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História Pérolas e Safiras - Revelação do Passado Hyuuga Parte I


Escrita por: thereddiamond

Notas do Autor


Yo! Como vão? Mais um capítulo e sim, está separado em parte, infelizmente e somente amanhã conseguirei ter tempo de postar a segunda parte, se é que realmente vai dar tempo HAHUAHUAHUAHUA.
Sabe como é... Período de provas me deixa com tempo pra nada, sem mencionar que trabalho meio período, então babou-se tempo. Rs.
Enfim, espero que tudo ocorra nos conformes e que amanhã consiga postar a continuação *oremos*. XD
Boa leitura! Bjus <3

Capítulo 10 - Revelação do Passado Hyuuga Parte I


“Você poderia ser minha sorte. Mesmo que o céu esteja caindo, sei que estaremos sãos e salvos”  - Capital Cities, Safe and Sound.

 

Hinata teve a completa certeza de que trabalhar para o clã, nunca foi tão chato e irritante como estava sendo neste momento.

Ela não sabia se sentia isso devido ao fato do seu pai estar, irritantemente, rondando-a como um cão de guarda ou a promessa que Naruto havia feito. Talvez fosse às duas coisas, de qualquer maneira. Porém, a garota nunca pensou que ao voltar para casa aconteceria coisas tão espetaculares e inacreditáveis!

 Pela primeira vez em sua vida tinha um encontro e justamente com o homem que ama. Tudo bem que era às escondidas, já que Hiashi andava sondando a morena como se imaginasse sobre ela e o louro, os instintos do velho pareciam apitar um alerta em seu olhar. A jovem não entendia o motivo dessa fiscalização constante. Seu pai a proibia, vez por todas, de sair da mansão principal sem estar fortemente escoltada. O que tornava as coisas ainda mais enervantes. Ela tinha a sensação de estar presa numa alta torre de marfim, onde nem o príncipe de armadura brilhante poderia salvá-la.

Ao pensar em seu príncipe dos contos de fadas, Hinata permitiu que um suspiro apaixonado escapasse de seus lábios rosados. Nunca imaginou que Naruto a convidasse para sair, era mais do que podia sonhar, estava completamente perdida em nuvens coloridas e fofinhas.

- Anda muito distraída, Hinata. – A voz fria de seu pai a acorda dos pensamentos adocicados.

Ela eleva o olhar para frente e dá de cara com Hiashi a observando com uma xícara de chá na mão, sentado de maneira confortável em uma das cadeiras do escritório. Tornou-se mais que óbvio notar suas tentativas em descobrir seus segredos, bastando inspecionar seus olhos prateados. Sendo assim, a morena iria impedir que conseguisse decifrá-la. Não permitiria que seu pai estragasse o bom momento, o único que teve depois de tanto tempo chorando e divagando sobre o passado.

- Deve ser o cansaço. – Mentiu ao abrir um sorriso fraco. Reação inesperada, tão forçada, que provocou um rebuliço no estômago do homem.

O velho Hyuuga teve de concordar, estava pressionando muito a garota desde que voltou de viagem. Contudo aquele era o seu castigo por ter ido a uma missão perigosa sem uma escolta. Quantas vezes precisaria repetir que, como líder, deveria levar consigo Koichi e os outros? Eles trabalham exatamente para isso e não para proteger o ex-líder, como a morena havia ordenado para que o escoltassem com segurança de Suna.

Mesmo com todos esses pensamentos, Hiashi se indignou a dar de ombros e continuou tomando seu chá com tranquilidade. Estava tarde e o sono misturado ao cansaço de um dia amontoado de trabalho, cobrava o seu preço para ambos.

Não aguentando mais permanecer sentado, o Hyuuga encerra o castigo e permite que a garota vá descansar.

O tempo tinha avançado mais rápido que o previsto, e a madrugada se aproximava, então depois de um rápido banho, Hinata pensou seriamente se dormia ou se preparava para ir à entrada do clã. Como havia combinado com o Uzumaki. Desejava dormir por um curto período de tempo, entretanto tinha medo de não acordar no tempo certo. Então, para não haver problemas futuros, abre o seu guarda-roupa e decide qual roupa vestiria.

Ah, a mortal decisão do que iria usar.

O que agradava a ele? Um vestido? Não, eles precisariam correr. Vestidos estavam fora de cogitação. Shorts? Não, ela não se sentia bem usando aquela peça curta, mostrava pele demais. Seria uma calça, tinha de ser confortável para fugir e diferente das suas calças ninjas.

