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História Pérola Negra - Capítulo IV


Escrita por: ohprince

Notas do Autor


Espero que gostem do capítulo. Boa leitura ;3

Capítulo 4 - Capítulo IV


Fanfic / Fanfiction Pérola Negra - Capítulo IV

A última vez que Jongdae esteve na ilha de Santiago em Cabo Verde foi há muito tempo, com seu pai e irmão mais velho, e não seria surpresa dizer que não possuía lembranças daquele local, embora estar ali novamente trouxesse sensações de nostalgia.

Um aglomerado de navios de todos os tipos rodeava o porto da capital Praia e entre eles, ao longe onde não era possível mais ser visto, estava Pérola Negra, o qual Jongdae foi obrigado a deixar assim que Chanyeol decidiu qual grupo iria para a cidade e qual ficaria no navio de vigia. E obviamente Baekhyun não estava consigo.

“Ele tem braços fortes. Pode ser útil nas compras.” disse Kyungsoo e Chanyeol não discordou, alegando também ser uma forma de mantê-lo longe de Baekhyun enquanto estavam com o navio sobrestado. E o capitão estava certo, pois inúmeras possibilidades de fuga surgiram na mente de Jongdae quando soube estarem se aproximando de Cabo Verde. Entretanto, separado de seu capitão, não poderia seguir adiante com nenhum de seus planos.

Era pouco antes do meio-dia quando os tripulantes do Pérola Negra chegaram ao centro da cidade, separando-se em pequenos grupos, cada um à procura do que ficou encarregado de comprar para o abastecimento do navio.

– Você vai fazer aquela torta, certo? – Sehun agarrou-se em Kyungsoo ao vê-lo pedir abóboras ao vendedor de uma das barracas, em uma pequena feira que acontecia no meio da rua. – É o meu favorito. E o do Luhan também.

– Sim, eu vou. – o mais velho revirou os olhos, sorrindo.

– Carne de porco também está na lista? – bisbilhotou o papel de anotações nas mãos de Kris. – Estava delicioso da última vez que comemos.

– Yah. – Kris disse num tom de repreensão. – Não estamos aqui para comprar a torto e direito. Então sossega aí. – retirou o papel de sua vista, fazendo-o crispar os lábios como uma criança.

– Vamos comprar somente o necessário e de preferência aqueles que não estragam tão depressa. – alegou Kyungsoo.

Acompanhado de Sehun e de Kris, Kyungsoo fazia compras para o estoque da cozinha, certificando-se de pegar somente o necessário para a longa viagem que fariam assim que deixassem a ilha de Santiago. A poucos passos dali estavam Junmyeon e Chen, na barraca onde era vendido todo o tipo de ervas medicinais.

– Achou o que precisava? – Kyungsoo inquiriu quando os observou se aproximarem.

– Boa parte do que eu procurava sim. – Junmyeon respondeu e guardou sua compra na sacola que carregava nos ombros. – Mas ainda falta uma erva. Embora seja de origem sul-americana, pensei que talvez pudesse encontrá-la aqui.

– Podemos continuar andando. Talvez você encontre em outro lugar.

– Espero que sim. Essa erva seria de grande ajuda na cicatrização do Baekhyun. – Junmyeon respondeu, ignorando o olhar de Kris e justificando que a erva também seria de bastante utilidade para toda a tripulação. Voltando a atenção para as barracas, ainda à procura de sua erva, o médico deixou de notar o momento em que Jongdae olhou em sua direção.

Se não fosse pelo dinheiro, não havia por que Junmyeon se importar com um mero prisioneiro, foi o que passou pelo pensamento de Jongdae naquele momento.

– Mas antes será que podemos parar e comer alguma coisa? Estou faminto. – Sehun questionou com as mãos sobre a própria barriga assim que deixaram a barraca de frutas e verduras. – Que tal aquela taverna? – apontou ao lado direito deles, fazendo-os concordarem, exceto por Jongdae que tentava ao máximo ignorar a presença dos quatro homens desde que deixou o navio.

Com um sutil toque em suas costas, Jongdae se viu sendo conduzido por Junmyeon para a taverna. Embora quisesse recusar e sair correndo do grupo, seguiu-os em silêncio.

O lugar estava razoavelmente cheio e, ainda que fosse em plena luz do dia, isso não impediu os clientes do estabelecimento de consumirem bebidas alcoólicas enquanto brindavam e conversavam alto. E toda aquela diversão, o riso das outras pessoas, só serviu para piorar o humor de Jongdae naquele dia. Largou as sacolas que Kris o obrigou a carregar ao chão e deslizou o corpo na cadeira ao canto da parede de pedra, sem fazer questão de responder quando Junmyeon lhe dirigiu a palavra.

