1. Spirit Fanfics >
  2. Pérola Negra >
  3. Capítulo V

História Pérola Negra - Capítulo V


Escrita por: ohprince

Notas do Autor


Oi pessoas lindas, como estão? :3
Com a aparição de Jongin no capítulo anterior, algumas pessoas me perguntaram sobre Kaisoo. E para ser sincera, eu não planejava colocá-los na estória, mas decidi colocá-los, por vocês. Entretanto, serão pequenas aparições/menções como Hunhan, ok? E somente mais pra frente.
A propósito, obrigada àqueles que deixam seus comentários. E boa leitura!

Capítulo 5 - Capítulo V


Fanfic / Fanfiction Pérola Negra - Capítulo V

Os olhos de Jongdae estavam tão vidrados no jovem de cabelos claros que ele sequer notou quando Junmyeon tocou em seu ombro, perguntando se estava tudo bem. Alheio ao médico, sua única reação foi dar um passo à frente e, de modo precipitado, agarrar o pirata que desferia golpes em Jongin, puxando-o à força pelos trajes para que saísse de cima do mais novo.

– Jongdae! – Junmyeon o repreendeu quando o viu levantar o punho no rosto do desconhecido, atingindo-o em cheio no maxilar. Com um único golpe, o homem cambaleou para trás e caiu ao chão, desnorteado. O médico partiu os lábios, desacreditado. – O que está fazendo?!

Ignorando a pergunta de Junmyeon, Jongdae se virou para Jongin e encontrou o rapaz ainda caído ao chão, apoiado em seus cotovelos e de olhos arregalados.

– Jongdae... – a voz de Jongin saiu em um sussurro, quase inaudível. – Eu pensei que... – ignorou as dores no corpo ao se levantar, sem acreditar no que estava diante de seus olhos. Então percorreu os braços ao redor dos ombros de Jongdae, pressionando-o contra seu corpo. – Eu pensei que estivesse morto. – afundou o rosto no pescoço alheio, apertando ainda mais o abraço e reprimindo as lágrimas de alegria.

– É bom te ver de novo, Jongin. – suas palavras foram calorosas e o sorriso estampado em seu rosto o mais sincero de todos que Junmyeon já havia visto. – É realmente bom te ver de novo.

– Nós deveríamos sair daqui. – o médico se pronunciou ainda sob o olhar da multidão que murmurava e apontava os dedos em suas direções. – Você está bem para andar? – dirigiu-se a Jongin que assentiu após desfazer o abraço com Jongdae. – Vamos olhar esses ferimentos depois, tudo bem?

– Ele é médico. – declarou Jongdae enquanto se servia de apoio para que o mais novo pudesse se locomover.

– O que houve com você? Por onde esteve? Há tanta coisa que eu quero perguntar! – exclamou Jongin, ainda extasiado com o encontro dos dois, algo que ele jamais imaginaria acontecer, não depois do que aconteceu em Bahamas e os rumores que ouviu durante sua viagem até Cabo Verde. – Tentei ir atrás de você e Baekhyun em Bahamas, mas tudo estava um caos. E quando voltei para o navio, todos estavam mortos.

– O quê? Mortos? – franziu o cenho, colocando o mais novo para se sentar em um barril já sem utilidade, próximo à taverna.

– O que está havendo aqui? – Kris e os demais haviam saído do estabelecimento, não muito longe de onde os três se encontravam, parando logo atrás de Junmyeon. Este olhou para os três amigos e sem dizer nada apanhou sua bolsa de medicamentos que Kyungsoo carregava. – Jun? – o loiro chamou pelo médico em busca de respostas.

– Ele é conhecido do Jongdae e precisa de cuidados.

– Quem são eles? – Jongin inquiriu curioso, mas não obteve resposta de Jongdae, pois no momento seguinte um grupo de piratas os havia cercado. Não foi surpresa para ele e nem para Jongdae quando reconheceram o pirata barbudo com quem, há poucos minutos, o mais novo esteve envolvido em uma briga.

– Achou mesmo que ia se livrar depois do que fez comigo, fedelho? – o homem, acompanhado de seus companheiros, questionou ao encarar Jongdae furiosamente.

