo. A aproximação fez com que o jovem desse um passo em falso para trás, levando-o a perder o equilíbrio e cair de costas ao chão.

– E agora? Ainda acha que só porque sou cozinheiro não sei manejar uma espada? – Kyungsoo indagou e parou aos pés de Jongin com um sorriso no rosto, sua espada apontada para o rapaz. Este deitou a cabeça no chão e sorriu enquanto tentava recuperar o fôlego.

Jongin não retrucou, mas em um movimento rápido deslizou uma das pernas entre os pés de Kyungsoo e fez com que o mais velho também perdesse o equilíbrio, levando-o a se juntar a ele no gramado com um tombo que gerou risadas altas por parte de Sehun e Zitao – que até então haviam deixado seu treinamento de lado para assistir aos dois.

– Admito que você seja bom, mas só conseguiu me derrubar porque Kris me distraiu. – Jongin disse enfim, sentando-se para encarar o cozinheiro. Este, ainda deitado ao chão, deu um leve chute na panturrilha do outro, mas não deixando de sorrir.

– Isso pra mim são apenas desculpas. – Kyungsoo revirou os olhos, o que fez Jongin abrir um sorriso largo enquanto se levantava do chão e estendia a mão para o cozinheiro. O mais velho aceitou a ajuda, mas quando se levantou fez questão de empurrar Jongin que quase voltou para o chão ao se desequilibrar nos próprios pés. – Isso não acabou ainda.

– Você não precisa provar nada pra mim, Kyungsoo. – o outro riu e levou o braço ao redor do pescoço alheio, puxando-o para perto de si e dirigindo-se até onde Kris e os demais se encontravam. – Eu sei que está longe de ser apenas um mero cozinheiro. Eu só estava brincando com você, sabe disso, certo?

Kyungsoo o olhou de soslaio, revirando os olhos e reprimindo um sorriso. Logo mais, o abraço foi desfeito quando ele ouviu a voz de Sehun e foi afastado de Jongin pelas mãos do mais novo.

– Vocês estão próximos demais. – os braços de Sehun o envolveram desta vez, e Kyungsoo levantou os olhos, encontrando o mais novo olhando na direção de Jongin. – O que está planejando, Kim Jongin, seu paquerador?

A pergunta fez Kris e os demais rirem, exceto por Jongin que, surpreso com a pergunta, arregalou levemente os olhos enquanto sentia seu rosto esquentar. Jongin logo retrucou dizendo que Sehun não sabia o que estava dizendo antes de se retirar envergonhado e quase esbarrar em Jongdae que havia aparecido na varanda com Minseok ao seu lado.

– O que deu nele? – Jongdae franziu o cenho e olhou para os piratas em busca de resposta. Estes apenas riram e Kyungsoo apenas revirou os olhos, entrando na pensão atrás de Jongin.

– Onde vocês estavam? – Yixing questionou, olhando para os dois amigos que haviam acabado de chegar.

– Ajudando o esposo da Yura na pesca. – respondeu Minseok. – É o mínimo que podemos fazer pela família e por tudo que aconteceu.

– Você se preocupa demais com isso, Minseok. – Luhan revirou os olhos e sorriu, apoiando a mão em seu ombro. – Achei que já tivéssemos passado a fase dos “Inimigos e estranhos”.

– Diga isso por você mesmo. – Jongdae rebateu. – “Inimigos e estranhos” ainda se encaixa no meu vocabulário. – olhou para Kris que em resposta revirou os olhos e declarou que ele também compartilhava do mesmo sentimento. – Aliás, não fique muito perto do Xing. Eu não quero que você o influencie.

– Você é muito rude, Jongdae. – foi a vez de Zitao intervir, levando o moreno a olhá-lo incrédulo. – Kris tem sido boa companhia para Yixing, não é? – virou-se com um sorriso para Yixing que assentiu, rindo suavemente.

– E você é muito bom rapaz, Zitao. – Kris sorriu e o puxou pelo ombro, em um abraço de lado. O ato fez com que Jongdae revirasse os olhos e ordenasse que o loiro retirasse as mãos imundas de cima do seu precioso amigo, o que gerou risadas na roda.