Sendo assim, pegou uma calça de tecido justo, de costura tão leve que parecia ser uma segunda pele. Garimpando mais a fundo seu guarda-roupa, acabou por encontrar uma blusa de manga comprida, da discreta e neutra cor preta. Ao se vestir, Hinata não sabia se deveria usar algo mais diferente ou menos justo. Ela estava simples de mais e simplicidade não combinava com as emoções excitantes que coloriam seu dia. Mas não podia exagerar da sorte, tinha de ser invisível para sair do clã. Koichi e os outros guardas são muito bem treinados para estragarem as felicidades das filhas do patrão. Não conseguia contar em seus dedos os encontros frustrados de Hanabi e das quantas vezes que precisou ficar acordada para consolar a garota.

Prontamente vestida, olhou para o relógio em cima do criado mudo e se assustou ao ver que passou muito tempo decidindo o que vestir e que, se não despistasse os guardas, iria possivelmente perder o encontro.

Com o coração batendo acelerado no seu peito, Hinata abriu lentamente a porta do quarto e olhou para todos os lados do corredor. Ao ver que não havia ameaças a sua grande noite, deslizou silenciosamente para fora, decidindo atravessar o pátio de treinamento e seguir pelos fundos. Provavelmente Koichi ainda não tinha feito sua ronda por lá.

Estava no meio do pátio, confiante de que nada daria de errado, quando a voz do seu pai fez com que tudo desmoronasse e um balde de água fria varresse seus sonhos para o mais longe de suas mãos.

- Aonde pensa que vai, Hinata? – Perguntou fazendo com que a menina parasse de andar imediatamente.

Respirando fundo para acalmar toda frustração e raiva que tentou dominá-la, a morena se virou lentamente para o corredor e encarou seu pai que a observava de maneira dura e séria. Os braços cruzados indicava que estava intransigente e tentando não se levar pela ira.

Agora, estou ferrada... – pensou temerosa daquela expressão, vista nos raros momentos em que treinava com ele. O olhar da decepção.

Hiashi estava amargamente decepcionado, nunca imaginou que a doce e submissa garotinha iria fugir de casa. Esse comportamento era mais óbvio em Hanabi, que tinha o espírito livre e indomável. Por sorte, não sabia o motivo para sua primogênita estar fugindo de casa O que evitou uma fúria incontrolável. Mas isso não significava que permitiria aquele deslize.

A jovem até pensou em abrir a boca para pedir permissão ou inventar uma desculpa esfarrapada, entretanto se seu pai colocasse alguém para segui-la, teria um problema bem maior que esse.

- Volte para seu quarto. – Hiashi ordenou com a voz dura e severa, o que fez uma repentina e perigosa raiva fluir pela garota. Mesmo que seu lado submisso tenha a feito encolher seus ombros, não conseguiu conter o ódio de amargar suas feições, porque aquele tom de voz a desanimava.

Teve de segurar a língua para não dizer algo que ocasionasse um desfecho triste. E sem possuir mais o que fazer ou possibilidades para retrucar, tinha perdido o tempo para isso, restou engolir seu choro e voltar submissa para o quarto.

Mas, quando ela jurou que as coisas não podiam piorar, foi ai que tudo se tornou um completo caos.

Os atos aconteceram de maneira rápida e totalmente imprevisível, contudo para ela foi como se estivesse assistindo a um filme em câmera lenta. Seus olhos se arregalaram ao ver Ghost por trás da figura altiva do pai e sem pensar duas vezes correu para impedir que o machucasse. Entretanto teve de parar sua corrida para esquivar de um chute que vinha direcionado ao rosto. Por sorte conseguiu se agachar e rolar para trás, podendo assim encarar o inimigo.

Ativou o Byakugan e se preparou para a luta. Sua mente não conseguia acreditar no que via, o ninja que a atacara usava o protetor de testa da Aldeia Oculta da Nuvem.

O que? – pensou entrando em desespero, aqueles ninjas estavam se tornando seu pior pesadelo. – Pensei que isso já tivesse acabado!

Não teve mais tempo para pensar, pois precisou pular para o lado no exato momento que seus olhos captaram um golpe vindo às costas, aproveitando seu momento de distração. O ninja da Nuvem, que a atacara, caiu morto ao seu lado e quando elevou o olhar assustado e confuso para cima, viu que, mesmo gravemente ferido, seu pai ainda lutava para protegê-la. Ghost rosnou furiosamente por não conseguir acabar com a vida daquele homem. Ele era insistente e tentava a todo custo salvar a filha.

Não vou permitir que a leve! – Hiashi pensou enquanto se soltava de outro ninja que tentou segurá-lo, correndo para ficar ao lado da morena.

- Não se preocupe comigo. – Ele alertou para a garota, que o encarou com os olhos esbugalhados direcionados a ferida, assim que parou ao seu lado. – Lute!

