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História Pérolas e Safiras - Reunião: Time Kakashi e Time Kurenai


Escrita por: thereddiamond

Notas do Autor


Ha! Olá, como vão vocês? Espero que estejam bem! ^^
Bom, não há muito o que falar, somente tenho a agradecer aos comentários passados e também aos novos leitores. Sintam-se abraçados e beijados por mim! XD
Por isso, muito obrigada e tenham uma boa leitura. Bjus, ;)

Capítulo 7 - Reunião: Time Kakashi e Time Kurenai


Kiba corria a toda velocidade para a entrada de Konoha, com Akamaru em seu flanco. Como o combinado, todos deveriam se reunir em frente à saída, às três da tarde, e partir de imediato assim que os times estivessem completos. O Inuzuka estava animado, afinal não era todo dia que, ele e seus colegas de time, se reuniam para uma missão desde que se tornaram jounin.

O moreno tinha de estudar para se tornar um veterinário, passava o dia inteiro com sua irmã Hana para aprender a medicina veterinária, que cobrava muito dele. Shino trabalhava para o ANBU, passava muito tempo fora da vila para realizar missões e era uma raridade encontra-lo em casa. Com Hinata a situação era ainda pior, como assumiu a responsabilidade de liderar um clã acabou por compactuar com a separação da equipe. Suas atribuições e tarefas eram inacabáveis e impossíveis para serem deixadas de lado.

Devido a todas essas problemáticas, o momento em si, merecia essa animação do belo rapaz. Eles seriam uma equipe novamente!

Quando faltavam metros para chegar ao seu destino, o moreno viu Naruto e Shino que pareciam conversar, ou melhor, o louro monologava, já que o Aburame se mantinha frio e introvertido. O Uzumaki tentava, a todo custo, fazer o Shino sair de sua imobilidade e risse de alguma de suas piadas, entretanto ao escutar a saudação exagerada do Kiba, decidiu deixar isso de lado e conversar com uma pessoa mais extrovertida e menos sinistra.

- Ora, vejamos se não é o Naruto! Quanto tempo? Pelo visto você tentou ganhar de mim em altura, mas como sempre perde não é mesmo!

Kiba provocou o louro que apenas sorriu ironicamente e rapidamente os dois entraram em uma discussão sobre quem vencia quem. Era uma competição saudável que renovava a amizade entre eles. E, por sinal, o jovem Inuzuka não era muito mais alto que o Uzumaki, havia uma diferença mínima de dois centímetros.

Foi dessa maneira que Hinata os encontrou. Vinha correndo apressada por achar que tinha saído tarde demais do clã, mas ao ver que o Uchiha e a Haruno ainda não estava entre o grupo, diminuiu seus passos, andando até os três com calma. Estava temerosa e animada com a convocação do seu antigo time, como também a presença do time Kakashi.

Akamaru que estava sentado ao lado do Aburame, que ignorava os outros dois se mantendo de braços cruzados, ao ver a aproximação da Hyuuga logo abanou seu rabo e latiu feliz, avisando a presença da moça. Era um pedido para que os rapazes se comportassem. Ao escutarem o latido, Naruto e Kiba param instantaneamente o que estavam fazendo para observar quem havia atraído à atenção do cachorro. O Inuzuka ao ver que sua amiga se aproximava, abriu um sorriso charmoso e a abraçou quando chegou perto do grupo.

- Hinata! – Exclamou alegre e prontamente Akamaru veio ao encontro dos dois, excitado pela presença da morena. – Eu e o Akamaru sentimos sua falta! Deveria ir nos visitar, sabe?

A recriminou muito bem humorado, se separando da garota que tinha as bochechas coradas de vergonha, mas que sorria amavelmente para o amigo. Jamais se sentiria intimidado por ele. Diferentemente de quando estava perto do louro, entretanto isso era outra história.

- Acho que andamos muito ocupados esses meses. – Ela respondeu docemente enquanto acariciava a cabeça do cachorro, que não parava de abanar o rabo, satisfeito com o carinho da bela moça.

 - Sabe... – Kiba murmurou mais perto da amiga transformando a conversa mais secreta. Mesmo que a garota ficasse constrangida pela repentina aproximação, contudo tinha curiosidade o suficiente para se manter por perto. – O Naruto está aqui. Você não vai desmaiar né?