– Por ter me chamado de rude, Jongin é o meu preferido de agora em diante! – Jongdae apontou o dedo indicador na direção de Zitao ao mesmo tempo que era arrastado por Minseok para dentro da pensão, encerrando a discussão.

– O que foi? – Chanyeol questionou curioso ao avistar os dois piratas na sala de estar. Rapidamente Jongdae tomou postura ao avistar o capitão e se soltou de Minseok que revirou os olhos, sorrindo de canto.

– Viu Junmyeon por aí? – devolveu a pergunta ao invés de respondê-lo.

– Na verdade, eu estava procurando por ele também.

– Ele saiu com Baekhyun para a cidade mais cedo. – foi a mãe de Chanyeol quem respondeu ao atravessar a sala com seus dois netos segurando-lhe as mãos. As crianças logo se dirigiram até Chanyeol, agarrando suas pernas e pedindo para que fossem brincar juntos.

– Fazer o quê? – Chanyeol e Jongdae perguntaram ao mesmo tempo, o que fez a mulher soltar uma risada baixa.

– Por que não perguntam a eles? – Sunhi apontou para o hall da pensão onde os dois haviam acabado de atravessar a porta juntamente com Kibum, a quem ela cumprimentou com um sorriso simpático. – Venham, crianças. Depois o tio Channie brinca com vocês. – e chamou pelos netos que se despediram dos piratas.

– O que está fazendo aqui? – foi a primeira coisa que Chanyeol perguntou a Kibum, fazendo este revirar os olhos e dizer que ele era livre para visitá-lo quando quisesse. – E o que são essas sacolas? – seus olhos miraram as mãos dos três e não evitou encarar as mãos de Baekhyun por mais tempo, então subindo-os para o rosto do ruivo. E, assim como quando sempre encontrava o olhar do pirata após aquele ocorrido, Chanyeol rapidamente desviou os olhos para o lado.

– Ouvi dizer que nossos piratas não possuem roupas de festa e pensei, por que não pegar emprestado alguns da loja da minha irmã? – Kibum sorriu e deixou as sacolas caírem no estofado da sala de estar. – Não se esqueceu de que a festa é hoje, certo? – levantou as sobrancelhas para Chanyeol que apenas soltou um suspiro cansado.


 


 

– Então é assim que um baile de verdade é? – Zitao girou o pescoço e passou os olhos pelo grande salão de recepção, não deixando um detalhe sequer passar despercebido. – Pena que Yixing não pôde vir. Ele ia adorar.

O salão era coberto por conjunto de tapeçarias francesas de tom claro, próximo ao bege, e decorado com folheamentos a ouro; painéis com magníficas ilustrações que cobriam o teto iluminado por exuberantes lustres suspensos por cabos e outros fixos nas paredes. Nos cantos do salão encontravam-se as mesas e ao centro era oferecido um grande espaço para a dança, no qual já acolhia pessoas de classe socialmente elevada, vestidas em suas roupas de luxo e refinados tecidos em variadas cores e estampas. E a principal atração para o traje daquela noite, certamente, era a máscara que cobria o rosto de cada um.

– Vejo que convenceram o capitão a vir. – os onze rostos, escondidos atrás de máscaras, viraram-se para a voz e Jonghyun sorriu simpático, cumprimentando-os. Kibum estava ao seu lado. – Mas que honra ter a tripulação Pérola Negra em meu baile. Chanyeol! – estendeu os braços, abraçando o mais alto. – Você realmente sumiu. Achei que não fosse voltar mais.

– Eu sempre volto.

– E não é que as roupas ficaram ótimas? – Kibum passou os olhos por cada pirata com um sorriso satisfeito no rosto. – A cor do seu cabelo realmente combinou com a sua sobreveste. – o joalheiro sorriu na direção de Baekhyun, levando Chanyeol a também encarar o pirata.

Não muito diferente dos demais, o traje de Baekhyun incluía a sobreveste que batia pouco abaixo dos joelhos; sua cor era azul royal com detalhes e bordados na cor prateada. Abaixo da sobreveste, um colete e uma camisa branca de tecido leve e de mangas com babados no punho. O culote ia até os joelhos e por baixo destes, usava-se uma meia fina branca. E por último, um lenço de renda no pescoço.