Decidida a obedecer ao pai, Hinata novamente se prepara para lutar, mas suas defesas se desarmam assim que o escuta gemer de dor, ajoelhando-se ao seu lado. A morena não conteve o impulso em apara-lo e com os olhos lacrimejantes viu a dor estampada no rosto pálido do velho. Ele estava perdendo muito sangue devido à ferida aberta no peito, que manchava o kimono branco com um doentio tom escarlate.

- Desista minha querida. - Ghost disse se aproximando dos Hyuuga com seu sorriso vitorioso. – Acabou.

Quando ele terminou de dizer isso, outros shinobi da Nuvem apareceram com os braços carregados. Eles jogaram displicentemente os corpos maltratados de Koichi e os guardas no chão, manchando a terra com um tom escarlate. Hanabi também havia sido capturada e imobilizada, usava pijamas, o que demonstra a vulnerabilidade de quando a capturaram. Ela ainda lutava para se libertar das mãos firmes que a restringiam, enquanto era arrastada para o centro do pátio.

Ao notar o desespero nas feições da morena mais velha, Ghost aproveitou que a irmã caçula da líder estava presente e socou a garota que gemeu de dor, parando imediatamente de se contorcer.

Hinata soltou um soluço de medo e desespero. Aquilo era demais para seu coração, não podia fazer mais nada, havia sido vencida pelo inimigo. E como castigo, ia assistir suas mortes. A sensação que dominou a alma era fria e desgastante.

- Nee-chan... – Hanabi sussurrou para a irmã que continuou paralisada ainda a observando.

- O que você quer? – A líder gritou furiosa por ter as pessoas que ama machucadas. As lágrimas deslizavam por suas bochechas livremente, não tinha medo da morte, mas a temia por causa dos outros.

Ghost gargalhou friamente, estava se divertindo com o sofrimento da garota. Um sofrimento que não duraria por muito tempo. Isso era para a sua felicidade e depois de décadas tentando, iria conseguir seu verdadeiro objetivo e ninguém iria para-lo.

- Achei que tivesse deixado isso claro no nosso último encontro. – Disse se aproximando da morena, que o encarou com fúria queimando seus olhos. – Me odiar não vai melhorar as coisas. – Falou passando o indicador pelo rosto da moça. Hinata virou o rosto, mostrando-se enojada com seus toques. – Não seja assim... Ah, tanto faz. Você vai ser minha mesmo!

Ao rir vitoriosamente de sua subjugação, virou-se para o grupo de ninjas subordinados e ordenou que largasse a pequena Hyuuga. A garota caiu no chão sem forças para se erguer. Sem paciência para aquele drama, com seu tempo reduzido, ordenou que amordaçassem Hinata e a carregassem para fora dali.

E antes de seguir o grupo, ele se agachou perto do velho Hyuuga e sorriu perversamente ao ter os olhos frios do Hyuuga sobre si. Sua vingança estava quase que completa. Ele adoraria ser caçado por Hiashi, como também ficaria satisfeito em destroça-lo, mas se contentou em ver toda sua dor.

- Parece que você perdeu dessa vez, velho. – Cuspiu triunfante para o derrotado oponente.

O velho Hyuuga tentou protestar, não podia permitir que aquilo acontecesse novamente. Mas tudo que saia de sua boca foram gemidos secos de dor. E pela primeira vez, desde que prometeu jamais derramar uma lágrima após a morte de Himiko, começou a chorar com medo do futuro que haviam preparado para a filha. Ele era um inútil.

Imobilizado e fraco demais para lutar, assistiu a partida de Ghost, o seu pior inimigo e causador de sua completa desgraça.

*

Naruto corria com muita empolgação para a entrada do clã Hyuuga, exatamente como havia combinado com Hinata.

Ele estava vestindo roupas especialmente escolhidas para aquela noite. Não queria usar a seu típico uniforme jounin. O momento necessitava de um traje especial e devido a isso, acabou por se atrasar, pois, como nunca teve experiência para esse tipo de coisa, teve de pedir ajuda a Konohamaru – afinal os dois agora tinham um segredo em comum –. Contudo o Satutobi demonstrou ser mais indeciso e inútil do que previa, traduzindo, uma péssima escolha. Ele culpava, com toda indignação possível, o rapaz pelo seu atraso.

Felizmente a sorte estava ao seu lado e ficou aliviado ao ver que a morena não havia aparecido no ponto de encontro no horário marcado. Nervoso pelo compromisso tão aguardado e esperou por ela do lado de fora até que perdeu sua curta paciência. Displicentemente, colocou a cabeça para dentro da entrada do clã. Ele olhou para cima e para baixo na tentativa “discreta” de certificar que ninguém poderia encontra-lo ali.