- K-kiba-kun! – Ela o recriminou corando envergonhada devido à provocação do garoto. Não conseguia mais encará-lo, por conta do seu histórico vergonhoso de sucessivos desmaios, desviando os olhos para seus pés.

Em resposta àquela típica reação da doce amiga, o Inuzuka gargalhou deixando-a superficialmente irritada por ter caído na provocação do rapaz. Ás vezes adoraria ter menos vergonha e aproveitar a brincadeira, agindo de maneira leve. Decidida a ignorar as bochechas quentes, foi cumprimentar o Aburame que olhava a cena em silêncio, recriminava mentalmente as ações exageradas de Kiba em deixar a amiga irritada. Não gostava de atritos. E mesmo que Shino nunca sorrisse ou demonstrasse qualquer emoção, Hinata o conhecia o suficiente para saber do quanto é especial. Ele é um grande companheiro e aliado. Um ótimo amigo.

Enquanto o time Kurenai se cumprimentava, Naruto observou a reunião com interesse. Era curioso ao ver como a morena se comportava diferente na presença dos companheiros. Pareciam tão íntimos. Não podendo evitar em sentir-se um pouco possessivo, quando Kiba abraçou Hinata. Um sentimento amargo e nada agradável azedou o momento companheiro, culminando ao ápice com aquele entrosamento entre eles, aquela aproximação certamente lhe era perigosa, fazendo um gorgolejar irado se formar na garganta.

Naruto achava que estava ficando louco por estar sentindo essas coisas, não podia se achar dono dela, impedindo-a de falar apropriadamente com seus amigos. Contudo, se a atenção da morena não estava apontada para ele, tal sentimento enervante o dominava. O que mais queria era separá-los a força e puxá-la par mais perto de si.

- Quer um açúcar pra ver se melhora essa cara? – Ele tem seus pensamentos interrompidos por Sasuke que acabara de chegar ao ponto de encontro. E mesmo depois de ter cumprimentado os companheiros de missão, acabou por ser ignorado pelo amigo, que estava trancado em seus pensamentos.

O Uchiha ficou extremamente intrigado ao tomar noção da cara azeda dele e não pode deixar a oportunidade de irritá-lo escapar. Se o louro soubesse do papel de tolo que estava fazendo, talvez não estivesse ali parado e sim investindo na Hyuuga.

Importunado pelo comentário, o Uzumaki rosnou ameaçadoramente e decidiu que o melhor seria ignorá-los, por enquanto. Mesmo que tal tarefa fosse árdua, afinal sua mente diabólica se focou inteiramente na Hyuuga, fazendo-o relembrar de certos momentos do sonho, envergonhando-o ao ponto de ter que desviar o olhar para Sasuke.

- Onde está a Sakura-chan? – Questionou num tom curioso, mudando de vez o foco dos pensamentos, ganhando uma resposta negativa do amigo, que teimava em encará-lo com um sorriso arrogante queimando seu rosto.

O louro franziu o cenho para aquela reação, certamente, esquisita. Repentinamente começou a pensar que, quando se referia à rosada, o moreno abria aquela expressão iluminada, que suavizava o rosto. Sem dúvidas algo estava acontecendo, bastava descobrir do que se tratava.

E, o que verdadeiramente se passava na cabeça do Uchiha, eram coisas que não poderia expressar em voz alta. Sabendo que não dariam para fazer qualquer coisa sem evitar a consequente descoberta de seu relacionamento, a rosada e o moreno decidiram tirar “o atraso”.  Como ele havia meio que, exagerado, acabou fazendo-a perder o horário em que deveriam se encontrar com os amigos.

- Hey! – Sakura gritou para o grupo enquanto corria ao seu encontro. – Não vão sem mim!

Concluiu antes de alcança-los, mantendo um sorriso enormemente feliz no rosto belo. Com sua chegada, a confraternização do time Kurenai se encerra definitivamente. Shino, Kiba, Akamaru e Hinata cumprimentam os novos companheiros e assim partem para a nova aventura.

Naruto viu que a Hyuuga organizava sua mochila, dando uma última checagem em seus mantimentos, e quando a colocou sobre os ombros quase perdeu o equilíbrio por causa do excessivo peso. Sem pensar duas vezes, o louro se ofereceu para carregar a mochila, mas a moça logo recusou sem jeito, admitindo estar meio enferrujada para essas coisas, mas que se adaptaria a situação e que não precisasse se preocupar com ela. Mesmo resignado com a resposta negativa, o rapaz balançou a cabeça, concordando, e se manteve por perto para evitar qualquer problema.