– Alguém pode me dizer o que está havendo aqui? – Kris perguntou mais uma vez, um suspiro aborrecido escapando pelos seus lábios. – O que diabos você fez, Kim Jongdae? – fuzilou-o com os olhos. Então foi obrigado a largar as sacolas que carregava para desembainhar a própria espada quando os piratas avançaram em suas direções. – Eu vou te matar depois disso, juro!

Embora o momento não fosse propício, Sehun e Kyungsoo não evitaram soltar uma risada baixa com a ameaça do loiro antes de atacarem seus inimigos em conjunto.

– Vou pegar isso emprestado. – Junmyeon não escondeu a surpresa ao sentir Jongdae puxá-lo pela cintura sem aviso prévio e tirar sua própria espada da bainha. – Tire Jongin daqui, por favor. – pediu-lhe antes de se juntar a Kris, Sehun e Kyungsoo.

Ainda que o grupo de Jongdae estivesse em desvantagem numérica, combatia seus inimigos com relativa facilidade e precisão. Logo, a atenção dos cidadãos foi desviada para o tinido agudo das espadas batendo umas contra as outras, em uma cena de batalha que serviu como espetáculo gratuito para qualquer um que observasse de fora.

Esquivando-se sob a lâmina da espada do seu terceiro adversário, Jongdae conseguiu acertar um soco no maxilar barbado do homem e teve a satisfação de vê-lo cair de joelhos perante a si, desacordado. Virou o rosto para os lados, em meio à confusão, e seus olhos encontraram Junmyeon e Jongin. Contudo, ele não havia sido o único. Um dos inimigos percebeu a movimentação dos dois piratas e imediatamente direcionou a pistola em suas direções ao mesmo tempo que Jongdae gritava o nome de Junmyeon e corria até o médico.

O disparo da pistola foi ouvido por Junmyeon, mas tudo que ele sentiu foi ser empurrado contra o chão, puxando Jongin consigo. Deixou um grunhido de dor escapar ao sentir o impacto do seu ombro contra o solo empoeirado.

– O que estão esperando?! Se escondam! Vão, vão! – Jongdae vociferou, apressando-os para se levantarem e se protegerem atrás de uma parede junto a ele. Com as costas apoiadas no concreto, Jongdae deslizou o corpo até que estivesse sentado no chão, controlando a própria respiração descompassada. – Tsc... – emitiu por entre os lábios quando sentiu uma dor aguda na lateral de seu abdômen, levando a mão até o tecido de sua camisa agora manchada em vermelho.

– Droga. – Junmyeon resmungou, aproximando-se para examinar o ferimento que a bala ocasionou em Jongdae. Retirou a mão alheia para pressionar sua palma no local, fazendo o pirata grunhir de dor. – Precisamos te levar de volta para o navio o quanto antes.

– Jongdae? – Jongin chamou pelo mais velho quando o viu tombar a cabeça para trás e fechar os olhos.

– Tente ficar comigo, Jongdae. – Junmyeon segurou seu rosto com a mão livre, obrigando-o a olhar para si.

– Yah! – Kris surgiu de repente, visivelmente zangado, após finalmente terem conseguido se livrar do restante dos piratas que os atacaram. – Você está querendo matar a todos?! – abaixou-se e segurou Jongdae pela gola da camisa, obrigando-o a se levantar do chão e empurrando-o contra a parede.

– Kris! – Junmyeon segurou seus braços em protesto quando Jongdae gemeu de dor.

– Tudo porque você não ficou de olho nele como eu pedi. Mas que droga, Jun!

– Kris. – Kyungsoo o segurou pelo ombro, obrigando-o a afastar as mãos de Jongdae quando notou o sangue que escorria pelos trajes do pirata.

– Ele está ferido porque me salvou! – Junmyeon rebateu e acomodou Jongdae de volta em seus braços, ajudando-o a se manter de pé. Foi então que Kris percebeu o sangue na camisa do pirata, sentindo-se apreensivo de repente.

– Eu estou bem. – Jongdae garantiu, mesmo que fosse mentira e estivesse se sentindo cada vez mais desorientado, sem força para manter suas pernas firmes. Jongin rapidamente se colocou ao lado oposto de Junmyeon, servindo-se também de apoio a Jongdae.