– Se ele não quer comer nada, deixe-o. Será ele quem passará o dia com fome. – Kris respondeu, mas o comentário passou despercebido por Jongdae que, ao invés de se deixar ser provocado pelo loiro como nas outras vezes, preferiu prestar atenção em um grupo de homens que havia mencionado o nome de seu capitão, em uma mesa próxima a deles.

Jongdae levantou os olhos e estes encontraram cinco soldados da Marinha Espanhola em suas fardas bem vestidas e chapéus sobre a mesa em meio às canecas de rum e restos de comida.

– Há boatos de que o filho do Barba Negra foi capturado pela Marinha Britânica. Acham mesmo que isso seja verdade? – um deles questionou, levando os demais a se pronunciarem todos ao mesmo tempo.

– Eles finalmente conseguiram? Demoraram bastante, huh?

– Só podem ser boatos. Assim como o Barba Negra, Red é invisível no mar.

– Pois eu ouvi dizer que eles conseguiram capturá-lo e que fariam dele refém para atraírem Barba Negra até a Inglaterra.

Jongdae se remexeu na cadeira e seu movimento não passou despercebido por Junmyeon e Kris. Seus olhos avelã vidrados na mesa ao lado chamaram a atenção dos dois piratas que, logo, passaram a observar os marinheiros e também a prestar atenção na conversa.

– Refém? – o homem questionou, gargalhando e sendo acompanhado pelos demais em seguida. – Acha mesmo que Barba Negra arriscaria a vida dele pra salvar um filho qualquer de uma prostituta?

– Prostituta?

– Vocês nunca ouviram falar? – a pergunta fez alguns deles negarem, então o homem prosseguiu. – A mulher com quem Barba Negra se envolveu era uma prostituta. Todos sabiam que ela era uma puta de quinta.

Jongdae cerrou os punhos que descansavam sobre suas coxas e contraiu o maxilar, sentindo a raiva tomar conta de seu corpo a cada palavra que era despejada pelo homem.

– E é possível que Red seja de fato filho dele?

– Ninguém sabe.

– Se não há provas de que a criança é realmente do Barba Negra, então como ela ficou conhecida como tal?

– Porque foi o próprio Barba Negra quem declarou que o fedelho era filho dele. Talvez ele só quisesse alguém para continuar com a linhagem. – deduziu, dando de ombros. – Mas se os ingleses realmente acham que conseguirão algo capturando Red, eles estão perdendo tempo. 

– Pobrezinho do Red se ele está à espera do papai! – o comentário gerou gargalhadas altas por parte dos homens.

E, farto de ouvir uma única palavra a mais, Jongdae ameaçou se levantar, porém foi impedido no mesmo instante por Junmyeon que havia segurado seu pulso. Seus olhos encontraram os do médico e, por alguns segundos, sentiu sua raiva desaparecer ao toque de seus dedos ao redor de sua mão e a expressão de mágoa exibida no rosto do médico.

Confuso com a reação de Junmyeon e ao mesmo tempo irritantemente incomodado com o silêncio que irrompeu a mesa, Jongdae se desvencilhou de sua mão e se levantou da cadeira, prontamente sendo repreendido por Kris.

– Eu vou sair daqui. – respondeu ríspido. – E se não quiser que eu cause problemas, você concordará comigo.

Kris soltou um suspiro impaciente.

– Fique de olho nele, Jun.

Junmyeon obedeceu ao pedido do amigo e seguiu Jongdae às pressas para fora da taverna. A claridade do sol cegou sua visão de início e, por um momento, quase perdeu o pirata de vista.

– Aonde está indo? – questionou ao moreno que insistia em se distanciar cada vez mais de si. – Jongdae. – finalmente o alcançou, puxando-o pelo cotovelo.

– O quê? – este indagou em alto tom, ainda visivelmente irritado. Inconscientemente, Junmyeon deu um passo para trás na defensiva. O ato não passou despercebido por Jongdae que, arrependido pela própria agressividade, tentou controlar a raiva que sentia peito adentro.

– Quer conversar sob–...?

– Não. – interrompeu Junmyeon antes mesmo que concluísse a frase.