Percebendo essa ação exagerada, Kiba decide provoca-lo dizendo que ele não suportaria o peso da mochila da Hinata. E como um amigo de time e infância, deveria carregar a mochila em seu lugar. A morena novamente discordou com o fato e negou sua ajuda, coisa que não evitou o ataque de nervos do louro, que entrou em uma amistosa discussão sobre quem carregava mais peso com o Inuzuka. Satisfeito com a reação provocada, retrucou novamente, chamando-o para um tipo de competição.

Desta maneira se iniciou a caminhada até o País dos Vegetais, da qual Sakura tinha certeza de que renderia bons frutos.

*

O grupo ninja decidiu que a caminhada estava durando mais que o previsto e, por fim, pararam para montar acampamento perto de um rio, que ficava localizado poucos quilômetros do seu destino.

Depois das barracas montadas e a fogueira acesa, as meninas decidiram fazer o jantar. Devido à falta de habilidade da Haruno em culinária, tal tarefa ficou para Hinata, que cumpriu sua missão com louvor. E com muita insistência, Sakura conseguiu fazer com que a morena lhe prometesse ensinar a cozinhar quando tivesse tempo livre, é claro.

Com o avanço da escuridão, Sasuke pediu para que todos fossem dormir, enquanto ficava acordado para vigiar o local e evitar dar de cara com o inimigo antes mesmo de se encontrarem com Fong. Seus instintos indicavam que algo estava errado e que a viagem tinha sido muito calma. Naruto também se voluntariou para ficar de tocaia, contudo o moreno recusou admitindo que trocaria de posto, com quem mais quisesse ficar em seu lugar.

E mesmo sob muitos protestos – por parte do louro – a equipe entrou nas barracas. As meninas ficaram com uma própria, dando-lhe mais privacidade, enquanto os meninos dormiam numa tenda improvisada, onde adormeceram assim que deitaram a cabeça nos colchonetes.

Bom, ao menos quase todo mundo adormeceu.

Em algum ponto da madrugada, Sakura saiu de sua barraca sorrateiramente e como haviam combinado, foi diretamente se encontrar com o moreno, que mesmo depois de terem passado a tarde juntos, não conseguiam se separar. Ela o encontrou encostado numa frondosa árvore perto do rio com o semblante sério e braços cruzados, apenas a sua espera.

Sem muita demora aproximou-se do rapaz e ali em baixo daquela árvore voltaram a se beijar como queriam ter feito na frente de todos.

*

Naruto observava tudo sem ser detectado pelos amantes, tentando engolir o caroço que se formou na garganta. Ele sabia que não seria detectado por ninguém, a não ser que quisesse, pois, afinal, eles estavam muito ocupados se beijando.

O louro observava tudo da encosta de uma colina, que aos poucos demonstrava duros sinais de erosão, que ficava perto o suficiente do rio e tendo uma ampla visão da árvore de onde Sasuke e Sakura estavam. Ele não sabia o que dizer sobre os sentimentos que o envolviam. Era uma mistura confusa de sensações que deixava o coração apertado. Sentia-se traído, mas não sabia se era devido ao fato de ter descoberto o segredo ou se por ter certeza de que jamais conseguiria ter algo com a Haruno.

Ele se arrependia amargamente da ideia que teve em tentar surpreender o amigo. Deveria ter ficado dentro da tenda, sendo obrigado a escutar os roncos do Kiba e o ressonar sinistro de Shino. Seu coração estaria menos dolorido se tivesse permanecido na ignorância. Certamente era algo que tentava se convencer sobre.

Entretanto havia um tom libertador nessa descoberta, não sabia como expressar, mas era como se tivesse pondo fim numa pendência. A um ciclo que demorou anos para ser completamente concluído. Talvez estivesse se abrindo para o que realmente sente pela rosada e que poderia por o ponto final naquilo. Ele se perguntava o motivo de não ter ido até o casal para atrapalha-los, porém se sentia um enxerido por ao menos estar ali os observando. Não queria nem ao menos se mover para perturbar aquela cena, deveria apenas retroceder seus passos e ir embora.