– Não, você não está. – Junmyeon rebateu a asneira do outro, nitidamente enfraquecido. – Ao invés de ficarmos perdendo tempo aqui, podemos voltar para o navio ou ainda quer discutir?

Kris foi incapaz de responder ao médico, a voz aflita de Jongin chamando a atenção de todos na roda ao notar que Jongdae havia desmaiado.


 


 

Chanyeol retornou ao convés superior sem esperar por Luhan, evitando assim ser observado por aqueles mesmos olhos apreensivos toda vez que tocavam no assunto da morte de seu pai. Apoiou ambas as mãos sobre o parapeito do navio e abaixou a cabeça, respirando fundo.

“É a mim que vocês precisam. É a mim que vocês querem, não ele.” as palavras semelhantes ditas por Baekhyun ecoaram em sua cabeça, porém na voz de Park Honjung. “Deixe-o ir. Por favor.”

Não importava quanto tempo passasse, o quanto seus amigos tentassem convencê-lo do contrário, o quanto as pessoas dissessem que seu pai havia feito o que qualquer pai faria. Park Honjung não precisava ter sacrificado a própria vida para salvá-lo. Porque Chanyeol poderia ter salvado ambas as vidas se seu pai tivesse confiado o suficiente nele. Ele ainda poderia estar vivo, ali com Chanyeol, juntos no Pérola Negra.

Perdido em seus pensamentos que insistiam em trazer à tona lembranças do passado, Chanyeol não notou os passos sorrateiros de Luhan atrás de si. Descobriu não estar sozinho somente quando o pirata anunciou sua chegada.

– Os grupos voltaram, menos o do Kris. – Luhan passou a informação a Chanyeol, algo que deveria ter relato quando foi procurar pelo capitão no interior do navio se não tivesse se deparado com o amigo em uma conversa particular com Red. – Já faz um tempo desde que eles saíram. Devo mandar alguém atrás deles?

– Eles não devem demorar. Conhecendo Sehun, ele provavelmente deve ter convencido os demais a pararem em algum lugar para comer. – o capitão deduziu. E no momento seguinte, Kris e os demais estavam no convés superior junto à tripulação. – O que diabos aconteceu? – os olhos de Chanyeol rapidamente pousaram sobre Jongdae sendo carregado por Junmyeon e um pirata desconhecido.

– Podemos deixar a conversa pra depois? – Junmyeon questionou de forma irritada, o que fez Chanyeol franzir o meio das sobrancelhas em questionamento. – Não quero ninguém na minha cabine além do Jongdae, Jongin e Luhan.

– O que você fez? – Chanyeol perguntou a Kris após ter acompanhado com o olhar os quatro desaparecem na cabine.

– O que o faz pensar que eu fiz alguma coisa? – este franziu o cenho, incrédulo.

– Quem normalmente deixa o Jun irritado é você.

– Se você quer alguém para culpar, culpe o Chen. Foi ele quem começou tudo. – contestou e deu as costas para Chanyeol que soltou um suspiro em derrota.

– Ele irá sobreviver? – Chanyeol tomou das mãos de Kyungsoo e de Sehun algumas das sacolas que ambos carregavam, ajudando-os enquanto se dirigiam para a cozinha.

– Eu não sei, honestamente. Ele foi atingido por uma pistola.

– Ao tentar salvar o Junmyeon. – Sehun completou a frase de Kyungsoo.

Chanyeol encarou os dois amigos em silêncio, surpreso com a informação.

– E quem era o outro pirata? – indagou.

– Conhecido do Chen, não sei dizer ao certo. – respondeu Kyungsoo, ainda confuso pela sequência de acontecimentos em um curto período de tempo em que estiveram em terra firme. – Eu não sei o que aconteceu, Chanyeol. – pronunciou-se antes mesmo que o capitão pudesse questionar qualquer coisa. – Quando eu vi, já estávamos sendo cercados por um grupo de piratas.

– Soo, pode conseguir panos limpos para mim? – Luhan interrompeu os pensamentos de Chanyeol ao adentrar na cozinha. 