– Bom, já sabem. Fiquem à vontade e divirtam-se! – Jonghyun se afastou para cumprimentar seus outros convidados, deixando Kibum fazendo companhia para os piratas.

– Não sei vocês, mas eu estou louco para comer alguma coisa. – Sehun mantinha o pescoço esticado na direção onde o banquete era servido. E sem esperar por uma resposta dos amigos, simplesmente pegou na mão de Luhan e o puxou para encontrarem uma mesa em que pudessem se sentar. Jongin e Zitao foram os primeiros a se juntarem aos dois, seguidos dos demais que não deixaram de sorrir com o entusiasmo dos mais novos.

– Você ainda não me explicou o que está fazendo com o filho do Barba Negra. – Chanyeol sentiu Kibum segurá-lo pelo cotovelo, afastando-o dos demais e sussurrando próximo ao seu ouvido.

– Tenho certeza de que Junmyeon já respondeu a sua pergunta quando estavam fazendo compras mais cedo, não? – olhou para o amigo por cima dos ombros, fazendo-o sorrir.

– Eu me refiro agora. Por que Baekhyun ainda continua com vocês?

– Um dos homens dele ainda não se recuperou depois da batalha e está aos cuidados de Junmyeon.

– Hm. – levantou uma das sobrancelhas, o sorriso a nunca deixar seus lábios. – Mas bem, eu não tiro sua razão. Baekhyun é bastante interessante, afinal. – olhou para o ruivo que se acomodava em uma das mesas do salão com os demais. Chanyeol mirou os olhos na mesma direção, engolindo em seco.

– Não sei do que está falando.

Kibum deu leves tapas em suas costas e, com um sorriso largo, dirigiu-se até a mesa, deixando propositalmente a cadeira vaga ao lado de Baekhyun para Chanyeol que foi o último a chegar à mesa. O capitão lançou um olhar raivoso na direção do amigo antes de se acomodar na cadeira, visivelmente incomodado.  

– Agora que pegamos uma mesa, podemos ir buscar nossa comida? – Sehun questionou na roda antes de se levantar e chamar Luhan para se dirigirem até as mesas onde o banquete era servido. Zitao, Jongin e Kyungsoo seguiram logo atrás.

– Não exagere dessa vez. – Jongdae alertou e apoiou uma das mãos sobre a coxa de Junmyeon quando viu o médico aceitar uma taça de champanhe do garçom. O médico riu suavemente, virando o rosto para o pirata e tomando um gole da bebida.

– Com medo de que eu faça alguma coisa enquanto embriagado como da última vez? – inquiriu em um tom provocativo, fazendo o moreno rir com a pergunta.

– E se eu quisesse me aproveitar da situação e fazer alguma coisa com você, ao invés disso? – rebateu com um sorriso depravado e os dedos a acariciarem a coxa do médico por cima do tecido da roupa.

– Pelo amor de Deus. – Chanyeol, que presenciou a cena, murmurou. Virando as costas para Junmyeon, foi obrigado a encarar Baekhyun que olhou curioso em sua direção. Chanyeol engoliu em seco, mas preferiu a visão do ruivo do que ser obrigado a ficar observando o casal. Logo, ouviu uma risada abafada vinda de Junmyeon, fazendo-o revirar os olhos sutilmente.

– Ao menos alguém está aproveitando o amor. – Kibum lhe respondeu do outro lado da mesa e se levantou da cadeira, acompanhado de Kris. Logo, Minseok fez o mesmo e chamou Baekhyun para que fossem até onde os demais estavam.

O ruivo assentiu e, ao se levantar, não percebeu quando um convidado passou ao seu lado, levando ambos a se chocarem. A pessoa com quem Baekhyun esbarrou acabou por ser uma jovem moça, e cordialmente o pirata apoiou as mãos em sua cintura para que esta não caísse para trás. E ao mesmo tempo não deixou de reparar quando sentiu uma mão quente – que insinuou ser de Chanyeol – em suas costas para ajudá-lo a manter o equilíbrio.

– Minhas sinceras desculpas, Milady. – Baekhyun tomou postura e afastou as mãos, curvando-se perante a desconhecida.