Seus pensamentos são interrompidos ao sentir um chakra estranho passar não muito longe de onde estava. Prontamente o rapaz deixou a cena de lado e, silenciosamente, decidiu seguir o rastro estranho. Suas intuições apontavam que aquele chakra provinha de um inimigo e para evitar qualquer confronto desnecessário, sem ter uma certeza absoluta, decidiu apenas segui-lo. E antes mesmo que avançasse muito, no mesmo instante em que pulou para o galho de uma árvore, foi pego distraído. Apenas sentiu mãos o arrastarem para se esconder atrás de um tronco grosso, tomando cobertura na copa da árvore. Justamente quando ia se defender, a voz conhecida fez parar de imediato sua tentativa de pegar uma kunai.

- Fique aqui. – Hinata sussurrou para o louro que ficou confuso, ao mesmo tempo em que aliviado.

- O que está acontecendo? – Ele perguntou no mesmo tom que a morena.

Com a luz pálida da lua, Naruto conseguiu enxergar um pouco o rosto tenso da Hyuuga. Ela perecia mais séria que o normal, a preocupação tornando suas feições suaves endurecidas, como se a situação a transportasse para outro mundo, uma nova personalidade.

- Tem alguém rondando o acampamento. – Respondeu com firmeza e olhou para o rapaz que, de repente, ficou mais sério. Os músculos de seu corpo ficaram tensos.

- Não deveríamos enfrenta-lo? – Hinata percebeu que ele estava trincando os dentes, parecendo se segurar para não atacar o inimigo sem ter seu consentimento.

- Não, - ela respondeu com seriedade e calculada frieza. – temos uma missão para concluir e não sabemos se ele realmente é um inimigo.

- Então vamos apenas deixa-lo ir embora? – O rapaz estava se segurando para não correr para o ataque, não estava com paciência e se tinha um provável inimigo ameaçando a segurança dos seus amigos, então tinha de resolver a situação.

Sabendo exatamente o que estava sentindo e pensando, Hinata tocou levemente o braço do louro, que se intimidou com aquele toque suave. Assustado pelo repentino contato físico, fitou a morena intensamente e viu o quanto ela estava odiando não poder agir.

- Precisamos ser cautelosos, Naruto-kun. Ele pode não ser nosso inimigo.

- Você tem razão... – Ele murmurou chateado. – Vamos observá-lo, é o mínimo que podemos fazer.

- Certo.

Sendo assim os dois trataram de procurar o rastro do espreitador. Naruto decidiu que o melhor seria seguir a morena, já que ela é a única que poderia dizer exatamente a movimentação dele a uma distância segura, sem ser detectados. Hinata guiava o louro com cuidado, andando pelas sombras em silêncio. Ele jamais deixaria de se impressionar com o tamanho poder que aqueles olhos tinham.

Depois de algum tempo esperando em uma árvore próximo as barracas, os dois decidiram, conjuntamente, que o melhor para todos seria se ficasse ali quietamente, apenas a espera de algum ataque. Tinham de montar uma estratégia.

- Eu perdi o rastro ao leste daqui... – Naruto reportou para Hinata que o olhou com preocupação, não sabendo o que pensar da situação. – Será que ele foi embora?

- Talvez... Também não tenho certeza. – Sussurrou desapontada por não poder fazer nada além.

- O que você fazia acordada? – Ele questionou o que se segurou para não perguntar antes. Tinha ficado curioso por vê-la seguindo o mesmo rastro, com o semblante incrivelmente alerta e desperto.

Hinata soltou um suspiro imperceptível, o rosto escondido pelas sombras nada revelava, aumentando o mistério em seu olhar. A jovem parecia estar finalmente cedendo ao cansaço da viagem.

- Eu meio que não consegui dormir e senti que algo estava errado, quando ativei o Byakugan vi que tinha alguém perto da minha barraca...

- O que? – Naruto expressou de maneira exaltada, obrigando-a reprimi-lo pedindo para que fizesse menos barulho. O rapaz estava sendo descuidado. Compreendendo a gravidade de sua reação, envergonhado se desculpou. – Por que você não chamou o Kiba ou o Shino?

Perguntou meio enraivecido por não ter estado perto do acampamento nessa hora. Sentiu-se culpado por não ter estado perto da barraca, por ela novamente ter estado perto do perigo e ele tão longe.