Franziu o cenho quando viu dois guardas desmaiados, ao lado da entrada, e isso alertou seus sentidos. Naruto não sabia o que pensar, mas uma sensação inquietante, de que algo ruim estava acontecendo com a morena, o forçou a correr até a casa principal.

Ao chegar à frente da casa, viu que não havia guardas e a porta estava completamente escancarada. Não havia dúvidas de que a situação era diferente das outras vezes em que entrou ali. O clã parecia deserto de tão silencioso. Alertado sobre o iminente perigo, correu de maneira desenfreada para dentro da casa e ao entrar no corredor principal se deparou com uma terrível cena. Vários Hyuuga estavam espalhados pelo pátio, todos machucados e necessitando de tratamento médico com urgência.

O Uzumaki escutou um gemido e virando para o lado esquerdo, viu uma figura encurvada no corredor, que tentava a todo custo continuar andando. Mesmo estando escuro, conseguiu distinguir quem era a pessoa no escuro. Ele o ajudou a se reerguer, sentindo o sangue quente escorrer entre seus dedos.

- Naruto? – A figura desconhecida perguntou com o choque transbordando em sua voz enfraquecida.

- Hiashi? – Naruto questionou com a voz esganiçada e se desesperou de uma vez por todas.

- Você tem que salvá-la... – Ele falou com dificuldade, o esforço em se manter acordado o deixou ofegante. – Impedir que ele a machuque...

- Ele quem? – Perguntou freneticamente, a mente não conseguindo ficar quieta naquele momento, não tinha um bom pressentimento sobre isso. Seus olhos sondaram a escuridão, a procura da pessoa que inquietou seu coração. – Cadê a Hinata?

- Ghost a levou... – Hiashi respondeu e observou o semblante pálido do Uzumaki, o garoto agora não reagia as confirmações de seus pensamentos. – Você tem que impedir... O ritual...

Dizendo isso, começou a tossir sangue, sentindo que suas forças finalmente estavam se esgotando. Mentalmente amaldiçoava Ghost por ter se aproveitado de sua distração e da fraqueza do Byakugan, machucando-o de maneira fatal. Mas aquela não era hora para lamentações, tinha de conseguir sua filha de volta antes que seja tarde. E com o que restava de suas forças agarrou a blusa do louro, forçando-o a encará-lo com firmeza. A camiseta escura ficou manchada de rubro.

- Você precisa ir! – Disse energeticamente apenas para resmungar de dor no final, se sentia tão ridículo por não poder proteger a própria filha e cumprir seu papel como pai.

Naruto travou a mandíbula com força. Dessa vez não teria pena do Ghost, tinha de derrota-lo a todo custo e livrar Hinata daquele mal. Sendo assim, depositou cuidadosamente o velho homem no chão de madeira, se preocupando em ver se ainda respirava, levantou-se e formou dois clones seus em seguida.

- Você. – Apontou para o clone da esquerda. – Vá atrás da vovó e relate tudo que aconteceu... – O clone concordou e prontamente correu para fora da casa, imediatamente virou-se para o clone restante. – Você vá ao hospital e peça para virem imediatamente.

Concordando com as ordens, o clone marchou para fora do clã, tornando-se uma sombra.

O que você vai fazer? – Kurama questionou o louro que tinha as feições endurecidas.  

- Trazê-la de volta.  – Respondeu em voz alta e partiu para fora do clã.

No caminho até a saída de Konoha ativou o modo Sennin, não precisou nem se concentrar direito, pois de longe sentiu o chakra do inimigo não muito distante. Ele estava escondido na floresta ao redor da vila.

Com mais pressa, Naruto rumou diretamente para a força sentida.

*

- O que você disse? – Explodiu a Quinta Hokage de maneira espantada e irritada.

Não suportando ficar sentada, levantou da cadeira num pulo e encarou o clone do louro que conversava de maneira calma, era tão distinto do verdadeiro Naruto. Tsunade sabia que a situação não estava calma, tinha de agir com urgência, a situação exigia isso.

Aquilo não pode acontecer novamente... – pensou preocupada.

- Shizune! – Gritou o nome da moça que correu apressada para dentro da sala.

- Sim, Tsunade-sama? - Perguntou solicita, se assustando com o semblante sério e tenso da loura.

- Chame o Sasuke com pressa e vá até o clã Hyuuga com a Sakura, leve os melhores médicos da equipe. Ocorreu um ataque por lá, então tomem cuidado.

- Certo! – Falou já saindo da sala, indo diretamente para o prédio da ANBU.