O médico assentiu em silêncio e observou Jongdae descansar as costas na parede do lado de fora da taverna. Sem saber ao certo o que fazer ou quais palavras certas a dizer para fazer Jongdae se sentir melhor, limitou-se a imitar o moreno. E assim ficaram durante algum tempo até que o pirata, para a surpresa de Junmyeon, se pronunciasse primeiro.

– Baekhyun nunca me disse sobre a relação dos pais dele, mas eu sei que sua mãe era uma boa mulher, uma boa mãe.

– Era…? 

– Ela foi morta pelos próprios habitantes da cidade onde morava por causa do Barba Negra. – encarou um dos pés que brincava com a terra marrom. – Baekhyun só sobreviveu com a ajuda de um desconhecido.

Junmyeon não soube o que responder diante daquela revelação. Nunca se perguntou o que havia por trás do nome Red, o filho do mais temido Barba Negra, e era óbvio que havia toda uma história por trás, assim como todo mundo possuía uma. Pensou em perguntar sobre a relação de Baekhyun com o pai, mas um alvoroço que se deu perto de onde se encontravam não o permitiu de tal ato.

Com os rostos virados para o tumulto que ocorria a poucos metros de distância, deduziram que o que acontecia ali era uma briga casual entre piratas. Acostumado com tipos de cenas como estas, Jongdae apenas ignorou. Entretanto, uma cabeleira loira, quase prateada, em meio à multidão chamou sua atenção.

– Jongdae? – Junmyeon chamou por seu nome quando o viu se movimentar, dirigindo-se ao tumultuado de pessoas.

O moreno ignorou o seu chamado e apressou os passos, misturando-se na confusão enquanto empurrava as pessoas para que estas saíssem de seu caminho. Ao alcançar a volta da roda, seus olhos rapidamente pousaram na figura alta e de cabelos claros que recebia golpes do adversário. Seu rosto estava todo marcado por lesões e sujeira de terra, mas isso não o impediu de reconhecê-lo.

– Jongin.


 


 

– O que está fazendo? – Chanyeol descansou as costas no batente da porta enquanto observava Luhan trabalhando em algo que ele não soube bem dizer o que era. O pirata era ferreiro antes de ter se juntado à tripulação e poderia se esperar de tudo vindo das mãos jeitosas deste.

– Algo que talvez você não vá gostar. – respondeu, levantando os olhos para o capitão que apenas balançou os ombros visto que não fazia ideia do que Luhan estava se referindo. – Pensei em uma muleta ou prótese que pudesse ajudar Baekhyun quando ele precisasse se locomover.

Fez-se silêncio por alguns segundos.

– E por que pensou nisso? – Chanyeol então questionou.

– Não sei ao certo, só pensei que eu não iria gostar de ser carregado o tempo todo pelos outros. Aposto que o Red também não, principalmente por estranhos.

– E por sermos estranhos, não deveríamos nos importar se ele iria ou não gostar de ser carregado pelos outros. – Chanyeol respondeu sério, aproximando-se da mesa de trabalho do amigo. – Você se esqueceu das regras, Luhan?

– Não, eu não esqueci. Mas eu não esqueci também que sou humano e me importo. – revirou os olhos levemente, voltando a atenção para o objeto de madeira em suas mãos. – O mesmo vale para você, Chanyeol.

– O que quer dizer?

A pergunta fez Luhan rir sutilmente irônico.

– Você segurou a mão dele. – levantou os olhos para ver sua expressão de surpresa. Chanyeol tentou se justificar dizendo que foi Baekhyun quem segurou sua mão, mas sua tentativa foi simplesmente ignorada. – Eles são piratas assim como nós. Já parou para pensar em todos que levamos para apodrecerem nas prisões ou morrerem com uma corda no pescoço? Em troca de quê? Ouro?

– Eu não sabia que você se sentia dessa forma...

No momento seguinte, Luhan pareceu se dar conta do que havia dito, arrependendo-se das palavras usadas ao se expressar. Largou o trabalho sobre a mesa e se colocou de pé, encarando Chanyeol.

– Não foi isso que eu quis dizer. É só que... – meneou a cabeça, suspirando baixo. – Regras, eu sei. Esqueça o que eu disse. 

– Você é meu amigo, Luhan. Sua opinião sempre é válida.

– Eu só... – pensou por um momento antes de continuar. – Eu não me acho no direito de julgar as pessoas quando eu mesmo fiz coisas das quais não me orgulho, entende? Caso contrário eu também deveria ser mantido como prisioneiro e ser levado para a Inglaterra.