- Não tinha necessidade em acordá-los... Ele parecia apenas curioso... Não ia atacar.

- Pare de dizer isso com tanta certeza! – Ele retrucou com severidade, repreendendo-a por estar sendo tão despreocupada com sua segurança. Chegava a ser irritante vê-la agir assim.

Hinata o olhou com os olhos estreitos, surpresa por estar sendo severamente repreendida pelo louro. Aquilo era novidade. Ninguém tinha se importado ao ponto de reclamar dela por ser assim, pois sempre cobravam o contrário, para que agisse de maneira mais efetiva e racional.

- E você? O que estava fazendo acordado? – Desconversou na tentativa de fazê-lo esquecer sua imprudência. Mudar de assunto sempre demonstrou ser uma ótima estratégia para evitar assuntos conflituantes.

- Eu queria fazer uma surpresa ao teme... – Ele respondeu de maneira triste ao se lembrar da cena protagonizada entre seus companheiros de equipe.

- Ah! – Hinata falou com pesar. – Você viu...

Ela o olhou hesitantemente, começando a ficar preocupada com sua reação. Mesmo que o coração doesse por saber que ainda amava Sakura, não poderia permitir ser egoísta ao ponto de deixa-lo sofrer. Tinha de fazer alguma coisa para diminuir a dor dele.

- Você também viu? – Ele questionou voltando a observá-la, parecia temer que a resposta fosse positiva.

- Não, mas deu para imaginar quando não vi a Sakura-san na barraca. – Falou com suavidade sem deixar de olhá-lo. O rapaz baixou o olhar e soltou um suspiro. – Como está se sentindo?

Ele se surpreendeu com a percepção da jovem. Hinata evitava encará-lo, sentia que seu coração estava meio machucado por notar o sentimento de tristeza que parecia dominá-lo, devido à descoberta chocante. Ela começava a se chatear consigo por ainda pensar na própria dor, quando seu amado parecia devastado. Era injusto para os dois. Naruto não entendia direito o que sentia, sabia que estava chateado, mas não gostou de ver sua dor refletida no rosto da morena. Odiava saber que a estava machucando.

- Vamos esquecer isso e continuar o nosso trabalho. – Ele falou docemente para a Hyuuga, que concordou sem ainda olhá-lo.

Dessa maneira seguiram por um bom tempo, atentos para qualquer perigo ou movimentação estranha na noite prateada.

*

Já havia amanhecido no acampamento dos jovens shinobi.

Naruto e Hinata, mutualmente, concordaram em manter segredo sobre a noite passada, sobre a infrutífera perseguição, com isso cada um se isolou do outro, entretanto ás vezes trocavam olhares que diziam tudo ao mesmo tempo em que nada. Eles não sabiam o que aconteceria daqui para frente.

Sasuke tinha sua expressão leve e menos fria que a habitual, se sentia renovado como em todas as vezes que tinha uma noite com Sakura. A rosada estava estonteante e belíssima, seu sorriso era vivaz e contagiante. A Hyuuga e o Uzumaki olhavam para aquelas expressões e tentavam ao mínimo esconder os pensamentos tristes e desanimadores que passavam por suas cabeças. Eles nunca saberiam como era ter aquela sensação, a de estarem perfeitamente completos.

Ignorando isso, o grupo seguiu até uma pequena casa, que ficava na fronteira do País dos Vegetais. Os times olharam para a casa e se impressionaram com a quantidade de plantas ao redor dela. Era como se aquela construção feita de tijolos vermelhos tivesse sido erguida por trepadeiras, onde nas quais pequenas flores de uma frágil tonalidade rosa, floresciam na primavera. A ambientação era mágica e magnífica, os sons dos animais, os cantos dos pássaros e o som do rio que percorria perto dali. Um ótimo lugar para ficar e descansar.

Sakura sorriu animada ao ver uma figura encurvada atrás da cerca, que aguava alguns vasos de plantas expostas no parapeito das janelas. O cabelo arruivado brilhava como cetim sob o intenso sol quente.

- Fong-chan! – A rosada gritou enquanto agitava o braço acima da cabeça, atraindo a atenção da pequena mulher, que se virou apressadamente para a entrada da casa.

Yamamoto Fong arregalou os olhos ao perceber quem havia a chamado e se impressionou com o grandioso grupo que se aproximava pela estradinha de terra abatida.