– Oh, eu quem peço desculpas. E obrigada. – imitou o gesto do pirata, sorrindo gentilmente. Então, levantou os olhos para a figura alta atrás de Baekhyun, reconhecendo-o de imediato mesmo com a máscara escondendo-lhe o rosto. – Chanyeol.

– Soojung.

– Lembrou que possui família e amigos em La Rochelle? – a jovem perguntou e suas duas amigas, que estavam logo atrás, riram baixinho. Soojung então estendeu a mão delicada para o pirata que, ao invés de tomá-la e depositar um beijo como qualquer cavalheiro, apenas ignorou o ato. – Rude. – a morena rosnou, franzindo os lábios.

– Linda como sempre, Jung. – Kris, que havia parado próximo à jovem com Kibum ao seu lado, segurou-lhe a mão e depositou um beijo no lugar de Chanyeol. Soojung lançou um sorriso para o loiro.

– Pena que certo alguém nem ao menos faz questão de reparar em mim. – os olhos da jovem pousaram sobre Chanyeol e este manteve a expressão impassível no rosto. – E nem se arrepende de ter quebrado meu coração quando terminou comigo, não Park Chanyeol?

– Você age como se realmente tivéssemos tido alguma coisa. – o capitão revirou os olhos.

– Nós estávamos noivos! E supostamente deveríamos ter nos casado, para a sua informação! – lembrou-o. – Mas você escolheu ser um caçador de piratas. E ainda levou Kris que teria sido minha segunda opção como marido!

– Aw, ela não é fofa? – Kris sorriu e cutucou a bochecha da jovem com o dedo indicador, em seguida abraçando-a pelos ombros. – Podemos nos casar ainda, se quiser. Posso facilmente abandonar Chanyeol por você, Milady.

  Baekhyun colocou a mão rente à boca, reprimindo uma risada. E o ato não passou despercebido por Soojung que virou sua atenção para o ruivo e deixou um sorriso sutil se formar em seus lábios rosados. Contudo, seu sorriso desapareceu quando percebeu que Chanyeol também sorria. E sorria olhando para o homem desconhecido.

– Eu não acho que nos conhecemos. – pronunciou-se e direcionou sua mão para Baekhyun que, sem delongas, beijou-a.

– Pode me chamar de Baekhyun. – retribuiu o sorriso.

– Seu cavalheirismo é algo que Chanyeol deveria aprender, definitivamente, Sr. Baekhyun. – o comentário de Soojung fez o capitão revirar os olhos novamente. – Por que não se junta a nossa mesa? Seria uma honra conhecê-lo melhor. Vocês também estão convidados, Kris e Kibum. – virou o rosto, sorrindo para os rapazes.

– Seria perfeito. – informou o loiro.

– Tenha uma boa noite, Park Chanyeol. – Soojung sorriu com divertimento e entrelaçou o braço no de Baekhyun, puxando-o consigo. Chanyeol percebeu a confusão na expressão do ruivo e logo segurou o antebraço da jovem.

– O que pensa que está fazendo, Soojung? – sussurrou-lhe.

– Você não se importaria se eu o roubasse de você por um tempinho, certo? – a pergunta fez o capitão franzir o cenho. – Interessante. O que ele tem de tão especial, Chanyeol? – sussurrou em retorno.

E antes que pudesse responder, Soojung se retirou na companhia dos rapazes. Chanyeol os observou se afastarem enquanto a pergunta de Soojung pairava em sua mente. Não somente o questionamento da jovem, mas também de seu amigo Kibum. Entretanto, ele não possuía respostas para as perguntas que lhe foram direcionadas. E Chanyeol não tinha certeza se queria realmente descobrir, pois encontrar as respostas para suas próprias dúvidas o lembraria do segundo motivo – o primeiro sendo ter se tornado um caçador de recompensa – pelo qual ele não quis se casar com Soojung.

 – Está tudo bem? – sentiu o toque de Junmyeon em seu ombro, trazendo-o de volta à realidade.

Chanyeol se obrigou a sorrir, dizendo não ser nada e logo chamou pelo garçom que passava por perto.

Champanhe não era o suficiente para o que ele realmente precisava naquela noite, sendo assim, ordenou que o jovem lhe trouxesse algo mais forte. Ao se sentar, enquanto esperava pela sua bebida, automaticamente seus olhos miraram Baekhyun conversando animadamente com Soojung em uma mesa não muito longe dali. O ruivo estava se divertindo e isso era visível em seu sorriso estonteante. A forma com que Soojung se inclinava para perto dele e as mãos insistentes da jovem em seu antebraço nem pareciam incomodá-lo.