Tsunade bateu o punho na mesa, tentava segurar as lembranças horríveis do seu passado, que sempre seria manchado por sangue. Não podia imaginar como Hiashi estava se sentindo, mas tinha certa noção, ela mesma não conseguia segurar a dor em seu coração. Era como se aquela cena triste e horripilante estivesse sendo novamente executada...

- O meu eu verdadeiro está se aproximando do inimigo... – Avisou o clone fazendo a Hokage olhá-lo desoladamente.

- E como ele está? – Questionou temerosa da resposta. Tudo o que mais desejava era que Naruto estivesse controlado e seguisse firme para salvá-la.

- Disposto a trazê-la de volta a qualquer custo.

Aquilo não surpreendeu a Senju, era um comportamento típico do rapaz. Fazia parte do que Naruto era. Apenas desejava que o final próximo não acabasse com suas convicções...

Deixe de pensar asneiras, velha tola! – disse para si com muita raiva. – Confie nele, ele irá salvá-la.

Nesse meio tempo, Sasuke entrou apressado na sala, sabendo superficialmente do que ocorria. Ficou intrigado ao saber que o Uzumaki estava presente, mas então percebeu que era apenas um clone.

O verdadeiro Naruto está em ação...

- Sasuke! – Tsunade chamou sua atenção com a voz tensa e dura. – Convoque Kakashi e Kurenai. Não permita que Kiba ou Shino entrem nessa luta e se um deles insistir peça para que Sakura os incapacite. Ninguém deve entrar naquela luta fora vocês e a mim. Estamos entendidos?

As ordens surpreenderam os dois rapazes presentes, despertando-lhes a curiosidade.

- A senhora vai lutar? – Perguntou o Uchiha que o trocou um olhar preocupado com o clone.

- Sim... – Disse enquanto contornava a mesa. – Preciso me envolver nessa briga. Vamos!

Chamou os rapazes que prontamente concordaram e a seguiram para fora da sala. Logo em seguida o clone desapareceu, havia sido chamado por Naruto.

*

- Espero que a Hinata-chan esteja bem. – Shizune confessou pesarosa para Sakura ao seu lado, que curava um dos guardas Hyuuga.

A Haruno nada respondeu, mas estava preocupada e ao mesmo tempo confiante de que Naruto a traria de volta. Sã e salva. Entretanto tinha algo dentro de si... Uma parte negativa que tentava a todo custo abrir seus olhos...

Ela sabia como era o estilo de luta do Ghost, tinha uma queimadura em seu punho devido a uma névoa venenosa que ele havia soltado sobre si, durante aquele combate no vale. O inimigo tinha muitas artimanhas, mas sempre se demonstrou contido. O que eles enfrentaram há dias não seria em nada comparado a agora. Queria poder ajudar os amigos, só não podia, pois tinha de comandar a equipe médica. Primeiro seguiria as ordens de sua mestra e, quem sabe, teria tempo de ajudar no resgate.

- É verdade... – Um dos paramédicos resmungou para o outro, perto o suficiente das ninjas médicas. A conversa tinha um tom tão escandalizado que isso atraiu suas atenções. – A Hokage-sama saiu em ação junto com o Uchiha-san, Kakashi-sensei e Kurenai-sensei... A coisa está séria para precisar de dois ninjas especialistas em selamento.

Shizune e Sakura se entreolharam, em seus rostos estava à mesma expressão de seriedade e dúvida. Elas apenas puderam rezar para que nada de ruim acontecesse. A Haruno não parava de se perguntar o motivo de sua sensei convocar dois ninjas seladores. Havia um real motivo para isso?

- Sakura...

A rosada rapidamente parou o que estava fazendo, para virar-se e encontrar Sasuke a olhando com frieza. Os olhos negros pareciam mais calmos e serenos do que o normal. Era o indício de que se preparava para um processo delicado e perigoso, a missão exigia toda sua concentração.

- O que aconteceu? – Perguntou ansiosa por novidades, queria acalmar seu coração que repentinamente pareceu ficar pesado.

- Onde estão Kiba e Shino?

- No hospital, por quê? – Ela estreitou os olhos e esperou o Uchiha demonstrar alguma reação atípica. Entretanto, ele permaneceu calmo e introspectivo.

- Não os deixe sair de lá... Ordens da Hokage. – Dizendo isso se virou para sair, mas a voz da Sakura o impediu.

- Tome cuidado. – pediu a meia voz e decidiu acrescentar algo que talvez a aliviasse. – E não deixe o Naruto se machucar, em nenhuma hipótese.