- Sakura-san. – Fong a cumprimentou na mesma hora em que a Haruno atravessou o seu cercadinho e a abraçou com força. – O que faz aqui?

Questionou olhando curiosamente o grupo atrás da jovem, que se soltou da amiga e a olhou com mais seriedade.

- Sinto muito ter vindo te visitar dessa maneira, mas precisamos de sua ajuda. - Ela comentou com culpa sobressaindo de suas palavras.

Haviam erguido uma amizade depois da missão em que a Haruno deveria protegê-la e escolta-la para casa em segurança. Sakura gostou muito da jovem Yamamoto por causa de sua aparência, gestos sutis e calmos. Fong transmitia pacificidade, coisa que combinava com o local onde mora.

Sem pedir mais explicações, a sensitiva pediu para o grandioso grupo entrar em sua casa, sorrindo simpaticamente para todos. Por educação, Kiba pediu para que Akamaru ficasse do lado de fora. O cachorro grunhiu um pouco chateado por ter sido excluído, entretanto não lamentou o seu destino, pelo fato de ter encontrado diversão, ao tentar caçar borboletas no jardim florido da Yamamoto. Começou a entrar no quintal florido e se entremeou dentro dos arbustos, sentindo o focinho vibrar com a quantidade de fragrâncias que o lugar emanava.

Dentro da casa, Fong serviu chá com biscoitos para seus convidados. Naruto com fome e animação atacou com voracidade as guloseimas e em troca recebeu uma reprimenda da Sakura, que ficou envergonhada com sua falta de modos. Tendo a certeza que estavam todos confortáveis, a jovem anfitriã pediu explicações para a longa viagem dos shinobi e com muita calma, Sasuke explicou a necessidade e objetivo da missão.

- Então vocês precisão contatar uma alma... – A jovem Yamamoto raciocinou com sua fala mansa e doce. – Quem seria?

Perguntou para o Sasuke que prontamente respondeu com frieza.

- Alguém que conheça o Ghost.

- E qual o nome dessa pessoa? – Ela questionou enquanto servia mais chá para Hinata, que agradeceu envergonhada. - Você não conhece alguém próximo a ele? – Fong parecia preocupada com o êxito da missão e ao receber a confirmação negativa teve de suspirar, dando as más noticias. – Sinto muito, então não posso ajuda-los... Eu preciso de alguém que seja próximo a ele ou então não poderei contatá-lo.

- Como assim? – Dessa vez foi Shino que perguntou intrigado com o relato.

- Meus poderes funcionam de maneira com que sinta e converse com as almas, entretanto apenas posso contatar as almas perdidas neste mundo. – Explicou olhando firmemente para o Aburame. – Se a alma tiver entrado no que chamo de Cidade das Almas, então não posso falar com elas, pois estão em outro plano. Mas consigo expelir chakra suficiente para transportar no máximo duas pessoas para a cidade. – Disse pensativamente ao tomar um longo gole do chá, servindo-se de um biscoito com gotas de chocolate e avelã. – Contudo, esse alguém tem de ter algum sentimento com a alma procurada, senão a viagem não ocorrerá.

- Você está me dizendo que, para termos informações sobre o Ghost, vamos precisar de alguém que o conheça? – Kiba perguntou com a boca cheia de biscoitos.

- Sim, é isso mesmo.

- Infelizmente não conhecemos ninguém. – Sasuke falou meio irritado por ter atravessado um país inteiro para nada.

- Na verdade conhecemos... – Hinata se pronunciou pela primeira vez. Ela olhava para o chão e isso impedia que todos os outros descobrissem os sentimentos conflitantes que atravessava seus belos olhos. – Eu conheço.

Concluiu elevando sua cabeça e olhou firmemente para Fong que a fitou demoradamente. A jovem Yamamoto conseguiu ler todos os sentimentos que os olhos perolados transmitiam, nada escapava de seu exame minucioso. Ela conseguiu decifrar a Hyuuga em apenas três segundos e soube do quanto àquela garota era especial.

- Neji? – Sakura pensou em voz alta e recebeu a confirmação da Hinata, que se manteve calada por completo.

- O que? Você vai tentar falar com o Neji? – Naruto perguntou exaltado espirrando farelos pela sala. – Acho que isso não é uma boa ideia.