Para o agrado de Chanyeol, sua bebida havia chegado e ele não precisou mais se preocupar para onde seus pensamentos o levariam se continuasse a olhar para Baekhyun – pensamentos estes que o faziam questionar a razão de gostar tanto de seu sorriso; de se sentir irritado com o simples fato de o pirata não afastar as mãos de Soojung; de querer estar no lugar dela e ser o motivo de suas risadas –, pois no mesmo momento, tudo o que ele conseguiu pensar era em apreciar a bebida que descia raspando por sua garganta.

– Alguma coisa aconteceu àquela hora? – Jongdae questionou Junmyeon após um tempo em que todos já haviam saciado a fome e aproveitavam a noite enquanto conversavam e bebiam juntos ao som da música que entretinha tanto a eles quanto aos que dançavam ao meio do salão.

Os olhos do médico caíram sobre Chanyeol quando Jongdae apontou com a cabeça na direção do capitão que continuava do mesmo jeito após a saída de Soojung e dos demais. E, ainda que nada parecesse fora do normal naquele momento, Junmyeon soube que algo perturbava seu amigo.

– Ele é teimoso demais para admitir qualquer coisa. – confessou e deixou a taça de seu champanhe sobre a mesa.

– O término do namoro entre ele e Soojung foi tão ruim assim? – Jongdae acompanhou o olhar de Chanyeol, mantido na direção em que ainda estavam seu capitão, Kris e Kibum.

– Bem, eu sei que ela gostava muito dele. – Junmyeon informou, afrouxando o lenço que envolvia seu pescoço. – Não posso dizer o mesmo de Chanyeol, no entanto. Mas Soojung só faz isso para provocá-lo, não como se eles realmente se odiassem ou algo do gênero.

– Está tudo bem? – Jongdae, que não deixou de perceber os movimentos do médico, questionou e pousou a mão sutilmente em suas costas.

– Só um pouco de tontura, mas nada com que precise se preocupar, eu garanto. – respondeu com um sorriso e levou o dedo indicador na testa de Jongdae, desfazendo o cenho franzido. – Acha que pode me acompanhar até o banheiro?

– Claro, vem. – estendeu-lhe a mão. E ao passar por Chanyeol, aproveitou para cutucá-lo no ombro, fazendo-o virar a cabeça e encará-lo. Desde que Chanyeol pediu sua primeira bebida, Jongdae percebeu que ele não havia parado até então. – Acho melhor você não exagerar também, Park.

– Posso cuidar de mim mesmo. – este revirou os olhos sutilmente e sorriu em seguida.

Jongdae olhou com receio, mas preferiu deixar de lado e seguir com Junmyeon para o banheiro mais próximo. Seja qual for o motivo pelo qual Chanyeol estivesse agindo estranhamente naquela noite – e ainda que Jongdae se sentisse curioso já que algo lhe dizia que seu amigo Baekhyun estava envolvido nisso –, concluiu que não era problema seu.

– Esse banheiro é maior do que a casa dos meus pais. – mencionou Jongdae ao colocar os pés no aposento com Junmyeon ao seu lado. Este sorriu com o comentário e olhou ao redor, também surpreso com tamanha luxuosidade. Contudo, o que mais chamou a atenção dos dois foi a grande banheira ao centro, decorada com quatro pilares em cada ponta. – Isto supostamente deveria ser uma banheira ou uma piscina?

– Uma banheira-piscina? – o médico respondeu, incerto, fazendo Jongdae rir em seguida. Então sentou-se na beira da banheira, no pequeno degrau, tocando a água cristalina com as pontas dos dedos.

– Para fazer um baile neste lugar, Jonghyun não deve ser qualquer pessoa. – Jongdae sibilou, as mãos nos bolsos da calça.