O moreno parou por um segundo, provavelmente pensando no que a rosada havia pedido, processando o significado por trás daquelas palavras. Entendia sua preocupação, porque também se sentia inquieto em relação à missão. Ela estava pedindo para que ajudasse o amigo caso tudo dê errado. Antes de voltar a correr, o rapaz deu uma breve olhada para a amada e saiu em disparada.

A Haruno sabia que aquele olhar era uma promessa silenciosa. Seu amado estava prometendo proteger a si e ao melhor amigo, mesmo que isso lhe fosse trabalhoso. Com o coração mais calmo, voltou a trabalhar e silenciosamente jogou suas preces para a Hyuuga.

 Que tudo fique bem... – desejou com força e convicção.

*

Hinata não chorava mais, estava mais calma do que pensava poder estar. Sentia a alma terrivelmente leve, aceitando sua morte com uma tranquilidade assustadora.

Ghost havia a depositado no chão, sentada na grama como se estivessem num passeio. Estavam em alguma parte da floresta aos arredores de Konoha, conhecia com a palma da mão aquela vegetação e facilmente se localizava, embora não tenha lembrado ter ido ali. A luz da lua rescindia diretamente sobre o corpo delicado da garota. Ele a olhou por cima, ansioso para que o ritual desse certo, não suportando a impaciência que tentava romper a borda pacífica de seu sorriso. Aquela ambientação, a imagem da Hyuuga amarrada sob aquela luz prateada, os ninjas da Nuvem ao seu redor preparando o ritual. Suas feições pálidas e calmas da aceitação da morte, o traziam de volta para o passado.

Não fazia muito tempo o que havia acontecido. Elas eram tão parecidas, que chegava excitá-lo com as probabilidades que lhe eram disponibilizadas.

- Agora entendo o motivo de seu pai ter te trancado a sete chaves, naquela vila imunda. – Falou para a morena que levantou seu olhar, que surpreendendo-o com ódio encravado naquelas delicadas pérolas.

- Do que você está falando? – A voz estava fria e endurecida.

- Da sua semelhança com Himiko... – Hinata arregalou seus olhos não conseguindo compreender o que estava acontecendo. – Aquele velho mataria qualquer um que te ameaçasse. Vocês são tão idênticas. O cabelo, o tom de pele... Até mesmo a voz e cheiro. Isso não surpreende, mas explica a obsessão que ele tem pela filha mais velha. – Falou abrindo um sorriso frio e fraco. – Você é a única lembrança viva da Himiko.

- Como você a conheceu? – Dessa vez a morena se demonstrou hostil e ferida. O assunto era perigoso.

- Ele não te contou, não é mesmo? – Retrucou sarcasticamente, provocando ondas nervosas em seu corpo. – Hyuuga Himiko foi minha primeira vítima. Tenho de dizer que seu pai foi um pé no saco. – Rosnou irritado pelas lembranças que, repentinamente, o assombraram. – Se não fosse por ele, o ritual teria dado certo e você não estaria aqui.

- Que ritual é esse? – Hinata ofegou em desespero, ele havia abalado qualquer sensação pacífica ou controlada que havia a dominado. – O que aconteceu com a minha mãe? O que eles têm haver com isso? Era por causa do Byakugan?

- Ei, ei... – Ghost tentou acalmar os ânimos exaltados da garota que nem respirava direito. – Uma pergunta de cada vez.

- Você é louco!

A garota rosnou levemente enfurecida, tentando se livrar das restrições postas em seus braços e pernas. Contudo estava muito bem fixada no chão. Os inimigos não pareciam brincar em serviço.

- Se continuar a me ofender não te explicarei o que está acontecendo. – Disse em tom repreensivo, o que fez a morena trincar os dentes, mas controlar seu lado irracional e assustado. – Muito bom... – Murmurou satisfeito. Andou para perto da garota e se sentou ao seu lado. – Vamos responder as suas perguntas, sim?

Hinata grunhiu exasperada por estar nas mãos dele. Queria voltar para casa ou pelo menos receber notícias de sua família.

- Você primeiramente me perguntou o que é este ritual. Bom, o que posso lhe dizer é que ele se chama “ritual da Lua Nova”. E sobre o que Himiko e seu pai têm haver com isso? – Perguntou para si virando seus olhos cinzentos para a garota, que tremeu com medo da resposta. – Sua mãe fez parte disso. Ela era necessária como você está sendo. – Ele respondeu ainda a olhando, o vento gélido da madrugada balançou seus cabelos escuros. – Se não fosse o Hiashi, hoje eu teria minha amada de volta. Mas não. Ele teve de atrapalhar...

- Você amava minha mãe? – Ela questionou sentindo seu estômago revirar com a ideia.