– Como ele está? O Chen. – Chanyeol aproveitou o momento para conseguir alguma informação.

– Eu não sei, mas Junmyeon está mais irritado do que o normal. E… há muito sangue. – soltou um suspiro, apreensivo. Logo, Kyungsoo voltou com os panos limpos. – Obrigado. E Chanyeol... – recuou um passo antes de atravessar a porta. – No pior dos casos, talvez seja melhor avisar Red sobre o amigo dele.

Chanyeol se viu sendo alvo dos olhares de Kyungsoo e Sehun que aguardavam curiosamente por uma atitude sua e, sem dizer nada ou reagir a isso, decidiu deixar a cozinha.

Hesitou por um longo tempo no convés principal, talvez mais do que deveria, antes de seguir a sugestão de Luhan, descendo para o interior do navio. Seus pés mal haviam tocado o soalho de madeira daquele andar quando sentiu outro par de olhos sobre ele, dessa vez os de Red. Aproximou-se da cela, destrancando-a logo após, e deixou que seus olhos finalmente encontrassem os do ruivo.

– Chen está ferido. 

Baekhyun rapidamente se levantou do chão, dirigindo-se até o capitão que não deixou de notar a dificuldade do outro ao se locomover apenas com uma perna.

– Ele está bem? – perguntou apreensivo, segurando-se nas barras de aço para não perder o equilíbrio. – O que houve?

– Eu não sei dizer se ele está bem, mas Junmyeon está cuidando disso. – respondeu e deu um passo para o lado de tal forma que o ruivo pudesse sair da cela. – Quanto ao o que houve, saberá quando perguntar a ele. – disse por fim, seguindo em direção às escadas.

Baekhyun não retrucou e apenas seguiu o pirata, apoiando-se em qualquer coisa que estivesse em seu caminho para ajudá-lo no percurso. Ao chegar à escada, respirou fundo, ciente da dificuldade que teria para alcançar Chanyeol que praticamente já havia sumido de vista.

Como previsto, ainda nos primeiros degraus, Baekhyun se viu perdendo o equilíbrio mesmo tendo as mãos firmes no corrimão feito de corda. Tentou sustentar o corpo para frente quando inesperadamente sentiu dedos longos ao redor de seu pulso, impedindo-o de cair para trás.

Chanyeol deixou escapar um “Cuidado” sutilmente irritado por entre os dentes e suspirou fundo antes de passar o braço de Baekhyun pelo próprio pescoço e segurá-lo pela cintura, servindo-se de apoio. Desviou os olhos para frente, ignorando o incômodo pela repentina proximidade de ambos os rostos e guiou Baekhyun para o convés principal em silêncio.

A porta da cabine de Junmyeon se abriu antes mesmo de Chanyeol o fazer, revelando um médico com uma expressão de cansaço e também de surpresa ao vê-los ali, parados em sua porta.

– Ele está bem agora. – informou-lhes, dando espaço para que entrassem.

Os olhos de Baekhyun então caíram sobre Jongdae deitado na cama e depois sobre o jovem de cabelos claros, parado ao pé da cama.

– Jongin? – Baekhyun deu um passo desajeitado à frente, sendo segurado por Jongin pelos ombros quando se aproximou. – Você está aqui. Como isso é possível? Você está bem? – afastou-se minimamente para avaliar seus ferimentos, segurando seu rosto com as duas mãos.

– Foi minha culpa. Eu comecei com a confusão. Jongdae só estava tentando ajudar. Eu... eu sinto muito. – desculpou-se, fazendo seu capitão balançar a cabeça negativamente. – O que houve com vocês? Como foram parar aqui? – referiu-se ao navio Pérola Negra que ele reconheceu assim que chegou com Jongdae desacordado em seus braços. – Por que estão com os cães do Governo? – diminuiu o tom de voz ao fazer a pergunta, receoso de que os três piratas se sentissem ofendidos.

– Eles nos salvaram, na verdade. – respondeu e seu olhar se encontrou brevemente com o de Junmyeon, agradecido por tudo que o médico havia feito por ele e seu amigo até agora. Então se virou novamente para Jongin. – Você está sozinho? Onde estão os outros?