– Ele é um duque. – Junmyeon respondeu-lhe e riu em seguida quando viu a expressão de surpresa no rosto do pirata. – Jonghyun adora agradar sua esposa. Todo ano ele realiza um baile por causa dela. – e afundou as duas mãos na água, em seguida molhando o rosto e a nuca. De olhos fechados, suspirou fundo, aliviado com a sensação do contato da água gelada em sua pele quente. Então, ao abri-los de volta, percebeu que Jongdae o encarava em silêncio. – Pare de me olhar desse jeito.

– Desse jeito como? – este levantou uma das sobrancelhas.

– Como se estivesse dizendo “Eu avisei para não exagerar, não avisei?”. – rolou os olhos suavemente, o que fez Jongdae rir com o gesto. – Estou bem, ok? – garantiu e se levantou até estar frente a um balcão de mármore e de lá pegar uma toalha de rosto.

– Bem, eu não sei, Junmyeon. Da última vez que você disse estar bem você praticamente me agarrou na sua cabine. – o comentário fez Junmyeon partir os lábios e encarar o pirata, incrédulo. Jongdae riu novamente.

– Bem, talvez você não devesse permanecer no mesmo lugar que eu então. – rebateu e arremessou a toalha na direção do rosto do pirata que a pegou no ar antes de acertá-lo.

– Por que não? Estar sozinho com você é uma ótima desculpa para beijá-lo.

Junmyeon cerrou os olhos, mas não deixou de sorrir enquanto via o moreno se aproximar de si. Acompanhou com curiosidade os movimentos das mãos alheias que envolveram a toalha ao redor de seu pescoço e o puxaram em seguida para que sua boca fosse tomada pela de Jongdae. Suas mãos automaticamente buscaram a cintura do pirata, aproximando ambos os corpos ao mesmo tempo em que suas bocas se encaixavam perfeitamente, as línguas brincando uma com a outra.

Junmyeon se esforçou para não soltar um gemido quando sentiu a pressão do quadril de Jongdae contra o seu após este tê-lo empurrado contra o balcão atrás de si, mas deixou um suspiro lascivo escapar e ele pôde sentir o moreno sorrir contra sua boca. Entre uma pausa ou outra dos beijos, mordidas leves nos lábios eram acrescentados e os pescoços alvos de selares e chupadas intensas – mas que para isso, lenços foram retirados e os três primeiros botões das camisas abertos.

Em dado momento, as mãos jeitosas de Junmyeon terminaram de desabotoar toda a camisa de Jongdae, deixando-o completamente exposto para o contentamento dos olhos do médico que parou longos segundos apenas para apreciar a visão à sua frente. Jongdae soltou uma risada baixa enquanto sentia as pontas dos dedos do médico percorrerem seu abdômen, levando-o a morder o lábio inferior ao perceber qual caminho estes se dirigiam. Sentiu o próprio corpo ficar tenso e a respiração falhar. Junmyeon, percebendo isso, levantou os olhos para o rosto do pirata, parando com o movimento das mãos.

– Desculpa, eu nã–... – suas palavras foram rapidamente cortadas quando Jongdae o beijou de volta, tomando-lhe os lábios com avidez e juntando ainda mais os corpos. E quando sentiu o volume discreto dentro das vestes do moreno, Junmyeon não evitou sorrir entre o beijo e o roçar de seus corpos que agora ardiam em excitação.

– Seria injusto se você não continuasse com o que começou, doutor. – Jongdae afastou os lábios o suficiente para sussurrar contra estes, as testas coladas uma na outra enquanto tentavam acalmar as respirações descompassadas e o palpitar acelerado dos corações.

– Você... quer que eu continue?

– Você está de brincadeira? – Jongdae soltou uma risada abafada. – Estou com um pequeno problema aqui embaixo, o que eu tenho quase a certeza de que você percebeu e você me pergunta se eu quero que continue? – levantou as sobrancelhas, os cantos de sua boca esticados para cima. Junmyeon mordeu o lábio inferior, ainda incerto. – Se é com você, está tudo bem, Junmyeon. 

Um sorriso tímido moldou os lábios finos de Junmyeon antes de assentir. Seus olhos, que brilhavam de luxúria, continuaram fixos nos de Jongdae e quando se viu sem saber o que responder, o médico apenas tomou a iniciativa e o beijou na boca. Logo, procurou se desfazer da camisa de Jongdae que escorregou pelos braços e o próprio segurou seu pulso em seguida, incentivando-o a tocá-lo por dentro da calça.