Tirar a vida de alguém com suas próprias mãos não era algo realmente para se orgulhar, especialmente esta pessoa sendo seu próprio pai. De fato, não foi a coisa certa a fazer, mas não era isso que às vezes perturbava a mente de Luhan, e sim o fato de ele nunca ter se arrependido do que fez. Nem no momento em que tinha as mãos ao redor do pescoço do seu pai, nem agora depois de quatro anos.

– Vocês podem achar que o que eu fiz foi o certo porque eu estava protegendo minha mãe, mas eu não acho que foi. Porque havia outras formas, eu só não quis segui-las. Eu o queria morto, entende? – continuou. – Então, o que quer que esses piratas tenham feito para ter seus rostos em cartazes, não sou eu quem decidirá se eles devem ou não pagar pelo que fizeram. Porque nós não sabemos o que há por trás da história de cada um. Nem do Red, Chen ou qualquer pirata que já capturamos.

Chanyeol assentiu em silêncio.

– É claro que isso não significa que eu me arrependo de ter entrado para o Pérola Negra. Nunca. – Luhan sorriu fracamente, aproximando-se do capitão até tocar em seus ombros. – E eu sei que tudo o que temos hoje é por sua causa. Você nos deu conforto, um lar, uma família, Chanyeol. E por isso eu sou eternamente grato.

O capitão sorriu diante do que foi dito.

– Obrigado pela sua sinceridade, Luhan.

As palavras de Luhan ainda martelavam em sua cabeça, levando-o a se questionar quanto ao seu pensamento em relação aos prisioneiros que já capturou ao longo desses anos como caçador de recompensas. Não havia por que discordar de Luhan e seria mentira dizer que nunca pensou a respeito. Contudo, diferente do amigo, Chanyeol era egoísta ao ponto de ignorar e se importar somente com o bem estar dele e de sua tripulação.

Assim como muitos de seus companheiros, ele também havia perdido seu rumo na vida. E para recuperar seu caminho, se tornar um caçador de recompensas não pareceu a princípio uma ideia ruim. Foi isso que o levantou, foi isso que o tornou capitão do Pérola Negra e foi isso que trouxe sua segunda família. E arrependimento era uma coisa que ele não se permitiria sentir.

De volta ao convés principal, Chanyeol se lembrou do favor que Junmyeon havia lhe pedido e se dirigiu para a cabine do médico, pegando um pequeno recipiente de vidro e um pedaço de gaze que o amigo havia deixado separado sobre sua escrivaninha. Olhou para o objeto e o tecido em mãos e pensou por um momento se deveria ou não pedir para que Luhan o fizesse em seu lugar.

– Por que você está hesitando, Park Chanyeol? – perguntou a si mesmo enquanto revirava os olhos, fechando a porta atrás de si. Ignorou o misto de confusões da própria mente e seguiu direto para o interior do seu navio.

O som dos passos de Chanyeol, conforme descia a escada, chamou de imediato a atenção do encarcerado que levantou os olhos para o capitão do navio, agora posto ao lado de fora da cela. Ainda que não fosse o momento propício, Chanyeol não deixou de pensar que esta era a primeira vez que ficava sozinho frente a Red, agora desperto. Este tomou postura, desencostando-se do aço de sua cela quando viu Chanyeol se aproximando, e olhou curioso para o capitão que permanecia em silêncio.

Chanyeol então desviou os olhos para a perna direita do ruivo, no qual uma de suas mãos massageava discretamente a região do joelho como se tentasse amenizar a dor que sentia.

– A sua perna, como está? – perguntou, o que fez Baekhyun levantar as sobrancelhas em surpresa.

– Um pouco dolorida.

– Junmyeon me pediu para trocar seu curativo. – então destrancou o cadeado, adentrando na cela logo após. Percebeu que era observado por Red, mas fingiu não se incomodar com isso, agachando-se no chão. Olhou para a perna alheia, tentando recordar-se das palavras de Junmyeon de como fazer o curativo do modo correto.

– Devo fazer por conta própria? – Baekhyun perguntou, interrompendo seus pensamentos. Chanyeol levantou os olhos, porém abaixando-os logo em seguida ao perceber a proximidade entre eles. – Eu vi o doutor fazer o curativo algumas vezes. – explicou-se.

– Tudo bem. – entregou as ervas e a gaze em suas mãos e se levantou, dando um passo para trás para manter uma distância razoável do pirata. Observou em silêncio enquanto o outro se mantinha ocupado, não evitando reparar na sutura da amputação feita por Junmyeon quando viu a perna desprovida das gazes.