- Não. – Ele riu da ideia da garota e isso a deixou mais confusa. – Você ainda não entendeu? Então vou esclarecer as coisas. – Disse virando-se totalmente para ela. – Você e sua mãe são as cascas perfeitas para o ressureição da minha querida amada... Você deixará de existir a partir de hoje...

- Não...

Hinata ofegou tentando se afastar do homem que inapropriadamente se aproximou, mas foi impedida pelas amarras fixadas no chão. Ghost riu da ação exagerada e desnecessária da morena, e seguiu indo para fora do círculo formado ao redor da Hyuuga.

- Senhor, - Chamou um de seus subordinados que parecia preocupado e inquieto. – sentimos um chakra forte e estranho vindo nessa direção. Tomamos alguma ação?

Perguntou para Ghost que sorriu animado com uma cruel e repentina ideia que dominou sua mente. Ele não esperava que aparecesse tão rápido. Aquele verme insignificante estava se tornando um espinho em seu sapato, tomando o papel que Hiashi interpretou no passado.

- Iniciem o ritual. – Ordenou confiante, indo na direção apontada pelo subordinado anteriormente, preparando-se para a batalha. – Eu cuido do nosso intruso.

Sendo assim, só restou ao ninja da Nuvem seguir seus companheiros para o círculo e iniciar o ritual da Lua.

*

Naruto corria feito um relâmpago na floresta, tornando-se um simples vulto luminoso, deixando um rastro furioso atrás de si. Devido ao seu modo Sennin, que teve a precaução de permanecer ativado, conseguiu a localização de Ghost e sua trupe. Sabendo disso, durante o caminho se fundiu ao chackra da Kyuubi, tornando-o triplamente mais veloz, praticamente desaparecendo. Ele estava preparado para aquele embate, estava focado e concentrado, não se permitiria perder.

- Pelo visto você nunca sabe quando parar... – Uma voz risonha ressoou pelo lugar, forçando-o a parar de correr.

O louro olhou pelo lugar e tentou enxergar seu inimigo, os olhos queimando intensamente de raiva.

- Eu sei que é você Ghost. – Falou com seriedade, a voz dura cortando a escuridão. – Pare de se esconder, que isso já me tirou do sério.

O ninja da névoa riu debochadamente das palavras rudes e frias do rapaz, agindo de maneira despreocupada. Ele saiu da sombra de uma árvore e se mostrou para o oponente.

- Você é o Naruto, não é? – Ele questionou simpaticamente, lembrando-se da força que seu oponente tinha. – Sinto lhe dizer, mas você não vai avançar.

- É mesmo? – Naruto abriu um sorriso que desprendia sarcasmo e cruzou seus braços encarando o inimigo com firmeza, mostrando-se confiante de suas habilidades. – Eu duvido você me parar.

Repentinamente Ghost viu Naruto se tornar um raio alaranjado e desaparecer no ar. Ele arregalou os olhos sem consegui acreditar no que havia acontecido, até que sentiu o chackra do garoto passar ao seu lado. Então com muita agilidade se impulsionou para trás e ergueu a kunai gigante para impedir o progresso do Uzumaki.

A ação dos dois aconteceu em milésimos de segundos, num mísero piscar de olhos. Naruto parou seu progresso e olhou irritado para o Ghost, que sorriu em ironia, parado a sua frente como se estivesse triunfante e saísse vitorioso daquele combate.

- Eu disse que você não ia passar.

- Você não me deixa escolha... – Naruto avisou com pesar e fechou os olhos para se concentrar.

Tem certeza que não quer utilizar o modo Biju? – Kurama questionou seu hospedeiro que negou mentalmente.

Tenho uma ideia bem melhor! – disse para a raposa que rosnou em concordância.

Decidido a ganhar do inimigo, Naruto se lembrou de tudo que aprendera com Hagoromo Otsutsuki e utilizou a Técnica Sábia dos Seis Caminhos.

Ghost novamente ficou impressionado com a força repentina que emanava do louro. Ele viu o rapaz receber o manto de chackra, a Esfera da Busca da Verdade, que rodearam suas costas, da qual duas delas se tornaram bastões. Não havia dúvidas, tinha a certeza de que aquela era a verdadeira técnica criada por Hagoromo.

Aquele poder opressor o irritou de formas absurdas, odiava com todas as forças do homem que, há muito tempo, destruiu sua vida.

- Você vai morrer garoto! – Espumou irracionalmente, os olhos enxergando vermelho, o que fez Naruto encará-lo com surpresa devido à repentina demonstração de falta de controle. – Você e essa técnica irão desaparecer para sempre!