– Eu... eu já fiz isso antes com outro homem, mas não sou experiente, caso tenha pensado isso. – Junmyeon sussurrou e automaticamente fechou os olhos quando os lábios de Jongdae encontraram seu pescoço, sentindo um arfar escapar destes quando sua mão envolveu o membro alheio e iniciou movimentos lentos, porém precisos.

– Você tem certeza? Porque... – a voz de Jongdae foi sufocada por um gemido e, por um momento, foi obrigado a apoiar a testa no ombro alheio e as mãos no balcão atrás de Junmyeon para manter-se de pé, tamanha a sensação aprazível de ter os dedos do médico estimulando-o. – I-isso é realmente bom.

A risada abafada de Junmyeon preencheu o ambiente, mas logo esta foi substituída por um gemido que ele deixou escapar pela garganta quando foi a vez da mão de Jongdae prender seu órgão entre os dedos por dentro da calça, masturbando-o prazerosamente.

– Eu certamente não sou experiente porque nunca toquei em um pênis que não fosse meu... – Jongdae comentou, levando-os a rirem baixo. – Mas você pode me mostrar, certo? 

Junmyeon assentiu com a cabeça e a partir dali, Jongdae passou a imitar todos os movimentos de sua mão e, vez ou outra, a seguir os comandos que lhe eram sussurrados no ouvido junto aos gemidos de prazer. Em meio às carícias, sua boca buscou a de Jongdae em um beijo intenso e contra esta, mais uma vez, o médico soltou um gemido ao sentir o polegar alheio roçar na cabeça do seu membro, levando-o a pressionar ainda mais os dedos ao redor de Jongdae em deleite.

Os movimentos, os quais o médico não parou mesmo estando distraído com a mão de Jongdae que trabalhava ao redor de si, tomaram um ritmo mais rápido e não foi preciso muito tempo para que o moreno finalmente se desfizesse em suas mãos com um gemido rouco. Não tardou muito e o pirata foi acompanhado por Junmyeon que também alcançou seu ápice, grunhindo arrastado contra a curva de seu pescoço.

– No que mais você é experiente, Junmyeon? – Jongdae quebrou o pequeno silêncio que havia se formado e depositou selares demorados na região do pescoço alheio, subindo até encontrar o maxilar.

Junmyeon riu com a pergunta e, com cuidado para não sujar o moreno com a sua mão, desceu os braços até que estes estivessem ao redor de sua cintura. Continuou de olhos fechados, apenas apreciando os lábios macios contra sua pele e o arranhar dos dentes, agora, em seu queixo.

– Vai me mostrar outra hora, certo?

E após receber outra risada como resposta, a mesma a qual ele tanto gostava de ouvir vindo da boca de Junmyeon, Jongdae o beijou mais uma vez.


 


 

Chanyeol não soube dizer exatamente como havia se colocado naquela situação, sendo prensado na parede enquanto seus lábios eram tomados ferozmente em um beijo que parecia desconhecer o fim. A quantidade de tecido que envolvia aquele corpo feminino o impedia de sentir as curvas enquanto percorria as mãos por sua cintura e quadril, mas isso não parecia realmente incomodá-lo.  

 Na verdade, ainda que tivesse gostado da ousadia ao ter sido puxado para um canto escondido daquele palácio e da beleza impecável da pessoa a qual beijava, a atenção de Chanyeol não parecia totalmente focada na dama a sua frente. Pois, por mais que tentasse reprimir aquele turbilhão de sentimentos os quais achou ser algo passageiro, sua mente sempre o levava a pensar em Byun Baekhyun.

E naquele momento não foi diferente.

Sem que se desse conta, seus pensamentos já estavam no capitão Red e não foi difícil imaginar a maciez dos lábios alheios, o toque dos dedos esguios em sua nuca, o calor e o molhado da língua brincando com a sua, como se estes realmente pertencessem a Baekhyun. Contudo, o toque repentino da mão desconhecida em seu membro por cima da sua calça o trouxe à realidade.

– Não faça isso. – disse à mulher, segurando-lhe o pulso com demasiada força. Esta desprendeu os lábios de seu pescoço para encará-lo, confusa.

– Algum problema?