– De capitão para capitão... – pronunciou-se Baekhyun após um tempo em silêncio, e Chanyeol prestou atenção, esperando que continuasse. – Você não poderia deixar Jongdae ir? – a pergunta pegou o capitão de surpresa, fazendo-o franzir o cenho. – O dinheiro que o Governo te pagará pela minha cabeça compensará a dele. É a mim que você precisa para ter o dinheiro. – Baekhyun ergueu o rosto quando terminou o curativo, encontrando seu olhar. – E é a mim que o Governo quer, não ele.

O silêncio tornou a preencher o local, tendo Chanyeol em um estado de estupor diante das palavras de Red. Tentou evitar os pensamentos que vieram a seguir, mas as recordações de seu passado forçaram passagem dentro de sua mente mesmo contra sua vontade.

– Eu não acho que Chen ficaria contente com isso. – pronunciou-se, não escondendo a rispidez no seu tom de voz. – E quanto ao que ele sentirá quando estiver livre, mas sem o capitão dele? O que você acha que acontecerá? – um sorriso cínico se formou nos lábios fartos de Chanyeol junto às seguintes palavras. – Sacrifício. Morrer como um herói. Sabe que isso é estúpido, certo?

Baekhyun franziu o cenho, incerto quanto às palavras do outro e qual significado de fato elas traziam.

– Chanyeol... – a voz suave de Luhan fez com que os dois piratas olhassem em sua direção, ao lado de fora da cela. O sorriso entristecido acusou o pirata de ter ouvido a conversa, o que fez Chanyeol se arrepender imediatamente de ter descido ali. 

Incapaz de dizer uma palavra, Chanyeol passou por Luhan e deixou o local sem olhar para trás.

– Ele... – Luhan se virou para Red até então em silêncio, a expressão confusa manifestada em seu rosto. Embora não tivesse obrigação alguma de explicar, Luhan se viu disposto a justificar a atitude do seu capitão de forma que Baekhyun pudesse considerar de onde Chanyeol vinha, a sua história e seu passado. – Seu pai, Park Honjung, sacrificou a própria vida para salvá-lo. E Chanyeol nunca o perdoou desde então.

Baekhyun nada disse para argumentar, apenas assentiu brevemente como quem dizia, em silêncio, compreender a situação. Observou Luhan passar a chave pelo cadeado para então se retirar assim como Chanyeol, deixando-o sozinho e de volta à quietude em sua cela. Apanhou o recipiente que continha as ervas para o alívio de sua dor que Chanyeol havia trazido e encarou o pequeno vidro, pensativo.

– Park Honjung. – sibilou em baixo tom. Só havia um Park Honjung que ele conhecia. E quem diria que este Park Honjung, pai do capitão do Pérola Negra, era o mesmo que um dia se apresentou a ele há mais de treze anos. – Tem sido um longo tempo.

Embora esse encontro tivesse acontecido há muito tempo, Baekhyun ainda se recordava perfeitamente de seu nome. Como ele poderia se esquecer daquele que uma vez salvou sua vida, afinal? 

Baekhyun ainda era criança, próximo aos seus dez anos de idade, quando sua mãe o segurou pelo pulso, puxando-o para correrem o mais rápido que suas pernas curtas suportavam. Ele não entendia na época por que estavam fugindo, por que os habitantes da sua cidade natal estavam os perseguindo e nem por que de tanta violência e crueldade quando viu sua mãe ser agredida e morta na sua frente.

“Ei, garoto,” ainda se recordava de Honjung se agachando na sua frente e firmando as mãos em seus ombros, obrigando-o a encará-lo profundamente em seus olhos. “Você passará por muitas coisas em sua vida ainda, mas você precisa ser forte, está bem? Não tenha medo. Eu tenho certeza que sua mãe estará olhando por você.”

“Você conhecia minha mãe?” questionou em meio ao choro.

“É claro,” sorriu gentilmente. “Agora vou levá-lo para um lugar seguro, tudo bem?”

Baekhyun lamentou por nunca ter tido a chance de revê-lo e agradecê-lo devidamente. Se ele estava vivo hoje era por causa de Park Honjung. O mesmo Park Honjung que, por ironia do destino, era o pai do capitão do Pérola Negra que agora o mantinha como prisioneiro.



 


Notas Finais


Um pouco do passado de Baekyeol para matar a curiosidade de vocês! xD E (demorou, mas) vamos dar as boas vindas ao nosso Jonginnie <3
Obrigada por lerem e pelos comentários! Até o próximo capítulo ^^


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