Afirmou com severidade, não querendo deixar que a morena se envolvesse em algo desconhecido. Ele não sabia o que era tudo aquilo, mas não podia permitir que passasse por perigos. Como o Neji antes de morrer havia confidenciado, a vida da Hyuuga estava em suas mãos e ele seria um imbecil em não protege-la com ferocidade.

- Neji? Como morreu e quem é ele? – Fong perguntou para a morena, não se perturbando com a atmosfera ao redor.

Hinata engoliu em seco ao escutar tais palavras. Não estava preparada para respondê-la, e ao notar sua hesitação, se aproximou da garota e colocou as mãos sobre as suas. Com essa conexão, a Hyuuga sentiu que todos os sentimentos conflitantes e negativos desapareceram de imediato, sobrando apenas serenidade que deixou seu corpo relaxado e leve. Naruto grunhiu irritado por sua objeção ter sido ignorada e intrigado olhou para a cena que se desenrolava no sofá à frente.

Fong, que estava sentada no centro de mesa da sala, ficou frente a frente com a tímida kunoichi e esperou as respostas de suas perguntas. Sem hesitação, Hinata contou tudo o que perguntara. A sensitiva lamentou o passado sangrento e obscuro da morena.

- Sendo assim você a candidata perfeita para essa missão, sua conexão com ele
terá mais êxito do que com qualquer outro dentro dessa sala. – Fong afirmou tentando animar o espirito machucado da jovem.

- Eu estou pronta para o que acontecer...

Hinata disse com seriedade, tentando ao máximo transmitir calma e certeza em suas ações. Queria ajuda-los e apenas ela poderia entrar em contato com seu primo.

Agora entendo o motivo da Tsunade-sama querer a minha presença na missão. – concluiu mentalmente.

Entretanto se surpreendeu com a repentina explosão do Uzumaki, que irritado por ter sido ignorado admitiu em sua maneira hiperativa e irritada, que não gostava daquela ideia da jovem ser mandada para um lugar desconhecido, sem ninguém para auxilia-la. Era suicídio!

- Ela não vai sozinha, Naruto. – Shino respondeu as exclamações do louro que o olhou de maneira esquisita. – Alguém deve ir com ela. Eu me candidato para isso.

- Você? – Naruto perguntou exagerando em seu tom de voz.

- Algum problema? – Questionou sombriamente virando sua atenção fria e sinistra para o rapaz, que tremeu de medo.

- N-nada! – O louro respondeu acuado, encolhendo-se no sofá, não conseguindo compreender em como a Hinata suportava aquele ser sombrio e esquisito ao seu lado.

- Tenho que avisar algo. – Disse a Yamamoto que teve a atenção de todos sobre si. – A Hinata-san e seu companheiro devem ter uma conexão forte. Se não a possuírem pode acontecer de acabarem se separando naquele local e se perdendo. Suas almas serão enviadas para lá e a perda delas significa a morte. Por isso os dois precisam estar conectados de alguma maneira.

- E quem seria o candidato prefeito? – Kiba questionou a moça.

- Um parente, melhor amigo ou até mesmo um namorado seria o suficiente para manter a conexão estável. – Hinata corou ao escutar a palavra namorado. Quantas vezes ela não sonhara em poder chamar o louro de seu namorado. – Eu posso manter as almas deles fixas em seus corpos por dois dias ininterruptos, entretanto para que não ocorra nenhum problema no envio, a segunda pessoa também deve sentir alguma coisa pelo Neji. Ter algum sentimento forte relativo a ele.

- Eu vou com Hinata.

Todos se viraram para o Naruto que olhava para a morena com firmeza. Ele se voluntariou sem pensar duas vezes. Sabia que tinha uma conexão com a morena e que era tão forte, sendo o suficiente para que sentisse seu pedido de ajuda na batalha contra o Madara depois de lançar, sobre o mundo, o genjutsu do Tsukuyomi Infinito. Eles dividiam o pesar da morte no Neji e se apoiaram no outro para evitar que fraquejassem na luta. Estavam ligados para a eternidade e apenas eles poderiam enfrentar aquele desafio.

Todos os outros tentaram protestar, entretanto Fong e Hinata sabiam daquilo. Conheciam a existência daquela conexão que ligava os destinos dos dois shinobi. Então a jovem Yamamoto convenceu aos outros da necessidade da participação do louro e sem muita demora guiou o grupo pela casa, até dentro de um quarto que possuía um grande círculo branco desenhado no meio da vazia sala.