– Eles... eu não sei quanto ao Minseok, Yixing e Zitao, mas os demais estão mortos. – lamentou em baixo tom e Baekhyun precisou se sentar na beira da cama, atordoado ao receber a notícia. Jongin se agachou aos seus pés. – Naquela noite, após você e Jongdae terem saído para encontrar o Jin, eu vi oficiais da Marinha e... eu achei ter visto também Yejoon. – a menção do nome fez Baekhyun franzir o cenho. – Eu fiquei preocupado e pressenti que algo estava para acontecer. Então decidi ir atrás de vocês, mas tudo estava um caos.

– Jin armou para nós. E fomos capturados pela Marinha.

– Eu soube pelos rumores que se espalharam em Bahamas. Foi aí que decidi voltar para o nosso navio, mas quando cheguei lá estava praticamente tudo destruído, todos estavam mortos e Minseok, Yixing e Zitao desaparecidos. E durante o caminho  até Cabo Verde, ouvi dizer que Yejoon estava atrás de você, Baekhyun. Então não acho que foi mera coincidência quando eu o vi lá em Bahamas.

– Yejoon. Vocês estão se referindo ao tenente do Barba Negra? – Chanyeol perguntou de repente, fazendo Jongin concordar com a cabeça.

– Foi ele. – Baekhyun se pronunciou, levantando os olhos na direção de Chanyeol. – Os navios destruídos da Marinha, provavelmente atrás de mim por ordens do Barba Negra.

– E o que ele quer com você?

– O que mais seria além de me querer morto? – respondeu a Chanyeol em tom de frieza. – Yejoon provavelmente deve estar com Minseok e os outros para fazer algum acordo quando me encontrar. – Baekhyun encarou os punhos cerrados sobre suas coxas.

– Por que... – Luhan se pronunciou, porém se calando em seguida. Baekhyun olhou em sua direção, incentivando-o a continuar. – Por que Barba Negra iria te querer morto? Quero dizer, ele é...

– Meu pai? – seus lábios se repuxaram em um sorriso de escárnio. – Ele não é nada além de um homem que merece ter uma corda ao redor do próprio pescoço.

Fez-se silêncio.

E diante daquela revelação, ninguém exatamente soube o que dizer.

Então ouviram um murmúrio vindo de Jongdae, fazendo com que toda a atenção fosse desviada para ele. O moreno soltou um grunhido de dor ao se ajeitar no travesseiro com a ajuda de Junmyeon que rapidamente havia se colocado ao seu lado, ajoelhado ao chão.

– Você acordou. – o médico sorriu fracamente, mas com grande alívio.

– É claro. Como eu iria dormir com vocês aqui falando no meu ouvido? – revirou os olhos, o que fez Baekhyun menear a cabeça e desferir um soco fraco na região de sua perna. Jongdae então encarou o curativo em seu abdômen para depois fitar o rosto de Junmyeon.

– Como está se sentindo? – havia gentileza no tom de voz do médico quando lançou a pergunta.

– Bem, eu acho. – respondeu, recebendo um sorriso como resposta.

O pirata quis sorrir, mas se conteve ao perceber que todos na cabine prestavam atenção nos dois. Com um pigarreio e uma breve troca de olhar com Baekhyun, Jongdae observou seu capitão exibir um sorriso fraco antes de dirigir a palavra a Chanyeol.

– Não me importo que nos mantenha como prisioneiros e nos leve para a Inglaterra. – iniciou Baekhyun, a atenção dos piratas voltada agora para ele. – Mas se por acaso nos depararmos com Yeejon no meio do caminho, permita-me ter sua cabeça e meus homens livre.

– E quanto ao que me pediu antes? – Chanyeol não desviou os olhos de Red, referindo-se a conversa que tiveram anteriormente sobre Jongdae.

– Esqueça. – Baekhyun, que logo compreendeu sobre o que se tratava a conversa, respondeu. Conhecendo tão bem Jongdae, assim como Chanyeol que não havia perdoado seu pai pelo ato de sacrifício, seu amigo jamais o perdoaria. E aqueles mesmos olhos que sofriam em silêncio teriam futuramente como dono seu melhor amigo. – Eu não sou um herói de qualquer forma. – confessou, quietamente. – Diferente de Park Honjung. – completou em seguida, o olhar curioso à espera de uma resposta ao mencionar o nome.