Chanyeol não respondeu, apenas a afastou pelos ombros e com um suspiro inaudível deu as costas para a desconhecida, desaparecendo no primeiro corredor à sua direita. Embrenhou os dedos nos fios de cabelo e não evitou soltar um grunhido irritado quando chegou a uma das sacadas do palácio, sentindo o ar gelado bater contra seu rosto e bagunçar suas madeixas escuras.

Ele havia justamente desaparecido da festa para evitar qualquer pensamento e qualquer coisa que o levasse a olhar na direção de Baekhyun. A princípio, quando aquela bela moça lhe dirigiu a palavra, parecia realmente uma boa distração. Entretanto, não o suficiente. E novamente ali estava ele, tentando afastar todas aquelas imagens que invadiam sua mente sem permissão; da vaga lembrança do quão perto ele e Baekhyun estavam; das mãos esguias contra seu peito; os lábios rosados levemente partidos e tão, mas tão próximos dos seus...

– Chanyeol?

– O que quer, Kris? – não precisou virar o rosto para saber a quem aquela voz pertencia. Com as mãos apoiadas no muro da sacada, o capitão apenas permaneceu imóvel e com os olhos presos ao céu nublado.

– Está tudo bem? Você sumiu. – Chanyeol pôde ouvir os passos de seu amigo, aproximando-se de si.

– Está. Apenas me deixe sozinho.

Os passos se afastaram e quando Chanyeol se viu sozinho no silêncio, fechou os olhos, arrependido pela forma com que se dirigiu ao seu amigo. Entretanto, novamente ouviu passos atrás de si. Prontamente se virou para se desculpar com Kris, porém não foi com o loiro que se deparou. E sim Baekhyun.

– Ele só está preocupado. – o ruivo se pronunciou de repente, referindo-se a Kris que o deixou para trás com Chanyeol. Este permaneceu em silêncio, os olhos firmemente fixos nos de Baekhyun. – Está realmente tudo bem?

Como poderia estar bem?, questionou Chanyeol a si mesmo. Sua mente nunca esteve tão perturbada como no momento quando decidiu que não se casaria com Soojung há alguns anos. E, certamente, ele odiava aquilo. Porque era errado, ele sabia disso. Era errado sentir aquilo. Era errado desejar outro homem.

Desejar Byun Baekhyun.

– Me desculpe se te aborreci por causa da Milady Soojung. – Baekhyun tornou a dizer, vendo que Chanyeol não responderia, e parou a poucos passos do homem que ainda o encarava em completo silêncio.  – Ainda posso ver o quanto ela gosta de você. Posso garantir qu–.... – sua sentença foi interrompida quando Chanyeol se aproximou e envolveu seu rosto com as duas mãos e, para sua maior surpresa, selou seus lábios nos dele.

Seu lábio superior foi preso entre os de Chanyeol e o toque – tanto do beijo quanto das suas mãos – era gentil, como se o capitão temesse quebrá-lo. Baekhyun não se moveu, tampouco o afastou de si e, ainda que tudo naquele momento estivesse tão confuso, ele apenas permitiu que aqueles lábios macios tocassem os seus. Os segundos que se passaram foram poucos e, logo, Chanyeol havia se afastado.

– Por que é diferente com você? – as mãos caíram do rosto de Baekhyun e o ruivo, por um momento, sentiu falta do calor quando estas ainda o envolviam.

Seus olhos então encontraram os de Chanyeol, procurando alguma justificativa para o que aconteceu. Entretanto, nada mais foi dito e em silêncio ele apenas observou Chanyeol passar ao seu lado, deixando-o para trás. E imerso em seus pensamentos, os dedos a tocarem os próprios lábios que ainda podiam sentir a pressão e a maciez dos lábios alheios, Baekhyun se lembrou do cheiro forte de álcool que Chanyeol emanava. 

E foi inevitável não se questionar se havia sido a bebida que incentivou Chanyeol a ter feito o que fez, em um ato ímpeto e impensado.






 


Notas Finais


Demorou, mas esse dia chegou! Um beijo do Baekyeol! YAY! E de brinde momento love-love com Suchen (Não, o Jongdae não presta!), fofices com Kaisoo e outras interações.


Beijos e até a próxima!


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