Gritou furioso e levantou sua kunai, atacando-o em seguida com velocidade e muita força. O louro ao ver tal investida juntou chakra nas plantas dos seus pés e se impeliu para frente.

O choque do bastão e da kunai produziu um impacto poderoso que pode ser sentido a quilômetros de distância. Com uma força descomunal, Naruto impulsionou suas pernas, cravando as sandálias no solo. Isso fez com que Ghost recuasse ainda mais, sentindo dificuldade em manter resistência. Os dois rosnavam e duelavam forças, como se não fossem capazes de controlar-se mais. Por onde seus pés tocavam, o chão rachava devido à opressão crescente de seus poderes.

- Naruto-kun! – Hinata gritou assim que viu a figura conhecida do louro entrar na clareira.

Naruto desviou um segundo sua atenção para a garota atrás de seu oponente. Vendo o desespero cravado nas feições delicadas da morena, a raiva do louro aumentou, motivando-o a usar mais força para derrotar aquele homem e pegar a morena em seus braços.

Levantando o seu bastão junto com a arma do inimigo, o jovem Uzumaki libertou sua mão direita e com os braços de chakra formou um Biju Rasengan. Ghost, ao ver aquela acumulação maciça de poder, se esquivou do oponente chocando a kunai no bastão, pulando para trás, bem no exato momento em que o ataque iria acertar o alvo, que por sinal era seu peito.

O Biju Rasengan foi desviado para o chão provocando uma explosão de poeira e bolos de terra voando no ar seco. Naruto se virou para ele, que estava ofegante e impressionado com o poder imenso do ataque. O buraco que estava formado atrás dele significava sua aniquilação completa. Se algum golpe dessa magnitude acertá-lo seria o fim de tudo e isso não era nenhum pouco aceitável.

Antes que ambos novamente continuassem o duelo, o grito visceral da Hyuuga atrai suas atenções. O ritual teve seu início.

Ao redor da Hinata, repentinamente como se a luz do luar tivesse descido do céu, um forte lampejar prateado cobriu seu corpo. Dentro desse círculo luminoso, a garota teve a sensação de que algo tentava arrancar sua alma a força. A dor era insuportável, tanto que não percebeu que gritava por ajuda. Sua mente e corpo gritavam em agonia, sua alma ainda lutava para se manter firme, como se fosse um elástico tensionado até o ponto em que, momento ou outro, romperia. Seria essa um tipo de batalha, que desde o início, era perdida. Não havia como impedir aquilo, estava, literalmente, de mãos atadas.

- HINATA! – Naruto gritou em agonia, sua alma também estava sendo maltratada por seus gritos, como se estivesse sendo rasgado por eles. Precisava salvá-la a qualquer custo.

Se esquecendo por completo do duelo, correu em direção a morena, pronto para retirá-la de dentro daquela luz e acabar com todo seu sofrimento a força, ignorando qualquer detalhe ao seu redor. Ele tentou se aproximar, mas não previu a tempo o ataque do inimigo que, com três clones, o segurou no lugar. O Uzumaki estava preso, tentou se soltar das mãos que o prendiam, entretanto aqueles não eram clones da névoa comuns. Eles estavam sugando seu chakra.

Garoto! – A Kurama chamou sua atenção com um rosnado animalesco reverberando em seu interior. – Eles vão tomar todo o nosso chakra dessa maneira, se você não recuar...

Dane-se! – Naruto retrucou com fúria, os olhos não largavam da figura sofrida da morena, que estava a poucos passos de distância. Se se esforçasse mais conseguiria alcançá-la. - Peça para aos outros Bijus que substituam o chakra perdido! Tenho que salvá-la!

 E foi com esse pensamento que continuou a se debater, sem jamais desistir de seu principal objetivo. Mesmo sentindo suas forças serem sugadas, não se permitia entregar-se tão facialmente. Porém de nada adiantou, isso apenas aumentou a pressão dos braços que o restringiam, sendo obrigado a observar o ritual. Com impotência, viu o corpo da Hyuuga sendo erguidos metros de distância do chão, totalmente liberta de suas amarras, que haviam sido desintegradas. Era horripilante observar o que aquela energia prata fazia. Ela sugava a vida dos dez ninjas ao redor do círculo, justamente os ninjas da Nuvem, que haviam realizado o ritual.

Ghost ria animado, apreciando o espetáculo que estava ocorrendo bem à frente. Dessa vez tudo estava ocorrendo tranquilamente bem, e ele a teria de volta... Depois de tanto tempo separados poderiam ser unos. Suas almas errantes se juntariam, mas da maneira correta.

Por ironia do destino, assim se o iniciou o fim.


Notas Finais


Comentário? Até a próxima! ^^


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