Chanyeol, no entanto, conteve a surpresa e optou por ficar calado, embora uma parte de si estivesse se remoendo para questionar como Baekhyun conhecia seu pai e por qual motivo trouxe à tona seu nome na conversa. 

– Não tente nenhuma gracinha e poderá ter Yejoon e seus homens quando o momento chegar. – Chanyeol disse por fim, encerrando a conversa por ali e virando as costas para deixar a cabine.

Ao lado de fora do navio, suspirou fundo, incerto sobre o pequeno acordo com Red e como isso poderia trazer consequências caso a sorte não estivesse ao seu lado. Saber que Yejoon e talvez o próprio Barba Negra estavam atrás de Red, entrando em combate com navios da Marinha para capturá-lo, soava mais inteligente da parte de Chanyeol se ele simplesmente largasse Baekhyun e seus homens no meio do mar.

– Eu ainda continuo não confiando neles. – a voz rouca de Kris alcançou seus ouvidos, levando Chanyeol a reprimir um grito de surpresa ao se deparar com o amigo parado ao lado de fora, as costas encostadas na parede e os braços cruzados frente ao peito.

– Está querendo me matar de susto?!

O loiro revirou os olhos em resposta e levou Chanyeol até o convés principal, até que estivessem longe o suficiente para que não fossem ouvidos.

 – Mas como Junmyeon disse, eles não são pessoas ruins. Chen salvou Junmyeon e Red é um coitado que teve o azar de nascer filho do Barba Negra. – Kris encostou o quadril no parapeito do navio, os olhos distraidamente sobre alguns dos marujos que ainda carregavam caixas e barris para o interior do navio. Vendo que o amigo ainda permanecia em silêncio, continuou. – Você vai acabar mudando de ideia, sabe. Sobre entregá-los ao Governo.

Chanyeol não ousou responder, com receio de ser traído pelas próprias palavras se tentasse negar.

– Você não percebe, Chanyeol, mas você é bom. Assim como seu pai um dia foi. – Kris exigiu um sorriso genuíno ao mencionar Honjung, virando o rosto para fitar o rosto do capitão. – Você sempre diz do Junmyeon, mas seu coração também é grande.

– Isso não é verdade.

– Mas é. Desde o momento em que salvamos Red e Chen naquela noite, você os salvou mesmo não sabendo quem eram, piratas ou oficiais da Marinha. Porque esse é o Chanyeol que eu conheço, o mesmo que me tirou das ruas dez anos atrás, que me acolheu e se tornou meu grande amigo e irmão. – alcançou a mão até seu ombro, firmando os dedos na região. – E eu sei que de início, quando decidiu que iríamos para a Inglaterra, foi por minha causa. Porque eu o convenci.

– Kris...

– Eu só quero que saiba que eu sei. Eu sei que não é justo culpar o filho do Barba Negra pelo que houve com a minha família. E mesmo que a minha briga seja com Barba Negra, eu já deveria ter esquecido e seguido em frente.

– Eu não quero que você se esqueça e finja que nada daquilo aconteceu, Kris. – Chanyeol o interrompeu. – Você tem todo o direito de sentir raiva, injustiçado ou vingativo. Eu só não quero que fique preso ao que aconteceu a ponto de estragar e atrapalhar o seu presente ou até mesmo o seu futuro. Eu não quero que você viva a sua vida apoiado a esses sentimentos, entende?

Os cantos dos lábios de Kris se repuxaram para cima num sorriso singelo, o braço a percorrer o pescoço do amigo em um abraço de agradecimento silencioso.

– Qualquer decisão que tome, quero que saiba que eu o apoiarei.

– Eu sei. – Chanyeol retribuiu o sorriso.




 


Notas Finais


Acho que quem realmente é o herói aqui é o nosso Chenchen, não acham? E para aqueles que acharam que Kris ia fazer algo contra Baek, se enganaram KKKK Que isso, Fanfan é um amorzinho de pessoa ;w;

Espero que tenham gostado do capítulo! Beijos e até a próxima <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...