- Eu apenas posso permitir a presença da Sakura-san, vocês três devem esperar lá fora. – Fong explicou para os carrancudos rapazes, que logo trataram de protestar.

Entretanto um gesto severo da Haruno impediu que qualquer resmungo saísse de suas bocas, indignando-os a aguardar no lado de fora.

Ao ter o espaço livre, Fong encaminhou Naruto e Hinata para se deitarem lado a lado dentro do enorme círculo. Explicou a rosada que sua presença era para mantê-la alerta de qualquer problema, pois ficaria um pouco desconectada da realidade. Com sua função designada, a rodada foi sentar-se perto de uma parede e esperou pelo inicio da abertura.

- Hinata-san e Naruto-san, - Fong chamou suas atenções enquanto se sentava perto de suas cabeças. – eu necessito que vocês pensem em sentimentos, lembranças fortes sobre o Neji. Elas serão o suficiente para que o portal abra e permita-me enviar suas almas para lá. Entendem?

- Sim. – Eles responderam em uníssono.

- Mantenham a calma e não demorem muito naquele lugar... Eu não sei o que lá habita e ainda existe o fator de que meu jutsu não durará por muito tempo.

Ao escutar isso, Hinata sentiu seu corpo estremecer de medo e ansiedade, não conseguia controlar o coração que batia acelerado, angustiado, pela situação. Se continuasse dessa maneira iria estragar tudo, por a vida do Naruto e a sua em risco.

- Eu vou estar do seu lado, ok? – Naruto disse para a morena que se voltou para ele, encarando suas safiras com firmeza. – Não precisa ter medo.

E dizendo isso, o rapaz pegou discretamente na mão da moça, que sentiu um arrepio desconfortante atravessar o corpo, ao mesmo tempo em que se sentiu reconfortada e segura. Se Naruto estava ali, então não havia motivo para temer ou ficar com medo. Ele a protegeria. Disso tinha a mais absoluta certeza.

Com isso em mente, firmou o contato de suas mãos e fechou os olhos, começando a pensar nas lembranças que tinha do seu primo. Uma em especial dominou sua mente. A lembrança de quando Neji que, de maneira quase desesperada, enfrentou os maiores perigos para conseguir uma flor para curar a fadiga dos olhos da morena, que ficou cega por quase um mês por usar seu Byakugan em excesso. O primo não conseguiu a flor, mas fez de tudo para que conseguisse uma recuperação rápida e ela pudesse assistir aos fogos de artifício com Naruto e Sakura. Ele a ajudou e a protegeu de tudo por estar incapacitada. Aquilo foi um gesto de amor tão grande quanto seu sacrifício.

Por outro lado, Naruto sentia muitas coisas por Neji. Eram tantos sentimentos que apenas uma se destacou entre elas. A admiração. O admirava pelo poder e sua capacidade como um ninja competente. Como uma vez havia dito, Hyuuga Neji era um gênio, mas toda essa genialidade se sobressaiu exatamente no momento de seu último suspiro. Tais palavras tocaram profundamente o coração do rapaz, gravando-as a ferro quente na memória. Eles não eram iguais, mas ansiavam pela mesma coisa. Paz. Eles eram guerreiros e lutaram por isso. E a lembrança que melhor definiu seus sentimentos foi a de sua batalha na segunda fase do Exame Chunin. Com estas lembranças se permitiu a fechar os olhos e esperar.

Recebendo tanta força daqueles sentimentos, Fong – impressionada pela energia sentimental que os dois emanavam – iniciou o jutsu. E depois de fazer alguns selos de mãos, chocou as palmas no chão fazendo com que palavras se espalhassem ao redor do círculo. Quando as palavras estavam formadas, um fogo azul contornou as linhas desenhadas do círculo, fazendo com que Hinata e Naruto permanecessem presos dentro dele.

Sakura ofegou impressionada com a opressão que aquele jutsu transmitiu, sentiu seu corpo todo vibrar do tamanho poder que o ambiente estava emanando. Sendo aquele o momento do início da verdadeira.


Notas Finais


Um capítulo levinho para nos aproximarmos da ação! Comentários? Até a próxima! ^^


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